Passeios matinais
Em meio a construções da selva de pedra
As cidades e seus terminais urbanos
Ônibus que vem e que vão,
Para as mais variegadas direções
A enfrentarem caos e trânsito
Nos dias de jornadas trabalhistas
Obras e melhorias para maior acessibilidade dos carros
Rebaixamento de avenidas
Obras eternas que nunca acabam
E os políticos a esperarem os melhores momentos
Para assim a inaugurarem,
Com toda a pompa e circunstância
E os ônibus a circundarem as ruas repletas de construções
Caminhos estreitos, algumas áreas verdes
Carros velhos abandonados, velhas fábricas
E o aguardar a chegada do ônibus
Sentar-se próxima da janela,
E acompanhar a mudança das paisagens
Os prédios, as avenidas, as construções
As pessoas adentrando a condução
Algumas bem vestidas, bem arrumadas
Outras nem tanto
E o ônibus vazio, a cada vez mais ficar cheio
Trajetória em meio a destino verde
Pérola verde em meio a cidade de concreto
Passeio em jardim de plantas
Imponentes palmeiras imperiais
Em meio a curso d'água,
Passadiços em madeira
Durante o trajeto da viagem
Percurso em ônibus
Pelo Largo da Igreja do bairro Rudge Ramos
Igreja de curvas formas
Aproximada de lojas, ruas cheias de curvas
Caminhos sinuosos
Caminho longo, a atravessar cidades diversas
Até se chegar a um bonito jardim
À frente, a entrada imponente de um jardim
Jardim Botânico
Com suas inúmeras construções
Museu com amostras de sementes
Pequenos fragmentos de natureza,
Em minúsculos cestos arrumados,
Em uma bancada envidraçada
Óleos diversos extraídos das árvores
Armazenados em delicados frascos de vidro escuro
Gravuras de exemplares de árvores
Amostras de folhas
Construção enfeitada de heras,
A formarem uma faixa verde natural na construção
Nas laterais, entalhes e nomes de plantas
Além do mobiliário utilizado pelos botânicos,
Que se dedicaram em catalogar exemplares de árvores e plantas
Estudá-las,
E descobrirem as suas mais diversas aplicações
Local com muitas pinturas e gravuras para representá-las
A natureza, e as plantas
Justificando o nome e determinando a finalidade do local
Em certa estufa, denominada orquidário
Um ambiente construído em pedras,
Adornado de bromélias
Peixes grandes e avermelhados
A nadarem no lago artificial
No meio do lago,
Um caminho de pedras a atravessá-lo
Do lado de fora
O Lago das Ninfeias,
Repletos de plantas aquáticas a boiarem na superfície das águas
Com suas flores repletas de delicadas pétalas
Pétalas esbranquiçadas com miolos amarelos
Ninfeias a também comporem
Lagos em Santo André
Terra livre e querida
Imortalizada em pintura,
De célebre artista francês impressionista,
Monet
Paturis, quero-queros
E outras aves a habitarem o lugar
A fazerem da península artificial, sua morada
No caminho sinuoso da natureza
Artificialmente produzido pelo homem
Barulho dos freios do metrô
O barulho da cidade,
A perturbar a tranquilidade do jardim
A contrastar com seu silêncio quase constante
O canto das cigarras,
Em meio a mata fechada
E os imponentes pórticos opostos,
A abrigarem escadas compridas
A margearem densas matas
Muita terra, muito limo, e áreas gramadas
Esculturas, bancos para se sentar
Brejos naturais, e pequenos cursos d'água
Além de uma nascente
Túnel de bambum e muitas rotas, caminhos
No caminho de volta,
A espera em um ponto de ônibus solitário
Em meio a estrada estreita
A observar a passagem de diversos coletivos
Até chegar um ônibus com letreiro diminuto,
A quase impossibilitar sua visualização de longe
E a sinalizar sua parada,
Quando o mesmo já se aproximava
Regresso novamente acomodada
Passeio por novos caminhos, de regresso ao lar
A descer em meio a famosa Avenida,
Senador Vergueiro
A abrigar nome expoente da política
Dos tempos do Brasil Império
Avenida paralela a outra avenida,
Margeada por uma pinguela
Possuindo em seu bairro,
Belos e imponentes sobrados, casas grandes
Pintadas de cores vivas
Propriedades floridas
Grandes terrenos
As terras de minha morada,
A abrigar terreno de antiga fazenda
Em extensa área a abrigar moradas várias
No bairro Jardim do Pilar
Novos passeios, visitas
Crianças recém-nascidas
Bebês delicados a habitarem o colo de seus pais
Aniversários, natalícios
E mil outros projetos de passeios
A fim de se conhecer a cidade metrópole
Município a jamais adormecer
METRIFICAÇÃO SEM MÉTRICA
I
Enquanto tento encontrar a rimar perfeita
E metrificar, mensurando o que não pode ser medido
Contento-me em contemplar o intangível
A vislumbrar o inalcançável, e a tocar o inatingível
II
Enquanto penso
Os pensamentos vageiam
As ideias ficam desordenadas
E a metrificação, cada vez mais almejada
É menos alcançada
E os poemas metafísicos
Ficam cada vez sem métrica
III
Eis a metrificação sem métrica
Pois em não sendo poeta acadêmico
Beletrista,
Pensa com o repositório das melhores ideias contemporâneas
E assim, viva a liberdade sem métrica
Os versos brancos e livres
A poesia aerada e livre de rótulos acadêmicos
O jeito mais livre e puro de se sentir a poesia
Basta vivê-la,
O sentir é mera consequência!
E com o isto, o escrever se torna livre,
Belo e sem amarras
Viva o pensar poético!
Viva o viver poético!
PASTORIS
Campos verdes livres
Árvores a balançar ao sabor dos ventos
Um rio ao fundo
Pomar com plantas várias
Trepadeiras a deslizarem de seus caramanchões
A darem de fundo para um amplo vale verde
E o vento fresco
A trazer a brisa suave da tarde,
A perfumar os dias tranquilos
E a mesa enfeitada com iguarias
Pães, sucos, doces, queijos, geleias
Os mais diversos produtos, feitos no campo
As pessoas riem, confraternizam
Contam histórias de seus dia a dias corridos
Pressa, problemas
Em contraste com a calmaria do lugar
Pomares repletos da mais ampla gama de frutas
As mais comuns, as mais exóticas
Flores a comporem o jardim
Rosas de variadas cores
Margaridas, orquídeas, bromélias,
Antúrios, hibiscos, trepadeiras
Árvores repletas de flores, de frutos
Animais ao longe
Pastos repletos de árvores frondosas
A abrigarem os animais
Que se refrescam em sua densa sombra
Tendo ampla pastagem para ruminar
A noite o ambiente iluminado por vaga-lumes
E pelo brilho das estrelas
Periodicamente acompanhado por um deslumbrante luar
Um lago para se desfazer do calor do dia
Cachoeiras
Muito verde, muitas árvores a circundarem a estrada
Fazendas e grandes propriedades
Culturas diversas
O sonho sendo o mesmo
De um viver bucólico
Pastoreando,
Apreciando as melhores qualidades do viver natural
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
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