Belonave a esquadrinhar os céus,
Em tons furta cor,
Inicialmente claros,
O sol dourado brilhando ao fundo,
Aos poucos escurecendo,
Obscurecido pelos azuis da atmosfera
Nuvens imponentes
Como a apontar para a mata verdejante,
Como raios a descer do firmamento,
Grandes massas brancas,
Ladeadas pelo verde das matas,
A brotar das serras,
E a despencar em abismos verdes
Aos pés da majestosa serra,
Cidades, construções e gentes
Encontrando-se a noite iluminadas,
A contrastar com a escuridão da noite,
E a rivalizar com o brilho da lua
A mata margeando as estradas
O concreto, casinhas no meio do mato,
A imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida,
A abençoar os viajores,
Majestosa com seu manto sagrado
Cidades vistas de longe,
Do alto das serras,
O espaço a invadir,
Diminutas em sua distância
E a belonave, aeronave a percorrer o espaço,
Diminui a distância
E aquele pequeno foco de luz, indiviso
A mostrar sua majestade de avião,
Ao se aproximar,
Risca os ares com suas asas, e ganha o mundo
A escuridão a tomar conta da estrada
Represa Billing’s, a embelezar a tudo,
Com o mistério de suas águas
Pragmatismos a tomar conta,
Das cotidianas formas
Distrações as mais diversas
Em programas de tevê,
Contato com realidades diversas;
A internet a expandir as possibilidades,
Diversificadas formas de aprendizagem,
Conhecimento de tantas personalidades interessantes,
Contato com novas realidades
Mundo, mundo, vasto mundo,
Multifacetado!
Como misteriosa cigana,
Detentora de habilidades,
Dons e sortilégios,
A usar longos vestidos, bordados,
Negras madeixas,
Ritualística, em especiais momentos
Em horas concretas,
A adotar comportamento corriqueiro,
Em nosso dia-a-dia
Exercendo profissão qualificada,
A desfilar em seus múltiplos papéis sociais
Em um “Brasil Legal”,
Um modesto senhor idoso,
Alfaiate, a se perder na leitura,
De clássicos da literatura
Apresentações de artistas da voz,
A sempre nos encantar com suas criações,
A embalar suas vozes no rádio, nos shows,
E nos programas de auditório!
Novelas, histórias marcantes,
Abrilhantadas por lindas trilhas sonoras,
A compor as histórias,
A construir os enredos
Pelas ruas, com quem andas, onde vais
Eterna Viúva Porcina,
A habitar uma saudosa “Asa Branca”
Tieta, agreste, selvagem,
E seu deslumbrante “Mangue Seco”
Com suas dunas de dourada areia,
Seus lenços coloridos a tremular no vento
As nordestinas sagas,
Em meio a um realismo fantástico,
Tão bem expressas nas telas da tevê!
Novelas e minisséries de época
Histórias de guerras, levantes,
Ou simples narrativas cotidianas
Tanta beleza em seus enredos,
Suas tramas a nos envolver pela delicadeza
Saudades de uma “Terra Nostra”,
Cheia de “Esperança”
As mirabolantes histórias ambientadas
Em um longínquo Oeste;
Em Oriente distante
Homens de turbante,
Mulheres de sári,
Olhos marcados, muitas jóias,
Muito ouro
Com muita “Beleza Pura”,
A fazerem “Caras e Bocas”
Tantas histórias, tantas tramas
Histórias bem urdidas
Com a desfilar em um eterno
“Cordel Encantado”
Entre tantas tramas ambientadas,
Em um Nordeste onírico
Terra de cangaceiros, mocinhas sofredoras,
Turcos/árabes/libaneses, com suas mil mulheres
Sendo que “Hoje É Dia de Maria”
Quem és tu,
Que belos olhos tens?
Se eu reparasse a mais tempo,
Eu não amava, eu não amava,
Quem amei!
Dizia a letra da bela canção entoada
Pela indefesa criança,
Amedrontada
Nesta “Chuva de Vento”,
Entre rodamoinhos e carrosséis,
Mil viagens em pensamento,
Mergulhos as mágicas terras de minha infância!
