Poesias

sábado, 25 de abril de 2020

Ô Minas dos Meus Encantos – Quem Te Conhece, Não Te Esquece Jamais!

Passeio muito aguardado,
Viagem tão esperada,
Regresso as Minas Gerais

Mas para tanto,
Viagem ao interior do Estado de São Paulo,
Com suas diversas cidades, idas e vindas mil
Até chegar em Minas, Poços de Caldas,
E depois, voltar a Ribeirão Preto,
Para novamente regressar a Minas, desta vez a Araxá

Ô Minas Gerais,
Ô Minas dos Meus Encantos,
Quem te conhece, Não te esquece jamais!

Andanças por uma Poços de Caldas
Tendo suas Belas Termas em reforma
Com suas belas praças, e muitas árvores altaneiras
Em seus cantos, e muitos encantos

Com aves e pássaros canoros
Muitas pontezinhas singelas
Relógio de Flores
Passeios pela cidade,
Em suas encantadoras lojas de cristais
E estabelecimentos repletos de produtos cosméticos,
E sabonetes medicinais
Além de suas fontes termais

Passeio de charrete
Cidade romântica
Muito verde, primaveras floridas,
Sibipirunas azuis e amarelas, entre outros encantos

Como a linda história da Fonte dos Amores
Onde uma linda freirinha
Enamorou-se de um garboso padre,
Para desespero de ambos
Visando resolver o impasse,
Homiziaram-se por perigosas veredas, fechadas matas
Acabando por perder-se em meio a elas

E com isto, vindo a perecer
Reza a lenda, que unidos, encontrados foram,
Nus e abraçados
Unidos como não o puderam ser em vida

Dizem que o pai da donzela,
Em homenagem a filha e ao moço
Mandou esculpir uma escultura de um casal, nu
E a colocou em sua fazenda
Mais tarde, a obra de arte foi colocada ao Lado da Fonte
Que em homenagem a história irrealizada do amor de ambos
Passou a denominada ser A Fonte dos Amores

Dizem, que neste Romeu e Julieta Uai,
Quem beber destas águas frescas,
Encontrará por fim, o destino de seus afetos
Um amor na vida

Na dúvida, quem não quer se amarrar
É melhor só beber suas águas,
Somente se estiver com muita sede
Na dúvida, é melhor se garantir
Vai que acontece!

Poços de Caldas,
Cujas águas medicinais são extraídas de poços
A propiciarem tratamentos curativos
Cidade de muitos encantos, de muitas belezas

Rios a cortarem a cidade,
Com seus caminhos circundados de árvores e flores
Servidas de belas e saborosas iguarias
Boa comida, e bons passeios em uma cidade atrativa

Mais tarde, a conhecer a bela e longínqua Araxá
Com passeios pelo lugar
Cidade de bonitas igrejas, e bons museus
Passeios pelas belas terras de um antigo Barreiro
Lamaçal onde cavalos e carroças passavam
Antigos pântanos,
Onde as patas dos quadrúpedes tocavam,
Formando barreiros
Antiga expressão do lugar

Terra encantada dos banhos de Beija
Mulher ardente, e de grande beleza
A cuidar do corpo e da saúde, com grande apreço

Lugar onde primeiro se avista o sol
E onde os raios de sua claridade e beleza em nada sobejam,
Dardejando seu brilho
Brilho e beleza que não rivalizam
Como os encantos de Dona Beja

Quem quer conhecer sua história
Jamais esqueça o legado,
Da grande dama, benfazeja Mulher
Ana Jacinta de São José

Ora denominada Beja,
Por conta do beijo,
Outra denominação do formoso hibisco,
Ora por conta da beleza e da graça que faziam par,
Com os encantos do beija-flor

Passando por sua fonte, e bebendo de suas águas
Caminhando pelos lugares onde passastes,
Onde pisastes seus delicados pés
A imaginar tão famosa dama,
A tomar banhos em suas águas medicinais,
Em seu famoso barreiro
Fonte da Jumenta

Araxá, terra de encantos
A abrigar obras belíssimas dos filhos da terra
Calmon Barreto,
E suas belíssimas pinturas de uma natureza já devastada
A servir de cenário para a agricultura,
E usos e costumes dos homens
Memorial de Araxá, com suas fotografias,
Revistas e utensílios,
Das épocas mais diversas,
A contar a história de um povo,
Com suas louças, talheres, rádios, máquinas várias,
Textos a retratarem a memória dos moradores do lugar

Sem contar a exuberância do Barreiro
E seu magnífico Hotel, imenso e imponente
O rio a circundar a construção, o pedalinho,
As regatas, as charretes a circularem pelo jardim
Os ipês e paineiras floridos
Cavalos a trotar

As magníficas termas, o interior do belíssimo hotel
E suas belas salas, seus salões, restaurante, cine teatro
Pessoas muito bem vestidas, carrões estacionados
E as termas, com seus variados banhos

Um guia a explicar ser o banho de lama, o mais completo
Onde a pessoa mergulha,
Em uma banheira repleta de lama medicinal
Seguida por um banho em água medicinal,
Tendo após um processo de sudação,
Onde a pessoa é envolta em toalhas,
Para suar, expelindo pelos poros,
Todas a impurezas do corpo
Passando por um processo de renovação

Fico a imaginar alguém de posses,
A passear pelo átrio repleto de vitrais no teto,
Com pinturas da origem do Barreiro
Como os índios Araxás,
A vinda dos portugueses em cavalos e bois,
Vindo a descobrir o barreiro Dona Beija, e a posterior transformação do lugar,

