Poesias

domingo, 26 de abril de 2020

Temário Sem Assunto

Palavras perdidas no tempo
Falta de ter o que dizer
Sem saber a qual caminho escolher
Difícil caminho para se trilhar Divagações...

A lua a desaparecer por completo
Uma estrela solitária a brilhar no firmamento
Como uma criança a brincar solitária
Sem decerto saber,
O que fará com seu tempo de ócio

A contemplar os pequenos seres,
Que partem fazem, da natureza
Mil aventuras empreendidas
Como as formigas, em suas colônias a viver,
E a passear pela flor da terra,
A buscar alimentos para dias futuros
E os pequenos insetinhos a voar...
E agora aqui, sem saber o que fazer
Sem conseguir o pensamento direcionar

A dedilhar o teclado,
Sem uma conclusão encontrar,
Sobre o que está a pensar?
A mente sem idéias criativas,
A recordar-se da infância,
E dos ensinamentos passados

A brigar com as letras e símbolos do teclado
Computador a mostrar sua tela,
E uma página digital em branco
E a vida lá fora a acontecer

Pessoas apressadas a caminhar para o trabalho,
Outras tantas,
Encerradas em escritórios, repartições, lojas, oficinas
E o dia triste a sorrir lá fora

O céu cinza, frio
Crianças estudando,
Pessoas ociosas, outras tantas a cuidar de seus afazeres
Vida, embora pulsante ou não,
Ainda assim, vida ...
E nela a se entender
Quantos ensinos controversos,
Pois ao se crescer, constata-se
Que nem tudo o que nos fora ensinado,
Condiz com a fria realidade do mundo,
Para nós demonstrado

 Quantos sonhos desfeitos,
Ilusões abandonadas,
Projetos deixados de lado
A decepção com as gentes ter,
E a duras penas aprender,
Que as pessoas não são obrigadas a de nós gostar
E que não devemos disto fazer,
Uma fonte de aborrecimentos
Devemos sim, aprender com todos viver
Pois com o ser humano não é fácil conviver!

Com o tempo aprendi, a somente gostar
De quem de nós gosta,
E a ignorar os mal feitos, maledicência,
E os venenos da humanidade
Pois quem nos maldiz,
Pouco tem a fazer com sua vida
Digno pena este ser é
E somente devemos lamentar sua pobreza de espírito
Devendo prosseguir com nossas vidas,
Sempre evitando nos ocupar do que não vale a pena
Muito embora esta premissa seja assaz difícil de se acompanhar

Não obstante este fato, farei desta,
A bandeira de minha luta!
Com o passar dos dias, aprendi ainda,
A valorizar o tempo,
E perceber tantas expectativas desfeitas
Diante do contato com a fria realidade
Decepções momentâneas,
Reconstruídas com novas esperanças,
Novos desejos, novos alentos
A viver um novo sonho,
E assim, a construir uma nova realidade

E a aproveitar melhor os minutos de minha existência
Pois o tempo, o tempo
Este senhor de longos cabelos brancos
A tudo consome, a tudo devora
Não deixando nada sem sua marca,
Externa ou interna

Nestes momentos, fico a pensar
E a relembrar da criancinha a brincar,
Na praça, de boneca, de casinha,
Bolinhas de gude
Os insetinhos a se abrigarem das chuvas,
Suas asas transparentes
 A pousarem sobre os móveis, as mesas
Adentrando das casas

O cachorrinho a latir
No imenso quintal de minha infância
Mundo rico em imaginação
Como somente crianças são capazes de criar
A imaginar viagens de trem, de navio,
Luxuosos hotéis

A imaginar-se personagem nas histórias da tevê
A brincar de mil diferentes profissões
A brigar com a comida,
A se divertir em uma piscininha de plástico
Algumas árvores, rosas várias,
Áreas gramadas, o pinheirinho na parte frontal do lar
Aos fundos, imenso quintal

Papéis de carta,
Com suas lindas e delicadas figuras,
Pálidas ou não, a decorar o papel especial
Carrinho de pedreiro empurrar,
Martelo para o dedo martelar
As formigas muitas, a passear
Minhocas no jardim
A me balançar por longas horas,
No brinquedo improvisado na garagem da casa
A dispersar-me nos estudos,
Imaginando mil mundos na escola,
E durante as aulas,
Imaginar-me em outras paragens
O tempo a passar,
Coisas novas a se aprender
Novos ensinos na escola formal,
E também na mais intensa das escolas,
A doutrina que ensina a viver!

Pensamento que voa longe,
Nos levando a diversas reflexões
E a pensar no que escrever ...
A dedilhar, agora avidamente as teclas do teclado,
E o computador a responder com letras,
Que combinadas com outras letras,
Formam palavras,
Palavras estas, que agrupadas,
Formam um conjunto de idéias,
Um texto singelo, com idéias próprias!
E assim, a retomar o pensamento

Confesso que o tempo,
O trabalho me ensinou a entender e,
Aprender que a velhice não torna ninguém mais sábio,
A menos que o idoso em questão se disponha a isto,
Pois o que se vê, na maior parte das vezes
São idosos impacientes e intolerantes,
Ou que não conseguem se adequar ao mundo em que vivem
Isto por que, a velhice apenas deixa mais evidente,
Os defeitos e os vícios da juventude

E assim, um jovem mal educado,
Dificilmente se transmudará
Em um idoso cordato e bem educado
E em assim sendo, a sabedoria
Trata-se de uma busca para toda a vida,
Não necessariamente em sendo,
Um dom da velhice,
Muito embora,
Quem se disponha a enxergar,
O mundo com positividade
Dela possa usufruir na velhice,
E creio eu, um pouco também, na mocidade
Pois se a juventude ou a velhice,
São conceitos relativos,
Dada a incomensurabilidade do tempo,
Por que só podemos sábios ser, na madureza?

A vida ensina a todos os que vivos estão,
Aqui estão para aprender uma valiosa lição
E que depende de cada um de nós,
Independente da idade
Melhor viver!
Por isto, nem todos os jovens são imaturos,
Tampouco irresponsáveis
Pois há muitos homens e mulheres maduros,
Despreparados para a vida,
Até mais do que muitos jovens
E muitos jovens e crianças,
A ensinarem grandes lições aos mais velhos
Lições que os mesmos,
Não foram capazes de aprender em toda sua existência
E agora são instados a aprender,
Um novo viver!

Fatos estes, os quais relativizam,
Muitos dos ensinamentos que a nós foram passados
Em criança,
 Aprendi que não se deve falar com estranhos,
Mas em assim o sendo,
Como iniciar uma amizade,
Ou pedir uma informação?
Em um lugar onde a ninguém se conhece,
O que se faria em se aplicando tão antigo preceito?
Com o tempo,
Nós temos é que a aprender a desfazer preconceitos,
E respeitar diferentes formas de viver

A entender que nem todos concordarão,
Com nossa maneira de pensar
E que devemos ter nossa opinião respeitada,
Ainda que não se chegue a um consenso
Não devendo o campo da idéias, e da opinião,
Se transmutar em palco de batalhas estéreis

Neste esteio,
E a despeito de todos os ensinamentos maternos
Ao se lançar na vida,
E descobrir que nem tudo o é que preciso saber,
Pode ser ensinado
Por esta razão a vida ensinando
Através de suas mais diversas realidades
E eu vivendo,
E muitas vezes aprendendo as lições,
Das mais duras formas

Em casa, não nos é passada,
A exata dimensão da aridez do mundo,
A dureza do coração das gentes,
Embora nos bancos de escola,
Tenhamos um grande contato com a amizade,
E também com a maldade humana
Brincadeiras cruéis, provocações
Muito embora eu, raras vezes,
Desaforo pra casa levasse
O triste de todo o processo de viver,
É descobrir a cada dia,
O quanto o ser humano,
É capaz de descer na escala da degradação humana,
E a prosseguir em sua maldade sem limites
Ainda assim, mesmo em meio a muitas maldades,
A descobrir um oceano de esperanças,
Com pessoas determinadas a de alguma forma,
A melhorar o mundo em que vivemos,
A criar grandes ou pequenas maravilhas

Progressos científicos, em meio a escassez de recursos
Belezas a nos encantar os olhos
Na pintura, escultura,
Dramáticas artes, na música
Bem como modelos de utilidade,
Comodidade no uso cotidiano
Em sociais questões,
Implemento de boas idéias nas administrações
Em contraponto as medíocres gentes,
Pessoas fantásticas e dispostas a mudarem suas realidades,
E a vida de quem as cerca
Transformam o mundo com seus múltiplos talentos!
Gente altruísta, outras nem tanto
Mas muitas delas, idealistas,
Batalhadoras, trabalhadoras!

E assim a demonstrar,
Que a mudança do mundo
Não se realiza em grandes gestos,
E sim em pequenas práticas,
Que se transformam ao longo do tempo
Um pequeno gesto em um dia,
Somado com outro gesto do dia posterior,
E dos vindouros,
Transformam realidades e vidas

Afinal, um projeto,
Dificilmente se realiza do dia para a noite
Um livro demora meses para ser escrito,
Um filme, meses para ser produzido,
Projetos, muito tempo se gasta em pesquisas,
E assim por diante...
E geralmente as melhores coisas,
Precisam ser gestadas ao longo do tempo
E mesmo o que aparentemente surge de improviso,
Ou de célere forma,
Levou anos para ser elaborado
Pois o ser, é um eterno projeto em construção,
E todas suas experiências vividas,
Um somatório são,
De um futuro projeto a ser realizado!
Dizem que o simples é difícil,
E muitas vezes de fato o é,
Pois o simples é a essência das coisas,
Sendo o que poucas vezes conseguimos alcançar

Com o tempo,
A descobrir que a felicidade,
Não é algo que devemos buscar,
Ávidos, no elevado cume de uma montanha
Como a encontrar uma flor rara,
Típica de ambientes rarefeitos
A felicidade, este ser inconstante e efêmero,
Esteve e está, o tempo inteiro dentro de nós,
Pois somente nós mesmos,
Somos capazes de buscar nossa felicidade,
E proporcionar felicidade a nossas vidas,
Sendo agentes de nosso dia-a-dia,
De nossos passos, de nosso futuro

Amigos e amores,
Somente nos ajudam a mostrar,
O que está dentro de nós,
Seja o que se tem de melhor ou o pior
Não devemos portanto,
Depender dos outros para sermos felizes

Descobri que ninguém,
Consegue ser o tempo inteiro feliz
Por mais que as coisas corram bem
E que faz parte da vida, sofrer contratempos,
Deparar-se com percalços, vicissitudes, e dores
Constatar que de fato,
A felicidade plena não existe
Que sim, existem momentos mágicos, felizes,
A encher nossas vidas de belas recordações,
E que se não há bem duradouro,
Também não há mal que permaneça
Pois tudo na vida passa
E que quando sofremos,
A impressão termos, de que o mal nunca vai passar,
Para após, agradecer o bem recebido,
A recompensa da paz finalmente alcançada!
Aprendi que a vida de ninguém é fácil
Cabendo a cada um, sua cota de dissabores

Que as crianças também seus problemas,
E que algumas tem, problemas tamanhos,
Que não sei se eu em seus lugares,
Seria capaz de suportar
Que enquanto muitos choram, outros sorriem
Enquanto uns nascem,
Outros namoram, noivam, se casam, e morrem...

Caramba!
Como a vida passa rápido!
Quem poderia imaginar que aquela criança,
Ávida por crescer, se tornaria adulta, tão rápido?
Ontem eu freqüentava o SESI de Araraquara,
Hoje tenho faculdade,
Algumas experiências,
Um pouco de conhecimento...
Muita vontade de aprender,
E entender o que estou fazendo aqui,
Por que a minha vida é do jeito que é,
E se provavelmente,
Chegarei eu em algum lugar, ou para onde irei...
Pois é, divago!

