Poesias

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sexta-feira, 11 de junho de 2021

EMPADA CASEIRA

Receita

Ingredientes:

Massa de Empada:
400 gr de farinha
5 colheres de manteiga gelada
2 ovos
1 colher de chá de sal
250 gr de margarina
1kg de farinha
1kg de farinha
500 gr de margarina
2 ovos

Modo de Fazer: 

Misture os ingredientes, mexendo até formar uma massa de aspecto esfarelado.
Após, pressione a massa para lhe conferir um pouco de umidade, para o manuseio em forminhas.
Coloque pouca massa, e acrescente recheio de sua preferência (pode ser de frango, palmito, etc.).
Com uma camada fina de massa, faça uma tampa para as empadas.
Asse as empadas. Acompanhe o processo e só retire do forno, quando estiverem douradinhas.

Pronto! Agora é só degustar!
Bom Apetite!

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

COISAS DO BRASIL PARTE 3 – REGIÃO SUL CAPÍTULO 19

Em Canela, os turistas foram conhecer o Museu do Castelinho. 
Castelo em estilo enxaimel, de 1913, é a primeira construção da cidade – herança alemã. 
Possuí objetos do início do século da família Franzem e uma casa de chá onde é servida a apfelstrudel, num bosque de pinheiros. 
Depois, os turistas visitaram a Catedral de Pedra. 
A edificação, construída com pedra basáltica, em estilo gótico inglês, tem torre de sessenta e cinco metros e carrilhão de doze sinos. 
No Mundo a Vapor, os turistas passearam por um parque com vegetação nativa, e miniaturas a vapor contam a história da Revolução Industrial. 
Há miniaturas de unidades de produção – siderúrgica, olaria e pedreira com estação de britagem. 
Um trenzinho faz passeios com turistas. 
É um programão para os guris. 
Artesanato e lanchonetes em casinhas européias, encantam a todos. 
No Parque das Sequóias, os turistas caminharam em meio a árvores frondosas, cultivadas pelo obstinado Curt Mentz. 
Além de sequóias, metassequóias e ginkgo biloba, a espécie mais antiga da Terra, tem veados, lebres, gralhas azuis. 
No Parque do Caracol, os turistas se divertiram a mil. 
Lá a, Cascata do Caracol, de cento e trinta e um metros, é formada pelo Rio Caracol, cujo leito tem curvas que imitam o bichinho. 
Fica num vale exuberante: cobertura vegetal nas encostas e mata de araucária no alto. 
Passeios orientados por guias. 
Aproveitando o passeio, desceram exatos seiscentos e noventa degraus e foram à base da cascata. 
No parque, brinquedos, quadras esportivas, churrasqueiras, artesanato e restaurante. 
No Vale da Ferradura, os turistas avistaram o desfiladeiro de quatrocentos metros, por onde corre o Rio Santa Cruz. 
Admiram ainda, uma exuberante mata nativa e uma cascata formada pelo Rio Caçador. 
Bela vista do mirante! 
No dia seguinte, os turistas foram passear no Parque do Pinheiro Grosso. 
Em meio à mata nativa, uma araucária de setecentos anos, velhinha, tem quarenta e dois metros de altura e é bem roliça: possuí dois metros e setenta e cinco centímetros de diâmetro. 
Já no Parque Bromberg, os turistas se deslumbraram com trezentos hectares de mata, quase toda nativa e preservada. 
Possuí dois mirantes: vista da Cascata do Caracol, do Vale do Rio Santa Cruz e do Morro do Gato Preto. 
Nos Morros Pelado, Queimado e Dedão, deles se tem espetacular vista do Vale do Quilombo. 
Em Nova Petrópolis, os turistas conheceram uma réplica de aldeia alemã no Vale dos Sinos, caminho para Gramado e Canela. 
Na Rua Quinze, ofertas de malhas, roupas de couro e artigos de pele. 
Mais tarde, foram assistir ao Rodeio Crioulo. 
Em janeiro, a farra é cavalgar animais xucros, fazê-los corcovear sem cair, disputar o tiro de laço ao bezerro, sapatear um fandango e jogar um futebol – pelada disputada com um boi dentro do campo.
A seguir, foram acompanhar o Festival de Bonecos, onde puderam apreciar espetáculos de marionetes, fantoches e teatro de sombras, com participação de russos, espanhóis, chineses, alemães. 
Em Bento Gonçalves, os turistas, logo que chegaram a cidade, foram ver o Pipa-Pórtico, um portal de entrada à altura da capital da uva e do vinho: uma pipa gigante com dezessete metros e trinta e cinco centímetros. 
No Museu do Imigrante, os turistas ao passearem pelo casarão tombado, se depararam com sala de vídeo, documentos e objetos dos imigrante italianos. 
