Brasil.
Pindorama.
Terra dos papagaios.
De beleza sem igual.
Dos nossos céus azuis, das nossas matas virgens, do nosso ouro
abundante.
Da natureza exuberante com muitas matas e aves mui coloridas.
Palco de inúmeros e sangrentos conflitos.
Mas primeiramente contemos sua origem.
A Colonização Portuguesa
No século XV, as frotas portuguesas avançaram pelo Atlântico Sul, com
o objetivo de descobrir novas rotas marítimas e áreas de exploração
mercantil.
Em sua busca por ouro, marfim, escravos e especiarias,
Portugal passou a navegar regularmente pela costa da África,
organizando benfeitorias no continente e chegando enfim à Ásia,
estabelecendo comércio com a Índia.
O Brasil, situado no outro lado do Atlântico, foi encontrado em 1500, como resultado desse movimento de expansão marítima e comercial.
Sua ocupação e exploração, retardadas em razão da maior importância econômica do Oriente, se impuseram a partir da década de 1530, por conta do assédio de outros europeus ao território, atraídos pelo pau–brasil.
Inicialmente por meio das capitanias e, depois, do governo geral, Portugal lançou as bases de uma colônia na América.
Tratado de Tordesilhas
Nos idos de 1494, foi firmado um acordo entre Portugal e Espanha que
dividiu o mundo a partir de um meridiano 370 léguas a oeste do
Arquipélago de Cabo Verde.
Pelo acordo Portugal ficava com as terras à leste e a Espanha, com as terras à oeste.
Desta forma, o dois países estabeleceram os limites dos territórios descobertos. Tratado este, conhecido como Tratado de Tordesilhas.
O Descobrimento do Brasil
Na tarde de 22 de 1500, a esquadra de dez naus, três caravelas e cerca
de 1,2 mil homens comandada pelo navegador português Pedro
Álvares Cabral atingiu o litoral sul da Bahia, na região da atual cidade
de Porto Seguro.
O desembarque aconteceu no dia seguinte, 45 dias após a partida de Portugal, e, em 26 de abril, foi rezada a primeira missa no território.
Cabral oficializou a posse das terras brasileiras pela Coroa portuguesa no dia 1o de maio, com a celebração da segunda missa diante de uma cruz marcada com o brasão real.
No dia 2, a esquadra continuou sua viagem para as Índias.
Em 1501, uma frota de apenas três navios, foi enviada para Portugal para explorar a nova terra.
Américo Vespúcio foi um dos integrantes do grupo, e fez algumas das anotações mais importantes da viagem.
A expedição margeou a costa brasileira do Rio Grande do Norte até a
altura de Cananéia (SP), e deu nome aos acidentes geográficos litorâneos.
Durante essa viagem, Vespúcio constatou que o território descoberto não era uma ilha, e sim parte de um grande continente.
Os exploradores verificaram também a abundância de pau-brasil, madeira
valorizada na Europa para uso no tingimento dos tecidos.
O descobrimento do Brasil foi um dos momentos marcantes do processo de expansão marítima e comercial portuguesa nos séculos XV e XVI.
Para aumentar sua atuação política e comercial, Portugal voltou-se para o Oceano Atlântico, explorando primeiramente as ilhas
próximas do país e a costa africana.
Com o apoio da burguesia mercantil e da nobreza, o Estado desenvolveu uma poderosa estrutura de navegação e comércio, dirigida inicialmente pelo Infante Dom Henrique.
No começou, obtiveram da África ouro, marfim e escravos.
Mais tarde, trouxeram da Índia as lucrativas especiarias.
Depois de 1942, a crescente disputa dos reinos europeus pelas terras do
continente americano, impulsionou os descobrimentos e a colonização
do Novo Mundo.
Chamado primeiramente de Ilha de Vera Cruz, depois Terra de Santa
Cruz, levou algum tempo para que passasse a se denominar Brasil.
Contudo, não obstante isso, muitos historiadores dizem que a
descoberta do Brasil, não foi acidental.
Isso porque, Portugal sabia da existência de terras à oeste, desde a chegada de Colombo a América e por isso mesmo, já havia garantido parte delas pelo Tratado de Tordesilhas.
Além disso, seus navegadores conheciam bem as correntes do Atlântico Sul.
Os Escravos e o Ciclo da Cana-de-Açúcar
A seguir, em 1530, chegaram ao Brasil, os primeiros escravos.
