Certa vez, em uma festa, Augusto, distraído com seus amigos, resolveu tomar um
pouco de ponche.
Como a bebida não continha álcool, não havia problema nenhum em o
garoto tomar um pouco do ponche.
Porém, mal sabia ele, que momentos antes, haviam misturado álcool a bebida.
Com isso, inadvertidamente, Augusto acabou, ao tomar um pouco de ponche, se
embebedando.
Como não havia percebido, e dada sua tenra idade, o garoto acabou alcoolizado.
Em razão disso, o álcool lhe causou um entorpecimento dos sentidos, além de também,
uma profunda sonolência.
Em razão disso, o garoto acabou dormindo.
Esse tipo de festa era bastante comum.
Nestes bailes, as famílias e os sitiantes do lugar, aproveitavam para se reunirem e
conversarem um pouco mais sobre a vida.
E assim, muito embora os espaços fossem pequenos e apertados, todos aproveitavam
para se divertirem e dançarem a noite inteira.
Durante essas noitadas, dançavam música sertaneja, grandes clássicos internacionais,
grandes orquestras, além dos sucessos da época.
Pelo rádio conectavam-se com o mundo e conheciam suas músicas.
E nesse vai e vem, dois pra lá, dois pra cá, dançavam a noite inteira.
Augusto, adorava ver os casais dançando.
Por isso mesmo, se interessou em aprender
a dançar.
Muito embora nunca tenha se tornado um pé de valsa, a música para ele, era algo
tão importante quanto a literatura, e a leitura dos almanaques que tanto gostava.
Era algo mágico.
Tão mágico quanto a primeira sessão de cinema.
Tão mágico quanto o primeiro filme
que viu, ainda na pequena cidadezinha onde nascera.
Porém, na sua futura ida a São Paulo, ele e Cláudio teriam a oportunidade de assistir
a muitos outros filmes.
Tantos e tão bons, que jamais se esqueceriam deles.
Contudo, muita coisa aconteceu, antes que se decidissem definitivamente em sair de
sua cidade natal.
Em uma das oportunidades em que comentaram com Orlando, sobre o interesse em se
mudarem para São Paulo, o mesmo disse:
-- Vocês pensem bem antes de se mudar para São Paulo. Sim, pensem bem. Por que
se vocês acham que a vida de vocês é difícil aqui, lá na Terra da Garoa não será mais fácil.
Lá tudo o que vocês quiserem ter vão ter que pagar. Até uma fruta, que aqui vocês tem de
graça, lá vocês terão que pagar. Uma banana que vocês quiserem comer, vocês vão ter que
comprar.
E realmente, ele tinha razão.
Mas muito embora ele estivesse certo, os garotos tinham o direito de tentar uma vida melhor.
Esse era o sonho deles, e Orlando tinha mais é que respeitar a vontade dos filhos.
E assim, determinados a melhorar de vida, Cláudio e Augusto resolveram se aventurar
na selva de pedra que era São Paulo.
Dessa forma, arrumaram seus parcos pertences e partiram de trem, em direção aos
seus sonhos. Antes, se despediram da família, que da estação, ficou acenando para eles.
Essa despedida ficou marcada na lembrança de Augusto.
Porém, dali para a frente, havia muito chão a ser percorrido com pelo trem.
Assim, os
dois viajantes aproveitaram para apreciar a paisagem que se oferecia generosa e opulenta.
Era um verdadeiro deleite, ver aqueles imensos cafezais na beira da estrada de ferro.
Porém, conforme o tempo passava, os dois rapazes também se cansaram de ver verdes
pastagens. Nestes lugares, animais mil permaneciam durante o dia.
Contudo, além de plantações, pela janela do trem durante o percurso da viagem, os
dois também puderam ver rios, cachoeiras, campos verdejantes, árvores.
Enfim, muita
natureza.
E a viagem foi longa.
Tão longa, que os dois cansados, a certa altura, resolveram
dormir.
Isso por que, naqueles idos tempos, as viagens eram muito longas, e o trem lento,
percorria longas distâncias a uma curta velocidade.
Apesar disso, andar de trem era extremamente agradável.
