No ano de 1961, o ex-governador paulista Jânio Quadros, tomou posse em janeiro.
Defendeu uma política externa independente, e a defesa da soberania nacional.
Adotou a
política de austeridade econômica ditada pelo FMI, restringiu o crédito e congelou salários.
Na tentativa de fortalecer sua autoridade, iniciou campanha de descrédito dos políticos, mas renunciou em 25 de agosto, num gesto nunca explicado inteiramente.
Os setores militares e
políticos não admitiram entregar o poder ao Vice-Presidente, João Goulart, por suas
posições mais de esquerda.
Sua posse só foi aceita, com a condição de o Congresso instituir
o Parlamentarismo.
A Constituição de 1946, foi reformada e estabeleceu esse regime de
governo.
Reduziram-se assim, as prerrogativas do Presidente, e o governo passou a ser
exercido pelo Gabinete Ministerial, chefiado por um Primeiro-Ministro.
João Goulart
aceitou a solução.
Aceitou porque não tinha saída.
O então Vice-Presidente da República João Goulart, conhecido como Jango, assumiu
então o poder.
Tudo em razão da renúncia de Jânio Quadros, causada por pressões
militares.
Contudo, antes de Jânio Quadros renunciar ao governo, tentou articular um golpe.
Porém, o mesmo não deu resultado.
Por isso, ao renunciar, Jânio Quadros, creditou à forças o cultas sua renúncia.
Em razão disso, Jango, assumiu o cargo.
Todavia, após algum tempo, ele foi deposto
pelos militares, que antes mesmo de tomar posse, já o queriam longe da presidência do país.
Por isso mesmo, os militares tentaram impedir sua posse, enquanto ele estava de viagem a
China comunista.
Até mesmo, Jânio Quadros no seu governo, também teve atitudes suspeitas em relação
aos comunistas, pois condecorou Che Guevara o líder da Revolução Cubana.
A elite brasileira também não gostou dos comentários elogiosos feitos por Jango, ao
governo da China, e assim, não queriam-no na Presidência, em substituíção a Jânio
Quadros.
Contudo a despeito de tudo isso, Jango governou o país.
Todavia, João Goulart teve
que governar sob pressão durante todo o governo.
Quando finalmente tomou posse, teve
aceitar governar o país nos moldes do regime parlamentarista, ou seja, não poderia
governar livremente.
Seu governo teria a interferência das autoridades militares.
Mas esta
era uma medida provisória.
Isso por que, poderia haver um plebiscito que mudasse a forma
de governo, e foi isso que aconteceu.
Em razão da votação, voltou o Regime Presidencialista.
Com isso Jango, executou seu programa de Reformas de Base, tentou a estabilização
econômica, mas sua medida de estabilização salarial era impopular, e ele cada vez mais
precisava desse apoio, pois a elite não lhe dava respaldo político e os militares o
pressionavam cada vez mais.
Com o Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social,
enfrentou oposição no Congresso e desconfiança do empresariado nacional.
Diante disso, Jango tentou mobilizar a população.
Com as Reformas de Base –
agrária, bancária, tributária, fiscal e administrativa, entre outras –, tratadas como
essenciais ao desenvolvimento nacional, foi responsabilizado pela carestia e pelo
desabastecimento pela oposição.
Não bastasse isso, essa mesma o posição o acusava de
preparar um golpe comunista.
Por esta razão, o Presidente João Goulart promoveu um
grande comício em frente a Estação Ferroviária Central do Brasil, no Rio de Janeiro, aos
13 de março de 1964, com a presença de 30 mil pessoas.
Seis dias depois, seus adversários
reagiram, com a Marcha da Família com Deus pela Liberdade.
A tensão cresceu.
No dia 31, tropas de Minas Gerais e São Paulo avaçaram sobre o Rio, onde o governo
tinha apoio das Forças Armadas.
Assim, o Golpe Militar destituiu o governo e implantou o
Regime Militar.
Com isso, João Goulart se refugiou no Uruguai.
Quanto a esse aspecto, há muito tempo os militares planejavam o golpe.
Jango tentou resistir, mas não havia mais nada a ser feito.
Essa foi a denominada Revolução de 64.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Poesias
domingo, 29 de março de 2020
A Construção de Brasília
No ano de 1957, iniciou-se a construção de Brasília, futura capital do país.
O projeto urbanístico era do arquiteto Lúcio Costa, e os principais prédios governamentais foram projetados por Oscar Niemeyer.
A obra atraiu enorme quantidade de trabalhadores nordestinos, que se tornaram conhecidos pelo nome de Candangos.
A idéia de transferir a capital para o interior do país, para integrar melhor todo o território e facilitar o desenvolvimento do interior, já estava registrada na Constituição de 1891.
Em 1960, Juscelino Kubitschek inaugurou Brasília.
Ele saiu do governo, deixando grande crescimento econômico – média de 7% ao ano –, baseado na industrialização.
Como herança negativa, houve desequilíbrio nas contas públicas e inflação alta.
Jânio Quadros, do Partido Trabalhista Nacional (PTN), venceu as eleições para a Presidência da República.
João Goulart (PTB-PSD) foi eleito para Vice-Presidente.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
O projeto urbanístico era do arquiteto Lúcio Costa, e os principais prédios governamentais foram projetados por Oscar Niemeyer.
A obra atraiu enorme quantidade de trabalhadores nordestinos, que se tornaram conhecidos pelo nome de Candangos.
A idéia de transferir a capital para o interior do país, para integrar melhor todo o território e facilitar o desenvolvimento do interior, já estava registrada na Constituição de 1891.
Em 1960, Juscelino Kubitschek inaugurou Brasília.
Ele saiu do governo, deixando grande crescimento econômico – média de 7% ao ano –, baseado na industrialização.
Como herança negativa, houve desequilíbrio nas contas públicas e inflação alta.
Jânio Quadros, do Partido Trabalhista Nacional (PTN), venceu as eleições para a Presidência da República.
João Goulart (PTB-PSD) foi eleito para Vice-Presidente.
Luciana Celestino dos Santos
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As Ligas Camponesas
Com relação as Ligas Camponesas, as primeiras organizações de pequenos
proprietários, arrendatários e meeiros, que lutaram contra a expulsão dos camponeses, da
terra, e contra a elevação do preço dos arrendamentos, surgiram em Pernambuco, a partir do
final de 1955.
As Ligas Camponesas.
Lideradas pelo advogado e político Francisco Julião, do Partido Socialista Brasileiro (PSB), as Ligas, obtiveram o apoio do PCB e de setores da Igreja Católica, e aos poucos, se multiplicaram e se espalharam para outros estados.
Reuniram milhares de trabalhadores rurais, enfrentando a repressão policial e a reação dos usineiros e latifundiários.
Uma das lutas-símbolo do movimento foi a dos camponeses que haviam arrendado pequenos sítios dentro do Engenho Galiléia, em Vitória do Santo Antão (PE).
Durante cinco anos, eles impediram por meios legais que a propriedade fosse retomada.
No final, o governo federal desapropriou a fazenda.
Durante o Regime Militar de 1964, Julião e seus principais líderes foram presos e condenados.
O movimento então se enfraqueceu e se desarticulou.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
As Ligas Camponesas.
Lideradas pelo advogado e político Francisco Julião, do Partido Socialista Brasileiro (PSB), as Ligas, obtiveram o apoio do PCB e de setores da Igreja Católica, e aos poucos, se multiplicaram e se espalharam para outros estados.
Reuniram milhares de trabalhadores rurais, enfrentando a repressão policial e a reação dos usineiros e latifundiários.
Uma das lutas-símbolo do movimento foi a dos camponeses que haviam arrendado pequenos sítios dentro do Engenho Galiléia, em Vitória do Santo Antão (PE).
Durante cinco anos, eles impediram por meios legais que a propriedade fosse retomada.
No final, o governo federal desapropriou a fazenda.
Durante o Regime Militar de 1964, Julião e seus principais líderes foram presos e condenados.
O movimento então se enfraqueceu e se desarticulou.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
A Posse e a Era JK – Os Cinqüenta Anos em Cinco
Em 1955, Juscelino Kubitschek, foi eleito para Presidente da República pelo PSD em
outubro.
Seu Vice foi João Goulart, do PTB.
No início de novembro, alguns militares sugeriram um golpe que impedisse a posse de Juscelino.
Na mesma época, o Presidente em exercício, Café Filho, sofreu um ataque cardíaco e, em seu lugar, assumiu o Presidente da Câmara dos Deputados, Carlos Luz, que se recusou a punir os militares golpistas.
Para garantir a posse do Presidente eleito, o General Henrique Teixeira Lott, Ministro da Guerra, deu um golpe preventivo contra Carlos Luz.
Ele mobilizou tropas que ocuparam prédios do governo, estações de rádio e jornais e isolou a Marinha e a Aeronáutica, contrárias a mudança de poder.
Com isso, Carlos foi afastado e o Presidente do Senado, Nereu Ramos, assumiu o governo.
Estava garantida a posse de Kubitschek no ano seguinte.
Entre os anos de 1956 a 1960, Juscelino Kubitschek tomou posse (1956), com um discurso desenvolvimentista e anunciou o lema “Cinqüenta anos (de progresso) em cinco (de governo).”
Seu Plano Nacional de Desenvolvimento, conhecido Plano de Metas, privilegiou os setores de energia, transporte, alimentação, indústria de base e educação.
O capital estrangeiro foi atraído pela ampliação dos serviços de infra-estrutura, como transporte e fornecimento de energia elétrica.
Isso favoreceu a implantação do grande pólo automobilístico na região do ABC paulista.
Para incentivar o desenvolvimento da Região Nordeste, que assistia à eclosão de reivindicações do homem do campo organizado nas Ligas Camponesas, criou a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
Com os investimentos externos, Kubitschek estimulou a diversificação da economia nacional, aumentando a produção de insumos, máquinas e equipamentos pesados para a mecanização agrícola, fabricação de fertilizantes, frigoríficos, transporte ferroviário e construção civil.
No início dos anos 60, o setor industrial superou a média dos demais setores da economia.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Seu Vice foi João Goulart, do PTB.
No início de novembro, alguns militares sugeriram um golpe que impedisse a posse de Juscelino.
Na mesma época, o Presidente em exercício, Café Filho, sofreu um ataque cardíaco e, em seu lugar, assumiu o Presidente da Câmara dos Deputados, Carlos Luz, que se recusou a punir os militares golpistas.
Para garantir a posse do Presidente eleito, o General Henrique Teixeira Lott, Ministro da Guerra, deu um golpe preventivo contra Carlos Luz.
