Após longa jornada de dissabores e contendas
Regresso de uma jornada de luta, para meu lar,
Doce e amado lar!
Triste penar em que a convivência, por vezes, se faz tão odiosa!
Viver é difícil!
Já dizia um escritor mineiro
E difícil e tamanha é a lida,
Em que aprender a conviver com as pessoas devemos
Ser humano, ser difícil,
Muitas vezes indócil, intratável
Por outras vezes a nos apresentar,
Um mundo de maravilhas,
Encantamento e deslumbramento!
Há gentes de todos os tipos, os jeitos ...
A aridez da forçada convivência,
Nem sempre desejada!
E como consolo,
Um lindo céu escuro,
Com uma lua alta, minguante,
Acompanhada por uma luminosa estrela!
As árvores sem folhas, galhos secos
A sentirem os tons do dia,
Noite escura, sem luar,
E o dia aos poucos, azulando-se,
Em tons escuros, clareando
A lua apagada, a permanecer no firmamento
A manhã fria,
O céu repleto de nuvens a brincarem no espaço,
Caminhantes, cambiantes!
Em minha janela, uma árvore verdejante,
Com suas flores amarelas,
Flores em forma de trombetas,
A tremular ao sabor dos ventos
Em um cenário de prédios velhos,
Muitos abandonados, outros mal cuidados
Lugar sem grandes encantos visuais!
O regresso ao lar
E a tarde escurecendo, a noite tomando o lugar do dia
E os estudos eleitorais,
Preparação para em novos cargos ingressar
E a música a embalar ...
Os sons sertanejos
As músicas a cantarem as belezas do amor, da dor, da vida
Singeleza de um mundo natural
Os dilemas da vida, que a todos afetam,
Em sendo sertanejos, ou não
Ipês floridos, árvores diversas, as porteiras velhas
As boiadas, e um mundo que conheço apenas por palavras
O riozinho amigo, a contar suas dores,
Sua vivência, e as existências alheias,
Temas que nos encantam e entristecem
As mortes, e a fragilidade das humanas vidas,
Os dramas encenados em canções
Em um quarto organizado e arrumado
Mil possibilidades de se deslumbrar,
Com um universo de possibilidades
E a realidade a se transformar,
Apenas com o nosso desejar!
Programas de tevê, jornais, internet
E o conhecimento a se multiplicar
Música a embalar minha vida!
De todos os jeitos, de todas as formas
No trabalho, nas conduções várias,
Na ida, e no doce regresso,
Nem sempre tão fácil
Deveras longo e cansativo, mas amenizado pelas canções
Metrô, trem, troleibus ...
De volta ao meu aconchego
Sons que aguçam os sentidos,
Fazem a imaginação viajar para mil países distantes
Magia e encantamento a nos enfeitiçar
Jogue longe as tristezas do dia
E assim, possamos com as melodias, mil novos mundos criar
Os sons a criarem em imagens mentais,
Cenários de beleza e poesia,
Todos ao nosso alcance
Viagens de sonhos e fantasia
Os sons a melhorarem nosso ambiente,
A atmosfera espiritual ao nosso redor
Abençoadas palavras cantadas!
Inspirados compositores, cantores
A mil amores embalarem
Os casais apaixonados a se encantarem,
Com suas histórias entoadas nas canções
E os imaginários sons, a construírem,
Com suas idéias
Lindas imagens a se materializarem em nossos pensamentos,
Modificando nosso viver
Traduzida em melhores pensamentos
E em boas idéias para nossa vida
E os sons de imaginários, abstratos,
Passam a concretude e a materiais serem,
E de alguma forma, ao assim tornarem-se,
Sons a fazerem parte de nosso viver, nossa existência!
Acompanhando nossos passos, nossa jornada
Nosso caminho, nossa vida
Quando a viver no interior,
Ouvir sertanejos sons
E ao se mudar para o ABC, novos ritmos conhecer
Ou se aprofundar em conhecimentos musicais,
Novas possibilidades
E por fim, retornar ao berço primeiro,
As primeiras idéias, aos iniciais gostos
Saudades a balançarem-se nas redes do tempo,
No balanço das memórias,
Na piscina de plástico montada no quintal espaçoso
O cachorrinho que mordeu o elástico em que estava amarrado, e fugiu,
O substituto e companheiro Snoopy
E as canções ouvidas em um radinho,
Constantemente deixado na cozinha, ou na área de serviço
Vida vivenciada através de experiências,
E também de canções,
Várias, as mais diversas!
E o respeito, faltoso nas salas de aula de nosso tempo,
E nas ante-salas da boa convivência,
Possa ser transmitido aos herdeiros de nosso tempo
Quem sabe através de bons exemplos,
Quem sabe também, através de belas canções ...
Neste mundo melhor, repleto de belezas físicas e mentais,
Que se afigura nas letras de muitas músicas,
Que talvez me faça gostar de música
E em assim sendo,
Acreditando que sim, as coisas podem melhorar!
Assim, eu espero!
E assim, nós que aqui estamos,
A viver, a lutar, a sofrer e a sorrir,
Pelos bons mensageiros, esperamos
Mensagens advindas na forma de músicas, poesias,
Obras literárias, novelas, filmes, minisséries, enfim,
Ensinos, doutrinas, conhecimentos ...
Tudo nos faça progredir e crescer,
Melhorando-nos cada vez mais!
Ó sons pronunciados, palavras verbalizadas
Os sons a construírem um melhor mundo
Sons e palavras a se embalarem,
Enroscando-se num eterno valsar!
E eu a recordar a vida se desenrolar ante meus olhos
Músicas a me saudar, mostrando meu passado
Em contraponto aos anos primeiros
Em que ao invés de saudades ter para recordar,
As saudades vinham em indefiníveis sensações
Melancolia de um sentir cada vez mais sentido,
Sem conseguir se fazer entender
E agora a experiências de um viver,
E boas coisas para se recordar também
Sem tantas saudades de um passado não vivido,
Tempos de antanho que não se pode alcançar,
Tantas décadas passadas!
E os sons a envolverem as histórias de vida de muitos seres:
“Do wanna you dance?”;
“Let me try again”;
“De longe a te querer, e a brisa a flutuar,
No azul da terra em movimento”,
Como na canção do memorável, 14 Bis!
E os sons se seguem, sucessivos, completos, complexos,
Sempre múltiplos,
Presentes em momentos diversos de minha vida
Imaginários sons! ...
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
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