CAPÍTULO 3
Foi então, que um dos pescadores resolveu contar a história do Automóvel Encantado.
Com isso, começou contando, que os choferes profissionais de longas viagens noturnas, transportando cargas do Nordeste para os Estados do Sul e do Centro do Brasil, falam da existência de veículos encantados, aparecendo e desaparecendo misteriosamente, embora denunciados pelas luzes ofuscantes dos faróis ou pela mancha vermelha da lâmpada traseira.
Raro será o motorista sem uma história impressionante nesse gênero.
O chofer de praça, nas cidades, dá igual depoimento dos automóveis fantásticos, nas altas horas da madrugada citadina.1
O folclore da máquina é tão rico e variado como qualquer dos congêneres.
Motores que trabalham espontaneamente, luzes que se acendem sem iniciativa técnica, rumores típicos de mecanismos que estão, quando verificados, absolutamente parados; são histórias vivas em centenas de exemplos nas usinas e parques industriais.
Comentou ele encerrando sua história.
As crianças, ao ouvirem o relato do pescador, ficaram admiradas.
Afinal, como ele podia saber de tanta coisa?
O pescador, então, ao ver o brilho de encantamento nos olhos das crianças, contou, que em suas viagens pelas cercanias, teve a possibilidade de conhecer muitos caminhoneiros, e o privilégio de conhecer suas lendas e histórias.
Histórias, que segundo ele, eram realmente fantásticas.
Com isso, fascinadas que ficaram com a pequena história do pescador, pediram-lhe insistentemente, que contasse outras lendas, tão interessantes quanto aquela.
E foi isto que o pescador fez.
1 - Luís da Câmara Cascudo, “Superstições e Estórias de Chofer,” O Estado de S. Paulo, setembro de 1958.
Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
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