Como na banal e clássica questão:
Quem somos, de onde viemos, para onde vamos?
Acrescentaria: Onde estamos?
Pois o mundo é de fato o que pensamos?
Ainda tenho tantas questões para resolver!
Mas também tenho realizações para comemorar
Embora a vida não seja fácil,
E o dinheiro seja curto!
Estou buscando realizar alguns sonhos
Pois não quero olhar para trás,
E ter a sensação de vida desperdiçada
Posto, que se não temos a vida com que sonhamos,
Devemos fazer o melhor que pudermos,
Com a vida que temos
Ainda me permito sonhar
Pois sonhar é o combustível para se viver
Sendo os nossos passos,
A alavanca necessária,
Para colocar os sonhos em prática

E estes, de alguma forma se concretizando,
Para não tornarem-se apenas devaneios
Descobri que a felicidade,
Não está em um cenário cinematográfico
Mas nas coisas mais simples,
Como observar um ipê florido,
Colorido, com seus galhos repletos de flores
O tapete de flores a cobrir o chão
E por fim,
Os galhos e ramos, sem folhas e flores

A apreciar um belo luar,
As formas diversas da lua;
A admirar o amanhecer,
E o pôr-do-sol;
A contemplar,
A natureza, as árvores, as flores, o mar;
Um céu azul,
As nuvens a se movimentarem nos céus;
A beleza remanescente,
Nas construções abandonadas
Nas histórias vívidas nas antigas casas,
Velhos prédios, e suas envelhecidas fachadas,
Como a simbolizar que o tempo a tudo consome
Em tudo se assemelhando,
Com ossos ao redor do ninho da coruja,
Nos poéticos dizeres de Guimarães Rosa,
Imponente escritor mineiro
A desbravar as grandes veredas,
Do sertão bravio das almas muitas,
Indômitas e ávidas por encantamento!
E embora o tempo não possa ser medido,
Ao menos,
Não com nossa limitada percepção
Sentimos o devir, a mudança, o movimento
E as coisas a se modificarem,
Nem sempre da forma como gostaríamos

Mas voltando a felicidade...
Conforme já dito,
A constatar que,
Ninguém é somente feliz,
E tampouco, somente triste
Pois a todos são concedidos momentos de dor,
Mas também, momentos de felicidade
O que acontece,
É que nem todos percebem estas nuances
E deixam a felicidade, entre seus dedos escapar
Como a areia, ou a terra a escorrer entre as mãos

Muitas vezes,
Ficamos a buscar a felicidade onde ela não está,
Ou pior, onde ela não existe
Sob a ilusão de falsos enganos
 Pois a felicidade está dentro de nós,
E não em um templo remoto,
Em estranhas paragens
Descobri,
Que pensamentos negativos,
Atraem situações negativas
E pensamentos positivos,
Melhoram a atmosfera espiritual a nossa volta
Que o nosso mundo,
É aquilo que construímos para nós
Então, se queremos um mundo cercado de belezas,
Devemos observar a beleza,
Nas pequenas coisas,
E entronizar a beleza em nossa existência
Isto se faz observando a beleza do existir,
A natureza,
Se é que ela ainda nos cerca,
Nesta selva de concreto que são as cidades;
Ouvindo boa música;
Lendo bons livros,
Procurando se informar,
Sendo os meios, os mais diversos;
Conhecer coisas interessantes;
E pessoas interessantes
O que é ruim e degradante,
Devemos também conhecer,
Para saber do que devemos nos defender,
Mas não se envolver com o que nada nos acrescenta

Devemos saber,
Que no mundo existe miséria,
Pessoas passando fome e sede, frio,
Sem terem para onde ir,
Outras tantas, em viciosos hábitos,
A muito beberem,
A se drogarem, jogarem ...
Aos poucos se destruindo
Neste mundo de desalento,
Gentes muitas, mulheres crianças e homens,
A sofrer os mais diversos tipos de violência,
As maiores ignomínias,
Com as quais, não devemos compactuar
Fazendo o possível,
Para esta triste realidade mudar

Devemos isto tudo saber,
Para nos auto determinarmos,
 Dizendo que não queremos isto para nós
E cientes que quem o mal pratica,
Receberá o mal como resposta!
Outra grande verdade que venho descobrindo!
Descobri que transformar nossa vida,
De marasmo, rio de tédio,
Em algo interessante,
Depende de nós,
E que cada um é o que é

Que as pessoas,
Divertem-se de diferentes maneiras
E assim,
Enquanto uns se divertem com filmes de ação,
Outros se divertem com filme de arte,
Outros com comédia romântica...
Que alguns gostos são heterogêneos
E que nem sempre os opostos se atraem
Pois quando as diferenças são muitas,
Não se consegue estabelecer coisas em comum
E as diferenças acabam por afastar,
Ao invés de aproximar!

Descobri que não tenho facilidade,
Para gostar das pessoas,
Mas que quando gosto de alguém,
O afeto é profundo
Constatei também, que para gostar de alguém,
Mesmo que seja um colega ou um amigo,
Preciso descobrir algo nesta pessoa,
Que me faça admirá-la
Seja por ser batalhadora,
Por seu espírito lutador,
Por não se curvar diante das adversidades,
Seu gosto pelos estudos,
Pelo conhecimento, sua dedicação, etc.
Sim, o rol é amplo
Pode ser até mesmo pelo carisma e simpatia,
Em sendo possível, embalada com inteligência

Considero um achado,
Encontrar pessoas que gostam,
De algumas coisas que eu também gosto
Admiro questionadores inteligentes,
Que argumentam sem agredirem seu interlocutor,
E sem criarem polêmicas desnecessárias
Isto me faz ter vontade de mais polida ser!
Saliento ainda,
Que quando gosto de algo,
É por que realmente me agradou
E aí, procuro pesquisar,
Debruçar-me sobre o assunto
Exagerando,
Quase viro uma especialista no assunto
Exagero?
Talvez, mas é minha maneira de ser!
Aprendi,
Que o conhecimento não pode nos ser tirado,
De fato,
A tratar-se de uma verdadeira premissa!

Contudo, certos conhecimentos,
Podem ficar ultrapassados,
E de certa forma,
Ser nos tirada a atualidade,
E o senso do mundo
Assim, é preciso constantemente se atualizar,
Para não ter o conhecimento,
De nós tirado
E quem de nós quer,
Atirado ser, em um cipoal de ignorância,
Sem saber viver no mundo em que escolhemos,
Será, viver?

E assim, quem sabe, sábios ser
Pois se viver é dançar conforme a música
Então procuremos,
Nos adaptar a realidade que nos cerca
Para assim,
Não sofrermos com o choque da realidade
Ou pelo menos, não muito,
Já que por mais que teorizemos,
A realidade,
Nunca será adequadamente dimensionada,
Neste ponto
Pois, somente o contato com o real,
Poderá nos acrescer a exata dimensão da vida

Muito embora em alguns momentos,
Tenha conseguido ter uma percepção,
Jamais conseguida em outros momentos
Como na ocasião,
Em que assisti uma matéria sobre filhos adotivos
Logo eu, Que sempre questionei o fato dos filhos adotivos,
Quererem seus pais biológicos conhecer
Achava que quem abandonava,
Não merecia rever o filho rejeitado
Contudo não me atentei,
Para o vazio deixado por esta história interrompida,
E o quanto deve ser dolorido,
Não se saber exatamente o que aconteceu,
Quem são seus verdadeiros pais

Neste momento,
Entendi de masoquismo não se tratar,
E sim de interesse por sua história de vida,
Sua origem!
E eu,
Muito embora não tenha passado por isto,
Também tenho curiosidade,
Em conhecer o passado de meus ancestrais,
Minhas origens
Pois todos o direito tem,
De conhecer o seu passado
Sinto muita vontade,
De entender ao mundo que me cerca,
Embora tenha desistido,
De tentar entender o ser humano
E a despeito do que dizem,
As mulheres,
Não são tão complicadas assim,
Pois em assim sendo,
Deveria se olhar também para os homens,
Seu modo de viver e pensar,
E enfim se constataria,
Que os seres humanos são complicados

O curioso nesta história,
É que as mulheres,
Aceitaram a pecha de complicadas,
Sem a nada questionar,
Como se os homens fossem,
Seres fáceis de se entender!
Oras,
Um ser que teme,
Para um mulher ligar após um encontro,
Sob o fantasma do medo de um compromisso,
Sem querer a ninguém se ligar,
Envolver-se;
Ou por achar que ao retornar o contato,
A mulher vai imaginá-lo,
Como um potencial marido,
É ter um conhecimento muito superficial,
Do que seja uma mulher
Isto por que,
Pelo menos por meu turno,
Não estou a pensar em casar-me,
Com uma pessoa a quem acabei de conhecer,
Pois sou uma pessoa sensata
E depois dizem,
Que as mulheres é que são complicadas?
Homens com medo de assumir compromisso,
A criarem as teorias mais estapafúrdias,
No tocante ao primeiro encontro,
E as mulheres é que são complicadas?
Quem foi a mente brilhante que inventou isto?
A propósito!
Quem inventou,
Que as mulheres são passionais,
E os homens racionais?
Isto por que,
A quantidade de homens,
Que cometem atos bárbaros por aí,
Demonstra exatamente, o contrário!

Ademais,
Homens existem,
De sensibilidade imensa a provar,
Que no tocante ao ser humano,
Não cabem rótulos
E a demonstrar,
Que sensibilidade relação não tem,
Com ser efeminado,
Ou com orientação sexual
Neste sentido,
Há mulheres muitas, agressivas,
E extremamente cerebrais,
A mostrar que nem todas,
Delicadas e emocionais, são!
Também descobri,
Que a pseudo definição de normalidade,
É tão absurda que engessa!
Pois se você não se comportar,
Vestir-se, falar e pensar,
Do jeito que todos esperam,
É alijado, discriminado,
Mal visto sendo,
E louco considerado

Mas entre esta pseudo normalidade,
Onde se está a se comportar,
Dentro de padrões consideramos normais,
E optar por feliz ser,
Prefiro a segundo opção
Pois no sumidouro de nossas existências,
De perto ninguém é normal,
Podendo de longe até se enganar,
Algum incauto observador
Pois de fato,
Ninguém é normal a curta distância!
Outra lição aprendida
Devendo se desconfiar de quem se diz normal ser!

Em hodiernos tempos,
A fundamentar a humana existência
Em seus modos apressados,
Em busca do que nem mesmo se saber o que é
Sucesso em se ser mais,
Do que realmente se é
E dentre outros valores fundamentais, se esquecer
Preocupando-se,
Mais em se divertir,
Não importando de que forma seja
Em contraponto a um viver mais sentido,
A tocar todas as cordas da existência humana!

 A práxis humana,
Processo pelo qual uma teoria,
Lição ou habilidade é executada ou praticada,
Convertendo-se em parte da experiência vivida
Para alguns se convertendo,
No comportamento do indivíduo,
Fundamentado na aristotélica virtude,
Ladeado aos valores pessoais, ethos, denominados,
Sendo elementos determinantes das humanas ações,
A acrescentar a importância dos costumes,
Para a criação e formação dos nossos cotidianos hábitos,
Baseados em uma finalidade
Destacando a cultura como a porta de entrada na ética,
Por meio da formulação de seus valores,
Para a criação do hábito
Afamada práxis
A funcionar nos corporativos sistemas!

Pena que o proceder atual é riquezas acumular,
Sem considerar a interioridade do ser,
O ter, em sendo mais significando que o ser!
A desfrutar de prazeres efêmeros
Em se desconsiderando,
A maior das felicidades,
Que é o poder se entender,
Ou pelo menos tentar compreender,
Que não será possível a tudo saber!
E assim,
As palavras vão encontrando seu caminho,
E um belo sentido,
A preencher as anteriores folhas em branco
Riqueza de aprendizado,
A escola da vida, em seu contínuo aprendizado,
A mostrar que nem tudo é como parecer ser,
Que o ser humano é complexo demais para ser rotulado
Por isto grupinhos,
Nunca boas impressões deixaram,
Amigos sim,
Quanto aos ajuntamentos, não!