Vendidos em escala crescente por traficantes portugueses, eles se
tornaram a grande massa trabalhadora na economia colonial.
Os escravos africanos, substituíram os escravos indígenas, que eram
eficientes na extração do pau-brasil mas não na agricultura.
Com isso, nos primeiros tempos da colonização, a abundância de pau-
brasil e as primeiras trocas com os indígenas que habitavam o Brasil,
marcaram o início da exploração econômica da nova colônia.
Inteiramente voltada para o mercado externo, a economia colonial se
organizou de forma a complementar à da metrópole, produzindo tudo o
que ela precisava, e comprando dela tudo o que necessitava.
Assim, ao longo do século XVI, as fazendas e os engenhos de cana-de-
açúcar se espalharam pelo Nordeste, e, em menor escala, cresceu
também a cultura do algodão e do tabaco.
Como os índios não se adaptaram ao trabalho na lavoura, foram trazidos escravos da África.
Desta forma, o ciclo econômico seguinte foi o da mineração, que
atingiu o auge no final do século XVII e contribuiu para transferir o
eixo do desenvolvimento do país, para a atual região Sudeste.
Em 1532, Martim Afonso de Souza, líder da primeira expedição de
colonização das terras brasileiras, funda São Vicente, a Primeira vila
da colônia, no atual estado de São Paulo.
E introduz no país, o cultivo da cana-de-açúcar.
Capitanias Hereditárias
Nos idos de 1534, o Rei Dom João III, criou as Capitanias
Hereditárias, ao dividir a colônia em 14 amplas faixas de terra, e as
entregou aos nobres do reino, os Capitães Donatários, para explorá-las
com recursos próprios e governá-las em nome da Coroa.
A Capitania de Fernando de Noronha, já havia sido doada pelo Rei
Dom Manuel em 1504.
Em troca do compromisso com o povoamento, a defesa, o bom
aproveitamento das riquezas naturais e a propagação da fé católica, o
rei atribuiu aos Donatários, inúmeros direitos e isenções.
Mesmo assim, as Capitanias conseguiram um desenvolvimento pequeno pela
falta de recursos e também, com o desinteresse dos Donatários.
Em 1548, Tomé de Sousa tornou-se o primeiro Governador Geral do Brasil, nomeado pelo Rei Dom João III.
A nova forma de governo permitiu a centralização da administração
colonial.
Isso fez com que Donatários e colonos vissem a nomeação do Governador Geral como ingerência indevida nas Capitanias.
Com isso, surgiram conflitos entre o poder real e o local, em questões como a
escravização indígena, cobrança de taxas e ações militares, etc.
Esse tipo de governo durou até a vinda da Família Real para o Brasil, em
1808.
Os Jesuítas
No ano de 1549, foi fundada na Bahia, a cidade de Salvador, por Tomé
de Souza, para servir como sede de governo.
O lugar foi escolhido tanto em função da localização marítima, como pela riqueza natural da terra.
Nesse mesmo ano, chegaram ao Brasil, os primeiros jesuítas da Companhia de Jesus.
Chefiados pelo Padre Manoel da Nóbrega, dedicaram-se à catequese dos indígenas e à educação dos colonos.
Entre os séculos XVII e XVIII, construíram igrejas e fundaram colégios.
Na região das Bacias dos Rios Paraná, Paraguai e Uruguai, eles instalaram as missões, aldeamentos que buscavam cristianizar e proteger os índios da escravidão.
Os Governadores Gerais
Em 1553, Duarte da Costa substituiu Tomé de Sousa como Governador
Geral.
O segundo Governador Geral porém, envolveu-se em conflitos com os
Donatários e jesuítas em torno da escravização indígena.
Em razão disso, o mesmo terminou se incompatibilizando com as autoridades
locais e foi obrigado a retornar a Portugal em 1557.
Em 1555, a França se recusou a aceitar a partilha de terras feita pelo
Tratado de Tordesilhas e defendeu o direito de posse a quem as
ocupassem.
Com isso deu-se a primeira invasão no território brasileiro,
na Ilha de Serigipe (atual Villegaignon), na Baía de Guanabara.
Ali, os franceses instalaram uma comunidade chamada França Antártica,
destinada a abrigar protestantes calvinistas fugidos das guerras
religiosas na Europa.
Sua principal atividade econômica era a troca de mercadorias baratas por pau-brasil, feita com os indígenas da região.
Assim, eles construíram um forte e resistiram por mais de dez anos.