Ele mobilizou tropas que ocuparam prédios do governo, estações de rádio e jornais e isolou a Marinha e a Aeronáutica, contrárias a mudança de poder.
Com isso, Carlos foi afastado e o Presidente do Senado, Nereu Ramos, assumiu o governo.
Estava garantida a posse de Kubitschek no ano seguinte.
Entre os anos de 1956 a 1960, Juscelino Kubitschek tomou posse (1956), com um discurso desenvolvimentista e anunciou o lema “Cinqüenta anos (de progresso) em cinco (de governo).”
Seu Plano Nacional de Desenvolvimento, conhecido Plano de Metas, privilegiou os setores de energia, transporte, alimentação, indústria de base e educação.
O capital estrangeiro foi atraído pela ampliação dos serviços de infra-estrutura, como transporte e fornecimento de energia elétrica.
Isso favoreceu a implantação do grande pólo automobilístico na região do ABC paulista.
Para incentivar o desenvolvimento da Região Nordeste, que assistia à eclosão de reivindicações do homem do campo organizado nas Ligas Camponesas, criou a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
Com os investimentos externos, Kubitschek estimulou a diversificação da economia nacional, aumentando a produção de insumos, máquinas e equipamentos pesados para a mecanização agrícola, fabricação de fertilizantes, frigoríficos, transporte ferroviário e construção civil.
No início dos anos 60, o setor industrial superou a média dos demais setores da economia.
Luciana Celestino dos Santos
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O Atentado da Rua Toneleiros
Em 1954, no Rio de Janeiro, Gregório Fortunato, Chefe da Guarda Presidencial e
servidor de Getúlio por mais de 30 anos, contratou um pistoleiro, para matar o jornalista
Carlos Lacerda, agressivo opositor udenista.
No atentado, porém, morreu o Major da Aeronáutica, Rubens Vaz, e Lacerda ficou ferido levemente.
A partir desse episódio, o governo de Getúlio, perdeu muito de sua base política.
Generais divulgaram manifesto à nação, e exigiram a renúncia do Presidente.
No mesmo ano, aos 24 da manhã de agosto, Getúlio Vargas se suicidou, no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro.
Sua morte, foi seguida de grandes manifestações populares que, de certa maneira, garantiram o espaço para uma transição do poder dentro da legalidade.
O Vice-Presidente, João Café Filho, assumiu a Presidência.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
No atentado, porém, morreu o Major da Aeronáutica, Rubens Vaz, e Lacerda ficou ferido levemente.
A partir desse episódio, o governo de Getúlio, perdeu muito de sua base política.
Generais divulgaram manifesto à nação, e exigiram a renúncia do Presidente.
No mesmo ano, aos 24 da manhã de agosto, Getúlio Vargas se suicidou, no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro.
Sua morte, foi seguida de grandes manifestações populares que, de certa maneira, garantiram o espaço para uma transição do poder dentro da legalidade.
O Vice-Presidente, João Café Filho, assumiu a Presidência.
Luciana Celestino dos Santos
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O Retorno do Caudilho
Em 1950, Getúlio Vargas, foi reeleito para Presidente pelo PTB, mesmo sem o apoio
de Dutra, que sustentou a candidatora de Cristiano Machado, do PSD.
A UDN lançou novamente como candidato o Brigadeiro Eduardo Gomes.
Vargas também conseguiu o apoio de Ademar de Barros, então influente político de São Paulo, e de seu Partido Social Progressista (PSP).
No ano de 1951, Getúlio Vargas tomou posse e presidiu o país até 1954.
Reprisando a política adotada durante o período ditatorial do Estado Novo, reforçou o caráter nacionalista e populista de seu governo.
Privilegiou medidas que considerou necessárias para a industrialização do país.
Quando a campanha nacionalista “O Petróleo É Nosso” agitava a opinião, enviou ao Congresso projeto para criação de uma empresa petrolífera, a Petrobrás.
Vargas flexibilizou as relações sindicais para atender uma de suas principais bases de apoio, os trabalhadores urbanos.
Isso permitiu a volta dos Comunistas aos sindicatos, e de outros sindicalistas, afastados no governo Dutra.
O exército viveu uma situação de divisão.
De um lado estava os militares mais nacionalistas, que apostaram na industrialização do país como motor do crescimento econômico, e de outro havia uma corrente mais alinhada aos EUA, que pregou o controle da inflação e a atração do capital estrangeiro como alicerce da economia.
Em 1952, Vargas deu continuidade à industrialização do país inaugurando o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDE) e estabilizando a geração de energia elétrica, decidido a lutar pelo que chamava de interesses nacionais.
Um novo decreto impôs limite de 10% para remessas de lucros para o exterior.
Nesse mesmo ano foi criada a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que coordenou a ação da Igreja Católica no país. N
o ano seguinte foi criada, também, a Petrobrás, e ficou estabelecido o monopólio estatal na produção do petróleo.
Essa política provocou a reação dos conservadores liderados pela União Democrática Nacional (UDN).
Uma greve geral por reajuste salarial chegou a atingir 300 mil trabalhadores em São Paulo, e durou 24 dias, terminando com acordos separados para várias categorias.
Outra paralizou 100 mil marítimos no Rio de Janeiro.
No processo perderam prestígio os dirigentes sindicais mais ligados ao PTB e a Getúlio.
Vargas escolheu João Goulart para Ministro do Trabalho; Tancredo Neves, da Justiça; e Osvaldo Aranha, da Fazenda.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
A UDN lançou novamente como candidato o Brigadeiro Eduardo Gomes.
Vargas também conseguiu o apoio de Ademar de Barros, então influente político de São Paulo, e de seu Partido Social Progressista (PSP).
No ano de 1951, Getúlio Vargas tomou posse e presidiu o país até 1954.
Reprisando a política adotada durante o período ditatorial do Estado Novo, reforçou o caráter nacionalista e populista de seu governo.
Privilegiou medidas que considerou necessárias para a industrialização do país.
Quando a campanha nacionalista “O Petróleo É Nosso” agitava a opinião, enviou ao Congresso projeto para criação de uma empresa petrolífera, a Petrobrás.
Vargas flexibilizou as relações sindicais para atender uma de suas principais bases de apoio, os trabalhadores urbanos.
Isso permitiu a volta dos Comunistas aos sindicatos, e de outros sindicalistas, afastados no governo Dutra.
O exército viveu uma situação de divisão.
De um lado estava os militares mais nacionalistas, que apostaram na industrialização do país como motor do crescimento econômico, e de outro havia uma corrente mais alinhada aos EUA, que pregou o controle da inflação e a atração do capital estrangeiro como alicerce da economia.
Em 1952, Vargas deu continuidade à industrialização do país inaugurando o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDE) e estabilizando a geração de energia elétrica, decidido a lutar pelo que chamava de interesses nacionais.
Um novo decreto impôs limite de 10% para remessas de lucros para o exterior.
Nesse mesmo ano foi criada a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que coordenou a ação da Igreja Católica no país. N
o ano seguinte foi criada, também, a Petrobrás, e ficou estabelecido o monopólio estatal na produção do petróleo.
Essa política provocou a reação dos conservadores liderados pela União Democrática Nacional (UDN).
Uma greve geral por reajuste salarial chegou a atingir 300 mil trabalhadores em São Paulo, e durou 24 dias, terminando com acordos separados para várias categorias.
Outra paralizou 100 mil marítimos no Rio de Janeiro.
No processo perderam prestígio os dirigentes sindicais mais ligados ao PTB e a Getúlio.
Vargas escolheu João Goulart para Ministro do Trabalho; Tancredo Neves, da Justiça; e Osvaldo Aranha, da Fazenda.
Luciana Celestino dos Santos
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A Ingerência Americana
Nos idos de 1947, foi decretada a ilegalidade do Partido Comunista Brasileiro (PCB)
em maio.
A medida foi tomada pelo Supremo Tribunal Federal, baseado em texto constitucional que proibia a existência de partido político contrário ao regime democrático e à pluralidade partidária, e que não garantisse os direitos fundamentais do homem.
Em seguida, o Ministério do Trabalho fechou a Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), controlada pelos comunistas, e interveio em mais de cem sindicatos, acusados de focos de agitação operária.
Atendendo às reivindicações conservadoras, o General Dutra proibiu os jogos de azar e fechou os cassinos.
Rendeu-se às pressões dos Estados Unidos, que em plena Guerra Fria disputaram a hegemonia mundial com a União Soviética (URSS), e rompeu relações com a mesma.
No ano seguinte, uma lei aprovada pelo Congresso Nacional, determinou a cassação dos mandatos de deputados, senadores e vereadores eleitos pelo PCB.
Luciana Celestino dos Santos
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A medida foi tomada pelo Supremo Tribunal Federal, baseado em texto constitucional que proibia a existência de partido político contrário ao regime democrático e à pluralidade partidária, e que não garantisse os direitos fundamentais do homem.
Em seguida, o Ministério do Trabalho fechou a Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), controlada pelos comunistas, e interveio em mais de cem sindicatos, acusados de focos de agitação operária.
Atendendo às reivindicações conservadoras, o General Dutra proibiu os jogos de azar e fechou os cassinos.
Rendeu-se às pressões dos Estados Unidos, que em plena Guerra Fria disputaram a hegemonia mundial com a União Soviética (URSS), e rompeu relações com a mesma.
No ano seguinte, uma lei aprovada pelo Congresso Nacional, determinou a cassação dos mandatos de deputados, senadores e vereadores eleitos pelo PCB.
Luciana Celestino dos Santos
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O Fim da Era Vargas
Em 1945, o apoio do líder Luís Carlos Prestes a Getúlio Vargas, favoreceu a
legalização do Partido Comunista Brasileiro (PCB).
Prestes seguiu as orientações dadas por Moscou a todos os participantes comunistas do mundo, de sustentar os governos engajados na luta antifacista.
Ele passara dez anos preso em conseqüência da Intentona Comunista.
No mesmo ano, Getúlio Vargas renunciou em 29 de outubro, pressionado pelos Ministros Militares.
O Presidente do Supremo Tribunal Federal, José Linhares, assumiu o governo até a eleição e a posse do novo Presidente da República, o General Dutra, em janeiro de 1946.
A estabilidade do regime ditatorial tinha sido abalada pelo esforço nacional na II Guerra Mundial, quando o país lutou contra o regime nazi-facista.
A oposição ao Estado Novo havia crescido entre intelectuais, estudantes, religiosos e empresários, e Vargas perdeu o controle da situação.
Tentou passar então à ofensiva: concedeu anistia aos presos políticos, reformou a legislação partidária e eleitoral, anunciou eleições gerais e convocou uma Assembléia Nacional Constituinte.