As pessoas tem que ser livres,
Para escolherem os caminhos a trilhar
Como nos dizeres da maior cidade do país: Non ducor duco!
Pois não sou conduzida e sim conduzo
Conduzo os meus passos,
Direcionando-me para onde quero ir
Embora não possa determinar,
Acaso, se conseguirei completar a jornada,
Ou onde irei chegar
Mas ao menos posso auto determinar minha vida
Deixar apenas de ser tomada pelos acontecimentos,
Determinando desta forma,
Como minha vida seguirá
Assim que quero e assim será!
E as palavras a sempre enfeitarem o caminho
E as imagens a perfumarem os meus passos
Assim que eu quero, e assim será feito!
Assim espero!
E assim,
O temário sem assunto,
Torna-se fonte de assuntos diversos!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

TERRAS DO PASSADO

Em passeios por terras do passado
Ficar a contemplar lindas telas enamorado
Quanta virtude, energia e beleza em vigorosas pinceladas
Imponentes esculturas em bronze,
Ou materiais diversos

Da impressionante construção de tijolos a vista
Que ocupa a visão, os olhares do passeio
De largas ruas e corredor de coqueiros

Do jardim que já serviu de cartão postal para histórias
Encontros e despedidas
Abraços e sorrisos, das pessoas
Viandantes, viajores do tempo

De pessoas com suas roupas domingueiras a passear,
Em família pelo bonito jardim
Em suas ruas de plantas, os bancos
A emoldurar muitas histórias de amor

A serem fotografados em máquinas antigas,
E cujas chapas ficavam a soltar fumaça
Branca fumaça a eternizar momentos belos, felizes, fugazes
Nas câmaras do tempo e da saudade
Muitos vestidos rendados, jóias, colares, pulseiras

As belas damas, adornadas com pequenos chapéus
Mocinhas melindrosas de cabelos channel e luvas,
Soltos vestidos longos
Os cortes dos cabelos a se alongarem,
E os cabelos a se cachearem

As mulheres de vestidos, longas saias rodadas
Homens engravatados e de terno, chapéus
Os tubinhos, sapatos de salto, as maquiagens pesadas
Olhos negros, delineados

O tempo a ditar as regras e as modas
As carruagens que a circundar ficavam o parque,
Lugar deram a carros luxuosos, caros
E mais tarde, veículos menos sofisticados,
Populares a todos, simples carros

Dos tempos em que se fazia o footing e se andava de bonde
Primeiramente puxados por cavalos, e depois, elétricos
Do Parque da Luz,
Confrontado com a centenária Estação Férrea
Majestático cenário!

E na magnífica Pinacoteca
Pinturas abstratas, portraits, naturezas mortas
Desenhos e gravuras
Prodígios de engenho e arte
As escadarias de mármore,
As esculturas a enfeitarem as passagens

E o tempo passado a nos trazer,
Pequenos fragmentos de momentos distantes
Em portraits, retratos de presidentes,
De famílias de escol
Telas a exporem as histórias de nossos tempos
Retratos de famílias, bustos, pinturas

E a bela moça de cabelos médios, levemente anelados
Com seu semblante enigmático,
Nos leva a pensar:
Qual teria sido seu passado?
Teve vida ditosa?
Foi feliz?
Vivente em tempos passados,
A mostrar seu semblante em retrato
Fiel aos modismos de seu tempo

Pinacoteca do Estado
Morada eterna de Brecheret’s,
Décios e Dário Villares, Almeidas Junior,
Anitas Malfatis, Portinaris, entre tantos outros
Entre diversos passeios, dispersos

Museu de meus passeios, de minhas viagens ao passado
A imaginar festejos e bailados,
Com a mais fina flor da sociedade paulistana!
Bailes nos clubes da cidade
Com seus crooners a entoarem belas canções do rádio

Todos a usarem trajes de gala
Lindas moças elegantemente vestidas em seus longos,
Senhores repletas de jóias e luxo
E os homens de fraque
A dançarem ao som das lindas canções
Dançando e vivendo emoções

Revistas antigas, fotografias amareladas,
Retratos em preto e branco
A contar nossos melhores momentos
A esconder nossas dores
Dores, velhas dores do mundo,
As quais nunca mudam de forma,
Apenas mudam de lugar!

E as moças e os moços a sonhar ...
E as moças a imaginarem,
Como seriam os rostos de seus cantores queridos
Emoções advindas das ondas de uma estação de rádio
Objeto de fortes freqüências,
De madeira, imponente, imenso,
A parte fazerem, do cotidiano das pessoas
Pinacoteca querida!

Tantas histórias tenho para contar-te
Das minhas impressões pessoais
Pois nos caminhos do templo,
Em seus corredores, e em seus amplos salões
Muitas histórias para se imaginar
Muitas pinturas e esculturas para se admirar
Depositário das memórias de nossas gentes,
De nosso povo,
Orgulho de São Paulo!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

sábado, 25 de abril de 2020

Velhas Vestes do Passado

Construa uma nova história para si
Abandone as tristes histórias do passado
Aprecies as novas terras conquistadas
E o passado, que não seja mais que passado
A desvelar um lindo presente,
E futuro próspero

Com um elegante desfile de lindas vestes,
Onde mulheres garbosas e alinhadas,
Caminham a passos firmes pelo salão
Desafiam uma rotineira história de vida
Almejam maiores resultados,
Neste projeto depositando
Suas melhores esperanças!

Abandone as velhas vestes
Que de um passado já não mais servem
Construa uma nova vida para si,
Abraçando as novas conquistas,
E apreciando as novas paragens
Para que assim ganhes forças,
Para assaz conquistar,
Novos sonhos a realizar em novos caminhos
Caminhos prósperos e desafiadores

Histórias maravilhosas para se contar
Das viagens por um Brasil de belezas
A beleza das serras, seus vinhos,
Suas germânicas construções,
Suas ruas sem faróis,
E os carros a deixarem os passantes caminhar
Querência de muitos gaúchos,
Negra Floresta, com seu lago obscurecido,
Pedalinhos, bons vinhos
Em um trem passear
As pessoas, crianças a acenar

Imponentes parreirais a secar
Despidos que estão das uvas,
Já colhidas!
Imensos tonéis de madeira,
Antiga morada de etílica bebida,
A depurada ser
Agora acolhida em imensos tonéis de aço inox
 Sinal dos tempos!

Canela e Gramado,
Cenários de onde se avista,
Canyons verdejantes,
Natureza em contraste com as humanas edificações
Recortes abruptos
Em enfinda natureza,
Exuberâncias, reentrâncias
Museus, caminhos, hortências

A Maravilhosa Cidade,
Com seus mil belvederes imponentes,
Colossais,
A mirar a visão de mar imenso,
Muitos bairros espremidos,
Entre cortinas de montanhas
Um Cristo a todos abençoar,
Acolhendo em seus braços estendidos,
A grande cidade

Em Petrópolis,
Imponente e inesquecível museu
Morada da família imperial
Dotado de um belo jardim,
Magníficos móveis em madeira,
Loiças, pratarias,
Coroa incrustada de brilhantes e preciosas pedras,
Piso de madeira
Tudo cuidadosamente preservado

Em Goiás,
Fontes de águas quentes,
Recolhida em pousada arborizada,
Fresca, acolhedora
Parque imenso, com piscinas de conchas repletas,
Quentes águas, praia artificial

Fotos, muitas fotos
Fotografias a estampar,
A beleza de lindas cidades coloniais,
Com seus imensos janelões,
E suas vistosas namoradeiras,
Aos passantes espreitar
Artesanatos mil
Calçamentos de pedras, coretos
Minas Gerais,
Goiás Velho,
Pirenópolis Brasília e suas modernas construções,
Eixo Monumental,
Espelhos d’água, com seus peixes ornamentais,
Moedas jogadas, no Palácio da Alvorada
Prédios imensos, Torre da Sul,
E do alto me deslumbrar,
Com a imponência de um Lago Paranoá!

Metropolitana Catedral,
Com suas pontas voltadas para o céu,
Seus coloridos vitrais,
Os quatro evangelistas,
Num monumento a lembrar o pão e o vinho
Litúrgica simbologia!

Belo Horizonte e sua Liberdade,
Em praça personificada,
Enfeitada por imensas palmeiras imperiais,
A um corredor fazerem,
E o coreto a compor,
Majestático cenário,
Ladeado por algumas antigas construções
Históricas cidades,
Avistadas de um elevado,
Ouro Preto, envolvida pela verdura do lugar,
Históricos cenários por onde se passar

Em ponto em que morada foi, de inconfidentes,
Poetas e escritores dos amores do passado
Antiga Vila Rica
Mariana, São João Del Rey, Tiradentes
Esta última, pequena cidade,
Toda feita de históricas construções
Com suas charretes,
E de um elevado se avistar muito da bela cidade
Estrada Real, e um pouco de seu original,
Calçamento de pedras,
Onde tropeiros, por lá passaram
Levando os ouros, e outras riquezas do Brasil!

Paraty, e suas naturais belezas,
Piscinas naturais,
Mar a ser circundado por doces águas
Barcos a salpicar a baía azul
Cidade de belas construções históricas,
Considerada a primeira cidade planejada do país!
Com suas portas e janelas coloridas,
Seus quadriculados nas janelas,
Calçamento de pedras
Quanta beleza, pode haver em tal patamar!

Peruíbe, terra da eterna juventude!
Terra do Abarebebe,
Leonardo Nunes, jesuíta,
Que os índios esteve a catequizar
Com sua orla exuberante,
Seu jeito calmo, tranqüilo,
A fazer par, com as coisas mais alegres da vida!

Paraniacapaba, e sua fria neblina,
A tudo evolver
O maquinário de um velho Museu Funicular,
Com suas paredes de tijolos
A estação de trem,
E as locomotivas a comporem um passado,
Nem tão distante assim!
Casas em pinho de riga,
De vermelho pintadas,
Modestas e simples construções
Próximo dali, um Castelinho altaneiro,
Onde o dono, a todos observava

Antiga vila ferroviária,
Hoje palco das mais animadas apresentações
Como o caminhar dos brincantes,
Em suas fantasias coloridas,
Repletas de pompons, rostos pintados,
Cabelos enfeitados,
A percorrer as ruas da antiga vila São Paulo e seus museus diversos
Suas modernas construções,
Casario antigo,
De épocas diversos pertencentes
Uns cuidados, outros não
Tantas histórias emaranhadas em suas paredes,
Que a todo custo teimam em permanecer em pé!

