CAPÍTULO 45
Já a lenda do Minhocão, foi a terceira narrativa contada.
Trata-se de uma serpente gigantesca, fluvial e subterrânea, vivendo no rio São Francisco e varando léguas e léguas, por baixo da terra, indo solapar cidades e desmoronar casas – explicando os fenômenos de desnivelamento, pela deslocação do corpanzil.
Escava grutas nas barrancas, naufraga as barcas, assombra pescadores e viajantes.
É a réplica da boiúna, sem as adaptações transformistas em navio iluminado e embarcação de vela, rivalizando com o barco-fantasma europeu.
O minhocão é um soberano bestial, dominando pelo pavor e sem seduções de mãe-d’água ou sereia atlântica.
“É um bicho enorme, preto, meio peixe, meio serpente, que sobe e desce este rio em horas, perseguindo as pessoas e as embarcações; basta uma rabanada, para mandar ao fundo uma barca como esta nossa.
Às vezes toma a forma de um surubim, de um tamanho que nunca se viu; outras, também se diz, vira num pássaro grande, branco, com um pescoço fino e comprido, que nem uma minhoca; e talvez por isso é que se chama o minhocão.”44
44 Saint-Hilaire registrou o minhocão em Minas Gerais e Goiás, tentando a possível identificação científica fixou o
depoimento dos barqueiros do São Francisco, em fins do séc. XIX. Histórias e Lendas do Brasil (adaptado do texto
original de Gonçalves Ribeiro). São Paulo: APEL Editora, sem/data. Dicionário do Folclore Brasileiro/ Câmara
Cascudo. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações S.A., sem/data.
Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
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