O Ministro da Guerra, Eurico Gaspar Dutra, era seu candidato.
Mas as pressões de setores da burocracia e do trabalhismo – os Queremistas –, para que o próprio Vargas disputasse as eleições, causaram desconfiança na oposição, que, apoiada pela cúpula militar, articulou o golpe.
Ainda em 1945, o ex-Ministro da Guerra de Getúlio Vargas, Eurico Gaspar Dutra, foi eleito para Presidente da República pelo Partido Social Democrático (PSD), com apoio do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), que reuniu dirigentes sindicais, trabalhadores e profissionais liberais.
O candidato da oposição, o Brigadeiro Eduardo Gomes, foi ligado à UDN (União Democrática Nacional), que congregava elites rurais, representando setores industriais e da classe média.
No ano de 1946, o General Eurico Gaspar Dutra tomou posse.
Instalou-se a Assembléia Nacional Constituinte.
Em setembro, Dutra promulgou a Quinta Constituição.
Mais democrática, ela refletia a derrocada do nazi-facismo na II Guerra e a queda do Estado Novo.
Esta nova Carta, restabeleceu os direitos individuais, extinguindo a censura e a pena de morte.
Devolveu a independência dos três poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário –, a autonomia dos estados e municípios e a eleição direta para Presidente da República, com mandato de cinco anos.
Ela também tornou obrigatório o voto para as mulheres.
Em relação à organização dos trabalhadores, a Constituição considerava o sindicato órgão de colaboração com o Estado.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Prestes seguiu as orientações dadas por Moscou a todos os participantes comunistas do mundo, de sustentar os governos engajados na luta antifacista.
Ele passara dez anos preso em conseqüência da Intentona Comunista.
No mesmo ano, Getúlio Vargas renunciou em 29 de outubro, pressionado pelos Ministros Militares.
O Presidente do Supremo Tribunal Federal, José Linhares, assumiu o governo até a eleição e a posse do novo Presidente da República, o General Dutra, em janeiro de 1946.
A estabilidade do regime ditatorial tinha sido abalada pelo esforço nacional na II Guerra Mundial, quando o país lutou contra o regime nazi-facista.
A oposição ao Estado Novo havia crescido entre intelectuais, estudantes, religiosos e empresários, e Vargas perdeu o controle da situação.
Tentou passar então à ofensiva: concedeu anistia aos presos políticos, reformou a legislação partidária e eleitoral, anunciou eleições gerais e convocou uma Assembléia Nacional Constituinte.
O Ministro da Guerra, Eurico Gaspar Dutra, era seu candidato.
Mas as pressões de setores da burocracia e do trabalhismo – os Queremistas –, para que o próprio Vargas disputasse as eleições, causaram desconfiança na oposição, que, apoiada pela cúpula militar, articulou o golpe.
Ainda em 1945, o ex-Ministro da Guerra de Getúlio Vargas, Eurico Gaspar Dutra, foi eleito para Presidente da República pelo Partido Social Democrático (PSD), com apoio do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), que reuniu dirigentes sindicais, trabalhadores e profissionais liberais.
O candidato da oposição, o Brigadeiro Eduardo Gomes, foi ligado à UDN (União Democrática Nacional), que congregava elites rurais, representando setores industriais e da classe média.
No ano de 1946, o General Eurico Gaspar Dutra tomou posse.
Instalou-se a Assembléia Nacional Constituinte.
Em setembro, Dutra promulgou a Quinta Constituição.
Mais democrática, ela refletia a derrocada do nazi-facismo na II Guerra e a queda do Estado Novo.
Esta nova Carta, restabeleceu os direitos individuais, extinguindo a censura e a pena de morte.
Devolveu a independência dos três poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário –, a autonomia dos estados e municípios e a eleição direta para Presidente da República, com mandato de cinco anos.
Ela também tornou obrigatório o voto para as mulheres.
Em relação à organização dos trabalhadores, a Constituição considerava o sindicato órgão de colaboração com o Estado.
Luciana Celestino dos Santos
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Os Pracinhas Brasileiros
No ano de 1944, o Brasil enviou o primeiro contingente de soldados para luta na
Itália, completando o alinhamento ao lado da Frente Antifacista.
Eram os Pracinhas da FEB.
No ano seguinte, eles aturaram em várias batalhas, no vale do Rio Pó, na Itália.
Nessas batalhas, tomaram o Monte Castelo, venceram em Castelnuovo, e participaram da tomada de Montese.
Ao todo, 25 mil homens foram enviados à guerra.
Morreram 430 Pracinhas, 13 oficiais do exército e 8 da Aeronáutica.
A volta dos sobreviventes ao Brasil, a partir de maio, causou grande entusiasmo popular, e contribuiu para acelerar as pressões pela democratização do país.
Antes porém, durante as despedidas, centenas de mãe choraram com a partida dos filhos para a guerra.
Em razão disso, um certo lugar em São Paulo ficou conhecido como a Estrada das Lágrimas.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Eram os Pracinhas da FEB.
No ano seguinte, eles aturaram em várias batalhas, no vale do Rio Pó, na Itália.
Nessas batalhas, tomaram o Monte Castelo, venceram em Castelnuovo, e participaram da tomada de Montese.
Ao todo, 25 mil homens foram enviados à guerra.
Morreram 430 Pracinhas, 13 oficiais do exército e 8 da Aeronáutica.
A volta dos sobreviventes ao Brasil, a partir de maio, causou grande entusiasmo popular, e contribuiu para acelerar as pressões pela democratização do país.
Antes porém, durante as despedidas, centenas de mãe choraram com a partida dos filhos para a guerra.
Em razão disso, um certo lugar em São Paulo ficou conhecido como a Estrada das Lágrimas.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
A CLT e o Sesi
Em 1943, com o financiamento norte-americano, Getúlio Vargas instalou a Fábrica
Nacional de Motores (FNM) no Rio de Janeiro.
Criou o Serviço Social da Indústria (Sesi).
Também entrou em vigor um novo conjunto de regras trabalhistas, com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que sistematizou e ampliou a legislação trabalhista.
Os sindicatos foram oficializados e passaram a ter maior representatividade.
Por outro lado, transformaram-se em instrumentos de pressão e controle do governo sobre a classe trabalhadora.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Criou o Serviço Social da Indústria (Sesi).
Também entrou em vigor um novo conjunto de regras trabalhistas, com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que sistematizou e ampliou a legislação trabalhista.
Os sindicatos foram oficializados e passaram a ter maior representatividade.
Por outro lado, transformaram-se em instrumentos de pressão e controle do governo sobre a classe trabalhadora.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
A Participação Brasileira na II Grande Guerra
No mesmo ano, cinco navios mercantes brasileiros foram torpedeados por
submarinos alemães no litoral, e 652 pessoas morreram.
Depois de grandes manifestações populares, o Brasil declarou guerra à Alemanha e à Itália.
Pressionado pelos Estados Unidos, Getúlio Vargas já tinha rompido relações diplomáticas com os países do Eixo – Alemanha, Itália e Japão –, inimigos dos Aliados na II Guerra Mundial.
Havia autorizado também, o uso de bases militares em Belém, Natal, Salvador e Recife pelos americanos. Em agosto foi criada a Força Expedicionária Brasileira (FEB), decisão do governo brasileiro que teve que superar as restrições dos norte-americanos e ingleses.
Eles consideravam problemático, integrar tropas brasileiras com sucesso no esforço de guerra.
Em dezembro, a Comissão Militar Brasileira foi à Itália acertar a participação do Brasil na II Guerra Mundial ao lado dos Aliados.
Luciana Celestino dos Santos
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Depois de grandes manifestações populares, o Brasil declarou guerra à Alemanha e à Itália.
Pressionado pelos Estados Unidos, Getúlio Vargas já tinha rompido relações diplomáticas com os países do Eixo – Alemanha, Itália e Japão –, inimigos dos Aliados na II Guerra Mundial.
Havia autorizado também, o uso de bases militares em Belém, Natal, Salvador e Recife pelos americanos. Em agosto foi criada a Força Expedicionária Brasileira (FEB), decisão do governo brasileiro que teve que superar as restrições dos norte-americanos e ingleses.
Eles consideravam problemático, integrar tropas brasileiras com sucesso no esforço de guerra.
Em dezembro, a Comissão Militar Brasileira foi à Itália acertar a participação do Brasil na II Guerra Mundial ao lado dos Aliados.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
O Senai
Em 1942, Getúlio Dornelles Vargas fundou o Serviço Nacional da Indústria (Senai), para contribuir com a formação de mão-de-obra especializada para o setor industrial.
Destinada ao ensino profissional do menor operário, a intituição estava subordinada ao Ministério da Educação, sob a direção da Confederação Nacional da Indústria.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Destinada ao ensino profissional do menor operário, a intituição estava subordinada ao Ministério da Educação, sob a direção da Confederação Nacional da Indústria.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
A CSN
No ano de 1940, já estava previsto na Constituição de 1934, o salário mínimo,
instituído pelo Presidente Getúlio Vargas por meio de um decreto-lei.
Ele estabeleceu também o imposto sindical, a contribuição obrigatória correspondente a um dia de trabalho, que todo empregado, sindicalizado ou não, devia pagar.
No campo econômico foi criada a Comissão Executiva do Plano Siderúrgico Nacional.
Nos idos de 1941, para estimular a indústria de base e substituir as importações por produto local, estratégia favorecida por dificuldades da II Guerra Mundial, Getúlio Vargas fundou a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em volta Redonda (Rio de Janeiro).
A empresa estatal foi privatizada em 1993.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Ele estabeleceu também o imposto sindical, a contribuição obrigatória correspondente a um dia de trabalho, que todo empregado, sindicalizado ou não, devia pagar.
No campo econômico foi criada a Comissão Executiva do Plano Siderúrgico Nacional.
Nos idos de 1941, para estimular a indústria de base e substituir as importações por produto local, estratégia favorecida por dificuldades da II Guerra Mundial, Getúlio Vargas fundou a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em volta Redonda (Rio de Janeiro).
A empresa estatal foi privatizada em 1993.
Luciana Celestino dos Santos
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A Justiça do Trabalho e a criação do DIP
Em 1939, Getúlio Vargas organizou a Justiça do Trabalho, cuja origem eram as
Juntas de Conciliação e Julgamento.
Criou o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) para divulgar as ações do governo e vigiar ideologicamente os meios de comunicação.
Um decreto-lei estabeleceu as linhas da organização sindical e tornou o sindicato ainda mais dependente do Estado.