Vai, abandones as horas mortas
Os momentos de tédio,
Fazes de tua vida, um projeto alvissareiro
Objeto das melhores esperanças,
Reconstruindo uma nova história para ti!
Aprecie a lua cheia, imensa,
Ao cair da tarde,
Ao surgir da noite
Lua agora branca não mais,
E sim envolta nos vapores do dia
A poluição das cidades,
A torná-la não amarela,
Mas quase parda Lua, lua,
A dançar pelo firmamento,
A beijar a copa das árvores,
A brincar no céu
Nas primeiras horas da madrugada,
A mostrar-se ainda branca
Para aos poucos, suja ser,
Pelas horas atarefadas dos homens
A tingir a atmosfera,
De tristes, cores cambriantes,
A entristecer o dia,
Com suas chaminés madrugadeiras
Poluentes fumaças,
A todos os ares contaminar

Lua, em contraste a aridez da vida,
Cenário de mistérios,
Que nos faz um pouco mais refletir,
Sobre tudo nos fica a consumir
Neste frêmito de mil vontades,
Que nunca irão se suprir
Desejo para mim a bela vida,
Com mil boas histórias para contar

Prazer em se viver,
E um bom passado para se recordar
Tendo em vista a reconstrução de uma nova vida,
Com boas lembranças a nos inspirar,
E sacudir para que assim,
Em frente caminhemos,
E consigamos, concretizar nossos projetos,
Nossos sonhos nem um pouco vãos, realizar
Vida vivida,
Sendo válida toda a sua pena!
E sempre o desejo de a tudo transformar!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

VERTEDOUROS E SUMIDOUROS – MEMÓRIAS

Em distante paragem eqüidistante
Terra de lindos prados verdejantes
Cuja natureza estonteante,
Nos lembra da grandeza e magnificência da criação

Lindas borboletas a voejarem pelo local
Asas abertas, coloridas em detalhes, nuances de cores
Amarelas, marrons, azuis, laranjas,
Enfeitam os ares azuis, dos campos do lugar

Passarinhos coloridos também compõe a paisagem
Com suas penas coloridas, marrons, negras, azuis, amarelas, verdes
E suas lindas árvores floridas
Em suas copas imensas, repletas de flores,
Brancas, amarelas, laranja, rosa, roxas, vermelhas,
Em formatos de sinos, com pétalas variadas, dobradas, etc.
Rosas rubras a enfeitarem os caminhos de terra

Terra vermelha, levantando poeira ao sabor dos ventos
Ventos leves, ligeiros, ondejantes
Camélias perfumadas, de cores várias,
Primaveras com suas brácteas coloridas e brancas flores
Um colibri em pleno vôo a beijar as flores
Margaridas, crisântemos e girassóis, fazem par com as rosas

Ao longe, um rio refresca os arrabaldes,
Com suas águas límpidas e cristalinas
A nutrir suas margens de verde e de vida

Árvores ornam o lugar e servem de repouso e descanso aos passantes
Terra dos viandantes de outrora
Árvores frondosas enfeitam o passeio
Araucárias e pinheiros, flamboyant, entre espécies outras

Nos fundos das casinhas de madeira,
Um imenso pomar, repleto de árvores frutíferas,
Das mais variegadas espécies
Limões, laranjas, ramagens como pés de morango e de melancia, kiwi, maceiras,
Amoreiras, jaqueiras, jaboticabeiras, ameixeiras, goiabeiras, e de frutas exóticas

Palmeiras enfeitam os caminhos, assim como cocos verdes
Paineiras, primaveras, ipês de múltiplas cores
Lindas árvores e plantas, a comporem a paisagem
A frente a horta, com suas hortaliças
Cenouras, tomates, alfaces, agriões, beterrabas, brócolis, couve-flores,
Batatas, mandiocas, cebolas, nabos, rabanetes, etc.

Os condimentos vários, pimentas, especiarias e temperos
Seguindo o caminho, as plantações diversas
Cafezais, canaviais, trigais, milharais, arrozais, entre outros
Pés de feijão, algodoal, etc.
Até se chegar a uma mata original
Com amplos campos com gramados
Campinas verdes, quase sem flores

E o sol a brilhar nos campos
E caminhando se chega após longa caminhada,
Em um ponto de ônibus longínquo,
Erigido em ermas paragens,
Que os moradores usam, nas horas de precisão

E Lianor precisa utilizar com freqüência,
Pois estuda em uma faculdade da região
Lianor, humilde moradora do lugar
Habita a fazenda com sua família
Em uma casa mobiliada, feita de alvenaria
Ampla casa arejada, cercada por um amplo alpendre,
E rosas e flores por todos os lados,
Algumas trançadas por entre os balaustres da morada,
Como lágrimas de Cristo e corações sangrentos,
Além de brincos de princesas e damas-da-noite
Fazendo par com os passarinhos,
Que vem de manhã na janela de Lianor cantar

Pássaros cantores a entoar, os sons da natureza,
Coloridos e ruidosos, a serenata na janela da moça entoar
E Lianor, adormece ao som das melodias no aparelho de som
Geralmente sertanejas canções
E durante as tardes alegres, ouve o canto dos pássaros em sua janela
Enquanto estuda, pode ouvi-los animados,
Em reunião pelos ares, voejando e cantando,
Emitindo os mais lindos sons

A moça nas noites madrugadeiras,
Levanta-se espreguiçando-se de sua cama quente,
Pois tem que levantar na noite escura,
Tomar um banho e cuidar da vida
Vai estudar em outra cidade para seu futuro melhorar

Preguiçosa, levanta-se, banha-se
Toma um café rápido, arruma-se para ir estudar
Apressada, pega seu material, livros, cadernos, e papéis avulsos
Segue só, atravessando a ampla propriedade
Morada da família e lugar onde os pais e os irmãos trabalham
Lugar onde poucas gentes moram

E o fazendeiro, dono das terras a se perderem de vista,
Raramente por lá passa
É pena!
Por que o mesmo fica,
A perder a oportunidade de acompanhar um lindo espetáculo,
De cores, sons, formas e harmonias, magicamente combinados
Orlados num espetáculo de verde, vida e natureza!

Mas assim, a vida dos funcionários prossegue
E Adroaldo e os filhos na propriedade trabalham
Sua esposa Isaura, cuida da casa e do pequeno pedaço de terra,
Lindeiro ao imóvel,
Lá já existem algumas árvores frutíferas
Mas ela está a plantar outras espécies,
E Lianor acompanha o crescimento das plantas com curiosidade

Prendada, a mulher cuida da casa e cozinha boas comidas para a família
Bolos de fubá, de milho, bons almoços e jantares, entre outras iguarias
E Lianor, Adroaldo e os filhos, são só elogios, a mulher
Agradecida a Isaura diz serem apenas lisonjas

Licurgo, o filho mais velho, trabalha no manejo das máquinas,
Adroaldo é o administrador da fazenda,
Com efeito, os que ali vivem, trabalham todos, na propriedade
Trabalham na propriedade, amplo latifúndio
Onde os campos são arados com máquinas,
Que trabalham a terra e lançam as sementes ao solo
Nos tempos da colheita, máquinas outras, recolhem o fruto do chão
Em outras culturas, as plantações são feitas manualmente

Os funcionários da fazenda, cultivam seus próprios frutos
Em tempos outros, as famílias trabalhavam de sol a sol nas propriedades
Trabalho manual, cuidavam da terra, abriam buracos no chão e lançavam as sementes,
E colhiam tudo manualmente

As roupas eram lavadas a beira do rio,
Batidas na pedra
Trabalhos árduos de sol a sol
Algumas vezes acompanhados de canções
Isaura e Adroaldo lembravam destes tempos
Tempos de dificuldades,
Mas também de muitas imagens poéticas

Casas cheias de gentes, pais e muitos filhos
Agora o trabalho é quase todo mecanizado,
Com poucos operadores, trabalhando no manuseio das máquinas

Na fazenda, imensos silos armazenam os grãos,
Que serão ensacados e comercializados
Meio de vida dos habitantes do lugar

Lianor, linda campônia do lugar
Encaminha-se para a escola
A pé, segue os passos pela propriedade e pelos arredores
Caminha por entre videiras, laranjais, bananeiras as mais diversas, mangas
Pomar repleto de macieiras, tipos diversos de laranja, dentre frutos outros

Contempla a beleza dos caminhos de uvas, laranjas, maças, abacaxis, abacateiros,
Jaboticabas, jacas, mexericas, peras, jaboticabas, limões, ameixas, amoras, cerejas, etc.
Visita as plantações, passeando em meio as avenidas dos cafezais, variados,
O trigal, milharal, arrozal, canavial, algodoal,
Pés de feijões de vários tipos, entre outros grãos, as oliveiras, os pés de morango, etc.

O sol ainda não se fez presente
A manhã ainda não despejou seus primeiros raios solares, no chão de terra vermelha
E a lua se faz cheia, a dardejar seus raios de claridade
E acompanha a linda moça de tez branca,
Em sua caminhada pelo lugar
Entre os braços entrelaçados, segura papéis, livros e cadernos
E segue a moça, sozinha pelo lugar

A segurar uma lanterna em uma das mãos
Caminha pelo vale,
De longe avista serras,
Lindas montanhas verdejantes, entrecortando a paisagem
E no passeio avista vagalumes,
Pequenos pirilampos a brilhar
Arisca, Lianor caminha a toda velocidade pelo lugar

A fazenda ainda dorme, os campos dormem
Ao longo da caminhada, a noite e as estrelas começam a se dispersar
As densas brumas, envolvem a manhã,
Que começa a se apresentar
O sol começa a despontar seus primeiros raios
Dardos de luz aquecendo um pouco, a longa caminhada sombria
Cansada, ao chegar a beira do rio,
A moça resolve se sentar
Lianor, retira os sapatos especialmente usados para a caminhada
Senta-se a margem do rio, onde repousa os pés cansados,
Sentadinha nas raízes de uma árvore
Ao lado, deposita os materiais escolares

Para se refrescar, aproveita as águas frias, para molhar o rosto
Pudera, a bela camponesa, atravessara quilômetros de plantações,
Quilômetros de vales, de hortas, de verduras,
Pomares, pastos onde avista os animais
Os boizinhos e as vaquinhas a pastar,
Carneiros, ovelhas, etc.

Ao chegar no rio, com suas amplas áreas verdes,
Lianor avista passarinhos indo bebericar em suas margens,
Aves diversas a enfeitar as paragens
A certa altura, alheada de tudo,
Lianor envolve-se pela atmosfera do lugar
E permanece a contemplar o vôo dos pássaros,
O revoar das aves, as borboletas de asas coloridas, a margearem o rio
Em dado momento, percebendo-se distraída, levanta-se num só movimento
E apressada, coloca os calçados nos pés e recolhe os materiais
Neste momento, um vento leve revolve as folhas das árvores e das plantas
E as folhas avulsas, os papéis manuscritos de Lianor,
Dispersam-se pelo gramado
Ganham vôo e movimento,
Para desespero da moça que corre atrás dos papéis,
Na vã tentativa de recolhê-los

Entretetida em sua tarefa, a jovem não percebe que um estranho a observa
E com ela vai pouco a pouco,
Recolhendo as folhas avulsas, os papéis esparsos
A certa altura, ao buscar uma folha, Lianor percebe que alguém pegara algumas folhas
Neste momento, o estranho entrega-lhe as folhas faltantes
E Lianor esbaforida agradece ...
E apressada, começa a correr
Percebe que se não se apressar, perderá o ônibus
O moço, por sua vez, fez menção de perguntar-lhe algo,
Mas a moça não lhe deu tempo para se manifestar
E Lianor corre, cada vez mais apressada
Percorrendo os campos do lugar, avista árvores floridas,
E lindas flores a enfeitarem o passeio
Em algumas propriedades, caramanchões
Casas sólidas, bem construídas, bem diferentes das casinhas de outrora
Embora ainda simples, de madeira

E a moça corre, corre
Até que exausta se depara com as margens da rodovia,
Estrada de terra, revoada de vento vermelho
Poeira na estrada
Enfim chegara ao ponto de ônibus
Caminho comum, de todos os dias
Erma paragem de um sol de arrebol

Licínio por sua vez, ao se ver sozinho nos campos,
Resolveu ir cuidar de seu trabalho
O moço, funcionário da fazenda, opera uma das máquinas
E em sendo tempo de trabalhar
Era chegado o tempo da colheita de algumas culturas
E o moço tratou de seu trabalho cuidar
E a moça, ao chegar no ponto de ônibus da erma paragem,
Sentou-se exausta,
O coração batia apressado
Lianor cansada,
Sentou-se no abrigo de tijolinhos a vista, e banco de madeira pintado

Nos arredores não havia nada nem ninguém
Sentia-se chegada de uma terra do sem fim,
Fim das cidades, do mundo quase desabitado
Lianor respirava fundo

A certa altura, um homem da terra chega
Aflita, a moça pergunta-lhes as horas
E o prestativo senhor responde-lhe
Tranqüila, a campônia percebe que o ônibus ainda não passara
Ainda bem, pensou,
Não perdera a hora
E assim aguardou
Até que com meia-hora de atraso, o ônibus passou
E Lianor aflita, adentrou a condução,
Pagou a passagem e passou a catraca do coletivo