A mergulhar também, em “Rios de Amor”
E a se encantar com a bela história,
De uma maldição, e de um amor,
De um homem marcado para morrer,
Com a bela filha do fazendeiro despótico,
A habitar a região
Novela querida,
Tendo como cenário, o Araguaia
Terra também, da novela “O Rei do Gado”,
A narrar a saga dos Mezenga e dos Berdinazzi,
Romeu e Julieta modernos
Famílias inimigas, unidas pelas circunstâncias
Isto por que, para que o filho não fosse lutar na Itália
Casou-se com a filha da família rival
Linda trama a contar a história dos pracinhas,
E de um jovem brasileiro,
Que lutar foi na Itália
Tendo lá encontrado o amor e a morte
Num eterno “Morde e Assopra”,
E suas pré-históricas escavações,
Dinossauros enterrados no subsolo,
De fazenda de café
Amizades e trapaças,
Num eterno jogo de interesses
Para completar, boas apresentações musicais,
Belos shows para se apreciar,
Bonitas apresentações,
Numa eterna aquarela,
De cores e sons, encantamentos!
Nesta terra boa e gostosa
A acompanhar programas de humor
Humor sarcástico de uma “TV Pirata”,
Chico Anísio e Jô Soares
Programas infantis,
Com seus Show’s da Xuxa,
Angélica, e seu “Clube da Criança”
Tevê Manchete
Com sua faustosa “Xica da Silva”,
Rica dama negra do Tijuco,
“Dona Beija” e sua beleza sem rivais,
A deixar a todos os homens inebriados,
Encantados, para uma noite de amor com ela ter
Em rico contraste com uma “Fera Radical”;
Onde tolo é “O Outro”;
Ladeado por uma idealista “Sinhá Moça”,
Vivida por um inesquecível Lucélia Santos,
A pelos escravos lutar;
Sempre a acreditar no “Direito de Amar”,
De uma sofrida Rosália,
Obrigada a casar-se por conveniência,
Com um distinto e maquiavélico senhor
Para em meio a tantas peripécias,
Finalmente encontrar seu amor mascarado
Muitas histórias de infância,
Como em “Que Rei Sou Eu”,
A tomar contato, com a canção
De Flávio Venturini, e sua “Espanhola”,
“Fera Ferida”, como todos nós um pouco somos,
Feridos em nossos sentimentos,
Por alguma razão que não é dada a todos conhecer;
E a bela canção de Roberto Carlos
A narrar as roupas e os sonhos,
Rasgados em sua partida
Em programas de entrevistas,
A um pouco conhecer das personalidades
E do trabalho e labuta,
De pessoas a quem admiramos!
Desta tevê, trazida para cá nos idos de 1951,
Sempre sendo uma ótima opção de lazer,
Para aqueles que sabem escolher,
O melhor de sua programação
Pela televisão se pode descobrir
Um mundo inteiro de possibilidades
Como ricos acervos existentes em museus
A história de nossa gente,
Nossa brava terra brasileira
A cada dia um capítulo diferente!
A preencher as páginas de nossas vidas,
É sempre um universo de possibilidades,
Na tevê, nos jornais, revistas, rádio,
Internet, literatura,
Na vida, em todos os caminhos,
Sempre a possibilidade de novas coisas perceber
Novos mundos conhecer
Pena que nem sempre,
Os mundos são felizes,
E as descobertas, agradáveis!
Mas tudo aí está!
Muito do que vejo, olho, percebo,
Não desejo para mim,
E por isto, a pensar reflito
Mas não levo o que não me pertence,
Para o meu lar,
Berço do meu descanso e de minhas alegrias
Horas vagas de meu contentamento!
Horas há, horas do ocaso,
Ultimamente escassas,
Em que me sinto como que perdida,
Sem paradeiro
Será que a caminhar estou, na estrada certa?
Vejo bandos de gaivotas nas praias
Ora juntas, ora separadas,
Aves de arribação,
Sinto o mesmo com relação as pessoas
Os barcos ao longe, preenchem o cenário
A praia azul, suas ondas brancas,
As ilhas ao fundo, a serra
A mata, as nuvens
Pois então, a vida é dúvida, incerteza,
E se assim o é,
Apostemos em nossa intuição,
Sem nunca nos desguarnecermos!
Sempre as boas histórias acompanhar,
Seja na tela da tevê ou no cinema,
Na literatura, na música
Em quaisquer plataformas
Sempre a vida a contemplar
As belas histórias para se admirar,
Coisas ricas para se lembrar
E pensar que viver vale a pena
Como nos dizeres da emotiva canção entoada,
Pelo mestre Gonzaguinha
A vida é bela!
Mas como é bela a vida!
Não me canso de admirá-la e contemplá-la!
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
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