Luciana Celestino dos Santos
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Criou o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) para divulgar as ações do governo e vigiar ideologicamente os meios de comunicação.
Um decreto-lei estabeleceu as linhas da organização sindical e tornou o sindicato ainda mais dependente do Estado.
Luciana Celestino dos Santos
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O Cangaço
Nesse mesmo ano, o mais famoso cangaceiro, Lampião, também conhecido como
Capitão Virgulino, e sua companheira, Maria Bonita, foram mortos no refúgio de Angicos,
fazenda da região do Raso da Catarina, na divisa entre Bahia e Sergipe.
Junto com eles, morreram mais nove integrantes do bando.
Alguns dos bandos de jagunços, que formavam as tropas dos grandes proprietários rurais nordestinos, tornaram-se cangaceiros, e passaram a atuar por conta própria no final do século XIX.
Extremamente violentos, percorreram os sertões assaltando viajantes nas estradas, invadindo propriedades, pilhando vilarejos e aterrizando populações.
Entraram em confronto com o poder dos coronéis, da polícia, do governo estadual e federal.
Entre os cangaceiros mais famosos e temidos estavam Antônio Silvino (Manuel Batista de Morais), Lampião (Virgulino Ferreira da Silva) e Corisco (Cristiano Gomes da Silva).
Lampião, valente e de hábitos refinados, foi acompanhado por Maria Bonita e tornou-se figura conhecida até no exterior.
Apesar do banditismo, o Cangaço virou lenda no Nordeste e em todo o país.
Luciana Celestino dos Santos
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Junto com eles, morreram mais nove integrantes do bando.
Alguns dos bandos de jagunços, que formavam as tropas dos grandes proprietários rurais nordestinos, tornaram-se cangaceiros, e passaram a atuar por conta própria no final do século XIX.
Extremamente violentos, percorreram os sertões assaltando viajantes nas estradas, invadindo propriedades, pilhando vilarejos e aterrizando populações.
Entraram em confronto com o poder dos coronéis, da polícia, do governo estadual e federal.
Entre os cangaceiros mais famosos e temidos estavam Antônio Silvino (Manuel Batista de Morais), Lampião (Virgulino Ferreira da Silva) e Corisco (Cristiano Gomes da Silva).
Lampião, valente e de hábitos refinados, foi acompanhado por Maria Bonita e tornou-se figura conhecida até no exterior.
Apesar do banditismo, o Cangaço virou lenda no Nordeste e em todo o país.
Luciana Celestino dos Santos
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O Estado Novo
Em 1937, baseado na existência de um suposto Plano Comunista (Plano Cohen)
divulgado pelo General Góis Monteiro em 30 de setembro para tomar o poder pela luta
armada, Getúlio Vargas implantou, a partir de um Golpe de Estado, o Estado Novo,
anunciado pelo rádio como a nova ordem do país.
Autoritarismo, centralismo e corporativismo foram as características do novo regime, que o teve o apoio dos setores sociais mais conservadores.
Nesse cenário, a Quarta Constituição foi outorgada.
Em nome da segurança nacional, o Congresso foi fechado, foram abolidos os Partidos Políticos, suspensas as eleições livres, os tribunais e os juízes independentes.
Mais tarde ficou evidente que o Plano Comunista que justificava a instalação do regime ditatorial, foi uma fraude montada por partidários do governo.
A Constituição de 1937, foi apelidada de Polaca por sua clara inspiração em constituições de regimes facistas europeus, como os da Polônia, de Portugal, da Espanha e da Itália.
A nova Constituição institucionalizou o regime ditatorial do Estado Novo.
Estabelecia a pena de morte (extinta na Constituição seguinte, promulgada em 1946), suprimiu a liberdade partidária e anulou a independência dos poderes e autonomia federativa.
Permitiu a suspensão da imunidade parlamentar, a prisão e o exílio de opositores.
Instituiu também eleição indireta e mandato de seis anos para presidente da República, que passou a concentrar a maior parte do poder político.
Em 1938, para centralizar o controle da burocracia oficial, Getúlio Vargas criou por meio de decreto-lei o Departamento Administrativo de Serviço Público (Dasp).
No campo econômico, avançou o controle estatal das atividades ligadas ao petróleo e aos combustíveis com a criação do Conselho Nacional do Petróleo (CNP).
O Período do Estado Novo, apesar do autoritarismo e da eliminação das liberdades democráticas, garantiu grande avanço nas políticas sociais e econômicas, pela implantação de ampla legislação trabalhista e pelo apoio à industrialização, com projetos oficiais nas estratégicas áreas siderúrgica e petrolífera.
Uma tentativa de golpe foi reprimida.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Autoritarismo, centralismo e corporativismo foram as características do novo regime, que o teve o apoio dos setores sociais mais conservadores.
Nesse cenário, a Quarta Constituição foi outorgada.
Em nome da segurança nacional, o Congresso foi fechado, foram abolidos os Partidos Políticos, suspensas as eleições livres, os tribunais e os juízes independentes.
Mais tarde ficou evidente que o Plano Comunista que justificava a instalação do regime ditatorial, foi uma fraude montada por partidários do governo.
A Constituição de 1937, foi apelidada de Polaca por sua clara inspiração em constituições de regimes facistas europeus, como os da Polônia, de Portugal, da Espanha e da Itália.
A nova Constituição institucionalizou o regime ditatorial do Estado Novo.
Estabelecia a pena de morte (extinta na Constituição seguinte, promulgada em 1946), suprimiu a liberdade partidária e anulou a independência dos poderes e autonomia federativa.
Permitiu a suspensão da imunidade parlamentar, a prisão e o exílio de opositores.
Instituiu também eleição indireta e mandato de seis anos para presidente da República, que passou a concentrar a maior parte do poder político.
Em 1938, para centralizar o controle da burocracia oficial, Getúlio Vargas criou por meio de decreto-lei o Departamento Administrativo de Serviço Público (Dasp).
No campo econômico, avançou o controle estatal das atividades ligadas ao petróleo e aos combustíveis com a criação do Conselho Nacional do Petróleo (CNP).
O Período do Estado Novo, apesar do autoritarismo e da eliminação das liberdades democráticas, garantiu grande avanço nas políticas sociais e econômicas, pela implantação de ampla legislação trabalhista e pelo apoio à industrialização, com projetos oficiais nas estratégicas áreas siderúrgica e petrolífera.
Uma tentativa de golpe foi reprimida.
Luciana Celestino dos Santos
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sábado, 14 de março de 2020
A Intentona Comunista
Em 1935, ex-tenentes, comunistas, socialistas, líderes sindicais e liberais, excluídos
do poder, criam no Rio de Janeiro a Aliança Nacional Libertadora (ANL).
Lideranças políticas democráticas e de esquerda, reproduziram o modelo das frentes populares européias, para enfrentar o Facismo na Europa, e o Integralismo no Brasil.
A ANL aprovou um programa de reformas sociais, econômicas e políticas, que incluíam o aumento de salário, nacionalização das empresas estrangeiras, proteção ao pequeno e médio empresário, e defesa da liberdade pública.
Luís Carlos Prestes, foi convidado para a Presidência de Honra da organização.
Aproveitando o apoio popular à causa antifacista, Prestes lançou um manifesto, pedindo a renúncia de Getúlio Vargas.
O governo reagiu, decretando a ilegalidade da Aliança, que, impedida de atuar publicamente, se enfraqueceu.
O presidente manteve o país sob Estado de Sítio, com suspensão dos direitos constitucionais, e forte repressão policial, justificadas como defesa do país, contra o Comunismo.
Nisso, no mesmo ano, o Partido Comunista Brasileiro (PCB), com a ajuda de Luís Carlos Prestes e a adesão de simpatizantes, em importantes unidades do exército, preparou uma rebelião político-militar.
A intenção era derrubar o Presidente Getúlio Vargas, e instalar um governo de caráter socialista.
O levante nos quartéis, seria o sinal para um levante geral, e o início da revolução popular.
A revolta, que ficou conhecida pelo termo depreciativo, como Intentona Comunista (Intentona – vem de evento louco e irresponsável), começou precipitadamente nas cidades de Natal (capital do Rio Grande do Norte) e do Recife (capital de Pernambuco), nos dias 23 e 24 de novembro de 1935.
Isso fez com que os líderes do movimento, apressassem a mobilização no Rio de Janeiro.
O palco das revoltas foi o 3º Regimento de Infantaria, na Praia Vermelha, e a Escola de Aviação, no Campo dos Afonsos, na madrugada do dia 27.
No entanto, o governo estava preparado.
Com o apoio das Forças Armadas, dominou os rebeldes no mesmo dia.
Com isso, revoltosos e simpatizantes foram perseguidos e presos, em todo o país.
Alguns líderes, foram torturados e mortos.
Prestes, ficou na prisão entre os anos de 1936 à 1945.
Sua mulher, a judia alemã Olga Benário, mesmo grávida, foi entregue à polícia da Alemanha nazista, a Gestapo, e morreu num campo de concentração daquele país, em 1942, algum tempo depois de dar à luz uma menina.
Luciana Celestino dos Santos
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Lideranças políticas democráticas e de esquerda, reproduziram o modelo das frentes populares européias, para enfrentar o Facismo na Europa, e o Integralismo no Brasil.
A ANL aprovou um programa de reformas sociais, econômicas e políticas, que incluíam o aumento de salário, nacionalização das empresas estrangeiras, proteção ao pequeno e médio empresário, e defesa da liberdade pública.
Luís Carlos Prestes, foi convidado para a Presidência de Honra da organização.
Aproveitando o apoio popular à causa antifacista, Prestes lançou um manifesto, pedindo a renúncia de Getúlio Vargas.
O governo reagiu, decretando a ilegalidade da Aliança, que, impedida de atuar publicamente, se enfraqueceu.
O presidente manteve o país sob Estado de Sítio, com suspensão dos direitos constitucionais, e forte repressão policial, justificadas como defesa do país, contra o Comunismo.
Nisso, no mesmo ano, o Partido Comunista Brasileiro (PCB), com a ajuda de Luís Carlos Prestes e a adesão de simpatizantes, em importantes unidades do exército, preparou uma rebelião político-militar.
A intenção era derrubar o Presidente Getúlio Vargas, e instalar um governo de caráter socialista.
O levante nos quartéis, seria o sinal para um levante geral, e o início da revolução popular.
A revolta, que ficou conhecida pelo termo depreciativo, como Intentona Comunista (Intentona – vem de evento louco e irresponsável), começou precipitadamente nas cidades de Natal (capital do Rio Grande do Norte) e do Recife (capital de Pernambuco), nos dias 23 e 24 de novembro de 1935.