Em seguida sentou-se em um dos bancos do ônibus,
O qual estava praticamente vazio
O senhor que havia chegado depois, também adentrou a condução
E Lianor pegou os papéis avulsos e começou a lê-los
Recordou-se de suas histórias, suas redações, seus estudos

Relembrou-se dos primeiros dias na fazenda,
Quando seu pai e sua família estabeleceram-se no lugar
O homem era o administrador da propriedade 
Cuidava dos interesses do dono das terras

E Lianor queria estudar
Seu pai lhe prometera um carro,
Mas enquanto o carro não vinha, a jovem caminhava pela propriedade
Pegava o ônibus para ir à escola
Cursava faculdade
E assim, ficou a ler

Em dado momento, após ler diversos manuscritos,
A moça notou algo diferente
Um papel branco, com uma grafia diferente da sua,
Contrastava com suas folhas coloridas

No papel, algumas palavras contavam uma história
Era a história de alguém que gostava das coisas da natureza,
Nadava, pescava, caçava e plantava apenas o necessário para a subsistência,
Pintava a pele de cores vermelhas – urucum,
Bravo gentio da terra
Era a narrativa relativa a história de um índio que se tornara líder de sua tribo
E se unira a mais bela índia do lugar
Com ela constituiu família, gerando uma bela descendência,
Que aprendeu com as tradições de seu povo

E tudo ia bem,
Até que a cobiça e a sanha de um povo conquistador, a tudo devorou
As famílias foram separadas, pais e mães escravizados, filhos abandonados
Muito choro e tristeza, além de desolação
O fogo e as armas a tudo destruíram,
Índias foram violadas,
E a vida dos ingênuos índios, nunca mais foi a mesma,
Adoeceram com as doenças dos brancos, aceitaram seu escambo,
Troca de bugigangas, pelas riquezas da terra,
Suas madeiras, do qual era extraída vermelha tinta,
A qual servia para tingir as vestes dos nobres portugueses

E o indiozinho separado de seus pais,
Prometeu vingá-los, reconquistando a terra perdida
Nunca conseguiu realizar o intento,
Infelizmente ou não Hoje, terra habitada por seus descendentes
Que povoaram as paragens, construíram casas, cultivaram as terras
Erigiram pequena cidade

E era para lá que a moça iria se encaminhar
Para completar seu projeto de estudar
E assim o fez
Ao retornar da escola, o ônibus seguiu o mesmo caminho de fazendas,
Verde a se perder de vista por entre trigais, e outras culturas
Em ermas paragens, onde quase ninguém passava

E a moça, encantada com o escrito,
Prometeu que devolveria o papel ao estranho
Com isto, ao descer do ônibus
Caminhou a pé pelas terras, pelos campos
Passou por entre árvores frondosas e floridas, flores diversas,
Camélias perfumadas,
Caminhos de terra, muros de pedra
Bosques de árvores frutíferas, plantações, hortas, pastos
Mais tarde, caminhando mais um pouco pelo lugar,
Ficou a observar a paisagem

As máquinas colheitadeiras, tratores e outros equipamentos
Cansada, resolveu se dirigir até o rio para se refrescar
 Ao lá chegar, molhou o rosto,
Vindo a retirar os sapatos, mergulhando os pés na água
Distraída, ficou a observar o outro lado da margem,
Daquelas encantadoras paragens
Contemplou o vôo de uma borboleta com asas laranja
E a presença de algumas aves, que também passeavam por ali

Do outro lado da margem Licínio se aproximava
Cansado, sentou-se em um tronco de árvore
Com calor, molhou o rosto, vindo a beber um pouco da água do rio
Distraído, ficou a observar o entorno
E observando a natureza, as árvores, as flores, as aves e as borboletas,
O moço percebeu a presença de Lianor

A jovem, ao olhar novamente para o outro lado do rio,
Percebeu que Licínio acenava para ela
Surpresa, a moça devolveu a saudação, acenando para ele
Gesticulando, o rapaz pediu para a moça não se retirar
Apressado, o moço correu em direção a garota

Ao se aproximar, conversaram
Lianor disse-lhe que tinha algo para lhe entregar
Curioso Licínio perguntou então, do que poderia se tratar
A jovem explicou-lhe que estava de posse de seus papéis manuscritos
Licínio então fez então, ar de interrogação,
Para depois se recordar que no instante da ventania,
Estava a ler uns papéis,
Tratava-se de uma redação dos tempos de escola

Foi aí que o moço perguntou se era desses papéis que ela falava,
E Lianor respondeu-lhe afirmativamente
Nisto o rapaz, percebendo a falta de atenção,
Fez questão de se apresentar Licínio era seu nome, e era funcionário da fazenda,
Cuja ocupação era as máquinas operar

E Lianor, instada pelo moço, disse-lhe seu nome
Comentou que em outras paragens,
Estudava as artes e os engenhos dos cultivos de terras
Revelou que caminhava nas madrugadas pela fazenda,
Para no ponto de ônibus chegar
E com isto, poder estudar

Licínio elogiou-lhe a iniciativa,
Argumentando que o caminho não era fácil
Rindo, a moça dizia que o caminho de todos os dias, realmente se mostrava árduo,
Mas ao mesmo tempo, encantador
E assim, longamente conversaram
E Lianor recordando-se do papel,
Prometeu-lhe entregá-lo
Ajustados, combinaram novamente se encontrar
Naquelas margens, nas próximas vesperais

E assim combinados, o casal se despediu
No dia seguinte, a moça novamente madrugou
Por entre as paisagens caminhou,
Vindo a descansar da jornada na beira do rio
Despejou água no rosto,
Deixou a água colhida pelas mãos, correr pelo pescoço
Contemplou a paisagem
O sol começava a despontar seus primeiros raios dourados na paisagem
Ao longe, avistou a invernada
Era chegado o momento da despedida das caminhadas
O carro esperado, estava prestes a chegar
E Lianor já observava a paisagem com saudade
Pouco tempo depois, levantou-se num átimo
Recolheu seu material e prosseguiu na caminhada
Árvores floridas, flores diversas, compunham o caminho

E a jovem caminha, até o ponto de ônibus
Ao lá chegar, novamente acomoda-se
Torna a ler a redação do moço
O ônibus, novamente atrasado, chega
A moça adentra o veículo, paga a passagem, passa pela catraca,
Senta-se em um banco,
Contempla a paisagem
Passarinhos cantam

Alguém apressado chega, consegue entrar no coletivo, antes que parta
Lianor, a esta altura, ocupava-se de seus escritos
Qual não foi sua surpresa,
Quando ao levantar o rosto, percebeu a presença de Licínio,
Espantada, perguntou-lhe o que fazia ali
E o moço respondeu-lhe que precisava ir para outra cidade,
E que como seu carro estava com problemas, optou por ir de ônibus
Lianor indagou sobre o encontro no rio
E Licínio respondeu-lhe que deveria estar lá, na hora determinada

Nisto a moça vasculhou seus pertences,
Até encontrar os papéis brancos, com caligrafia caprichada
Estendeu os papéis avulsos ao moço
E Licínio sorrindo,
Comentou que se tratava de uma redação que redigira no colegial
Curioso, perguntou a moça se havia lido o texto
Lianor respondeu-lhe que sim
Insistindo no assunto,
Licínio indagou se a jovem gostara do que lera
Sorrindo, Lianor respondeu afirmativamente
O rapaz disse-lhe então, que se havia gostado, poderia ficar com a redação
Mas Lianor, argumentando que não poderia ficar com algo que lhe era tão caro,
Respondeu-lhe que ele poderia escrever um texto para ela
Licínio rindo, concordou
Mencionou que a moça era deveras caprichosa

E assim, enquanto o ônibus trafegava,
Licínio conversava com a jovem,
Que sorria de tudo o que o moço falava
Ao chegarem na cidade,
Licínio acompanhou a garota até a entrada da Universidade

Á tarde, a moça encaminhou-se ao rio
Lá encontrou o rapaz atirando pedrinhas na água
Estava do outro lado do rio, na outra margem
E novamente acenou-lhe, sinalizando para aguardar
Correndo, Licínio chegou rapidamente perto da moça
E andando pé ante pé, aproximou-se lentamente,
Cobriu os olhos de Lianor com as mãos

A garota então, tocando as mãos com seus dedos,
Fez com que Licínio tirasse as mãos de seu rosto, e virando-se para ela,
Perguntou-lhe por que havia demorado tanto
Lianor respondeu que não havia tardado, ele que havia se adiantado
Licínio riu
E rindo, ficaram a conversar
De mãos dadas caminharam

No baile da fazenda valsaram
E lá se beijaram
Namorados se tornaram
Naquela mesma noite, uma bela redação o moço lhe apresentou,
Narrando os encontros e desencontros do casal,
E a bela valsa dançada,
Tendo como testemunha uma serra contornada de luar,
Lindo cenário adornado pelo vestido longo e florido da moça

Licínio retirou duas folhas de papel dobradas,
Manuscrito em letras caprichadas,
Timidamente, passou a ler o texto
Lianor ouviu comovida a redação,
Elogiou a beleza da narração,
Abraçaram-se,
Lianor beijou o rosto do moço ...

A sorte mudou
De repente, as coisas mudam de lugar,
E quem perdeu, pode ganhar

E as estrelas da noite, tremeluziam, fugidias
Lua e estrelas, a faiscarem no firmamento
Belas palavras, escrita em muros das cidades
Canções verdadeiras!

E o rio com suas vertentes, mostra seus vertedouros
No sumidouro dos espelhos da verdade,
Onde os enganos se ocultam,
E a verdade se revela Memórias, de uma linda história
História que nunca termina
Pois tantas outras há que se repetem,
Nestes dias vários
Com personagens diversos,
Histórias muitas, histórias mesmas
Memórias de nós todos, vivências de todos nós!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

Vinte e cinco anos

Comemorações, festejos
Nesta festa de felicidade e vida
Cenáculo de enfindos momentos

Fotografias a registrarem ternos momentos de família
Viagens, passeios, almoços, aniversários
Comemorações em dias paternos e maternos
Presentes, lembrancinhas, ou presença
Muitos e muitos anos de matrimônio
Tendo por trilha sonora, mil canções diversas

Desejo-te mais vinte cinco anos, e vinte cinco anos, e vinte cinco anos mais
Mais porém, não posso desejar-te, pois a vida limitada se faz
Parabéns por esta data!
Felicidades enfindas!

DICIONÁRIO:
cenáculo
substantivo masculino
1. ANTIGO
ambiente, cômodo em que era servida a ceia.
2.sala para refeições em escolas, quartéis etc.; refeitório.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

Voejando

Vou voando para longe
Para quem sabe assim poder decifrar
O mistério da vida
E o desenrolar dos acontecimentos vários interpretar

A vida intensa, tensa e corrida
A nos fazer sentir vontade,
De para longe voar, outros ares respirar
Pois a vida muitas vezes nos fica a sufocar

Sinto necessidade de um tempo para mim
Um tempo de nada fazer, apenas sentir
Sinto muitas saudades de mim

De um tempo,
Onde podia apreciar com mais tranqüilidade,
O desenrolar dos eventos

Hoje, anestesiada pela vida corrida
Mal tenho tempo de lembrar,
De muitos dos detalhes,
Dos acontecimentos vividos

Quero um tempo só para mim
Para curtir apenas,
O simples prazer de existir!
 Sentir necessidade de respirar
Em uma nova realidade mergulhar
E nos sonhos investir,
Para melhores palavras encontrar

Pois tudo o que dizemos
Não pode contra nós ser usado
E com isto nos sentirmos desarmados,
E vilipendiados pela vida

Quero ter a liberdade,
Para melhores rumos tomar
E os mais belos cenários contemplar
Pois a beleza da vida,
Reside nas coisas mais singelas

Quero visitar o pássaro azul
Que viaja para longe de mim
E para cada vez mais longe,
Bate suas asas
Desejo que volte para perto de mim
Que não se esconda nos escombros da existência
E que surja lindo e belo,
Com suas penas azuladas,
Em plena luz do dia

Pássaro este que todos nós buscamos
E embora muitas vezes perto de nós
Custamos muitas vezes, a enxergar
E assim, indagamos: Será mesmo que ele está assim tão perto?

