Valsando juntos
Mãos seguranças em uma dança delicada
Rodopio pelo amplo salão
Vestido longo, vaporoso
A fazer movimentos encantadores pelo salão
Com desenhos etéreos no ar
A desfazerem-se em poucos minutos
Abraçados, estando o rosto inclinado, a contemplar seu parceiro
Zanzando pelos salões, convidados
Belas luminárias a compor o ambiente
Pessoas animadas, conversando no jardim
E o tempo a correr, constante, nestas horas alegres
Delineando contornos
Esfinge que nos espera
Para decifrar mistérios infindos
Sempre a nos espreitar
Factual
Consentâneo com as melhores piores coisas do presente
Herança de nossos tempos
Imanente, latente
Sempre a nos acompanhar
Mesmo que não queiramos a sua presença
Gelosias, onde os melhores pensamentos
Permanecem sempre ocultos
Jovens em busca de melhores perspectivas
Linhas indivisas que se transformam
Transbordam, sobejando em seu ser
Novamente o casal a valsar pelo salão
Deslizando em seu chão frio e brilhante
Piso cuidadosamente lustrado
Felizes, caminham juntos em direção ao jardim
E dançam novamente
O vestido vaporoso a mudar de forma,
Os ventos a invadirem todos os espaços vazios
E ao sabor da atmosfera, todas as formas mudar
A brisa fresca do vento
O esquecimento a nos assombrar
Querer mais do que nunca,
Jamais esquecer
Tempo, este cavalheiro sempre constante
Posto que sempre presente está
Mas ao mesmo, nunca o é da mesma forma
E o esquecimento a nos assombrar
Querer mais do que nunca
Não se sabe o que
Talvez jamais esquecer
Tempo
Universal
Indivisível
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
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