Já na Igreja de São Bento, os turistas conheceram um monumento a Deus e ao vinho: em forma de pipa e altar feito com barris. 
Na Capela das Neves, os turistas puderam admirar a edificação construída por imigrantes durante a seca de 1907. 
Detalhe: com a falta d’água, a argamassa levou vinho. 
Ao conhecerem a Ferradura, os turistas viram o Rio das Antas contornar um morro e marcar a paisagem com uma enorme ferradura. 
Na Ponte do Rio das Almas, os turistas descobriram que esta é uma das maiores do mundo com arcos paralelos, com cento e oitenta e seis metros de vão. 
Oferece uma bela vista da Ferradura. 
Na Colônia de São Pedro, entre plátanos e araucárias, a vila de casas de pedra construída pelos italianos em 1889, com destilaria – réplica de um castelo de Vêneto – e ferraria movida por rodas d’água. 
Venda de geléias caseiras, travesseiros de pluma de ganso e artesanato local. 
Depois, os rapazes foram passear de Maria Fumaça. 
Partindo da Estação Ferroviária, ao som de bandinha, os turistas se deliciaram com o passeio, além de beberem vinho. 
Durante o passeio o trem percorre vinte e três quilômetros de montanhas e vales, com parada em Garibaldi, onde se simula um assalto. 
Passado o susto, dá-lhe champanha e música italiana até Carlos Barbosa. Por fim, assistiram a Festa Nacional do Vinho. 
A homenagem ao deus Baco acontece nos anos ímpares, em julho, com muita música e comida.
 Contudo, como ninguém é de ferro, todo ano tem o Festival do Vinho. 
Em Caxias do Sul, os turistas foram conhecer a Igreja de São Pelegrino. 
Esta construção, em estilo gótico, com pinturas de Aldo Locatelli, tem suas portas de bronze em alto-relevo e contam a epopéia da colonização italiana. 
Destaque para a réplica da escultura ‘Pietà’, de Michelangelo, doada pelo Papa Paulo VI nos festejos do centenário da imigração italiana. 
No Museu Casa de Pedra, os turistas conheceram uma construção camponesa típica do século passado, feita com pedras irregulares e decorada com móveis e objetos trazidos pelos primeiros imigrantes. 
No Museu Municipal, os turistas viram filmes, fotos, documentos e objetos pessoais e obras de arte da colonização italiana. 
Ao passearem pelas principais ruas da cidade, os turistas avistaram o Monumento ao Imigrante. 
Com estátuas de pedra e bronze com quatro metros e meio de altura, retrata um casal de imigrantes com uma criança no colo. 
No local, o Museu da Uva e do Vinho exibe utensílios centenários para fazer vinho, ainda usados nas pequenas cantinas – máquina de moer uva, balaio de colheita e engarrafador de vinho. 
Na Réplica da Cidade, os turistas se encantaram com a maquete em tamanho natural de como era Caxias do Sul em 1885, dez anos depois de sua fundação. 
A pitoresca vila tinha dezoito casas de madeira, igreja e até coreto da praça. 
No CTG Rincão da Lealdade, os turistas conheceram o Museu de Cultura Gaúcha, com objetos e instrumentos de trabalho dos primeiros habitantes, além de pratos típicos e shows de música e dança.
Mais tarde, os turistas assistiram, a Festa Nacional da Uva, realizada no segundo maior centro de exposições da América Latina. 
A mostra é feita desde de 1931 – com artesanato, produtos e vinhos da Serra Gaúcha. 
Depois, os cinco rapazes novamente partiram. 
Agora em direção as Missões. 
As ruínas das Missões guardam trezentos anos de memória, das povoações criadas pelos jesuítas espanhóis para catequizar os índios. 
São relíquias da utopia que visava construir uma comunidade cristã coletivista, onde ninguém era dono de nada, e Deus, o senhor de tudo. 
Mas entre os índios e o verbo havia a verba: bandeiras paulistas escravizaram milhares de índios. 
E a fé da Companhia de Jesus, diante desses brancos selvagens, pediu falência em 1641, quando os religiosos sentiram que os bandeirantes não estavam para brincadeira, e que era Deus no céu e ouro na terra. 
Contudo, o mundo gira e a Igreja roda. 
Tanto que, em 1680, os jesuítas voltaram, encontraram os velhos amigos índios e fundaram os Sete Povos das Missões: São Borja, São Nicolau, São Luís Gonzaga, São Miguel, São Lourenço, São João Batista e Santo Ângelo. 
Nos povoados a disciplina era militar. 
Os índios recebiam educação esmerada, tornando-se agricultores, escultores, músicos. 