Às vezes tenho dúvida de sua presença,
De sua existência
Vida por vezes, demasiado pesada
A expressar seus momentos
Nos mais belos traços faciais

E a necessidade de um respiro,
Para a dura lida,
Vida renhida
E a vontade de embriagar-me de vida!
A ocupar-me com os grandes aspectos monumentais
A esquecer-me dos pequenos detalhes

Desejo voar para longe
Conhecer novas paragens visuais
E novos cenários espirituais
Nesta realidade atemporal

Como a planta a se alimentar da seiva
A formiguinha a recolher o alimento,
As folhas, o açúcar, e o seu pão
E a levar, em grupos,
Para seu ninho, seu chão
Abrigando-se das intempéries,
E do frio intenso,
Com sua reserva de víveres
E a se prepararem para o futuro

E o futuro será novos ares
Romagem nesta vida aventureira!

Voa, voa para longe
Voe para onde meu coração se esconde
Para onde a verdade se faz presente e constante
Voe para onde se encontra minha felicidade
E onde terei paz e tranqüilidade

Sonhos de lindos dias amorosos,
Em tarde tépida e fagueira
Como nos meus melhores sonhos,
A se fazer companheira,
Na longa vida viajeira, voejando, voadeira!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Significado de Voejando
O mesmo que: esvoaçando, pairando, planando, aplainando, adejando, drapejando, revoando, revoluteando, voando.

Romagem
Caminho percorrido (no correr dos tempos); ato de passar (o tempo).

Ô Minas dos Meus Encantos – Quem Te Conhece, Não Te Esquece Jamais!

Passeio muito aguardado,
Viagem tão esperada,
Regresso as Minas Gerais

Mas para tanto,
Viagem ao interior do Estado de São Paulo,
Com suas diversas cidades, idas e vindas mil
Até chegar em Minas, Poços de Caldas,
E depois, voltar a Ribeirão Preto,
Para novamente regressar a Minas, desta vez a Araxá

Ô Minas Gerais,
Ô Minas dos Meus Encantos,
Quem te conhece, Não te esquece jamais!

Andanças por uma Poços de Caldas
Tendo suas Belas Termas em reforma
Com suas belas praças, e muitas árvores altaneiras
Em seus cantos, e muitos encantos

Com aves e pássaros canoros
Muitas pontezinhas singelas
Relógio de Flores
Passeios pela cidade,
Em suas encantadoras lojas de cristais
E estabelecimentos repletos de produtos cosméticos,
E sabonetes medicinais
Além de suas fontes termais

Passeio de charrete
Cidade romântica
Muito verde, primaveras floridas,
Sibipirunas azuis e amarelas, entre outros encantos

Como a linda história da Fonte dos Amores
Onde uma linda freirinha
Enamorou-se de um garboso padre,
Para desespero de ambos
Visando resolver o impasse,
Homiziaram-se por perigosas veredas, fechadas matas
Acabando por perder-se em meio a elas

E com isto, vindo a perecer
Reza a lenda, que unidos, encontrados foram,
Nus e abraçados
Unidos como não o puderam ser em vida

Dizem que o pai da donzela,
Em homenagem a filha e ao moço
Mandou esculpir uma escultura de um casal, nu
E a colocou em sua fazenda
Mais tarde, a obra de arte foi colocada ao Lado da Fonte
Que em homenagem a história irrealizada do amor de ambos
Passou a denominada ser A Fonte dos Amores

Dizem, que neste Romeu e Julieta Uai,
Quem beber destas águas frescas,
Encontrará por fim, o destino de seus afetos
Um amor na vida

Na dúvida, quem não quer se amarrar
É melhor só beber suas águas,
Somente se estiver com muita sede
Na dúvida, é melhor se garantir
Vai que acontece!

Poços de Caldas,
Cujas águas medicinais são extraídas de poços
A propiciarem tratamentos curativos
Cidade de muitos encantos, de muitas belezas

Rios a cortarem a cidade,
Com seus caminhos circundados de árvores e flores
Servidas de belas e saborosas iguarias
Boa comida, e bons passeios em uma cidade atrativa

Mais tarde, a conhecer a bela e longínqua Araxá
Com passeios pelo lugar
Cidade de bonitas igrejas, e bons museus
Passeios pelas belas terras de um antigo Barreiro
Lamaçal onde cavalos e carroças passavam
Antigos pântanos,
Onde as patas dos quadrúpedes tocavam,
Formando barreiros
Antiga expressão do lugar

Terra encantada dos banhos de Beija
Mulher ardente, e de grande beleza
A cuidar do corpo e da saúde, com grande apreço

Lugar onde primeiro se avista o sol
E onde os raios de sua claridade e beleza em nada sobejam,
Dardejando seu brilho
Brilho e beleza que não rivalizam
Como os encantos de Dona Beja

Quem quer conhecer sua história
Jamais esqueça o legado,
Da grande dama, benfazeja Mulher
Ana Jacinta de São José

Ora denominada Beja,
Por conta do beijo,
Outra denominação do formoso hibisco,
Ora por conta da beleza e da graça que faziam par,
Com os encantos do beija-flor

Passando por sua fonte, e bebendo de suas águas
Caminhando pelos lugares onde passastes,
Onde pisastes seus delicados pés
A imaginar tão famosa dama,
A tomar banhos em suas águas medicinais,
Em seu famoso barreiro
Fonte da Jumenta

Araxá, terra de encantos
A abrigar obras belíssimas dos filhos da terra
Calmon Barreto,
E suas belíssimas pinturas de uma natureza já devastada
A servir de cenário para a agricultura,
E usos e costumes dos homens
Memorial de Araxá, com suas fotografias,
Revistas e utensílios,
Das épocas mais diversas,
A contar a história de um povo,
Com suas louças, talheres, rádios, máquinas várias,
Textos a retratarem a memória dos moradores do lugar

Sem contar a exuberância do Barreiro
E seu magnífico Hotel, imenso e imponente
O rio a circundar a construção, o pedalinho,
As regatas, as charretes a circularem pelo jardim
Os ipês e paineiras floridos
Cavalos a trotar

As magníficas termas, o interior do belíssimo hotel
E suas belas salas, seus salões, restaurante, cine teatro
Pessoas muito bem vestidas, carrões estacionados
E as termas, com seus variados banhos

Um guia a explicar ser o banho de lama, o mais completo
Onde a pessoa mergulha,
Em uma banheira repleta de lama medicinal
Seguida por um banho em água medicinal,
Tendo após um processo de sudação,
Onde a pessoa é envolta em toalhas,
Para suar, expelindo pelos poros,
Todas a impurezas do corpo
Passando por um processo de renovação

Fico a imaginar alguém de posses,
A passear pelo átrio repleto de vitrais no teto,
Com pinturas da origem do Barreiro
Como os índios Araxás,
A vinda dos portugueses em cavalos e bois,
Vindo a descobrir o barreiro Dona Beija, e a posterior transformação do lugar,

Em estância hidromineral Pinturas dos banhos na história:
Banho Bíblico, Grego, Romano, em suas termas, Caldério,
Até se chegar aos banhos atuais

Os moços e moças de outros tempos,
 A brincarem com a ressonância do lugar
O som mais alto a vibrar e ecoar nos ouvidos,
Em maior intensidade que em outros lugares
E o transcorrer do tempo a imaginar
Jovens com suas roupas de banho compridas,
A lembrarem collant’s com bermudas,
Maiôs a lembrarem vestidos, com suas diminutas saias

Passeios pela Piscina Emanatória
E seu banho de vapor,
Um banho masculino,
Com um jato d’água disparado de cerca de vinte metros
Banhos radioativos, onde não é permitido o acesso
Experimentar água radioativa,
Muito semelhante a água que bebemos
E a água sulfurosa,
Salgada nos primeiros goles, e amarga no final

No interior da construção,
Existe o acesso ao famoso hotel
Onde fomos guiados para uma visitação

Passeio onde a imaginação voou longe
E a imaginar o hotel em seus primeiros tempos,
Com seus frequentadores de termo e gravata,
Talvez smoking nas festas e eventos de gala
Moças em seus vestidos soltos, salto, maquiagem
Com cabelos a imitarem grandes ídolos do cinema, dos anos vintes, trintas
Mocinhas acompanhadas de suas famílias endinheiradas,
Ou de seus maridos
Solteiras, a sonharem com seus príncipes,
Ou casadas, a viverem um breve conto de fadas,
Em ambiente de sonhos,
Especialmente arquitetado para este fim
Quantos bons espetáculos, devem eles ter apreciado em seu auge
Que momentos gloriosos devem ter sido

Segundo o guia,
O hotel hoje encontra-se arrendado a particulares,
Que tentam recuperar o esplendor de seus tempos de ouro
Quando a jogatina não era proibida,
 E os homens das famílias de escol, apostavam fortunas em suas roletas
Abolidas em 1946, por determinação do Presidente da República,
Excelentíssimo Senhor, General Eurico Gaspar Dutra

E o moço, com sua roupa social e seu chapéu coco, a explicar
Que o jogo permaneceu a ser praticado, por debaixo dos panos,
Em recintos recônditos do hotel,
Que mais se assemelha a um castelo
Até por fim, a ser eliminado por completo,
Decerto, devido às perseguições e denúncias,
Vindo o magnífico palácio, a entrar em declínio

Em suas horas de ocaso,
Administrado fora por diversas gentes
Até ser arrendado, Tauá, espero voltar a encontrar-te
Encontrar a ti novamente,
Juntamente como os outros lugares que conheci

E que aquelas gentes elegantes de outrora,
Sirvam de referência para se relembrar,
Os antigos momentos de esplendor do hotel
Somente tendo senões na demora em se chegar a cidade,
A necessidade de se viajar em dois ônibus rodoviários
E chegar tão tarde a cidade,
Que só pude conhecê-la no dia seguinte

A demora do ônibus, único a levar ao Barreiro
Me parecendo que além de ser a única linha,
É o único ônibus a circular para lá

Passeios pela cidade,
Caminhos não conhecidos pelos turistas
Para só assim se sentir a cidade

Em Uberaba,
Beleza de Hotel com seus magníficos vitrais, belos móveis
Bons espelhos, todos decorados,
Hotel em estilo árabe,
A fazer-nos sentir em um conto das Mil e Uma Noites

Varandas com grades, a descortinarem uma nesga da cidade
Entrada com banquinhos,
 Caramanchão cercado de primaveras
Muitas fotos tiradas
Passeio pela cidade, de muitas e belas igrejas

Parque Fernando Costa e seu leilão de gado
Financiado pelos fazendeiros da região
Em caminhos próximos,
Chegamos a Casa de Memórias e Lembranças, de Francisco Cândido Xavier
Residência onde morou Chico Xavier
Possuí livraria, o mobiliário, livros, fotos
E lembranças do acervo do médium

Seu filho Eurípedes dá continuidade,
A sua memória e ao seu legado
Na luta para que Chico seja universal,
E não de um grupo interessado apenas, em lucrar comercialmente,
Em cima de sua história e de suas boas ações

Em seu túmulo, a escultura do homem
De cabeça baixa, a psicografar
Sentado em sua escrivaninha
Ao lado de um busto do médium
E o desmentido de que a escultura verte água
Que malandragem, hein?
Truque barato para enganar pessoas de boa fé
Desmentido feito pelo filho do médium

Cidade de muitos encantos
E hotel com boa gastronomia
Mata do Ipê e um belo pavão,
Além de patos e lagoas

Em Uberlândia, a Praça Tubal Vilela
E um hotel, com culinária ultra sofisticada
Parque do Sabiá, com seu Aquário, Zoológico,
Pista para caminhada e corridas, com um lago ao fundo
Ipê branco, pedalinhos, peixes, telhado em madeira, aberto
Canhão, e bancos estilizados, parecendo madeira
Escultura de sabiá, vaquinhas, jacaré, e outros animais

