CAPÍTULO 42
Em passagem pela região do Rio São Francisco, ao passear de barco pelo rio, os cinco viajantes se depararam com um rio impressionante.
Nascido na Serra da Canastra, a cerca de mil metros de altura, logo ao deixar a serra, despenca duzentos metros na Cachoeira Casca d’Anta, desce em degraus e, entre Pirapora – Minas Gerais – e Juazeiro – Bahia – , flui suavemente, permitindo que barcos de todos os tamanhos naveguem suas águas.
E esse era o trecho percorrido até então pelas famosas gaiolas.
Hoje, o Parque Nacional da Serra da Canastra, preserva a nascente do grande rio, guarda vales de excepcional beleza, florestas nativas, campos e, para arrematar, tamanduás, tatus-canastra e lontras, ao vivo, em cores.
O velho Chico, como é conhecido o Rio São Francisco, caminha para o mar, irriga a terra árida e realiza o milagre de dar vida ao sertão.
Quem diria que alguns olhos d’água escondidos pela vegetação baixa e ressecada do Chapadão da Zagaia, Serra da Canastra, Minas Gerais, geraria um dos maiores rios do Brasil, o rio da unidade nacional.
Quatro estados nordestinos recebem suas águas generosas, que atravessam dois mil quilômetros de cerrado, até chegar à caatinga, e serve como divisa entre Minas e Bahia, Bahia e Pernambuco, Bahia e Alagoas, Sergipe e Alagoas.
Por fim, depois de Propriá – Sergipe – e Penedo – Alagoas –, deságua no mar.
É fácil navegar entre Pirapora – Minas Gerais e Juazeiro – Bahia.
Daí para a frente, só incorporando o espírito de aventura de Richard Burton – diplomata e escritor inglês, que se aventurou pela região.
Isso por que, é necessário se aboletar numa canoa e torcer para que tudo dê certo.
O Rio São Francisco, percorre as cidades de Januária, Bom Jesus da Lapa, Xique-Xique, Petrolina, Juazeiro, Propriá e Penedo, mas também as hidrelétricas que produzem seis milhões de kilowatts (Três Marias, Sobradinho, Itaparica, Paulo Afonso, Xingó), além de três milhões de hectares agricultáveis, minas de ferro e ouro, garimpos de diamantes e outras pedras preciosas.
Em se plantando tudo dá, como provam melões, uvas e demais frutas cultivadas na região.
Os turistas encantados, trataram é claro, de verificar a grandiosidade da natureza.
As velhas carrancas que enfeitavam os barcos na região, agora só são encontradas nas lojas de artesanato, já que estes monstros, que com três gemidos avisariam o barqueiro do naufrágio iminente da embarcação, viraram uma disputada peça de decoração.
Porém, voltemos ao rio.
De repente, este é represado no maior lago artificial que existe, o de Sobradinho, dá uma guinada para o leste, e despenca na Cachoeira de Paulo Afonso.
É nesse momento que começa a agonia, da chegada à foz, um território ermo entre Piabaçu e Brejo Grande, três mil e cento e sessenta e um quilômetros depois de deixar a nascente.
Então, o espetáculo principal, consiste em ver, por um bom tempo, aquelas águas barrentas atingirem as águas verdes do mar.
Quando a cor e o sabor da água perdem as características originais, o rio do sertão virou mar.
No entanto, além da beleza do lugar, pode-se também aproveitar, para ouvir muitas de suas lendas.
Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
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