Mas o sonho não resistiu ao toma-lá-dá-cá entre Portugal e Espanha, quando, sem consultar os índios e os jesuítas, as duas coroas assinaram um acordo, passando as terras das Missões para os lusos. 
Os guaranis se revoltaram até o massacre. 
E o fim vive em ruínas. 
São Ângelo registra sonhos de diversas épocas. 
A Catedral Metropolitana está no mesmo local da igreja missioneira de 1707, com traços renascentistas e barrocos, estátuas do austríaco Valentin von Adamovich e afrescos de Tadeu Martins. 
O Monumento ao Índio Guarani homenageia o herói Sepé Tiaraju, que defendeu o território contra os espanhóis. 
E a plataforma da Estação Ferroviária entrou para a história em 1924, quando Luís Carlos Prestes partiu daqui com sua tropa para o movimento conhecido como Coluna Prestes. 
As ruínas jesuíticas de São Miguel, tombadas pelo Patrimônio da Humanidade, são o mais impressionante monumento deixado pelas Missões – colunas, arcos e capitéis erguidos com pedras empilhadas, sem argamassa. 
A igreja renascentista exibe blocos de mais de mil quilos e paredes com espessura de até três metros.
Restos de construção revelam prédios que abrigaram a prisão, um refeitório com adega, salas de aula, oficinas de carpintaria, o hospital e a casa de recolhimento, abrigo de órfãos e mulheres desamparadas.
E no Museu das Missões, projetado por Lúcio Costa, mais de cem estátuas da arte missioneira, em estilo barroco e com traços indígenas. 
À noite, as ruínas de São Miguel ganham vida com o espetáculo de som e luz, que conta a história de Sete Povos nas vozes dos artistas como Lima Duarte e Fernanda Montenegro. 
O Santuário de Caaró, onde se veneram os jesuítas mortos pelos índios, é palco de romarias em novembro. 
E São Borja, a mais antiga povoação das Missões, ganhou fama no século passado como terra natal e jazigo dos presidentes João Goulart e Getúlio Vargas. 
Nos Pampas, os turistas descobriram que o apego ao prado e o cavaleiro, construíram a identidade do povo gaúcho. 
Isso por que, o gaúcho surgiu nas coxilhas, na relva macia das planícies arredondadas por colinas suaves, filho mestiço de índios, portugueses e espanhóis. 
Sentinela do campo, tornou-se pelejador por necessidade, para defender sua posse – e afinal, é a fronteira do Brasil. 
Tornado gaúcho por menosprezo, transformou o apelido em tradição, numa auto-elogio que ele cultiva e venera. 
Ser gaúcho é ter raízes nas estâncias, no fogo de chão que faz da terra a mesa de seu churrasco, no chimarrão que sorve silencioso, no pilchado autêntico do vestuário. 
Ser gaúcho é orgulhar-se das bombachas – as calças folgadas presas ao tornozelo –, das botas, das esporas, do poncho, do lenço atado ao pescoço, do chapéu de abas redondas. 
É guiar o gado, laçar o novilho, galopar o cavalo, enfrentar o rodeio e cair no fandango. 
Esse gaúcho verdadeiro, talhado nas disputas territoriais, moldado pelas trocas culturais, habita as terras da fronteira. 
Enfim, Santana do Livramento está a uma avenida de Rivera, sua irmã siamesa uruguaia sempre lotada de brasileiros por causa dos frees-shops e do Cassino de Estado. 
Uruguaiana a uma ponte da argentina Paso de Los Libres e suas ofertas de couro e lã. 
Em Rosário do Sul, o gaúcho se desnuda no verão nas praias do Rio Santa Maria, e se apresenta típico nas portas do casario português, de pé direito baixo, tomando chimarrão na calçada. 
Os sítios históricos, os muros da fortaleza de pedra, vestígios das trincheiras, os abrigos subterrâneos de armas e os museus de São Gabriel, Dom Pedrito e Caçapava do Sul revelam as lutas em que se meteram no passado. 
Alegrete, terra de Mário Quintana e Oswaldo Aranha, é reduto do fandango, os bailes campestres de danças sapateadas ao som de músicas regionais puxadas pela viola. 
Bagé também é festeira, especialmente durante a Semana Crioula, em março, quando recebe uruguaios, argentinos e paraguaios para os concursos de laço, fandango e tertúlias – reuniões típicas nas casas locais. 
Só fica tristonha no dia 24 de maio, dia de Nossa Senhora Auxiliadora: aí, as mulheres mantêm a tradição de acender velas nas janelas desde a Guerra do Paraguai. 
Por que, se um gaúcho não foge à luta, sua companheira jamais esquece o homem que tombou na batalha.  