Parque Siquieroli e seu Museu da Biodiversidade do Cerrado
 Com porcos do mato taxidermizados, aves, ninhos
E muita espera no ponto de ônibus
Em banca de jornal, a compra de belos postais
Recordações mil
E depois de muitas andanças,
O regresso a São Paulo de Piratininga
E depois a Santo André, livre terra querida
Ô Minas Gerais,
Mais um adeus a terra do Uai

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte

Paisagens Peruibenses

Céu estrelado,
A nos apresentar depois de uma breve caminhada
A lua ainda a se formar
Clara, nos primeiros passos no passeio a beira mar
A se definir, cada vez mais brilhante ao sabor das passadas

No dia seguinte,
Lua cheia coberta pelo véu
Envolta em aura dourada
Ora surge em meio a um firmamento azul escuro,
Ora se esconde em meio ao véu;
Ora diáfano, ora denso e escuro

Noite com poucas estrelas
A se despedir de um sol alaranjado
A correr por detrás de casas
A compor um bonito quadro com a montanha verde

A tarde púrpura
Purpureando o dia
Combinada com os tons azuis e nuvens, do cair do dia

As gaivotas a voarem pelos céus
Os quero-queros, a caminharem pela areia
E o mar belo, e a lua tímida
Clara, quase transparente no horizonte

Duas pessoas sentadas em um banco de concreto,
Contemplam a beleza do fim de tarde,
O começo da noite, com seus mistérios

Algumas pessoas caminham,
Outras andam de bicicleta
O dia cada vez mais curto,
E a noite a chegar-se cada vez mais depressa
Em contraste a estas noturnas impressões

Dia lindo, claro, ensolarado
O mar a revolver areia
Em outros, pontos azul e espumoso em ondas brancas
Tantos contrastes em um mesmo cenário!

Aproveitar o dia para caminhar a beira mar
Molhar os pés na água fresca,
Água a beijar os pés que tocam a úmida areia

A blusa longa estampada e de mangas,
Aberta, balançando ao vento,
A sentir a cálida brisa
O sol a dourar a pele
O biquíni amarelo a compor um romântico par com o sol

O corpo a mudar de cor
Um chapéu de palha para proteger o rosto
E a contemplação de um cenário sempre renovado,
Embora tantas vezes já visto
Como a vida pode ser tão boa nestes momentos,

Pródiga, generosa, farta
E tão dura e avara, em outros?
Não consigo entender!

Como se a dura lida dos dias,
Fosse uma preparação, provação,
Para que mais tarde, se possa desfrutar de instantes de delícias
A alegria de se saber viver
Nos caminhos em direção ao paraíso
Pela estrada afora, se pode avistar da serra

As minúsculas cidades praianas
Seus prédios, suas construções
O verde imenso das matas, os mangues
O velho trem abandonado na estrada férrea
A estrada e o concreto do muro de proteção

As curvas da estrada, os rios, as pessoas a pescar
Pessoas a circularem de bicicleta pelos vãos entre as vias
Casas e matas, o mar ao fundo
Intervalado entre uma construção e outra
Ao chegar na cidade querida,

A Torre da TV se avista ao longe,
Como se sua presença prenunciasse a chegada,
A um reino de delícias, contemplação e alegria
Magia e alegria de se sentir em casa
Em uma nova morada, mergulhada em um novo viver

No jardim,
As dálias altivas, com suas flores róseas, imensas,
Seus botões prestes a eclodir em floradas
Imensas, voltadas para o sol
Ombreando em majestade com os ipês

O manacá a apresentar suas primeiras flores da estação
A brancura da primavera a se despedir de nós Semanas atrás, lembranças de sulcos na areia Desenhado pelo movimento das ondas
Coqueiros, muitos coqueiros entre as moradas
Porta-retratos a lembrarem a presença dos moradores

Conchas por toda a parte a enfeitar a casa
Bandeirolas a compor o cenário de festividades juninas
Passeios de bicicleta pela orla
E a omissão de não se fazer cuidar do patrimônio mais caro
Que é a própria cidade
Reclamar-se sem se conseguir fazer ouvir
É pena!

Pena como o homem consegue estragar,
A mais linda e perfeita criação divina
Será que algum dia chegaremos a um resultado?
Com isto, segue a noite com seu azul escuro
A lua em dado momento desaparece
Raios e relâmpagos clareiam a noite

Durante o regresso ao lar,
Por diversas vezes se viu o céu a clarear a noite
Os raios cada vez mais intensos
Despedida de belos momentos praianos
Das paisagens peruibenses,
Para mais um dia de trabalho …

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

Imemoriais

Em memórias, um passado remoto, que não quer se apagar.
Lembranças tristes, álacres, doridas, fagueiras.
Saudades de um tempo, mais que passado.
Repisar de eternas lembranças.
Rodamoinhos existenciais.
Flores do bem e do mal. 

De passagem pelo trem da vida, reconheci passagens de um tempo remoto.
 Longínquo.
Construções antigas, prédios de tijolos à vista, paredes, galpões, fábricas, fachadas, azulejos. Detalhes.
Rica ornamentação, esculturas lindamente trabalhadas, casas abandonadas.
Construções de galpões de tijolos – fábricas.
Descortinadas junto as estradas de ferro. Belíssimas construções.
Monumento erigido em homenagem ao esquecimento.
Memória da história operária do Brasil.

Labéu do esquecimento.
Desdouro em nossas memórias.
Quanta luta, quanto sangue derramado.
 Vidas devotadas ao trabalho.
Desidério de uma vida futura, onde a memória fosse preservada.

 Operários indo trabalhar em uma tecelagem, em máquinas de fiar.
Mulheres pobres, sacrificadas, morando em cortiços.
 Casas velhas e mal cuidadas.
 A trabalhar longas horas.

De madrugada “o apito da fábrica de tecido” a ferir aos ouvidos, de todos os passantes dos arrabaldes. Consoante a inesquecível canção do imortal Poeta da Vila.
Em contraste, belas casas, mansões, palacetes.
 Detalhes, entalhes, esculturas, colunas.
 Vitrais, estátuas.
 Construções a sofrerem com as horas do ocaso.
O crepúsculo de áureos tempos.

 Ao passar diante de tais monumentos, muita vida a contemplar.
Memória de um passado não muito remoto.
Muito embora remeta a tempos imemoriais.

Lindas jovens a andarem em seus carros sem capô.
Curtos cabelos cacheados, brancas peles, longas saias e chapéus.
 Além das brancas luvas.
 Corsos carnavalescos, carros enfeitados com flores.
 Confete e serpentina.

O tempo.
Retrato amarelado na parede da memória. 
Lembrança a ser resgatada em nossos sentidos.
 Cinematografo – a fábrica de sonhos.
Nascimento da indústria cinematográfica.
Humberto Mauro, Rodolfo Valentino, Theda Bara, Clara Bow, Douglas Fairbanks, Charles Chaplin, Greta Garbo.

Ídolos a embalar os sonhos dos jovens da época.
 Moços e moças a se imaginarem, fortes e destemidos, galanteadores; ou então, delicadas e donairosas, a espera de um príncipe valoroso.

Assistir as fitas de cinema.
 Grande evento social.
Filmes mudos, legendas, retratos em preto e branco.
Expressão corporal. Olhar marcante.
Olhos marcados. Forte expressão do olhar.
 Virilidade.
Languidez no olhar.

Tempos distantes nos espaços imemoriais.
 Lembranças da moça sentada em um banco da praça, tímida, a sonhar com tão belo rapaz. Melindrosa.
Um príncipe das telas de cinema.
 Anos Vintes.

Tempos distantes.
Longânime e resignado senhor de brancos cabelos.
Nem sempre! ...
O tempo a tudo consome, a tudo devora.
 A tudo transforma, deixando tudo como dantes.
O tempo não existe, o que existe são as lembranças a marcarem passagens de vida.
Devir do mundo, rotação da vida.

Saudade das coisas e das casas, dos muros, dos prédios, e de tudo que nunca deveria mudar.
Saudades de um mundo melhor.

 Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

FLASHES

Deus, ó Deus dos insensatos
Como pode permitir tal desiderato?

 Luciana Celestino dos Santos
 É permitida reprodução, desde que citada a fonte.

terça-feira, 21 de abril de 2020

Palavreado

Valsando juntos
Mãos seguras em uma dança delicada
Rodopio pelo amplo salão

Vestido longo, vaporoso
A fazer movimentos encantadores pelo salão
Com desenhos etéreos no ar
A desfazerem-se em poucos minutos

Abraçados, estando o rosto inclinado a contemplar seu parceiro
Zanzando pelos salões, convidados
Belas luminárias a compor o ambiente
Pessoas animadas, conversando no jardim

E o tempo a correr, constante, nestas horas alegres
Delineando contornos
Esfinge que nos espera
Para decifrar mistérios infindos

Sempre a nos espreitar
Factual
Consentâneo com as melhores piores coisas do presente

Herança de nossos tempos
Imanente, latente
Sempre a nos acompanhar

Mesmo que não queiramos a sua presença
Gelosias, onde os melhores pensamentos
Permanecem sempre ocultos

Jovens em busca de melhores perspectivas
Linhas indivisas que se transformam
Transbordam, sobejando em seu ser

Novamente o casal a valsar pelo salão
Deslizando em seu chão frio e brilhante
Piso cuidadosamente lustrado
Felizes, caminham juntos em direção ao jardim
E dançam novamente

O vestido vaporoso a mudar de forma,
Os ventos a invadirem todos os espaços vazios
E ao sabor da atmosfera, todas as formas mudar
A brisa fresca do vento

O esquecimento a nos assombrar
Querer mais do que nunca,
Jamais esquecer

Tempo, este cavalheiro sempre constante
Posto que sempre presente está
Mas ao mesmo, nunca o é da mesma forma

E o esquecimento a nos assombrar
Querer mais do que nunca
Não se sabe o quê
Talvez jamais esquecer

Tempo
Universal
Indivisível

É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Luciana Celestino dos Santos

As Formigas E As Flores De Morango

O dia-a-dia segue tranqüilo,
Nas horas calmas e tépidas
Longe da azafama diária
Corre e corre sem parar

Dias de férias, descanso e felicidade
Depois de dias de desengano
Transportes vários, complicados, complexos

Dias de trabalhos intensos
Relações complicadas,
Convivência diária

E assim, nos dias que se seguem,
Rumo a paragens diversas ...
E o inseto dos detalhes,
A nos fazer pensar nos pequenos eventos do cotidiano

A delícia de apreciar os pequenos momentos,
Instantes de felicidade
A contemplar a beleza de um jardim,
A imponência surpreendente de um mar,
O verdume de uma serra, a cortar dois relevos
E um céu azul por companhia
No jardim das maravilhas

Pequenos seres a levarem,
E a trazerem víveres para a existência
Viver em colônias
A fazerem seus ninhos na terra
Seio da terra,

Entranhas do mundo
E a passearem a flor da terra
Anunciando tempos de chuva e raios
Seres plúrimos, sempre a andarem em bandos

As formigas!
Ávidas, a invadirem potes de açúcar,
Pacotes de doces
Seres viventes ávidos de açúcar

Produto manufaturado da cana
Colhido em canaviais
Sendo recolhido em cortes de facões,
E processado em usinas,

A se transformar em açúcar
Refinado produto industrializado,
Que agrupado em torrões,
Formam pães de açúcar,
Os quais origem deram,
A denominação Pão de Açúcar,
Ao Morro da Maravilhosa Cidade,
Cheia de encantos mil!

Agressivos seres,
A morderem os demais viventes
A fazerem companhia aos humanos seres,
Nos mais impróprios momentos

E os seres humanos,
A guardarem seus alimentos em frios lugares
Com vistas a conservarem-no,
Longe de seu terrível e indomável ataque
Consoante o antigo adágio:
Ou o Brasil acaba com as formigas,
Ou as formigas acabam com o Brasil!