Isso fez com que os líderes do movimento, apressassem a mobilização no Rio de Janeiro.
O palco das revoltas foi o 3º Regimento de Infantaria, na Praia Vermelha, e a Escola de Aviação, no Campo dos Afonsos, na madrugada do dia 27.
No entanto, o governo estava preparado.
Com o apoio das Forças Armadas, dominou os rebeldes no mesmo dia.
Com isso, revoltosos e simpatizantes foram perseguidos e presos, em todo o país.
Alguns líderes, foram torturados e mortos.
Prestes, ficou na prisão entre os anos de 1936 à 1945.
Sua mulher, a judia alemã Olga Benário, mesmo grávida, foi entregue à polícia da Alemanha nazista, a Gestapo, e morreu num campo de concentração daquele país, em 1942, algum tempo depois de dar à luz uma menina.
Luciana Celestino dos Santos
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A Constituição de 1934
Em 1934, para conquistar trabalhadores e transformá-los em base de sustentação
política, o governo Vargas estabeleceu a jornada de trabalho de 8 horas diárias, e tornou
obrigatória a carteira profissional.
O Sindicalismo entrou então em nova fase, e o movimento operário não era mais considerado questão de policia, como durante a República Velha.
A luta dos sindicatos em defesa de melhores condições de trabalho, e de outros interesses comuns, havia surgido no Brasil com a chegada dos imigrantes europeus, no final do século XIX.
,Neste mesmo ano, Getúlio Vargas foi eleito Presidente, pelo voto indireto da Assembléia Nacional Constituinte, em 15 de julho, com mandato até 1938.
A partir daí, as eleições seriam diretas.
A Terceira Constituição, foi promulgada pela Assembléia Constituinte.
Esta nova Constituição, promulgada após a Revolução de 1930, reproduziu a essência do modelo liberal anterior (de 1891).
O Governo Federal, no entanto, teve mais poder, e ela assimilou as disposições do Código Eleitoral de 1932, entre as quais estava a extensão dos votos às mulheres.
Ela também previu a criação da Justiça Eleitoral, e da Justiça do Trabalho, e estabeleceu o ensino primário gratuito e obrigatório.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
O Sindicalismo entrou então em nova fase, e o movimento operário não era mais considerado questão de policia, como durante a República Velha.
A luta dos sindicatos em defesa de melhores condições de trabalho, e de outros interesses comuns, havia surgido no Brasil com a chegada dos imigrantes europeus, no final do século XIX.
,Neste mesmo ano, Getúlio Vargas foi eleito Presidente, pelo voto indireto da Assembléia Nacional Constituinte, em 15 de julho, com mandato até 1938.
A partir daí, as eleições seriam diretas.
A Terceira Constituição, foi promulgada pela Assembléia Constituinte.
Esta nova Constituição, promulgada após a Revolução de 1930, reproduziu a essência do modelo liberal anterior (de 1891).
O Governo Federal, no entanto, teve mais poder, e ela assimilou as disposições do Código Eleitoral de 1932, entre as quais estava a extensão dos votos às mulheres.
Ela também previu a criação da Justiça Eleitoral, e da Justiça do Trabalho, e estabeleceu o ensino primário gratuito e obrigatório.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Os Integralistas
Também em 1932, Plínio Salgado e Gustavo Barroso, fundaram em São Paulo, a Ação
Integralista Brasileira (AIB), de inspiração nazi-facista.
O movimento, defendia o estado autoritário e nacionalista, a sociedade baseada em hierarquia, ordem e disciplina social, e o reconhecimento da suprema autoridade jurídica do Chefe da Nação, sobre os indivíduos, as classes e as instituições.
Alguns de seus ideólogos, deram ao integralismo, fundo racista, ao defender a superioridade da população branca brasileira sobre os negros, mestiços e judeus.
O programa da AIB, misturava idéias nacionalistas e a defesa da autoridade do Estado, diante do que chamavam de anarquia liberal, com o lema: Deus, Pátria e Família.
O prestígio político do integralismo, diminuiu com o golpe que instalou o Estado Novo, em 1937, e extinguiu os partidos políticos.
Desiludidos com Getúlio Vargas, os integralistas promoveram um assalto ao Palácio Presidencial, no Rio de Janeiro.
Depois disso, foram perseguidos e seus líderes, presos.
O movimento se desarticulou.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
O movimento, defendia o estado autoritário e nacionalista, a sociedade baseada em hierarquia, ordem e disciplina social, e o reconhecimento da suprema autoridade jurídica do Chefe da Nação, sobre os indivíduos, as classes e as instituições.
Alguns de seus ideólogos, deram ao integralismo, fundo racista, ao defender a superioridade da população branca brasileira sobre os negros, mestiços e judeus.
O programa da AIB, misturava idéias nacionalistas e a defesa da autoridade do Estado, diante do que chamavam de anarquia liberal, com o lema: Deus, Pátria e Família.
O prestígio político do integralismo, diminuiu com o golpe que instalou o Estado Novo, em 1937, e extinguiu os partidos políticos.
Desiludidos com Getúlio Vargas, os integralistas promoveram um assalto ao Palácio Presidencial, no Rio de Janeiro.
Depois disso, foram perseguidos e seus líderes, presos.
O movimento se desarticulou.
Luciana Celestino dos Santos
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A Revolução de 1932
Em 1932, a oligarquia paulista, derrotada pela Revolução de 1930, defendia a
instalação de uma Constituinte, para fazer oposição ao Governo Provisório de Getúlio
Vargas, a quem acusavam de retardar a elaboração da Nova Constituição.
Iniciou-se então a Revolução Constitucionalista de 1932.
No dia 23 de maio, durante comício no centro da capital paulista, a repressão policial aos manifestantes, resultou na morte de quatro estudantes – Martins, Miraguaia, Dráusio e Camargo.
Em homenagem a eles, o movimento passou a se chamar MMDC – as iniciais dos rapazes mortos –, e ampliou-se a base de apoio na classe média.
A rebelião armada começou em 9 de julho, proclamada pelo ex-Governador paulista Júlio Prestes e pelo Interventor Federal Pedro de Toledo, que aderiu à campanha.
As frentes de combate, com efetivo de quarenta mil homens, incluindo milhares de voluntários civis, ficaram na divisa com Minas Gerais, Paraná e no Vale do Paraíba.
Os revoltosos esperaram apoio de outros estados, que não chegou, e São Paulo foi cercado pelas tropas legalistas.
Em virtude disso, os paulistas se renderam no dia 3 de outubro.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Iniciou-se então a Revolução Constitucionalista de 1932.
No dia 23 de maio, durante comício no centro da capital paulista, a repressão policial aos manifestantes, resultou na morte de quatro estudantes – Martins, Miraguaia, Dráusio e Camargo.
Em homenagem a eles, o movimento passou a se chamar MMDC – as iniciais dos rapazes mortos –, e ampliou-se a base de apoio na classe média.
A rebelião armada começou em 9 de julho, proclamada pelo ex-Governador paulista Júlio Prestes e pelo Interventor Federal Pedro de Toledo, que aderiu à campanha.
As frentes de combate, com efetivo de quarenta mil homens, incluindo milhares de voluntários civis, ficaram na divisa com Minas Gerais, Paraná e no Vale do Paraíba.
Os revoltosos esperaram apoio de outros estados, que não chegou, e São Paulo foi cercado pelas tropas legalistas.
Em virtude disso, os paulistas se renderam no dia 3 de outubro.
Luciana Celestino dos Santos
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Revolução de 1930
A seguir, eclodiu a Revolução de 30, ocorrida no mesmo ano.
Tratava-se de um movimento político-militar que derrubou o Presidente Washington Luís, e acabou com a República Velha, levando Getúlio Vargas ao poder.
Durante a década de 20, a mobilização do operariado, as Revoltas Tenentistas e as dissidências políticas, enfraqueceram as oligarquias, ameaçando a aliança entre São Paulo e Minas Gerais.
O paulista Washington Luís, então Presidente, enfrentou o endividamento interno e externo e a retração das exportações.
Alegando defender interesses da cafeicultura, lançou como candidato à sua sucessão o governador de São Paulo, Júlio Prestes, e rompeu com a Política do Café com Leite.
Em represália, o Partido Republicano Mineiro (PRM) passou para a oposição e formou a Aliança Liberal, lançando a candidatura do gaúcho Getúlio Vargas à Presidência.
Em março de 1930, os candidatos da chapa oficial ganharam, e a oposição se desmobilizou.
Em julho, no entanto, o paraibano João Pessoa, candidato a Vice-Presidente de Getúlio Vargas, foi assassinado num crime passional, e os aliancistas atribuiram motivos políticos ao crime.
Em resposta a isso, uma rebelião foi organizada e, em outubro, deflagrou no Nordeste.
No final do mês, os ministros militares depuseram Washington Luís e, em 3 de novembro, Getúlio Vargas chegou ao Rio de Janeiro, vindo do Rio Grande do Sul, e assumiu o Governo Provisório.
Após a Revolução de 1930, que encerrou a primeira fase da República, e levou Getúlio Vargas ao poder, num Governo Provisório, o eixo da política econômica assumiu caráter mais nacionalista.
O Presidente Vargas anunciou a determinação de implantar a indústria de base, o que permitia ao país reduzir a importação, estimulando a produção nacional de bens de consumo.
Também suspendeu o pagamento da dívida externa, e criou o Conselho Nacional do Café.
Para reduzir a oferta e melhorar os preços, mandou queimar o produto estocado, e erradicar cafezais, pagando pequena indenização aos produtos.
A chamada Era Vargas seguiu até 1945.
No ano de 1932, o Novo Código Eleitoral, instituiu o voto secreto, e o direito das mulheres de votar e serem votadas.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Tratava-se de um movimento político-militar que derrubou o Presidente Washington Luís, e acabou com a República Velha, levando Getúlio Vargas ao poder.
Durante a década de 20, a mobilização do operariado, as Revoltas Tenentistas e as dissidências políticas, enfraqueceram as oligarquias, ameaçando a aliança entre São Paulo e Minas Gerais.
O paulista Washington Luís, então Presidente, enfrentou o endividamento interno e externo e a retração das exportações.
Alegando defender interesses da cafeicultura, lançou como candidato à sua sucessão o governador de São Paulo, Júlio Prestes, e rompeu com a Política do Café com Leite.
Em represália, o Partido Republicano Mineiro (PRM) passou para a oposição e formou a Aliança Liberal, lançando a candidatura do gaúcho Getúlio Vargas à Presidência.