Os vagões eram bem
cuidados, e havia a área reservada aos bem nascidos, que era realmente luxuosa.
Porém, Cláudio e Augusto não estavam nestes vagões.
Ao contrário, por serem pobres, estavam razoavelmente acomodados em bancos de
madeira, reservados aos mais pobres.
Contudo a despeito disso, a viagem foi boa.
Boa. Muito boa.
Mas, quando chegaram ao Grande ABC – região da Grande São Paulo –, ficaram
encantados.
Sim por que as cidades que ainda hoje, compõe a região, são bons lugares para se
morar.
Todavia, exaustos que estavam com a viagem, decidiram primeiramente arrumar um
lugar para se hospedarem.
Nisso passaram um longo período do dia procurando um bom lugar para ficar.
Enquanto isso, numa das inúmeras lojas de discos que haviam no lugar, se ouvia a
famosa música americana, o rock and roll.
Foi nessa primeira andança pela cidade, que Augusto conheceu o bonde – no qual
nunca andou – e a música ‘La Bamba’.
Essa música, durante muito tempo, foi uma lembrança
marcante em sua vida.
Foi nesse momento que começou o interesse de ambos irmãos por discos.
Ouvintes
de boa música, adoravam os sucessos da Jovem Guarda, dos Beatles e as belas músicas
italianas.
Tanto que, assim que começaram a trabalhar, compraram uma vitrola e muitos discos.
Discos que em empréstimos a amigos, acabaram se perdendo.
Preciosidades que não
voltam mais.
Que pena!
Porém, voltando a procura por um lugar para ficar ...
Assim, procurando e procurando, ao passar de algumas horas, acabaram por encontrar
uma pensão para morar.
Era um lugar simples, mas bem cuidado.
Além disso, era tudo
o que podiam pagar, já que o dinheiro que possuíam era contado.
Sim, por que Orlando, apesar de ter sido sempre ajudado pelos filhos, nunca em toda
a sua vida os pagou pelos serviços prestados.
Todavia, não o culpem por isso.
Nesses tempos idos, praticamente todas as famílias pobres faziam isso.
Ou seja, esse
tipo de comportamento era praxe.
Coisas dos antigos.
Com isso, os dois rapazes, sabedores de que o dinheiro que traziam consigo não iria
durar muito, trataram de no dia seguinte, procurar trabalho.
Naqueles tempos, ao contrário do que acontece hoje, arrumar um trabalho não era tão
difícil.
Isso por que, sem a crise econômica que assola o nosso tão sofrido país, as ofertas
eram fartas nos anos da década de sessenta.
Porém, não se iluda, as dificuldades, eram outras.
E assim, animados com a possibilidade de uma vida melhor, Cláudio e Augusto
passaram dias e dias procurando trabalho.
Observando anúncios nos próprios
estabelecimentos comerciais e também olhando os anúncios de empregos em jornais, os dois
moços, incessantemente procuraram emprego na cidade.
Determinados, apesar de não terem conseguido imediatamente um emprego, não
desanimaram.
Ao contrário, perseveraram e acabaram conseguindo uma colocação.
Primeiramente, trabalharam em uma olaria produzindo tijolos.
Animados com a obtenção do trabalho, os dois mais do que depressa, participaram
aos pais a notícia.
Seu Orlando e Dona Marisa, ao receberem a carta, pediram logo a um dos filhos que
permaneceram com eles, para que lhes lessem o seu conteúdo.
Carlota então procedeu a leitura.
Lendo o teor da missiva, a moça relatou todo o
acontecido com os irmãos.
Foi assim que os pais de Cláudio e Augusto souberam das novidades.
E dessa forma também, Cláudio e Augusto passaram a ajudar em casa.
Mandando um
pouco de dinheiro juntamente às cartas, passaram a colaborar com a mantença da família.
Todavia, a despeito da notícia alvissareira, muito mais coisas boas iriam acontecer na
vida dos dois rapazes.
E assim foi.
Depois de um certo tempo trabalhando na olaria, Cláudio, ao saber de uma
oportunidade de emprego numa cerâmica, tratou logo de avisar o irmão.