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

quarta-feira, 10 de junho de 2020

COISAS DO BRASIL - PARTE 1 – A REGIÃO NORDESTE CAPÍTULO 64

CAPÍTULO 64

Em seguida, comentou sobre a ‘Lenda do Companheiro do Fundo’:
“São entes sobrenaturais que se acredita habitar o fundo dos rios e dos igarapés ou dos poções.
Lá estão os companheiros do fundo, também chamados caruanis.
Habitam um reino encantado, espécie de mundo submerso.
O reino é descrito à semelhança de uma cidade, com ruas e casa, mas onde tudo brilha como se revestido de ouro.
Os habitantes desse reino do fundo dos rios têm semelhança com criaturas humanas.
Sua pele é muito alva, e os cabelos louros.
Alimentam-se de uma comida especial que, se provada pelos habitantes deste mundo, os transforma em encantados que jamais retornam do reino.
Os companheiros do fundo, agem como espíritos familiares dos pajés ou curadores.
A concepção desses companheiros é algo de vago para o leigo.
Alguns acreditam que sejam botos, considerados extremamente malignos.
Outros distinguem entre companheiros e botos, classificando estes últimos em uma categoria especial de seres encantados.
Uma ou outra concepção lhes atribui realidade, existência.
No primeiro caso, as criaturas tomam a forma de boto, mas, no fundo, têm mesmo a semelhança de humanos.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil. 

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 


domingo, 17 de maio de 2020

XIII Micropoema – Palavras. E XIV Bloco de Pedra.

XIII Micropoema – Palavras. 

