Poesias

sábado, 25 de abril de 2020

Paisagens Peruibenses

Céu estrelado,
A nos apresentar depois de uma breve caminhada
A lua ainda a se formar
Clara, nos primeiros passos no passeio a beira mar
A se definir, cada vez mais brilhante ao sabor das passadas

No dia seguinte,
Lua cheia coberta pelo véu
Envolta em aura dourada
Ora surge em meio a um firmamento azul escuro,
Ora se esconde em meio ao véu;
Ora diáfano, ora denso e escuro

Noite com poucas estrelas
A se despedir de um sol alaranjado
A correr por detrás de casas
A compor um bonito quadro com a montanha verde

A tarde púrpura
Purpureando o dia
Combinada com os tons azuis e nuvens, do cair do dia

As gaivotas a voarem pelos céus
Os quero-queros, a caminharem pela areia
E o mar belo, e a lua tímida
Clara, quase transparente no horizonte

Duas pessoas sentadas em um banco de concreto,
Contemplam a beleza do fim de tarde,
O começo da noite, com seus mistérios

Algumas pessoas caminham,
Outras andam de bicicleta
O dia cada vez mais curto,
E a noite a chegar-se cada vez mais depressa
Em contraste a estas noturnas impressões

Dia lindo, claro, ensolarado
O mar a revolver areia
Em outros, pontos azul e espumoso em ondas brancas
Tantos contrastes em um mesmo cenário!

Aproveitar o dia para caminhar a beira mar
Molhar os pés na água fresca,
Água a beijar os pés que tocam a úmida areia

A blusa longa estampada e de mangas,
Aberta, balançando ao vento,
A sentir a cálida brisa
O sol a dourar a pele
O biquíni amarelo a compor um romântico par com o sol

O corpo a mudar de cor
Um chapéu de palha para proteger o rosto
E a contemplação de um cenário sempre renovado,
Embora tantas vezes já visto
Como a vida pode ser tão boa nestes momentos,

Pródiga, generosa, farta
E tão dura e avara, em outros?
Não consigo entender!

Como se a dura lida dos dias,
Fosse uma preparação, provação,
Para que mais tarde, se possa desfrutar de instantes de delícias
A alegria de se saber viver
Nos caminhos em direção ao paraíso
Pela estrada afora, se pode avistar da serra

As minúsculas cidades praianas
Seus prédios, suas construções
O verde imenso das matas, os mangues
O velho trem abandonado na estrada férrea
A estrada e o concreto do muro de proteção

As curvas da estrada, os rios, as pessoas a pescar
Pessoas a circularem de bicicleta pelos vãos entre as vias
Casas e matas, o mar ao fundo
Intervalado entre uma construção e outra
Ao chegar na cidade querida,

A Torre da TV se avista ao longe,
Como se sua presença prenunciasse a chegada,
A um reino de delícias, contemplação e alegria
Magia e alegria de se sentir em casa
Em uma nova morada, mergulhada em um novo viver

No jardim,
As dálias altivas, com suas flores róseas, imensas,
Seus botões prestes a eclodir em floradas
Imensas, voltadas para o sol
Ombreando em majestade com os ipês

O manacá a apresentar suas primeiras flores da estação
A brancura da primavera a se despedir de nós Semanas atrás, lembranças de sulcos na areia Desenhado pelo movimento das ondas
Coqueiros, muitos coqueiros entre as moradas
Porta-retratos a lembrarem a presença dos moradores

Conchas por toda a parte a enfeitar a casa
Bandeirolas a compor o cenário de festividades juninas
Passeios de bicicleta pela orla
E a omissão de não se fazer cuidar do patrimônio mais caro
Que é a própria cidade
Reclamar-se sem se conseguir fazer ouvir
É pena!

Pena como o homem consegue estragar,
A mais linda e perfeita criação divina
Será que algum dia chegaremos a um resultado?
Com isto, segue a noite com seu azul escuro
A lua em dado momento desaparece
Raios e relâmpagos clareiam a noite

Durante o regresso ao lar,
Por diversas vezes se viu o céu a clarear a noite
Os raios cada vez mais intensos
Despedida de belos momentos praianos
Das paisagens peruibenses,
Para mais um dia de trabalho …

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

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