Este ao saber disso, foi logo perguntando ao irmão, se a remuneração era maior ou
não.
Foi então que Cláudio assentiu com a cabeça.
Com isso, ao final de mais alguns dias, os dois estavam começando um novo trabalho.
Isso por que, depois de muitos dissabores e nãos recebidos, os dois jovens estavam finalmente
conseguindo agora, boas oportunidades de trabalho.
Dessa forma, durante a jornada de trabalho, contando com a ajuda dos funcionários
mais antigos, os dois aprenderam mais um ofício, e dedicados, trabalharam muito.
Contudo, de vez em quando, em razão de problemas no fornecimento de energia
elétrica, o serviço era parado.
Assim, aproveitavam para conversar.
Porém, quando a energia voltava horas depois, mais do que depressa, retornavam ao
trabalho.
Quanto ao fornecimento de energia elétrica, cabe ressaltar, que eram freqüentes os
blecautes.
Fato que demonstra cabalmente que este é um problema antigo.
Ademais, deve-se se salientar que o começo para os dois, em uma cidade nova, não foi
nada fácil. Pelo contrário.
Desacostumados com o ‘modus vivendi’ dos moradores das
grandes cidades, os dois foram logo rotulados por seus companheiros de pensão.
Como os moradores da pensão sabiam que os dois tinham vindo do interior do estado,
não faltaram brincadeiras e gozações referentes a sua origem agrária.
Entrementes, após alguns meses de trabalho na cerâmica, e depois de muito procurar
por uma residência na cidade, Cláudio e Augusto acabaram por se despedir da dona da pensão
e arrumar seus pertences para finalmente morarem sozinhos.
Sim. Com o que ganhavam no trabalho, os dois, dividindo as despesas facilmente
conseguiriam pagar o aluguel da casa, ajudar a família no interior, comprar alguns alfinetes
e principalmente, conseguiriam estudar.
Então, nessa nova etapa da vida dos rapazes, os dois voltaram a estudar.
Foi então, que retomando os estudos, Augusto passou a estudar as matérias referentes
ao primeiro grau, que desafortunadamente não pôde aprender.
Nessa fase de estudos, o rapaz se saiu muito bem.
Logrando êxito em seus estudos, o
jovem, mais do que depressa, prosseguindo em seu objetivo, passou a estudar as matérias
referentes ao segundo grau.
Além disso, estudioso, Augusto passou a freqüentar um curso de idiomas.
Lá,
aprendeu inglês, ou pelos menos parte do idioma.
Isso por que, não conseguiu terminar o
curso.
Apesar disso, aprendeu muito do idioma e isso se podia perceber quando ele falava
algumas frases em inglês.
Todavia, com relação ao curso de segundo grau, mais uma vez foi bem sucedido.
Em
ambos os cursos supletivos que fez, conseguiu aprovação.
Com isso, Augusto, conseguiu
encerrar a primeira fase de seus planos.
Depois disso, o rapaz, determinado e disciplinado, após inúmeras provas, trabalhos e
avaliações, continuou perseverando em seu sonho de cursar uma faculdade.
Foi assim que
ele passou a fazer cursinho.
Um famoso cursinho preparatório para o vestibular, diga-se de passagem.
Nessa época, Augusto já era conhecido por seus dotes intelectuais.
Mas, como já era
de se esperar, nem todo mundo gosta de quem sabe mais.
Aliás, a grande maioria sente inveja
disso.
E foi assim, que um desses invejosos, incapaz de batalhar para também adquirir
conhecimentos, ressentido do fato de Augusto saber mais do que ele, começou a debochar
do rapaz, fazendo pouco de seu interesse pelos estudos.
Mas Augusto, ao ouvir as gozações, não se fez de rogado.
Cansado das provocações
do sujeito, respondeu a altura.
Dizendo-lhe poucas e boas, destruiu qualquer possibilidade de contra-argumentação
do rapaz.
Depois disso, diga-se de passagem, nunca mais Augusto ouviu provocações por
parte do engraçadinho.
Também, aproveitando os dias livres, os dois irmãos saíam com os amigos e iam muito
ao cinema.
E foi nas telonas, que Augusto aprendeu ainda mais sobre a vida e sobre a história.