No ano de 1557, foi nomeado o terceiro Governador Geral, Mem de Sá.
Com a ajuda dos Jesuítas Manoel da Nóbrega e José de Anchieta, ele
neutralizou a aliança entre índios tamoios e os franceses.
Em 1565, junto com seu sobrinho Estácio de Sá, expulsou os invasores franceses, na Baía de Guanabara.
No mesmo ano, em 1o de março, Estácio de Sá, fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
Assim deve-se salientar, que o desempenho eficiente de Mem de Sá
contribuiu para firmar a posição do governo geral na vida colonial, e
ele permaneceu no posto até sua morte em 1572.
O Tráfico Negreiro
Foi oficializado em 1568, pelo Governador Geral Salvador Correa de
Sá o tráfico de escravos negros.
Desta forma, cada senhor de engenho de açúcar ficava autorizado a
comprar até 120 escravos por ano.
Foram eles que substituíram os bugres (índios), considerados ineficientes para o trabalho agrícola.
Com isso ficou garantido o baixo custo dos produtos produzidos para o
mercado externo.
Tanto, que o tráfico tornou-se um negócio lucrativo para os portugueses.
Engenhos de Açúcar
Nesse momento, o mercado europeu estava ávido por açúcar.
No século XVI, com solo apropriado para o cultivo da cana-de-açúcar e
facilidade para se comprar escravos, Pernambuco passou a ser o
centro da cultura canavieira, que atingiu o apogeu entre 1570 e 1650.
Por conta disso, grandes investimentos foram colocados em terras,
equipamentos e mão-de-obra, o que transformou os engenhos em
unidades de produção completas e, em geral, auto-suficientes.
Estimativas do final século XVII indicavam a existência de 528
engenhos na colônia, que exportavam anualmente 37 mil caixas de 35
arrobas de açúcar (cada arroba equivale a 15 kg).
Esse mercado, só foi abalado na segunda metade do século XVII, quando os holandeses passaram a produzir açúcar nas Antilhas (atual Caribe).
Sebastianismo
Em 1572, a sede do governo ficou dividida entre as cidades de Salvador
e Rio de Janeiro. Em 1578 voltou a se unir na Bahia.
Em 1578, morreu Dom Sebastião, Rei de Portugal, sem deixar
herdeiro, na Batalha de Alcácer-Quibir.
Ele participava da Cruzada que buscava tirar Marrocos, do domínio mouro.
Por conta disso surgiu o Mito do Sebastianismo – lenda de que o rei teria partido para o fundo do mar e que voltaria para assumir novamente o governo.
União Ibérica
Em 1580, morreu o Cardeal Dom Henrique, tio de Dom Sebastião, que
havia assumido o governo de Portugal.
Felipe II, que reinava sobre a Espanha, o Sacro Império Romano-Germânico e Holanda, intitulou-se novo rei de Portugal.– O Tratado da União Ibérica entre a Coroa Portuguesa e a Espanhola, vigorou até 1640 e significava uma espécie de anexação de Portugal pela Espanha.
Com essa união, países como a França, Inglaterra e a
Holanda, inimigos da Espanha, tornam-se também, inimigos de
Portugal.
Assim, mesmo que a princípio as colônias que pertenciam a
Portugal continuassem governadas a partir de Lisboa, e as espanholas
a partir de Madrid, ficava facilitada a penetração portuguesa além dos
limites do Tratado de Tordesilhas.
As Ocupações Maranhenses
Nos idos de 1594, os franceses Jacques Riffault e Charles Vaux,
instalaram-se no Maranhão depois de naufragar na costa da região.
O governo francês os apoiou e incentivou a criação de uma colônia no
território, a França Equinocial.
Em 1612, uma expedição chefiada por Daniel de la Touche desembarcou no Brasil com centenas de colonos.
Eles construíram igrejas, casas e o Forte de São Luís, origem da cidade de São Luís do Maranhão.
Os invasores franceses no entanto, foram expulsos em 1615 por tropas
comandadas por Jerônimo de Albuquerque, governador do Ceará.
Companhia das Índias Ocidentais
Em 1621, o território brasileiro foi dividido em dois estados: o do
Brasil, com sede em Salvador, e o do Maranhão, com sede em São Luís
do Maranhão.
O objetivo da novidade era melhorar a defesa militar da
Região Norte, e estimular a economia e o comércio regional com a
metrópole.
