Poesias

domingo, 17 de maio de 2020

Micropoemas

I
Esta vida nada mais é
Que um belo presente
A todos os seres viventes
Que aqui habitam estas nascentes
Riso crescente
De um povo descrente
Do melhor a fazer por si

II
E o céu claro limpo, sem nuvens
Coberto por estrelas luminescentes
A nos trazer a beleza e a pureza
Dos nossos melhores pensamentos

Curtir pequenos gestos
A engrandecerem a mesquinhez da vida
Sempre monótona e cansada

E o dia a se afigurar nascente,
Crescente, por trás de uma tangente

III
Curtir a beleza dos passos desta estrada
Sinuoso caminho
Nem sempre tão certo
Longe ao longo
Absurdo
Sempre a se chegar a um resultado
Longo, ressoo
A devanear em pleno voo imaginário

IV
Pequenos presentes a engrandecerem a vida
Os sinos do alto das torres de igrejas antigas
A badalarem o sinal dos tempos
Ouço como uma voz a me soprar
Barulhos ao vento
A uivar em nossos ouvidos
Presentes,
Ecoam a vida inteira
Presente é aquilo que se acrescenta a vida

Quaisquer coisas que de pequenas,
Imensas se fazem, e coloridas
A se abrirem em vastidão vertiginosa
A nos mostrarem novos jeitos de se ver
As mesmas velhas, novas coisas

V
Computador,
Pequena máquina de se fazer maravilhas
Repositório de saber e de conhecimento,
Arcabouço de lembranças e de futilidades
Depositário do inimaginável
A ser imaginado por alguma mente distante
E infelizmente, nem sempre brilhante

Computador,
Terra das infinitas possibilidades
A trazer uma ampla gama de atrativos
Imagens e deleites,
Para seus apreciadores
Desde que o saibam escolher
O belo e o bom
Em seu oceano de potencialidade Nem sempre adequado


VI – ALTERA

No jardim das alterosas
Ondeantes formações de relevo
A com seu enlevo, enfeitarem as paragens
Montanhas majestosas
Relevo altaneiro
Beleza exemplar de relevo raro
Do belo jardim de flores mineiro
Históricas construções,
Estradas de pedra
Cenários de sonho e de sons
Enlevo
Tudo a compôr o cenário
Preciosa gema
Alteridade
Das culturas distantes

VII
A chuva a correr de lado
A enfeitar a feia fiação, de gotas brilhantes
De longe a parecer pequenos diamantes

E a chuva a correr pelas ruas, calçadas, avenidas
A fazerem corredeiras
Alagadiços
A causar tumultos
A formarem pequenos rios onde não podem escoar
A molhar, encharcar pés
Com corpos molhados a chegarem em casa

Quem diria que torrentes inocentes
A correrem em gotas por vidraças
Pudessem se tornar fonte de transtornos e caos?

VIII
E o sol ausente
Destas manhãs e tardes de vento
Onde estará o astro rei?
Onde estará?
Sinto saudades de seu calor
Seu colorido dourado
A contrastar com a suave brisa
A temperar sua intensa temperatura

Acaso o encontre perdido no mundo
Por entre países em confins distantes
Mande-lhe lembranças
Diga estou a sentir sua falta
Seu calor aconchegante
A falta de suas cores

Os seus tons,
A mudarem de cor a minha pele
Sol, majestoso rei sol
Onde estará?
Sinto sua falta

IX
As folhas secas amareladas e caídas
A contrastarem com o verde vivo das gramas
Que por ora as recobrem
Folhas mortas,
A levadas serem, por rajadas frias de vento
Folhas secas,
Caídas de plantas e árvores

Verdes um dia foram
Folhas secas, levadas pelo vento,
Percorrendo estranhos caminhos
Como se estranhos fossem,
Os caminhos da vida
Repletos de folhas vivas, verdejantes,
Folhas secas, amareladas, mortas
Amalgamado
Como somente o podem ser,
Os caminhos da vida

X
Sensoriais impressões
As mais diversas experiências dos sentidos
Encantamento de visões
Com suas cores e formas inesperadas

O saborear o sólido
Como se vinho fora
Sorvendo alimento saboroso
Bebendo o bom vinho

XI
Passeando por belos lugares,
Celebrar o aproveitamento da vida
Caminhando por jardins suspensos
Espreguiçadeiras para se deitar
O sol a banhar as gramíneas

Avistar a cidade e seus arranha céus do terraço vivo
Grama verde para se pisar
Linda exposição a homenagear,
Um mito da MPB
Flor de Elis
Monumento da Música Brasileira
Sua voz, sua imagem, textos, fotografias,
Vídeos, documentário, clipes
Álbuns,
LP's
Tudo disponível
Ao acesso de todos
Centro Cultural
Amplo, espaçoso, monumental
Homenagem a música

XII
Céu cinza, escuro
Nuvens densas a pairar
E eu cá na vida,
Estou nela a pensar
A ameaça de chuva a espreitar
Ficar em coisas pensar

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

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