Em março de 1930, os candidatos da chapa oficial ganharam, e a oposição se desmobilizou.
Em julho, no entanto, o paraibano João Pessoa, candidato a Vice-Presidente de Getúlio Vargas, foi assassinado num crime passional, e os aliancistas atribuiram motivos políticos ao crime.
Em resposta a isso, uma rebelião foi organizada e, em outubro, deflagrou no Nordeste.
No final do mês, os ministros militares depuseram Washington Luís e, em 3 de novembro, Getúlio Vargas chegou ao Rio de Janeiro, vindo do Rio Grande do Sul, e assumiu o Governo Provisório.
Após a Revolução de 1930, que encerrou a primeira fase da República, e levou Getúlio Vargas ao poder, num Governo Provisório, o eixo da política econômica assumiu caráter mais nacionalista.
O Presidente Vargas anunciou a determinação de implantar a indústria de base, o que permitia ao país reduzir a importação, estimulando a produção nacional de bens de consumo.
Também suspendeu o pagamento da dívida externa, e criou o Conselho Nacional do Café.
Para reduzir a oferta e melhorar os preços, mandou queimar o produto estocado, e erradicar cafezais, pagando pequena indenização aos produtos.
A chamada Era Vargas seguiu até 1945.
No ano de 1932, o Novo Código Eleitoral, instituiu o voto secreto, e o direito das mulheres de votar e serem votadas.
Luciana Celestino dos Santos
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Revolução de 1924
Em 1924, nova Rebelião Tenentista explode em São Paulo. Os insurgentes exigiam a
renúncia de Artur Bernardes, a convocação de uma Assembléia Constituinte e o voto secreto.
Tropas oficiais bombardearam a capital paulista e os rebeldes, sob o comando de Miguel
Costa, cruzaram o interior, juntando-se a movimento militar organizado pelo Capitão Luís
Carlos Prestes no início de 1925.
A Coluna Prestes nasceu da reunião do grupo de militares liderados por Miguel
Costa, que tinham sido derrotados em São Paulo, em 1924, com a coluna do Capitão Luís
Carlos Prestes, que havia partido para o Rio Grande do Sul. O movimento político-militar
se deslocou pelo Brasil até 1927, pregando reformas políticas e sociais, e combatendo o
governo do Presidente Artur Bernardes.
Sempre com as forças federais em seu encalço, a coluna de mil e quinhentos homens
entrou pelo atual Mato Grosso do Sul, atravessou o país até o Maranhão, percorreu parte
do Nordeste e retornou a partir de Minas Gerais.
Os homens de Prestes e Costa não conseguiram no entanto, derrubar o governo de
Washington Luís, que manteve o país em Estado de Sítio desde sua posse, em 1926.
Entrementes, a reputação de invencibilidade adquirida durante a marcha vitoriosa de 25 mil
quilômetros aumentou o prestígio dos principais integrantes da coluna e reforçou as críticas
às oligarquias.
O Crack da Bolsa de Nova Iorque
Nos idos de 1929, a quebra da Bolsa de Nova Iorque, afetou a economia brasileira, ao forçar o corte em investimentos necessários, à política de valorização do café.
O mercado mundial do produto, então a principal pauta de exportações brasileiras, foi duramente atingido.
Os preços caíram muito, e toneladas de grãos permaneceram nos armazéns, sem serem vendidos.
Os cafeicultores pediram novos financiamentos, e a moratória dos débitos anteriores, mas não foram atendidos pelo governo federal.
Luciana Celestino dos Santos
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O mercado mundial do produto, então a principal pauta de exportações brasileiras, foi duramente atingido.
Os preços caíram muito, e toneladas de grãos permaneceram nos armazéns, sem serem vendidos.
Os cafeicultores pediram novos financiamentos, e a moratória dos débitos anteriores, mas não foram atendidos pelo governo federal.
Luciana Celestino dos Santos
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Revolução de 1924
Em 1924, nova Rebelião Tenentista explode em São Paulo.
Os insurgentes exigiam a renúncia de Artur Bernardes, a convocação de uma Assembléia Constituinte e o voto secreto.
Tropas oficiais bombardearam a capital paulista e os rebeldes, sob o comando de Miguel Costa, cruzaram o interior, juntando-se a movimento militar organizado pelo Capitão Luís Carlos Prestes no início de 1925.
A Coluna Prestes nasceu da reunião do grupo de militares liderados por Miguel Costa, que tinham sido derrotados em São Paulo, em 1924, com a coluna do Capitão Luís Carlos Prestes, que havia partido para o Rio Grande do Sul.
O movimento político-militar se deslocou pelo Brasil até 1927, pregando reformas políticas e sociais, e combatendo o governo do Presidente Artur Bernardes.
Sempre com as forças federais em seu encalço, a coluna de mil e quinhentos homens entrou pelo atual Mato Grosso do Sul, atravessou o país até o Maranhão, percorreu parte do Nordeste e retornou a partir de Minas Gerais.
Os homens de Prestes e Costa não conseguiram no entanto, derrubar o governo de Washington Luís, que manteve o país em Estado de Sítio desde sua posse, em 1926.
Entrementes, a reputação de invencibilidade adquirida durante a marcha vitoriosa de 25 mil quilômetros, aumentou o prestígio dos principais integrantes da coluna, e reforçou as críticas às oligarquias.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Os insurgentes exigiam a renúncia de Artur Bernardes, a convocação de uma Assembléia Constituinte e o voto secreto.
Tropas oficiais bombardearam a capital paulista e os rebeldes, sob o comando de Miguel Costa, cruzaram o interior, juntando-se a movimento militar organizado pelo Capitão Luís Carlos Prestes no início de 1925.
A Coluna Prestes nasceu da reunião do grupo de militares liderados por Miguel Costa, que tinham sido derrotados em São Paulo, em 1924, com a coluna do Capitão Luís Carlos Prestes, que havia partido para o Rio Grande do Sul.
O movimento político-militar se deslocou pelo Brasil até 1927, pregando reformas políticas e sociais, e combatendo o governo do Presidente Artur Bernardes.
Sempre com as forças federais em seu encalço, a coluna de mil e quinhentos homens entrou pelo atual Mato Grosso do Sul, atravessou o país até o Maranhão, percorreu parte do Nordeste e retornou a partir de Minas Gerais.
Os homens de Prestes e Costa não conseguiram no entanto, derrubar o governo de Washington Luís, que manteve o país em Estado de Sítio desde sua posse, em 1926.
Entrementes, a reputação de invencibilidade adquirida durante a marcha vitoriosa de 25 mil quilômetros, aumentou o prestígio dos principais integrantes da coluna, e reforçou as críticas às oligarquias.
Luciana Celestino dos Santos
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Os Dezoito do Forte
Em 1922, o Presidente Epitácio Pessoa nomeou um civil para o Ministério da
Guerra, causando agitação nos quartéis do Rio de Janeiro.
A jovem oficialidade contestou a vitória de Artur Bernardes, candidato oficial à Presidência.
O governo fechou o Clube Militar e prendeu seu presidente, o Marechal Hermes da Fonseca.
Parte da guarnição do Forte de Copacabana rebelou-se, e o governo mandou bombardear o local, decretando Estado de Sítio.
Após frustradas negociações, 17 militares e um civil, que se tornaram conhecidos como Os Dezoito do Forte, deixaram o quartel e enfrentaram as forças legalistas.
Os revoltosos, com exceção de Eduardo Gomes e Siqueira Campos, foram mortos.
Luciana Celestino dos Santos
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A jovem oficialidade contestou a vitória de Artur Bernardes, candidato oficial à Presidência.
O governo fechou o Clube Militar e prendeu seu presidente, o Marechal Hermes da Fonseca.
Parte da guarnição do Forte de Copacabana rebelou-se, e o governo mandou bombardear o local, decretando Estado de Sítio.
Após frustradas negociações, 17 militares e um civil, que se tornaram conhecidos como Os Dezoito do Forte, deixaram o quartel e enfrentaram as forças legalistas.
Os revoltosos, com exceção de Eduardo Gomes e Siqueira Campos, foram mortos.
Luciana Celestino dos Santos
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A Guarda Nacional
Em 1831, com a criação da Guarda Nacional, os coronéis nordestinos começaram a
aparecer.
Em plena crise da regência, a Guarda Nacional nasceu para garantir a ordem interna nas províncias e áreas longe do poder central.
Seus comandantes, que atingiram até a patente de coronel, eram os grandes proprietários rurais, que recrutavam os milicianos entre empregados, agregados e população pobre em geral.
Eles combateram quilombos, perseguiram negros fugitivos e expulsam posseiros e índios das grandes fazendas.
Com a República, a Guarda Nacional foi extinta, mas os Coronéis mantiveram o poder em suas terras e em áreas de grande influência.
Eles garantiam a eleição de candidatos ao governo federal e estadual, fizeram propaganda, controlaram o voto não secreto e a apuração.
Trocaram favores por votos, prática que se apoiava nas velhas relações paternalistas nascidas na sociedade colonial.
Isso fez dos Coronéis, peças fundamentais para o sucesso da Política dos Governadores, esquema montado pelo Presidente Campos Salles.
Todo esse poder só começou a se extinguir com a urbanização e a industrialização do país, que teve início a partir de 1930.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Em plena crise da regência, a Guarda Nacional nasceu para garantir a ordem interna nas províncias e áreas longe do poder central.
Seus comandantes, que atingiram até a patente de coronel, eram os grandes proprietários rurais, que recrutavam os milicianos entre empregados, agregados e população pobre em geral.
Eles combateram quilombos, perseguiram negros fugitivos e expulsam posseiros e índios das grandes fazendas.
Com a República, a Guarda Nacional foi extinta, mas os Coronéis mantiveram o poder em suas terras e em áreas de grande influência.
Eles garantiam a eleição de candidatos ao governo federal e estadual, fizeram propaganda, controlaram o voto não secreto e a apuração.
Trocaram favores por votos, prática que se apoiava nas velhas relações paternalistas nascidas na sociedade colonial.
Isso fez dos Coronéis, peças fundamentais para o sucesso da Política dos Governadores, esquema montado pelo Presidente Campos Salles.
Todo esse poder só começou a se extinguir com a urbanização e a industrialização do país, que teve início a partir de 1930.
Luciana Celestino dos Santos
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O Tenentismo
Durante os anos de 1922 à 1927, a insatisfação de setores militares com os governos
e a República Velha, fez surgir movimentos de insurreição que explodiram no Rio de Janeiro,
em 1922; em São Paulo, em 1924; e continuaram até 1927 com a luta da Coluna Prestes, no
interior do Brasil.