Por que tudo tem que por elas começar?
Sinto-as múltiplas, várias, ávidas, ansiosas.
A correrem de um lado para o outro, aflitas, sem rumo.
O que delas fazer?
Por que tememos escravos dela ser?
Seu universo é vasto, não se sabendo onde se pode chegar.
E assim a pensar, em que destino a elas encaminhar.
Como eu, a pensar coisas muitas, sem chegar a conclusão alguma.
Perdida, a se debater em questões como: O que fazer? O que pensar? Por que nos fora negada, a simplicidade das crianças? Seu olhar curioso, interessado por tudo?
E a conclusão chegar de que nunca devem perder de vista sua infância, assim como a criança que habita em cada um de nós.
A não se deixar contaminar pelo mal humor crônico de certas pessoas que não conseguem ver nada de bom na vida.
Mude seu olhar.
Não seja você está pessoa que tanto repudias.
Seja feliz nas pequenas coisas.
Impensadamente.
Humanos seres, a serem espelho de outros seres.
Pois quanto mais se critica, mais se chega a si mesmo.
Pois ao se ver refletido nos outros seres, mais expõe os próprios defeitos.
Agrura, ao ver refletido nos outros, os seus próprios defeitos.
Palavras afinal, qual será sua finalidade?
Agredir, ofender, diminuir, ferir?
Ou expandir, engrandecer, elevar, aprimorar?
Auxiliar na comunicação?
Agregar os povos?
Ou separar, dividir?
Às vezes, penso ser ela, mais um instrumento de guerra, como o fora a invenção de Dumont.
Palavras a ganharem extrato corpóreo, a quase se tornarem físicas, ao serem impressas em textos, em livros.
Ou a nunca abandonar seu aspecto imaterial, etéreas, a comporem nossa interioridade, ao som de belos poemas, melodiosas canções, conversas, cenas de filme, novelas, apresentações, shows. Palavras, a ajudarem a formatar um universo interior, assim como as cores, as formas, os cheiros, imagens e sons.
Sons articulados a formarem palavras.
Momentos de vida que se foram, mas ao voltar, ganham vida em nossas mentes, através de suas imagens, suas cores, seus sons.
Universo imagético e pessoal.
Palavras não verbalizadas, mas pensadas.
A ironia de um texto longo, a se fazer curto.
Micro poema, a compor o microcosmo do mundo.
A imensidade da vida.
O universo das palavras.
A individualidade dos seres.
Por elas tudo começa, e por elas tudo termina.
Palavras.

XIV

Bloco de Pedra

E eu a me recordar de uma linda apresentação de um bloco de maracatu.
Com seu grupo de mais de vinte pessoas, entre homens e mulheres, todos paramentados.
As moças, com suas saias brancas leves e rodadas, cabelos enfeitados por uma faixa branca adornada com flores coloridas de pano.
Algumas moças estavam maquiadas.
Blusa vermelha, saia branca.
Os rapazes de calça branca, blusa vermelha.
A compor o ambiente, tambores, instrumentos para tocá-los, batê-los.
Instrumento de metal, e espécies de chocalhos, a extraírem sons diversos.
Os sons da África.
Este velho e desconhecido continente.
E o som a ecoar, invadir o ambiente, a percorrer o chão, como a trilhá-lo.
O teto, as paredes, a vibrarem, embalados pelo som.
Tremulando como bandeiras ao vento.
O som, a vibração dos tambores, dos instrumentos, sons a se espalharem, ecoarem em nosso peito, que vibra no mesmo compasso.
A dança animada ao lado da bandeira, marco a identificar o maracatu.
A moça a rodopiar com sua saia branca, e a porta-bandeira a segurar o símbolo do bloco.
O grupo a entoar outras canções de outras nações de maracatus.
A dançarem rodopiando um ao lado do outro no salão.
E em seus rodopios, a correrem o salão.
Um moço puxava o coro.
Celebração da festividade e alegria brasileiras.
A se denominarem brincantes.
A falar de festas em Recife.
Colorido povo a se fantasiar de festa, em pleno carnaval.
E os ônibus repletos de brincantes.
Pessoas fantasiadas de cores, formas, plumas, carnaval.
Cabeças enfeitadas, fitas, cores e brilhos.
Recife, a ser palco de muitos folguedos, festejos.
A vida se compondo de belos momentos.
A compor nosso mundo imaterial, preenchendo nossas memórias existenciais.
Pois antes boas coisas para se lembrar, do que a nada.
Palavras a formarem a ideia das imagens.
Aprender com as palavras.
Criar, recriar.
Viver, reviver.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Palavreado

Valsando juntos
Mãos seguranças em uma dança delicada
Rodopio pelo amplo salão

Vestido longo, vaporoso
A fazer movimentos encantadores pelo salão
Com desenhos etéreos no ar
A desfazerem-se em poucos minutos

Abraçados, estando o rosto inclinado, a contemplar seu parceiro
Zanzando pelos salões, convidados