Encantado com a sétima arte, assistiu a uma ampla gama de filmes.
Filmes os quais
se lembraria a vida inteira.
Ademais, depois de um ano de estudos, no qual freqüentou assiduamente o cursinho,
finalmente pôde realizar o exame vestibular.
Augusto logrou êxito.
Aprovado no curso de engenharia, ele pôde constatar que o esforço de quase dois anos
de estudos valera a pena.
Com sua dedicação, ele agora fazia parte do corpo discente de uma
das mais respeitadas instituições de ensino do país.
E o melhor, tudo isso de graça.
E assim, feliz com a aprovação, no primeiro dia de curso, Augusto teve um pequeno
aborrecimento com um aluno prepotente, que julgando-se melhor do que os outros, começou
a destratá-lo.
Augusto não deixou por menos.
Retrucando a provocação, o rapaz disse que ele não
era melhor que ninguém para tratá-lo daquela maneira.
Nisso, um dos professores que passava pelo local no momento da discussão, tomando
as dores de Augusto, respondeu:
-- Meu rapaz! Quem você pensa que é para tratar os outros dessa maneira? Acaso o
senhor trata seus empregados dessa forma? Além disso, se ele está aqui, é por que ele provou
que tem muito mais garra e disciplina que muitos de vocês, playboy’s. Aliás, eu já estou
cansado de todos os anos ter que ministrar aulas para gente arrogante, da mesma laia que
você. Enquanto existir no país, esse tipo de gente metida a besta, esse país nunca vai mudar.
Ninguém aqui é melhor que ninguém e não vai ser um borra-botas que vai dizer o contrário.
Veja bem, se eu fosse o senhor, me recolheria a minha insignificância, por que só gente
medíocre pensa que o mundo é dividido em classes sociais. Só mesmo uma cabeça torta e
suja igual a sua para pensar isso. Agora, se você quer um conselho, suma da minha frente e
nunca mais, nunca mais mesmo, faça uma estupidez dessas.
O rapaz, humilhado não teve outra alternativa, senão sumir dali.
Augusto então, agradeceu.
O professor então respondeu:
-- Que isso. Eu não fiz nada demais. Esse garoto é um desses alunos imbecis que
existem aos montes por aí. É só dizer uma meia dúzia de palavras duras que eles se
comportam.
Foi a partir de então que aproveitando a confusão, chamou todos os alunos para entrar
na classe e começou a aula.
Os pais de Augusto, ao saberem da novidade, ficaram muito contentes.
Isso por que,
na simplicidade deles, Orlando e Marisa nunca imaginaram, nem em seus sonhos mais
ambiciosos, que um de seus filhos freqüentaria os bancos de uma universidade.
Para eles,
esse era um sonho muito distante.
E pior, era um sonho impossível.
Tudo em razão da
situação de dificuldades em que estavam inseridos.
Se completar o ensino primário era impossível, que dirá fazer uma faculdade.
Realmente Augusto estava superando as expectativas.
Já Cláudio, apesar de ter concluído o primeiro e o segundo graus, temendo não
conseguir passar no vestibular, decidiu por bem, não fazer cursinho nenhum.
Para ele ter
conseguido chegar até o segundo grau, já fora uma grande conquista.
Para seus pais, também o era.
E apesar de não ter ido tão longe quanto o irmão,
Cláudio conseguiu mostrar seu valor, ao conseguir completar os estudos.
Já era um vencedor!
E assim, a vida prosseguiu.
Augusto, trabalhava de dia e a noite freqüentava a universidade.
Era uma rotina
puxada, mas para ele era um prazer estudar.
Um dia, o professor, ao passar um trabalho para o grupo, recomendou-lhes que
pesquisassem sobre o assunto numa biblioteca que havia nas proximidades da faculdade.
Foi isso que Augusto fez.
Todavia, alguns alunos, aproveitaram para sair antes da aula e assim, pegar os livros
que continham o material referente ao assunto da pesquisa.
Dessa forma, quando Augusto e
seus colegas chegaram na biblioteca para fazer a pesquisa, não havia mais nenhum livro para
ser pesquisado.
