A história de São Caetano liga-se ao descobrimento do Brasil.
A Vila de Santo André, fundada por João Ramalho em 1553, mais tarde foi
abandonada e acabou destruída em 1560.
Era uma área habitada por fazendeiros, tropeiros e carreiros que trabalhavam no
transporte de mercadorias entre o porto e o Planalto.
Algumas das fazendas eram
propriedade de Bandeirantes.
Em 1631, o Capitão Duarte Machado doou aos padres Beneditinos, o sítio que
possuía no Tijucuçu.
Anos mais tarde, em 1671, Fernão Dias Paes Leme, bandeirante conhecido sob a
alcunha de “O Caçador de Esmeraldas”, arrematou em leilão, outro sítio vizinho e também
o doou aos padres.
Assim, se formou a Fazenda São Caetano, onde, além de pequenas plantações, os
padres mantinham uma olaria para fazer os tijolos, lajotas e telhas de que necessitavam
para a construção do Mosteiro de São Bento, no centro de São Paulo.
Em 1868, iniciou-se um novo período na vida da antiga Fazenda São Caetano, com
a inauguração da Estrada de Ferro Inglesa São Paulo Railway Company.
Logo depois, o Governo Imperial adquiriu as terras de São Caetano, para instalar
um dos Núcleos Coloniais, que objetivavam incentivar a imigração européia e, com isso,
minorar os efeitos da evasão da mão-de-obra agrícola.
O da Fazenda São Caetano foi o
primeiro a ser inaugurado.
Em 29 de junho de 1877, algumas famílias de imigrantes embarcaram no vapor
Europa, no porto de Gênova, com destino ao Brasil.
O primeiro grupo de italianos, integrado por 28 famílias, chegou ao Núcleo Colonial
em 28 de julho de 1877.
A instalação aconteceu com a presença de Sebastião José Pereira,
presidente da Província e do engenheiro Leopoldo José da Silva, da Comissão de Terras e
Colonização.
Faziam parte da primeira leva de imigrantes, da Província de Treviso, os seguintes
chefes de família: Antonio Gallo, Antonio Martorelli, Antonio Garbelotto, Caetano
Garbelotti, Celeste Pantallo, Domenico Bottan, Domenico Perin, Eliseo Leoni, Emílio Rossi,
Francesco Bortolini, Francesco Fiorotti, Francesco De Martini, Filippe Roveri, Giácomo
Dalcin, Giovanni Moretti, Giuseppe Braido, Giovanni Perucchi, Giovani De Nardi,
Giovanni Thomé, Giuseppe De Savi, Giuseppe Salla, Luigi D’Agostini, Modesto Castelotti,
Natale Furlan, Pietro Pessotti, Paolo Martorelli, Pasquale Cavana e Tommaso Thomè.
Seis meses depois, chegava o segundo grupo de imigrantes, da Província de Mântua,
com os seguintes chefes de família: Luigi Baraldi, Francesco Coppini, Isacco Coppini,
Francesco Carnevalle, Francesco Ferrari, Modello Dionisio, Gennaro Luciani, Giovanni
Vicentini, Francesco Modesto, Eugenio Modesto e Domenico Vicentini.
A presença dos colonos e a proposta do governo de fornecer-lhes alimentação por
dois anos em troca do que produzissem, abriram novas perspectivas para o núcleo.
A posse definitiva das terras de São Caetano deu-se em 1880.
Os habitantes do núcleo
dedicaram-se, num primeiro momento, ao trabalho agrícola e cultivo das videiras.
O interesse dos trabalhadores, foi logo despertado pela várzea compreendida entre
os rios Tamanduateí e dos Meninos, local rico em excelente argila.
Imediatamente começaram a aparecer os primeiros estabelecimentos que se
dedicaram ao fabrico de telhas, tijolos e louças, seguindo a tradição dos antigos monges
Beneditinos.
Data de 1758 a notícia inicial da existência de olarias na região, mas foi no ano de
1793 que se instalou a primeira indústria de telhas e tijolos em grande escala.
Quando, em 1895, surgiu a necessidade de material para o construção do Museu do
Ipiranga, e a olaria do senhor Giuseppe Ferrari forneceu o material necessário para a
grande obra.
Em 1889, efetuou-se o recenseamento local, tendo-se verificado a existência de 322
pessoas, distribuídas em 92 lotes de terra, além de muitos outros imigrantes que aguardavam
no barracão da sede da fazenda, onde estavam estabelecidos há dois anos – a distribuição
de novos lotes a serem cultivados.
Isso indica a enorme atividade existente em São Caetano, que progredia com rapidez
e, em 1896, já se tornava um dos grandes centros produtores da Província de São Paulo.
A história político-administrativa de São Caetano acompanhou, em parte, seu
desenvolvimento econômico.
