CAPÍTULO 13
Quando o pescador então, contou sobre o mito da Mãe-do-Ouro, e tratou de salientar que era uma narrativa, inicialmente meteorológica, ligada aos protomitos ígneos, posteriormente ao ciclo do ouro.
-- “Mulher sem cabeça, que habita debaixo da serra do Itupava, entre Morretes e Antonina, província do Paraná.
Tem a seu cargo guardar as minas de ouro.
Onde ela está, é prova evidente de que há ouro, e por isso tomou o nome.
Porém, há poucas pessoas da localidade que afirmam tê-la visto.”6
Na região do São Francisco é a zelação, estrela cadente, serpente-mãe-do-ouro, encantada.
Em São Paulo não há forma, mora nas grotas, persegue homens, e estes preferidos deixam a família, seduzidos como por uma sereia; citam-na como uma bola de fogo de ouro.
No Rio Grande do Sul é informe, agindo com trovões, fogo, vento, dando o rumo da mudança.
Noutra versão, a mãe-do-ouro passeia luminosa, pelos ares, mas vive debaixo d’água, num palácio.
Todas essas variações, e o conhecimento do pescador acerca dessas aparições, se deve ao fato de o mesmo, antes de ter aportado naquelas terras, conhecer muitos lugares distantes.
Além disso, como bom prosador, sabia como poucos, conduzir uma narrativa.
Por essas e por outras razões, as crianças ficavam por horas, ouvindo suas histórias.
Ouvi-lo era como se também tivessem vivido todas aquelas aventuras.
Era como se também conhecessem um pouco do Brasil.
E assim, o pescador, percebendo o fascínio crescente das crianças por suas histórias, continuou a contar mais e mais lendas.
6 Os registros subseqüentes indicam sua transformação. Vale Cabral.
Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Luciana Celestino dos Santos
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