CAPÍTULO 9
Diante disso, o pescador então contou a lenda da Cotaluna.
Inicialmente, passou a explicar que este, era o fantasma do rio Gramame, em João Pessoa, Paraíba. Pelo inverno era uma sereia, meio mulher, meio peixe, sem cantar, mas arrebatando os descuidados banhistas e mutilando-os, como o velho Ipupiara do séc. XVI.
“Há quem fale até na sua antropofagia”5 , reveladora desse peixe tropical.
Seu aparecimento: mulher branca, cabelos negros, olhos sedutores, pintam a sereia, a ondina, a Mãe-d’Água, emigrada de terras distantes e aqui amalgamada com o bruto Ipupiara, devorador de afogados.
Mulher bonita, com a extremidade ictiforme, diz evidentemente a origem velha do nascimento.
A fórmula de seduzir não está claramente fixada.
Cantando? Falando? Agarrando?
Certo é que não há o elemento sexual, porque a Cotaluna invernal espalha indizível terror.
Durante os meses de estio Cotaluna é uma ondina: mulher inteira, atraente, empolgadora, sensual, com aparições raras no dorso da água clara e fina do Gramame.
Não promete riquezas, nem possui palácios fluviais.
Seu encanto é imediato, físico, como o da Alamoa da ilha de Fernando de Noronha.
Embriaga os sentidos e o desejo da posse, explica a loucura com que fere seus namorados. Interessantemente, há quem volte dos braços frios dessa Morgana paraibana.
Há quem tenha vivido amorosamente com a Cotaluna e depois voltado.
Volta sem memória e sem vontade.
Deixou a própria alma nos lábios da nixe nordestina.
A Cotaluna do verão, mito sexual, guarda muitos dos vestígios africanos, mas tamanha é a influência da sereia mediterrânea, que a pele branca e as feições permanecem da raça colonizadora.
Também outrora, na Alemanha, quem ouvira a Iara, ficara desnorteado até lançar-se ao rio para segui-la.
A Cotaluna cede.
Mas seu preço é a inteira vida mental do namorado.
Relatou o astuto pescador.
5 Escreveu Ademar Vidal.
DICIONÁRIO:
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
ICTIFORME, adj. — Icti + forme. Em forma de peixe.
Ondina - MITOLOGIA - Nas mitologias germânica e escandinava, gênio ou ninfa do amor, que vive nas águas.
Morgana é um nome feminino que tem origem no galês antigo, ou no celta, Morcant, que era inicialmente um nome masculino. Esse nome une as palavras mor, que quer dizer "mar" e a palavra cant, que significa "círculo". O nome Morgana está também associado à feitiçaria.
Nixe (alemão) = sereia
Ondina - MITOLOGIA - Nas mitologias germânica e escandinava, gênio ou ninfa do amor, que vive nas águas.
Morgana é um nome feminino que tem origem no galês antigo, ou no celta, Morcant, que era inicialmente um nome masculino. Esse nome une as palavras mor, que quer dizer "mar" e a palavra cant, que significa "círculo". O nome Morgana está também associado à feitiçaria.
Nixe (alemão) = sereia
Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
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