CAPÍTULO 7
Quando contou a história do Capelobo/Cupelobo, tratou de dizer as crianças, que se tratava de um animal fantástico, de corpo humano e focinho de anta ou de tamanduá, que saía à noite para rondar os acampamentos e barracões no interior do Maranhão e Pará, matando cães e gatos recém nascidos para devorar.
Encontrando bicho de porte ou caçador, rasgava-lhe a carótida e bebia o sangue.
Só podia ser morto com um tiro na região umbilical.
-- É o lobisomem dos índios, dizem. Denuncia-se pelos gritos e tem o pé em forma de garrafa. – comentou ele.
Nisso as crianças riram.
O pescador então, percebendo que podia prosseguir em seu relato, continuou relatando, que no Rio Xingu, certos indígenas podiam se tornar capelobos, embora ignora-se como se processava a transformação.2
Ao dizer isso, emendou:
-- “Acreditam que nas matas do Maranhão, principalmente nas do Pindará, existe um bicho feroz chamado cupelobo...
Um índio timbira, andando nas matas do Pindará chegara a ver um desses animais, que dão gritos medonhos, e deixam um rastro redondo, como fundo de garrafa.
O misterioso animal tem corpo de homem coberto de longos pêlos; a cabeça é igual à do tamanduá bandeira e o casco com fundo de garrafa.
Quando encontra um ser humano, abraça-o, trepana o crânio na região mais alta, introduz a ponta do focinho no orifício e sorve toda a massa cefálica:
“Supa o miolo”, disse o índio.”3
As crianças, ao ouvirem o relato do pescador, ficaram impressionadas.
2 Luís da Câmara Cascudo, Geografia dos Mitos Brasileiros, “Ciclo dos Monstros”.
3 S. Fróis Abreu (Na Terra das Palmeiras, 188-189, Rio de Janeiro, 1931).
Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
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