Em estância hidromineral Pinturas dos banhos na história:
Banho Bíblico, Grego, Romano, em suas termas, Caldério,
Até se chegar aos banhos atuais

Os moços e moças de outros tempos,
 A brincarem com a ressonância do lugar
O som mais alto a vibrar e ecoar nos ouvidos,
Em maior intensidade que em outros lugares
E o transcorrer do tempo a imaginar
Jovens com suas roupas de banho compridas,
A lembrarem collant’s com bermudas,
Maiôs a lembrarem vestidos, com suas diminutas saias

Passeios pela Piscina Emanatória
E seu banho de vapor,
Um banho masculino,
Com um jato d’água disparado de cerca de vinte metros
Banhos radioativos, onde não é permitido o acesso
Experimentar água radioativa,
Muito semelhante a água que bebemos
E a água sulfurosa,
Salgada nos primeiros goles, e amarga no final

No interior da construção,
Existe o acesso ao famoso hotel
Onde fomos guiados para uma visitação

Passeio onde a imaginação voou longe
E a imaginar o hotel em seus primeiros tempos,
Com seus frequentadores de termo e gravata,
Talvez smoking nas festas e eventos de gala
Moças em seus vestidos soltos, salto, maquiagem
Com cabelos a imitarem grandes ídolos do cinema, dos anos vintes, trintas
Mocinhas acompanhadas de suas famílias endinheiradas,
Ou de seus maridos
Solteiras, a sonharem com seus príncipes,
Ou casadas, a viverem um breve conto de fadas,
Em ambiente de sonhos,
Especialmente arquitetado para este fim
Quantos bons espetáculos, devem eles ter apreciado em seu auge
Que momentos gloriosos devem ter sido

Segundo o guia,
O hotel hoje encontra-se arrendado a particulares,
Que tentam recuperar o esplendor de seus tempos de ouro
Quando a jogatina não era proibida,
 E os homens das famílias de escol, apostavam fortunas em suas roletas
Abolidas em 1946, por determinação do Presidente da República,
Excelentíssimo Senhor, General Eurico Gaspar Dutra

E o moço, com sua roupa social e seu chapéu coco, a explicar
Que o jogo permaneceu a ser praticado, por debaixo dos panos,
Em recintos recônditos do hotel,
Que mais se assemelha a um castelo
Até por fim, a ser eliminado por completo,
Decerto, devido às perseguições e denúncias,
Vindo o magnífico palácio, a entrar em declínio

Em suas horas de ocaso,
Administrado fora por diversas gentes
Até ser arrendado, Tauá, espero voltar a encontrar-te
Encontrar a ti novamente,
Juntamente como os outros lugares que conheci

E que aquelas gentes elegantes de outrora,
Sirvam de referência para se relembrar,
Os antigos momentos de esplendor do hotel
Somente tendo senões na demora em se chegar a cidade,
A necessidade de se viajar em dois ônibus rodoviários
E chegar tão tarde a cidade,
Que só pude conhecê-la no dia seguinte

A demora do ônibus, único a levar ao Barreiro
Me parecendo que além de ser a única linha,
É o único ônibus a circular para lá

Passeios pela cidade,
Caminhos não conhecidos pelos turistas
Para só assim se sentir a cidade

Em Uberaba,
Beleza de Hotel com seus magníficos vitrais, belos móveis
Bons espelhos, todos decorados,
Hotel em estilo árabe,
A fazer-nos sentir em um conto das Mil e Uma Noites

Varandas com grades, a descortinarem uma nesga da cidade
Entrada com banquinhos,
 Caramanchão cercado de primaveras
Muitas fotos tiradas
Passeio pela cidade, de muitas e belas igrejas

Parque Fernando Costa e seu leilão de gado
Financiado pelos fazendeiros da região
Em caminhos próximos,
Chegamos a Casa de Memórias e Lembranças, de Francisco Cândido Xavier
Residência onde morou Chico Xavier
Possuí livraria, o mobiliário, livros, fotos
E lembranças do acervo do médium

Seu filho Eurípedes dá continuidade,
A sua memória e ao seu legado
Na luta para que Chico seja universal,
E não de um grupo interessado apenas, em lucrar comercialmente,
Em cima de sua história e de suas boas ações

Em seu túmulo, a escultura do homem
De cabeça baixa, a psicografar
Sentado em sua escrivaninha
Ao lado de um busto do médium
E o desmentido de que a escultura verte água
Que malandragem, hein?
Truque barato para enganar pessoas de boa fé
Desmentido feito pelo filho do médium

Cidade de muitos encantos
E hotel com boa gastronomia
Mata do Ipê e um belo pavão,
Além de patos e lagoas

Em Uberlândia, a Praça Tubal Vilela
E um hotel, com culinária ultra sofisticada
Parque do Sabiá, com seu Aquário, Zoológico,
Pista para caminhada e corridas, com um lago ao fundo
Ipê branco, pedalinhos, peixes, telhado em madeira, aberto
Canhão, e bancos estilizados, parecendo madeira
Escultura de sabiá, vaquinhas, jacaré, e outros animais

Parque Siquieroli e seu Museu da Biodiversidade do Cerrado
 Com porcos do mato taxidermizados, aves, ninhos
E muita espera no ponto de ônibus
Em banca de jornal, a compra de belos postais
Recordações mil
E depois de muitas andanças,
O regresso a São Paulo de Piratininga
E depois a Santo André, livre terra querida
Ô Minas Gerais,
Mais um adeus a terra do Uai

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte

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