No mesmo ano, o governo da Holanda e Companhias privadas
formaram a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, misto de
empresa comercial, militar e colonizadora, para ocupar as terras
canavieiras, controlar a produção dos engenhos, e superar seus
negócios na América e na África, afetados pela passagem do trono
português para o trono espanhol.
Rivais dos espanhóis, os holandeses, haviam sido proibidos de aportar em terras portuguesas, e tinham perdido privilégios no comércio de açúcar.
Nos idos de 1624, ocorreu a invasão de Salvador por uma frota da
Companhia Holandesa das Índias Ocidentais.
No ano seguinte, forças luso-espanholas, derrotaram os holandeses.
Em 1627 foi feita nova tentativa frustrada contra Salvador.
Invasões em Pernambuco
Em 1630, teve início a mais duradoura invasão holandesa em
Pernambuco.
Uma esquadra de 56 navios chegou ao litoral da região,
e Olinda e Recife, foram ocupadas.
A resistência da população,
organizada pelo governador da Capitania, Matias de Albuquerque, em
torno do Arraial do Bom Jesus de Porto Calvo (Alagoas), dificultou a
consolidação do regime holandês.
A partir de 1632, com a ajuda do pernambucano Domingos Fernandes Calabar, os estrangeiros avançaram contra as fortalezas do litoral e os redutos de resistência do interior.
Matias de Albuquerque retirou-se para a Bahia em 1635.
No ano de 1637, para administrar o domínio holandês no Brasil, chegou a pernambuco João Maurício de Nassau.
Tolerante nos campos político e religioso, Nassau estimulou os engenhos e as
plantações.
Urbanizou o Recife e assegurou liberdade de culto.
Foi o responsável pela vinda de cientistas e artistas, como os pintores Frans
Post e Albert Eckhout, que retrataram o cotidiano brasileiro.
Em sua administração, o domínio holandês se estendeu sobre toda a região
entre o Ceará e o Rio São Francisco.
Nassau voltou para a Europa em 1644.
Fim da União Ibérica
Entre os anos de 1640 a 1648, o Duque de Bragança foi aclamado Rei
de Portugal como Dom João IV.
Todavia, os espanhóis não aceitaram o fim da União Ibérica e a restauração do trono português, sob a dinastia dos Bragança, e, no ano seguinte, Portugal e Espanha, entraram em guerra.
O Rei Dom João IV pediu então, ajuda à Inglaterra e à Holanda – que ocupava terras no Brasil –, em um armistício válido por dez anos.
No tocante a isso, o apoio da Inglaterra na guerra contra a Espanha, foi decisivo para que Portugal conquistasse definitivamente sua independência em 1648.
Invasão Holandesa no Maranhão
No ano de 1641, iniciou-se a Invasão Holandesa no Maranhão, que
perdurou até 1644, quando os holandeses foram expulsos pelos
portugueses.
Essa invasão foi ordenada por Maurício de Nassau, que
procurou consolidar as posições holandesas no país, antes que o
armistício entre Holanda e Portugal fosse amplamente divulgado no
Brasil.
Insurreição Pernambucana
Em 1645 após volta de Maurício de Nassau à Holanda, os
proprietários de terras de Pernambuco, passaram a ter mais dificuldade
de conseguir crédito na Companhia Holandesa das Índias Ocidentais.
Em razão disso, os latifundiários deram início à propalada insurreição,
visando expulsar os holandeses da região.
Assim iniciou-se a Insurreição Pernambucana.
No começo, Portugal não deu nenhum auxílio, interessado que estava
em garantir o apoio da Holanda para enfrentar a Espanha na luta pelo
fim da União Ibérica.
Com isso, entre 1648 e 1649, forças militares do Maranhão e do
governo geral da Bahia derrotaram os holandeses, na Batalha dos
Guararapes.
Mas a insurreição só acabou quando os holandeses,
enfraquecidos por uma guerra contra a Inglaterra (1652), se retiraram
da região em 1654.
Com isso, a soberania portuguesa sobre a Vila do
Recife foi reconhecida pela Holanda no Tratado de Paz de Haia, de
1661.
Para isso Portugal pagou aos holandeses uma grande indenização,
para que desistissem das terras coloniais.
Em 1649, Portugal criou a Companhia Geral de Comércio do Brasil,
para auxiliar a resistência pernambucana às invasões holandesas, e
facilitar a recuperação da agricultura canavieira do Nordeste depois
dos conflitos.
Sua principal atribuição era fornecer escravos e garantir
o transporte do açúcar para a Europa.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
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