Belas luminárias a compor o ambiente
Pessoas animadas, conversando no jardim
E o tempo a correr, constante, nestas horas alegres
Delineando contornos
Esfinge que nos espera
Para decifrar mistérios infindos
Sempre a nos espreitar

Factual
Consentâneo com as melhores piores coisas do presente
Herança de nossos tempos
Imanente, latente
Sempre a nos acompanhar
Mesmo que não queiramos a sua presença

Gelosias, onde os melhores pensamentos
Permanecem sempre ocultos
Jovens em busca de melhores perspectivas
Linhas indivisas que se transformam
Transbordam, sobejando em seu ser

Novamente o casal a valsar pelo salão
Deslizando em seu chão frio e brilhante
Piso cuidadosamente lustrado
Felizes, caminham juntos em direção ao jardim
E dançam novamente

O vestido vaporoso a mudar de forma,
Os ventos a invadirem todos os espaços vazios
E ao sabor da atmosfera, todas as formas mudar

A brisa fresca do vento
O esquecimento a nos assombrar
Querer mais do que nunca,
Jamais esquecer

Tempo, este cavalheiro sempre constante
Posto que sempre presente está
Mas ao mesmo, nunca o é da mesma forma
E o esquecimento a nos assombrar

Querer mais do que nunca
Não se sabe o que
Talvez jamais esquecer
Tempo Universal Indivisível