Em 1901, o território que até então pertencia ao Município de São Paulo, foi anexado
ao recém-criado Município de São Bernardo do Campo.
Em 1905, São Caetano era elevado a categoria de Distrito Fiscal.
A fixação das primeiras indústrias coincidiu com a ascensão a Distrito de Paz, em
1916.
Em 1924, o Arcebispo de São Paulo, Dom Duarte Leopoldo e Silva, dava ao núcleo
a sua primeira Paróquia e seu primeiro Vigário.
A vila transformava-se em cidade.
A Indústria Pamplona, foi a primeira fábrica instalada, vindo a seguir a fábrica de
Formicida Paulista, de Serafim Constantino.
A primeira sociedade de caráter social e
filantrópico, foi a Sociedade Beneficente Príncipe di Napoli, em 1891; a segunda, a União
Operária Internacional de São Caetano.
A primeira manifestação pela autonomia deu-se em 1928, liderada pelo engenheiro
Armando de Arruda Pereira.
O São Caetano Jornal foi criado para divulgar a idéia emancipacionista, convocando
os moradores do Distrito de São Caetano, para votar em seus próprios candidatos a Vereador
e Juiz de Paz, nas eleições daquele ano.
Os resultados não foram os esperados: em 15 de janeiro de 1929, o Coronel Saladino
Cardoso Franco era reeleito, pela sexta vez, Prefeito do Município de São Bernardo, e São
Caetano continuaria a ser um de seus distritos.
O movimento, portanto, foi malsucedido.
Na década de 40, o sonho da emancipação voltou a empolgar os sancaetanenses,
dando origem à segunda tentativa de obter a autonomia.
O Jornal de São Caetano e a Sociedade Amigos de São Caetano, lideraram o
movimento em 1947.
A Assembléia Legislativa do Estado, recebeu abaixo-assinado com
5.197 assinaturas solicitando a realização de um plebiscito.
A reivindicação foi atendida e a consulta popular foi realizada em 24 de outubro de
1948.
Foram apurados 8.463 votos a favor da autonomia de São Caetano, e 1.029 votos
contrários.
Em 24 de dezembro daquele ano, o Governador do Estado de São Paulo, Adhemar
de Barros, ratificou a decisão dos sancaetanenses, homologando a criação do Município de
São Caetano do Sul, efetivada a 1º de janeiro de 1949.
A primeira eleição para os cargos públicos, no mês de março seguinte, escolheu
Ângelo Raphael Pellegrino, Primeiro Prefeito e constituiu a primeira Câmara de Vereadores,
ocorrendo a posse dos Poderes Executivo e Legislativo no dia 3 de abril de 1949.
Em 30 de
dezembro de 1953, foi criada a Comarca, instalada no dia 3 de abril de 1955.
Os prefeitos de São Caetano foram os seguintes:
De 3 de abril de 1949 a 3 de abril de 1953, Ângelo Raphael Pellegrino, sem VicePrefeito;
De 4 de abril de 1953 a 3 de abril de 1957, Anacleto Campanella (Vice-Prefeito:
Jacob João Lorenzini);
De 4 de abril de 1957 a 3 de abril de 1961, Oswaldo Samuel Massei (Vice-Prefeito:
Lauro Garcia);
De 4 de abril de 1961 a 3 de abril de 1965, Anacleto Campanella (Vice-Prefeito:
Lauro Garcia);
De 4 de abril de 1965 a 3 de abril de 1969, Hermógenes Walter Braido (VicePrefeito: Odilon de Souza Melo);
16
De 5 de abril de 1969 a 31 de janeiro de 1973, Oswaldo Samuel Massei (VicePrefeito: Antonio Russo);
De 31 de janeiro de 1973 a 31 de janeiro de 1977, Hermógenes Walter Braido (VicePrefeito: Argemiro de Barros Araújo);
De 1º de janeiro de 1977 a 15 de janeiro de 1982, Raimundo da Cunha Leite (VicePrefeito: João Dal’Mas);
De 15 de maio de 1982 a 31 de janeiro de 1983, João Dal’Mas;
De 1º de fevereiro de 1983 a 31 de dezembro de 1988, Hermógenes Walter Braido
(Vice-Prefeito: Lavinho de Carvalho);
De 1º de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1992, Luiz Olinto Tortorello (VicePrefeito: João Tessarini);
De 1º de janeiro de 1993 a 31 de dezembro de 1996, Antonio José Dall’Anese (VicePrefeito: Iliomar Darronqui);
De 1º de janeiro de 1997 a 31 de dezembro de 2000 e de 1º de janeiro de 2001 em
diante também, Luiz Olinto Tortorello (Vice-Prefeito: Sílvio Torres).
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Texto extraído de matéria jornalísticas publicadas no Jornal Diário do Grande ABC, coluna do memorialista Ademir Médici, site da Prefeitura de São Caetano e internet.
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