Poesias

domingo, 26 de abril de 2020

TERRAS DO PASSADO

Em passeios por terras do passado
Ficar a contemplar lindas telas enamorado
Quanta virtude, energia e beleza em vigorosas pinceladas
Imponentes esculturas em bronze,
Ou materiais diversos

Da impressionante construção de tijolos a vista
Que ocupa a visão, os olhares do passeio
De largas ruas e corredor de coqueiros

Do jardim que já serviu de cartão postal para histórias
Encontros e despedidas
Abraços e sorrisos, das pessoas
Viandantes, viajores do tempo

De pessoas com suas roupas domingueiras a passear,
Em família pelo bonito jardim
Em suas ruas de plantas, os bancos
A emoldurar muitas histórias de amor

A serem fotografados em máquinas antigas,
E cujas chapas ficavam a soltar fumaça
Branca fumaça a eternizar momentos belos, felizes, fugazes
Nas câmaras do tempo e da saudade
Muitos vestidos rendados, jóias, colares, pulseiras

As belas damas, adornadas com pequenos chapéus
Mocinhas melindrosas de cabelos channel e luvas,
Soltos vestidos longos
Os cortes dos cabelos a se alongarem,
E os cabelos a se cachearem

As mulheres de vestidos, longas saias rodadas
Homens engravatados e de terno, chapéus
Os tubinhos, sapatos de salto, as maquiagens pesadas
Olhos negros, delineados

O tempo a ditar as regras e as modas
As carruagens que a circundar ficavam o parque,
Lugar deram a carros luxuosos, caros
E mais tarde, veículos menos sofisticados,
Populares a todos, simples carros

Dos tempos em que se fazia o footing e se andava de bonde
Primeiramente puxados por cavalos, e depois, elétricos
Do Parque da Luz,
Confrontado com a centenária Estação Férrea
Majestático cenário!

E na magnífica Pinacoteca
Pinturas abstratas, portraits, naturezas mortas
Desenhos e gravuras
Prodígios de engenho e arte
As escadarias de mármore,
As esculturas a enfeitarem as passagens

E o tempo passado a nos trazer,
Pequenos fragmentos de momentos distantes
Em portraits, retratos de presidentes,
De famílias de escol
Telas a exporem as histórias de nossos tempos
Retratos de famílias, bustos, pinturas

E a bela moça de cabelos médios, levemente anelados
Com seu semblante enigmático,
Nos leva a pensar:
Qual teria sido seu passado?
Teve vida ditosa?
Foi feliz?
Vivente em tempos passados,
A mostrar seu semblante em retrato
Fiel aos modismos de seu tempo

Pinacoteca do Estado
Morada eterna de Brecheret’s,
Décios e Dário Villares, Almeidas Junior,
Anitas Malfatis, Portinaris, entre tantos outros
Entre diversos passeios, dispersos

Museu de meus passeios, de minhas viagens ao passado
A imaginar festejos e bailados,
Com a mais fina flor da sociedade paulistana!
Bailes nos clubes da cidade
Com seus crooners a entoarem belas canções do rádio

Todos a usarem trajes de gala
Lindas moças elegantemente vestidas em seus longos,
Senhores repletas de jóias e luxo
E os homens de fraque
A dançarem ao som das lindas canções
Dançando e vivendo emoções

Revistas antigas, fotografias amareladas,
Retratos em preto e branco
A contar nossos melhores momentos
A esconder nossas dores
Dores, velhas dores do mundo,
As quais nunca mudam de forma,
Apenas mudam de lugar!

E as moças e os moços a sonhar ...
E as moças a imaginarem,
Como seriam os rostos de seus cantores queridos
Emoções advindas das ondas de uma estação de rádio
Objeto de fortes freqüências,
De madeira, imponente, imenso,
A parte fazerem, do cotidiano das pessoas
Pinacoteca querida!

Tantas histórias tenho para contar-te
Das minhas impressões pessoais
Pois nos caminhos do templo,
Em seus corredores, e em seus amplos salões
Muitas histórias para se imaginar
Muitas pinturas e esculturas para se admirar
Depositário das memórias de nossas gentes,
De nosso povo,
Orgulho de São Paulo!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

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