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

Amábile

Amábile 1

Em um fim de semana aproveitado para se colocar as coisas em ordem.
Arrumar as coisas desarrumadas, jogar fora o que não se faz mais necessário.
Passar um pano nos móveis, e retirar a poeira.
Quantas vezes o quarto arrumado, quantas coisas levadas para o lixo, rasgadas.
Outras, melhor acomodadas dentro dos móveis.
Tão pouco espaço para tão grandes expectativas.
O modo como escrevemos, como pensamos, como nos vestimos, como nos expressamos, demonstram a forma como queremos que o mundo nos perceba.
Denota o modo como assimilamos as coisas do mundo.
O pensamento, voa.
E a faxina a correr em ambiente empoeirado.
E o pó sendo retirado de um porta retrato, onde uma foto a lembrar a infância, nos traz várias lembranças.
Menina de saia e lenço vermelho, meia calça branca, cabelos presos.
Leve maquiagem no rosto.
Lembranças de uma festa de junho.
Pequenas e singelas recordações de viagem a permearem por todo o cômodo.
Taça a rememorar um passeio de trem em meio a bela serra gaúcha.
Miniatura das ruínas da bela igreja jesuíta de São Miguel das Missões.
Doze profetas de Congonhas do Campo, a fazerem companhia a um Cristo Redentor de Madeira, carioca; uma escultura, réplica de “Os Candangos”, de Bruno Giorgi, em terras brasilienses.
Santa Edwiges, de Aparecida, a ladear o Cristo; além de Nossa Senhora Auxiliadora, de Campinas.
Juntamente com um recipiente repleto de conchas de vários formatos, corais e bolachas-da-praia.
Arranjo de flores.
Em outros porta-retratos de palitos, mais lembranças da infância, dos brinquedos, das tardes alegres.
Fotos de praia, de infância.
Em um porta retrato de papel, pequenas fotos tiradas para documentos – 3 por 4.
Caixas de latão decoradas, repletas de lápis de cor.
Bauzinhos de madeira, com pequenas quinquilharias, fotos 3 por 4, uma pequena concha utilizada em meu batismo - lembrancinha, entre outras coisas.
Carrinhos de fricção.
Mais flores, no alto de um aparelho de som, lírios laranja, amarelo, rosas laranjas.
Ursinho de pelúcia, comprado em minha adolescência e até hoje intacto.
Eternamente abraçado a um travesseiro.
Cadeirinhas feitas de pregador, sendo que em uma delas, permanece sentada, uma boneca Barbie.
Um boneco parecido com uma criança, adormece em seu cestinho de vime.
Um abajur clareia um pouco o quarto durante as noites.
Luzes azuis, verdes, vermelhas.
Um baú de veludo vermelho, guarda papéis, e extratos, lembranças de meu primeiro estágio.
Em pequenos potes encapados, mensagens e oração.
Ao lado, um pote, encapado de veludo com duas flores, uma vermelha e outra branca, a recordarem um casamento que se foi.
Dois anjos fazem companhia a um papai-noel, e um bonequinho, a fazer publicidade de um curso de aprovação de exame da ordem, as velas do crisma e da primeira comunhão – decorada com imagem sacra, sendo a primeira, amarela, envolta em uma espécie de pergaminho, com mensagens de natal.
Papel amarrado em uma fita.
Uma estrela está bem perto de nós, ao lado do bauzinho de madeira.
Logo abaixo, fascículos de cursos de idiomas.
Ao lado, um criado mudo com um globo terrestre desatualizado, pequeno; rádio relógio; um belo vaso desenhado, com uma dúzia de rosas vermelhas artificiais.
A frente, um vasinho com violetas artificiais, adornado por um arranjo feito de palitos de sorvete, herança dos tempos de minha formatura no colegial.
Almofadas verdes, cobertas de renda branca, travesseiros.
Cama com colchão espesso e macio.
No guarda-roupa, muitos postais dos lugares por onde passei.
Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraty.
Delicadamente guardados em uma caixa resistente, enfeitada de selos.
Em outro guarda-roupa, em outro cômodo da casa; uma caixa de papelão, encapada com papel de enfeite, cheia de fotografias tiradas por uma câmera analógica.
Novas e velhas fotos.
Outras novas fotos armazenadas em arquivos digitais.
Muitas fotos dos passeios, das viagens que já fiz.
Belas imagens de momentos de minha vida, da vida de minha família.
Algumas fotos a servirem de papel de descanso de tela, em nossas máquinas digitais.
CD's alguns, com músicas que há vários tempos não ouço.
No guarda-roupa, como o nome já diz, muitas roupas, alguns sapatos, botas, de cano longo, cano curto.
Livros, alguns, outros vários, armazenados em arquivos digitais.
Alguns lidos, pelo menos entre os impressos.
Entre os digitais, algumas obras contempladas em leituras.
Edredons, minha mala de viagens em um baú acima da porta.
Roupas de cama, bandeira do Brasil.
Cosméticos, esmaltes vários, guardados em uma caixa encapada, separados por divisórias feitas em papelão, igualmente encapadas.
Cadeira para sentar, em frente a um computador obsoleto, mas que me é muito útil.
Facilidades tecnológicas que não trazem sempre facilidades.
É o ônus da vida moderna.
A televisão a trazer entretenimento, e também as bobagens do mundo.
No guarda-roupa jornais e revistas.
Material de estudo.
Um lugar assemelhado a mim, a contar um pouco da minha história, a sinalizar através de lembranças e objetos, os lugares por onde passei.
Meu mundo, meu vasto mundo, a contemplar uma pequena metragem, uma pequena área, a trazer ínsito no ambiente, um pouco do que eu sou.
A forma como vejo o mundo, cheio de informação e detalhes.
Nada simples, nada básico.
E a faxina a retirar a poeira, a sujeira do tempo, a deixar os objetos de minhas lembranças novamente limpos, visíveis.
O cômodo a ficar mais agradável.
A ficar com o jeito, e a forma de viver de sua dona.
Recanto de belas lembranças.