As Revoltas Tenentistas manifestavam os interesses da baixa e média oficialidade, e os tenentes se tornaram importante núcleo de oposição a oligarquias e ao sistema republicano vigente.
Pregavam a moralização da política e a volta das liberdades, defendiam o capital nacional e a restauração das forças militares.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
As Revoltas Tenentistas manifestavam os interesses da baixa e média oficialidade, e os tenentes se tornaram importante núcleo de oposição a oligarquias e ao sistema republicano vigente.
Pregavam a moralização da política e a volta das liberdades, defendiam o capital nacional e a restauração das forças militares.
Luciana Celestino dos Santos
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A Revolta do Contestado
Entre os anos de 1912 à 1916, ocorreu violento conflito social no Contestado, região
oeste de Santa Catarina, na divisa com o Paraná, em área de terra disputada pelos dois
estados.
Em 1912, um grande contingente de famílias pobres procurava terra e trabalho na região.
Eram desempregados da estrada de ferro recém-construída (ligando São Paulo ao Rio Grande do Sul), ou então, gente expulsa das terras à beira da ferrovia, concedidas pelo governo a companhias colonizadoras e madeireiras.
Nesse mesmo ano apareceu por lá, o monge José Maria, pregador e curandeiro, que atraiu camponeses para Taquaruçu.
Expulsos de lá, eles se instalaram na Vila do Irani, no centro da região do Contestado.
Em novos combates, o monge morreu e surgiu a crença de seu retorno.
Em 1915, os líderes dessa irmandade político-religiosa lançaram um manifesto monarquista e anunciaram a guerra santa contra os coronéis, as companhias de terras e o governo.
Em 1916, a luta, que envolveu 20 mil rebelados, e terminou com a intervenção do exército, deixando 3 mil mortos.
As autoridades do Paraná e de Santa Catarina assinaram acordo de limites, e a disputa territorial se encerrou.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Em 1912, um grande contingente de famílias pobres procurava terra e trabalho na região.
Eram desempregados da estrada de ferro recém-construída (ligando São Paulo ao Rio Grande do Sul), ou então, gente expulsa das terras à beira da ferrovia, concedidas pelo governo a companhias colonizadoras e madeireiras.
Nesse mesmo ano apareceu por lá, o monge José Maria, pregador e curandeiro, que atraiu camponeses para Taquaruçu.
Expulsos de lá, eles se instalaram na Vila do Irani, no centro da região do Contestado.
Em novos combates, o monge morreu e surgiu a crença de seu retorno.
Em 1915, os líderes dessa irmandade político-religiosa lançaram um manifesto monarquista e anunciaram a guerra santa contra os coronéis, as companhias de terras e o governo.
Em 1916, a luta, que envolveu 20 mil rebelados, e terminou com a intervenção do exército, deixando 3 mil mortos.
As autoridades do Paraná e de Santa Catarina assinaram acordo de limites, e a disputa territorial se encerrou.
Luciana Celestino dos Santos
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A Revolta do Juazeiro
Nos idos de 1911, estourou um confronto armado entre as oligarquias cearenses e o
governo federal, conhecido como Revolta do Juazeiro.
O conflito teve início quando o padre Cícero Romão Batista, eleito prefeito de Juazeiro do Norte com o apoio dos grandes fazendeiros locais, promoveu o chamado Pacto dos Coronéis, para assegurar a permanência da família Acioli no governo cearense.
Dezessete dos principais chefes políticos da região do Cariri forçaram a Assembléia Legislativa a rejeitar o nome de Franco Rabelo, escolhido pelo presidente Hermes da Fonseca para governar o estado.
Para garantir a decisão, os fazendeiros armaram centenas de sertanejos, que rumaram para a capital, onde foram contidos por forças federais.
Franco Rabelo, renunciou e o Presidente da República nomeou o General Saturnino de Carvalho Interventor do estado.
Com isso, o padre Cícero, ou Padim Ciço, aumentou sua influência sobre a população sertaneja, que o considerava um santo milagroso.
Após sua morte, em 1934, essa fama se espalhou pelo Norte e Nordeste do país.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
O conflito teve início quando o padre Cícero Romão Batista, eleito prefeito de Juazeiro do Norte com o apoio dos grandes fazendeiros locais, promoveu o chamado Pacto dos Coronéis, para assegurar a permanência da família Acioli no governo cearense.
Dezessete dos principais chefes políticos da região do Cariri forçaram a Assembléia Legislativa a rejeitar o nome de Franco Rabelo, escolhido pelo presidente Hermes da Fonseca para governar o estado.
Para garantir a decisão, os fazendeiros armaram centenas de sertanejos, que rumaram para a capital, onde foram contidos por forças federais.
Franco Rabelo, renunciou e o Presidente da República nomeou o General Saturnino de Carvalho Interventor do estado.
Com isso, o padre Cícero, ou Padim Ciço, aumentou sua influência sobre a população sertaneja, que o considerava um santo milagroso.
Após sua morte, em 1934, essa fama se espalhou pelo Norte e Nordeste do país.
Luciana Celestino dos Santos
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segunda-feira, 9 de março de 2020
Revolta da Chibata
Em 1910, ocorreu a Revolta da Chibata, ou Revolta dos Marinheiros, em unidades
da Marinha no Rio de Janeiro.
Os rebelados queriam a aprovação do projeto de anistia em discussão no Congresso, para o cumprimento da lei de aumento de seus vencimentos, a redução da jornada de trabalho e o fim de castigos corporais na marinha.
Grupos de marinheiros liderados pelo gaúcho João Candido assumiram o controle de algumas embarcações da Marinha de Guerra, ancoradas na Baía de Guanabara, na madrugada de 22 para 23 de novembro.
O governo do presidente Hermes da Fonseca (1910 à 1914) prometeu, inicialmente, atender às reivindicações, mas acabou recusando conceder a anistia aos rebelados, reprimindo-os.
Como conseqüência, os revoltosos foram presos, e João Candido foi para as masmorras da Marinha.
Luciana Celestino dos Santos
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Os rebelados queriam a aprovação do projeto de anistia em discussão no Congresso, para o cumprimento da lei de aumento de seus vencimentos, a redução da jornada de trabalho e o fim de castigos corporais na marinha.
Grupos de marinheiros liderados pelo gaúcho João Candido assumiram o controle de algumas embarcações da Marinha de Guerra, ancoradas na Baía de Guanabara, na madrugada de 22 para 23 de novembro.
O governo do presidente Hermes da Fonseca (1910 à 1914) prometeu, inicialmente, atender às reivindicações, mas acabou recusando conceder a anistia aos rebelados, reprimindo-os.
Como conseqüência, os revoltosos foram presos, e João Candido foi para as masmorras da Marinha.
Luciana Celestino dos Santos
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A Revolta da Vacina
No ano de 1904, o movimento popular conhecido como Revolta da Vacina, teve início
no Rio de Janeiro, após a aprovação da lei, que tornou obrigatória a vacinação contra a
varíola.
Cinco dias após, a oposição criou, a Liga Nacional contra a Vacina Obrigatória.
Surgiram conflitos entre populares, principalmente do Morro da Saúde, e a força policial.
Na raiz da revolta, estava a reurbanização do centro da cidade, feita pelo Presidente Pereira Passos, com o apoio do Presidente Rodrigues Alves.
A falta de saneamento básico do Rio de Janeiro, na época a maior cidade brasileira, deixava os 720 mil habitantes vulneráveis a epidemias de febre amarela, varíola e outras moléstias.
Por esta razão, uma reforma sanitária foi conduzida pelo cientista Osvaldo Cruz, Chefe do Departamento Nacional de Saúde Pública.
Com isso, parte da população foi removida dos cortiços e morros centrais para bairros distantes e reagiram às medidas.
Os cadetes da Escola Militar da Praia Vermelha também se rebelaram contra o governo federal, que ordenou o bombardeio dos Morros da Saúde.
Em 16 de novembro, o Presidente revogou a lei e, no dia seguinte, a polícia, com a ajuda do Exército e da Marinha, ocupou o local, acabando com a revolta.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Cinco dias após, a oposição criou, a Liga Nacional contra a Vacina Obrigatória.
Surgiram conflitos entre populares, principalmente do Morro da Saúde, e a força policial.
Na raiz da revolta, estava a reurbanização do centro da cidade, feita pelo Presidente Pereira Passos, com o apoio do Presidente Rodrigues Alves.
A falta de saneamento básico do Rio de Janeiro, na época a maior cidade brasileira, deixava os 720 mil habitantes vulneráveis a epidemias de febre amarela, varíola e outras moléstias.
Por esta razão, uma reforma sanitária foi conduzida pelo cientista Osvaldo Cruz, Chefe do Departamento Nacional de Saúde Pública.
Com isso, parte da população foi removida dos cortiços e morros centrais para bairros distantes e reagiram às medidas.
Os cadetes da Escola Militar da Praia Vermelha também se rebelaram contra o governo federal, que ordenou o bombardeio dos Morros da Saúde.
Em 16 de novembro, o Presidente revogou a lei e, no dia seguinte, a polícia, com a ajuda do Exército e da Marinha, ocupou o local, acabando com a revolta.
Luciana Celestino dos Santos
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A Revolta de Canudos
Em 1897, após intensos e sangrentos combates, as tropas federais destruíram o
Arraial de Canudos, no norte da Bahia, criado por Antônio Conselheiro.
Depois de passar anos pregando pelo sertão, Conselheiro reuniu um grupo de seguidores e fundou o Arraial, em 1893.
Enquanto construía a cidade e organizava o sistema de produção, baseado no trabalho coletivo, o beato continuou sua pregação.
Proclamando uma nova era, endureceu suas críticas a Igreja Católica e a República.
Recusou o pagamento de impostos, e rejeitou o casamento civil.
Por conta disso, Canudos começou a ser visto como um reduto de rebeldes monarquistas e desordeiros, que precisava ser eliminado.
Em razão disso, duas expedições foram enviadas, pelo governo baiano entre 1896 e 1897.
Ambas malograram.
Outras duas, organizadas pelo exército, a última com 6 mil homens e artilharia pesada, destruíram Canudos.
Ao lado de Antônio Conselheiro, morreram milhares de combatentes, restando cerca de quatrocentos prisioneiros, entre velhos, mulheres e crianças.
Este sangrento episódio deu origem ao livro ‘Os Sertões’, de Euclides da Cunha.
Reelaborando seus relatos da guerra para o jornal ‘A Província de São Paulo’ (atual O Estado de São Paulo), o autor denunciou a ação do governo como massacre, um crime da República.