Os apressadinhos já haviam levado tudo.
Porém, havia uma solução para isso.
A solução foi pesquisar em outras bibliotecas.
Foi assim que o grupo de Augusto, conseguiu material para elaborar o trabalho pedido pelo professor.
Outro dia, ao aceitar a carona de uma colega, Augusto quase se meteu em uma grande
confusão.
Isso por que, a mesma, por qualquer motivo, trazia a placa de identificação do
veículo, amarrada por arames.
Inadvertidamente, os dois foram parados por uma autoridade policial que suspeitava
de atividade subversiva.
Por conta disso, os dois foram convidados a irem até a delegacia para esclarecer a
situação.
Lá, qual não foi a dificuldade que tiveram para convencer a autoridade policial de
que era um equívoco estarem ali.
Isso por que, nenhum deles era subversivo.
Contudo, os dois levaram horas para convencerem o delegado disso.
Mas, por sorte, ao final de algum tempo, foram liberados.
Nisso, a moça então, procurando se desculpar, ofereceu-se para levá-lo até em casa.
Augusto no entanto, ressabiado, decidiu recusar a carona e continuar o caminho a pé.
Revoltado, pensava consigo:
“Subversivo. Logo eu que nunca me meti nessas
confusões, ser taxado de subversivo.”
Realmente, desde que passara a viver no ABC, nunca havia se envolvido com a
militância de esquerda.
Apesar de diversas vezes tentarem o convencer de que a luta armada
era a melhor solução para derrubar a ditadura, o rapaz nunca se convenceu disso.
Pelo contrário, o rapaz achava que toda essa história de luta era uma grande bobagem.
Em razão disso, foi duramente criticado.
Considerado alienado por esses jovens radicais, nem assim mudou de idéia.
E assim, Augusto prosseguiu sua vida.
De um lado, seu trabalho e seus estudos, e de
outro o olhar distante sobre os movimentos de esquerda.
Porém, conforme o tempo foi passando, alguns revezes ocorreram na vida de
Augusto.
Isso por que, inesperadamente, o mesmo foi demitido.
Sem fonte de renda e sem poder contar com a ajuda do irmão, que tinha os próprios
gastos para manter, passou a ter de vender alguns de seus pertences para que pudesse arcar
com suas despesas com o aluguel, entre outras coisas.
Esse foi tempo de dificuldades para Augusto.
Até conseguir arranjar um novo
trabalho, o rapaz teve de se desfazer de algumas coisas que havia comprado.
Não bastasse isso, como não tinha como pagar a condução, acabou tendo que
abandonar o curso.
Todavia, como diz o velho ditado: “Não há mal que sempre dure.”
Assim, ao final de algum tempo, o rapaz acabou por encontrar um novo trabalho.
Numa oficina mecânica, passou a cuidar do motor de alguns carros.
Auxiliado pelos mecânicos da oficina, rapidamente aprendeu o ofício.
Aprendeu tão bem o ofício, que chegou a ser até elogiado pelo bom desempenho em
seu trabalho. Diligente e cuidadoso, era extremamente prestativo no atendimento aos clientes.
E assim, permaneceu no emprego por algum tempo.
Um dia, ao circular pelas ruas da cidade, acabou sendo abordado por um policial, que
utilizando-se de sua posição, tentou desrespeitá-lo.
No entanto a provocação produziu o
efeito reverso.
Isso por que, Augusto, mais do que depressa, comentou com o policial, que
este deveria ter mais cuidado no seu proceder, pois o mesmo era filho de juiz.
O policial, ao ouvir isso, mais do que depressa, mudou de atitude e desconversou a
respeito de seus modos grosseiros.
Em outra oportunidade, ao observar algumas placas que haviam na cidade, encontrou
uma, que segundo ele, continha os dizeres: “Sujeito gaúcho.”
Porém, depois de algum tempo, confiante de que era isso que estava escrito na placa,
ao se aproximar da mesma e observá-la com cuidado, percebeu que o seu ‘sujeito gaúcho’,
não era nada mais nada mais do que ‘sujeito a guincho’.
Augusto, ao perceber o engano, caiu na gargalhada.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
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