Amábile 2

Inefável.
Retrato de indizível felicidade.
Arauto dos mais belos novos mundos.
São os eventos circunstantes, a fazerem parte de nossas vidas.
As fotos a documentarem nossas existências, nossa passagem pelo mundo.
Nascimentos, onde seres nascentes, aportam neste mundo insondável e assustador, a desbravarem-no em seus pequenos mistérios, encantando a todos com o seu olhar curioso, seu jeitinho amoroso.
Crianças pequenas a preencherem álbuns de fotografias, com lindas fotos de um passado que por vezes se faz distante.
Pequenos que crescem e passam por vários movimentos em suas vidas.
Eventos festivos.
Festinhas juninas.
Com suas cores e músicas.
Bandeirolas a circundarem os céus, em faixas coloridas.
A enfeitarem quadras com suas cores.
Barracas de prendas, de comes e bebes.
Pedaços de papel cortado, a comporem balões multicores.
Saborosamente tremulando ao sabor dos ventos.
Ventos frios das noites de junho.
As crianças a dançarem a quadrilha, em seus passos coreografados por meses.
Tudo para fazer bonito com suas vestes, e seu bailado, na noite festiva.
Os natais celebrados em meio a família de pessoas ausentes, distantes.
Presentes, mimos.
Com o tempo, a investir em bonitos vestidos, belas roupas, jóias, bijouterias, perfumes.
Lindos sapatos.
Sentir-se linda para ocasiões especiais.
Passeios vários, por caminhos de plantas de flores que brotam em meio ao capim.
E ao avistá-las, o impulso de colhê-las e trazê-las consigo em suas caminhadas infantis.
Gosto de caminhar, desde a mais tenra infância.
E assim, recapitulando...
Passeando em meio a pedriscos, a cobrirem a terra marrom.
Plantas e lagos com peixes logo à frente.
Com suas águas turvas, escuras, e seus grandes peixes.
Nas mesmas águas, tartarugas, e pequenos peixinhos, em cardumes.
A se esconderem dos predadores em meio as plantas que margeiam as águas.
Em uma construção do lugar, uma bela exposição de exemplares de orquídeas.
Plantas de vários formatos, ornatos, cores e tipos.
Flores arredondadas e abertas, outras a lembrarem pequenos sapatinhos, flores com pétalas abertas, a rodear uma estrutura semi-aberta.
Bromélias, primaveras de várias cores: rosas, vermelhas, laranjas, amarelas.
Suculentas ornamentadas com pássaros artificiais.
Amplo salão a abrigar uma bela exposição, com bonsais e ikebanas.
Caminhando em frente ao shopping, lantanas coloridas de um amarelo vivo, outras vermelhas. Azaléias, cercasvivas, e uma imponente construção em tons salmão.
Ouvir músicas, mexer nas teclas de um computador, imaginar criações.
São pequenos detalhes, a nos trazer indizível felicidade.
Todos fotografados pelas janelas da alma, quando não por uma câmera fotográfica.
Lembranças algumas.
Passagens amáveis de uma vida, que luta para germinar em terreno árido.
Longe das ideias estéreis.
Amável como somente as coisas leves e delicadas podem sê-lo.
Algumas pessoas também o são.
Nem todas porém.

Amábile 3

Espetaculares cenários, de céus imensos, brumosos.
A terra avistada ao longe.
O vento a entoar seus sons.
A compor a música da passagem do tempo.
Lindas histórias a terem o tempo e o vento como tema.
E O vento a levar para longe e a trazer para perto de nós histórias e imagens de um passado nem sempre glorioso, mas decerto saudoso.
O Tempo E O Vento a levar e a trazer as coisas mais belas.

Histórias de heroínas e guerreiras.
Mulheres que construíram a seu modo, suas histórias, protagonistas que foram de seus destinos. Futuros.

De longe árvores, planícies verdejantes, elevados, lugares solitários e belos.
E o vento a compor as histórias.
Com sua musicalidade a nos trazer solidão, com o preenchimento dos ambientes.
Superar dificuldades, atravessar guerras, enfrentar a morte.
As vicissitudes da vida.
E mesmo ante as maiores dificuldades, constatar que vida ainda assim é boa, e vale a pena ser vivida.
Lindas visões da vida.
Belos filmes, grandes histórias.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

CULINÁRIA - SUCO DE MILHO

SUCO DE MILHO - RENDIMENTO: 12 PORÇÕES

INGREDIENTES:

5 espigas de milho
1 xícara de chá açúcar
6 xícaras de chá de leite
3 xícaras de chá de água
1/4 de lata de leite condensado

MODO DE PREPARO:

Retire os grãos de milho das espigas com uma faca.
Bata no liquidificador, o milho, 3 xícaras de leite, 1 1/2 xícara de água, e o açúcar.
Levar ao fogo até engrossar bem.
Deixe esfriar.
Bata no liquidificador esse curau com o restante da água e do leite, e acrescente o leite condensado.
Leve para geladeira.
Sirva bem gelado.