Predadoras, invadem plantações
Consomem folhas, alimentos
Antagonistas dos homens, das mulheres, das casas
Percorrem trilhas, as mais impróprias
Invadem as casas, as salas de estar

E assim, a dona de casa;
A mulher que fora do lar trabalha,
Quando da unha está a cuidar
E a dona de casa, a se tratar
As formigas ficam, a passearem pelo lugar

Enquanto as unhas manicuram,
A mulher a sugerir,
As formiguinhas caminheiras,
As unhas fazerem,
Passando-lhes glitter
Insetos brilhantes e brilhosos,
Adornadas com os mil sortilégios de inventividades humanos
Lindas e belas,
As formigas decoradas com pedrinhas de brilhante,
Esmaltadas!

E a passarem por mesas, paredes,
Invadirem despensas,
Caules, troncos, gramas
Engenhosos seres
E nos campos, além das formigas várias

Os singelos pés de morango,
Com suas folhas verdes,
Pequena planta rasteira
A se desabrochar em flor
Singela flor branca, de pólen amarelo,
A fazer parte de doce fruto
E os mais sábios a dizerem:
Que a flor do morango não adoça o pão seco!

Pão seco da dureza dos corações brutos,
Que não se amolecem,
Nem mesmo diante das coisas mais sublimes,

E a delicadeza das coisas mais singelas
Pão seco da secura dos corações áridos,
Sem amor, alegria e sem beleza

Ante a beleza de um pé de morango,
Com sua delicadeza de flor e de fruto
Com doçura e azedo, nos certos tons

Mas a delicadeza da flor,
E a maravilha de seu sabor de morango
Não transforma a compleição das coisas da vida!
A doçura não amolece, a dureza dos corações empedernidos

E a flor do morango,
Mesmo diante de tanta beleza, azedo e doçura,
Sabiamente temperados,
Não adoça os pães secos,
A percorrerem as estradas da vida

A nos assolarem de azedume e amargura,
E a nos contaminarem, se não nos apercebemos,
De sua sutil maldade,
Pequenas veleidades do cotidiano

A inveja e a aridez das pessoas insatisfeitas do mundo,
Da vida, e das alegrias alheias,
Não devem oferecer obstáculos,
Às flores do morango

E assim como ela,
As flores de maracujá enfeitam o pé da fruta
Fruta sem grandes atrativos de beleza,
A apresentarem bela iguaria em forma de um suco suave,
De calmante poder

Que com o tempo envelhece,
Apresentando rugosidades em seu formato
Bela flor a apresentar a paixão de Cristo!

E as formigas a passearem,
A percorrem o jardim
Entrando e saindo da terra
Abastecendo seu ninho com comida

Praga a atormentar a vida dos humanos seres,
Que de tudo fazem para delas se livrarem
Até quando esta guerra ocorrerá?
Quando a mesma deverá acabar?

Formigas, formigas, formigas!
Detestáveis formigas!
Efêmera existência, a fazer parte da vida,
A contragosto dos humanos seres,
Que não suportam a dureza de sua picada dolorida,
A inocular veneno
A viverem em bandos, gregários seres

E assim, em contraste ao trabalho das formigas
A dipladênia florida,
A espalhar seus galhos e flores pelo jardim
Manacá florido, com sua copa altaneira

Hortência florida,
Em seu buquê de pétalas azuis,
Protegidas pela copa da árvore,
Lindo manacá florido!
Rosas descansam sua beleza,
De caule e folhas sem flores

Dama da noite,
Com suas diminutas flores brancas,
A evocarem a infância de perfumes etéreos
Em bela árvore,
A enfeitar o jardim de minhas saudades!

As Lágrimas de Cristo,
A envolverem a entrada da casa
A enfeitarem as ripas de madeira
Azaléias por todos os cantos, de cores diversas
Dálias lutam estoicamente,
Para ornarem o jardim,
Com suas belas flores coloridas

As lantanas escondem-se sorrateiras,
Atrás de imponentes hibiscos dobrados,
Crescidos e coloridos, laranjas, vermelhos e rosas
E até mesmo, um tímido pé de laranja,
Envolveu-se na trama das plantas do jardim,
Adornado pelas azaléias

Do lado de fora,
Uma bonita árvore com sua copa arredondada
As primaveras entrelaçadas, vermelhas e róseas,
Aguardam o desenvolver de uma primavera maravilha,
Guarnecida por marias-sem-vergonha

E aos pés da parede,
Uma flor boa-noite,
Enfeita o chão revestido com piso

E a grama pouca, parca,
Apresenta um pouco de verde
No jardim de flores e plantas!

Certa vez, um colibri beijou uma flor do hibisco
Ave a colher o pólen das flores,
Voando estático em seu bater de asas no ar,
Momento mágico registrado nas retinas da memória
Lindos retratos registrados no livro das lembranças!

E as flores de ceras com suas cores quentes,
A se mostrarem em exuberância de flores múltiplas

E as formigas a comporem o jardim
Junto as lesmas, com seu corpo branco e viscoso,
E estas últimas, a serem eliminadas com sal
Mas as formigas, sempre as formigas!
Bravamente resistem!

E assim, mesmo sendo temporariamente derrotadas,
Aos poucos retornam,
Reocupando seus lugares nos tormentos humanos

E os humanos seres,
A se acautelarem do traiçoeiro ataque dos insetos
E os insetos dos detalhes,
A não ocuparem nossos dias,
Cheios de preocupações enfindas

E muitas vezes, a nos esquecermos do essencial!
A felicidade é uma porta muito frágil,
Cheia de detalhes sutis,
Os quais muitas vezes não percebemos!

E o orgulho a ocupar as mentes
E os humanos seres,
A derrotados serem,
Pelos pequenos insetos
Que vivem de pequenos detalhes,
Pois suas vidas curtas,

São feitas de pequenos momentos
E o humanos seres,
A se ocuparem apenas,
Dos grandes acontecimentos!



Com isto se denota,
Que a arrogância então deveria ceder espaço ao conhecimento!
E a humildade a nos ensinar deveria,
A melhor viver
Com isto, os seres a aprender deveriam,
A se respeitar

E a inveja de todos deveria se afastar
Pois um existente diz:
Que a inveja, quando não mata, aleija!
Mata e mata sim!

Mata o amor próprio do ser que inveja,
O qual tenta minar a alegria do alvo de sua ira,
Desfeiteando de seus gestos,
Sua maneira de ser!

Raiva que só a ele consome
Embora não consiga enxergar
Pois o ser invejado sua vida prossegue,
A despeito dos venenos e inveja alheios!

Pois assim,
Quando sinto a inveja tentar mirar seus dardos sobre mim,
Tento buscar minha felicidade,
E seguir minha vida,
A despeito das críticas e julgamentos alheios!

Pois quem a cuidar da vida alheia fica
Deveria voltar o foco para si,
E se ocupar mais com sua própria vida,

Pois se aos demais fosse dado cuidar das nossas vidas,
Assim como se para nós fosse dado o referido poder,
Todos estariam credenciados a nossas contas pagarem,
Já que se acham no direito de nossas vidas julgarem
E o mesmo ônus a nós caberia!
Triste sina de quem não tem como sua própria vida ocupar!

Tristes seres a vagarem pela vida,
Errantes
Dignos de pena são!
E nós não devemos com eles nos aborrecer,
E tampouco com eles parecidos ser

Devendo nossa vida viver
E procurando felizes ser
Vivendo, a despeito do desdém, e inveja alheios
Vida alegre e fagueira!

Voa para longe de mim
Os sentimentos mesquinhos,
As horas vazias,
As idéias preconceituosas, pré-concebidas
As pessoas incômodas, que a viver ficam
A existência dos seres a atrapalhar

Que só prevaleçam as alegrias,
E as maravilhas do bem viver
E eu a me ocupar cada vez mais com meu viver

Sem me importar,
Com quem sente prazer em me importunar
Pois que cesse tudo o que antes,
Sem valor se decantava
Por que neste momento,
O ouro da vida, e seu mais alto valor, se alevanta
E viva a vida!

Deixe o inseto dos detalhes ocupar nosso viver
Que possamos admirar o trabalho das formigas,
Sem sermos consumidos por ela
Sem deixarmos ela invadir nossa despensa

E possamos admirar os pequenos instantes de alegria
E a possibilidade de transformarmos nossas vidas
Transformando os momentos de mediocridade,
Em instantes de felicidade

E mudando nossa vida,
Possamos transformar nosso mundo,
E performar nossa realidade
Sem perder o momento rico e único,
De as coisas mudar!

E assim, seguir a vida que se segue
A passar delicioso óleo na pele
Deixando a derme reluzente
Deitando-se em uma esteira,
A tomar um banho de sol,
E a procurar melhores posições para se bronzear,
E a pele aos poucos a colorir,
Ganhando dourados tons

E a contemplar um céu azul, sem nuvens
Lindo de se admirar,
Entrecortado de beirais
Caminhar a beira mar
Vento bravio,
E o sol emoldurar o cenário de praia e areia

E as formiguinhas a percorrerem o jardim
E a flor do morango,
Infelizmente impossibilitada de adoçar o pão seco!

Contemplar a beleza das coisas, das palavras, dos textos
A maravilha e a essência das coisas

Não apenas a beleza efêmera, superficial e fútil
A beleza das violas bem feitas,
Belas em sua exterioridade,
Tendo por dentro somente pão bolorento
Beleza externa exuberante,
Com interior vazio!
Não a isto,
Amo beleza, não apenas pela beleza em si

Mas também pela sua qualidade de belo
Belo por essência,
Não só por fora, mas por dentro também
A beleza da vida, dos dias, dos tempos,
Dos mil sóis a irromperem no horizonte

Os pássaros a voarem pelo jardim
A pousarem em fios de alta tensão
A descasarem nos galhos das plantas das árvores

E a felicidade a residir nas simples coisas
Nos momentos fugazes
Instantes que nos marcam para sempre!

A felicidade não reside nos grandes eventos
Mas nas coisas mais prosaicas do nosso viver
Insetos que dos detalhes, não nos faz esquecer!

Felicidade dos sonhos sonhados;
Vivenciados;
Nos bailes valsados;
Nos olhares trocados;
Na vida vivida;
Nos belos pratos experimentados;
Nos passeios realizados;
Projetos concretizados;
Trabalhos realizados;
No encanto e no desencanto;
No acerto e no desengano
Pois a felicidade é a soma dos momentos alegres

E os tristes momentos a emoldurar os tempos felizes
E a valorá-los para sempre
Pois a vida tem um pouco de alegre e de triste!

Felicidade
Feliz cidade
Pequenos eventos!
Grandes acontecimentos!

E a vida prossegue, assim como os passeios vários!
O jardim a rebentar em verde e em vida
O ipê amarelo a crescer célere em galhos e folhas,
O ipê roxo a descansar em folhas viçosas

E a menina rosa, quando desabrochará?
Rosa flor, rosa menina, que cor terás?
E a vida, quando acontecerá?
Quando então irromperá?
Desabrochará?
Quanto tempo, teremos que esperar?

A curiosidade assola,
E teremos que aprender a saber esperar ...
E a vida continua a se aventurar
Pelos descaminhos do mundo!

E as flores de morango continuam a desabrochar do seio da terra,
Em meio as flores do fruto
E as formigas continuam a passear pelo jardim
E os pães secos já não mais me incomodarão
E assim eu sigo

Vivendo e aprendendo a viver,
A jogar, a chorar e a sorrir
Pois a vida é tão bela,
Apesar de ás vezes parecer tão desprovida de encantos!

E assim tudo a valer a pena ...
Se acaso tentarmos fazer de nossas almas,
Algo pequeno,
Assim não devemos proceder

Pois ...
Nossas almas tem o tamanho do mundo
Só basta a nós, corrermos para alcançá-las!

É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Luciana Celestino dos Santos