Luciana Celestino dos Santos
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Depois de passar anos pregando pelo sertão, Conselheiro reuniu um grupo de seguidores e fundou o Arraial, em 1893.
Enquanto construía a cidade e organizava o sistema de produção, baseado no trabalho coletivo, o beato continuou sua pregação.
Proclamando uma nova era, endureceu suas críticas a Igreja Católica e a República.
Recusou o pagamento de impostos, e rejeitou o casamento civil.
Por conta disso, Canudos começou a ser visto como um reduto de rebeldes monarquistas e desordeiros, que precisava ser eliminado.
Em razão disso, duas expedições foram enviadas, pelo governo baiano entre 1896 e 1897.
Ambas malograram.
Outras duas, organizadas pelo exército, a última com 6 mil homens e artilharia pesada, destruíram Canudos.
Ao lado de Antônio Conselheiro, morreram milhares de combatentes, restando cerca de quatrocentos prisioneiros, entre velhos, mulheres e crianças.
Este sangrento episódio deu origem ao livro ‘Os Sertões’, de Euclides da Cunha.
Reelaborando seus relatos da guerra para o jornal ‘A Província de São Paulo’ (atual O Estado de São Paulo), o autor denunciou a ação do governo como massacre, um crime da República.
Luciana Celestino dos Santos
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A República do Café com Leite – República Velha
Durante os anos de 1894 à 1898, o Republicano Histórico Prudente José de Moraes
e Barros governou o país, inaugurando as fases dos governos civis e a sucessão dos
presidentes eleitos pelo Partido Republicano Paulista.
Formado pelas oligarquias paulistas, mineira e fluminense, o núcleo central controlava as eleições, fazia presidentes e dominava o país.
Durante a República Velha, dois partidos tinham importância: o Partido Republicano Paulista (PRP) e o Partido Republicano Mineiro (PRM).
Até 1930, eles se revezavam no poder, num arranjo conhecido, como política dos governadores.
Foi nesse cenário que surgiu a República do Café-com-Leite.
Com a importância econômica do café produzido em São Paulo e do leite de Minas Gerais, surgiu uma aliança que sustentou esta famosa política, na qual paulistas e mineiros se revezavam no poder.
Durante a República Velha, nem o governo do Marechal Hermes da Fonseca (1910 à 1914), dominado pelo Senador gaúcho Pinheiro Machado e seu programa de salvações nacionais, conseguiu minar essa aliança.
Diante disso, surgiram os primeiros abalos em 1918, quando o paulista Rodrigues Alves, eleito para suceder o mineiro Venceslau Brás, morreu antes da posse.
Isso por que, paulistanos e mineiros não chegaram a um acordo para sua substituição.
Por conta disso, lançaram o paraibano Epitácio Pessoa, que governou até 1922.
O seguinte, foi o mineiro Artur Bernardes, que também não alcançou unanimidade entre paulistas e mineiros.
Ele governou o país sob Estado de Sítio, tendo de enfrentar as Revoltas Tenentistas.
No entanto, esta política só acabou quando o presidente Washington Luís, lançou o paulista Júlio Prestes como candidato a sua sucessão, no lugar de um mineiro, e abriu caminho para a Revolução de 1930.
No ano de 1898, o paulista Campos Salles foi eleito para presidente e governou até o fim do mandato, em 1902, montando o esquema conhecido como Política dos Governadores.
Por meio deste, o Presidente dava suporte aos candidatos oficiais nas disputas estaduais e os Governadores apoiavam seu indicado, nas eleições presidenciais.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Formado pelas oligarquias paulistas, mineira e fluminense, o núcleo central controlava as eleições, fazia presidentes e dominava o país.
Durante a República Velha, dois partidos tinham importância: o Partido Republicano Paulista (PRP) e o Partido Republicano Mineiro (PRM).
Até 1930, eles se revezavam no poder, num arranjo conhecido, como política dos governadores.
Foi nesse cenário que surgiu a República do Café-com-Leite.
Com a importância econômica do café produzido em São Paulo e do leite de Minas Gerais, surgiu uma aliança que sustentou esta famosa política, na qual paulistas e mineiros se revezavam no poder.
Durante a República Velha, nem o governo do Marechal Hermes da Fonseca (1910 à 1914), dominado pelo Senador gaúcho Pinheiro Machado e seu programa de salvações nacionais, conseguiu minar essa aliança.
Diante disso, surgiram os primeiros abalos em 1918, quando o paulista Rodrigues Alves, eleito para suceder o mineiro Venceslau Brás, morreu antes da posse.
Isso por que, paulistanos e mineiros não chegaram a um acordo para sua substituição.
Por conta disso, lançaram o paraibano Epitácio Pessoa, que governou até 1922.
O seguinte, foi o mineiro Artur Bernardes, que também não alcançou unanimidade entre paulistas e mineiros.
Ele governou o país sob Estado de Sítio, tendo de enfrentar as Revoltas Tenentistas.
No entanto, esta política só acabou quando o presidente Washington Luís, lançou o paulista Júlio Prestes como candidato a sua sucessão, no lugar de um mineiro, e abriu caminho para a Revolução de 1930.
No ano de 1898, o paulista Campos Salles foi eleito para presidente e governou até o fim do mandato, em 1902, montando o esquema conhecido como Política dos Governadores.
Por meio deste, o Presidente dava suporte aos candidatos oficiais nas disputas estaduais e os Governadores apoiavam seu indicado, nas eleições presidenciais.
Luciana Celestino dos Santos
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Revolução Federalista
Entre os idos de 1893 à 1895, as principais facções políticas do Rio Grande do Sul,
disputavam o poder.
Foi nesse cenário, que surgiu o movimento conhecido como Revolução Federalista, o qual tinha de um lado o Partido Federalista – que reuniu a velha elite do Partido Liberal do Império, sob a liderança de Gaspar da Silveira Martins –, e de outro o Partido Republicano Rio Grandense – dos Republicanos Históricos, comandado por Júlio de Castilhos.
A disputa decorria do fato de os Republicanos queriam manter o poder, ancorados em bases eleitorais das cidades litorâneas e na serra.
Já os Federalistas, representantes dos interesses dos estancieiros da campanha, lutavam pela reforma da Constituição do estado para impedir a perpetuação de rivais no poder.
Em 1893, ano da sucessão do governo estadual, os Federalistas, chamados Maragatos, iniciaram sangrento conflito com os Republicanos chamados de Chimangos ou Pica-Paus.
Nesse conflito, os combates transformaram-se em guerra civil.
O Presidente Floriano Peixoto recusou o pedido dos Maragatos de intervenção federal no estado, e apoiou os Pica-Paus.
Os Maragatos avançaram sobre Santa Catarina e se uniram aos rebeldes da Revolta da Armada.
Os mesmos, chegaram a tomar Curitiba, mas recuaram por falta de recursos.
Em de 1895, o novo Presidente, Prudente de Moraes, conseguiu um acordo de paz e anistia para os participantes do movimento.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Foi nesse cenário, que surgiu o movimento conhecido como Revolução Federalista, o qual tinha de um lado o Partido Federalista – que reuniu a velha elite do Partido Liberal do Império, sob a liderança de Gaspar da Silveira Martins –, e de outro o Partido Republicano Rio Grandense – dos Republicanos Históricos, comandado por Júlio de Castilhos.
A disputa decorria do fato de os Republicanos queriam manter o poder, ancorados em bases eleitorais das cidades litorâneas e na serra.
Já os Federalistas, representantes dos interesses dos estancieiros da campanha, lutavam pela reforma da Constituição do estado para impedir a perpetuação de rivais no poder.
Em 1893, ano da sucessão do governo estadual, os Federalistas, chamados Maragatos, iniciaram sangrento conflito com os Republicanos chamados de Chimangos ou Pica-Paus.
Nesse conflito, os combates transformaram-se em guerra civil.
O Presidente Floriano Peixoto recusou o pedido dos Maragatos de intervenção federal no estado, e apoiou os Pica-Paus.
Os Maragatos avançaram sobre Santa Catarina e se uniram aos rebeldes da Revolta da Armada.
Os mesmos, chegaram a tomar Curitiba, mas recuaram por falta de recursos.
Em de 1895, o novo Presidente, Prudente de Moraes, conseguiu um acordo de paz e anistia para os participantes do movimento.
Luciana Celestino dos Santos
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A Revolta da Armada
Em 1893 à 1894, ocorreu a Revolta da Armada, movimento realizado, contra a
tomada de posse pelo Vice Floriano Peixoto, da Presidência da República.
Os revoltosos queriam a convocação de novas eleições, como estava previsto.
Isso porque a Constituição previa nova eleição, caso a Presidência ou a Vice-Presidência ficassem vagas, antes de decorridos dois anos de mandato.
O movimento começou no Rio de Janeiro e se estendeu pela região Sul.
Entre os revoltosos figuravam, os almirantes Saldanha da Gama, Eduardo Wandelkok e Custódio de Melo, ex-Ministro da Marinha e candidato declarado a sucessão de Floriano.
Desse conflito, muitos militares também participaram.
A Armada estava descontente com o pouco prestígio da Marinha se comparado ao Exército.
Entrementes, os revoltosos não conseguiram o apoio necessário.
Isso por que, Floriano adquiriu novos navios no exterior, e com eles derrotou a revolta, seis meses depois de seu início.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Os revoltosos queriam a convocação de novas eleições, como estava previsto.
Isso porque a Constituição previa nova eleição, caso a Presidência ou a Vice-Presidência ficassem vagas, antes de decorridos dois anos de mandato.
O movimento começou no Rio de Janeiro e se estendeu pela região Sul.
Entre os revoltosos figuravam, os almirantes Saldanha da Gama, Eduardo Wandelkok e Custódio de Melo, ex-Ministro da Marinha e candidato declarado a sucessão de Floriano.
Desse conflito, muitos militares também participaram.
A Armada estava descontente com o pouco prestígio da Marinha se comparado ao Exército.
Entrementes, os revoltosos não conseguiram o apoio necessário.
Isso por que, Floriano adquiriu novos navios no exterior, e com eles derrotou a revolta, seis meses depois de seu início.
Luciana Celestino dos Santos
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A Segunda Constituição
No ano de 1891, foi promulgada a segunda Constituição pelo Congresso
Constituinte.
Ela tinha espírito liberal, inspirado na tradição republicana dos Estados Unidos.
Antes de ser apreciado pela Assembléia Constituinte, o projeto foi elaborado por Rui Barbosa.
A Primeira Constituição da República e a Segunda do Brasil, estabeleceu o Presidencialismo, conferiu maior autonomia aos estados da federação, e garantiu liberdade partidária.
Também instituiu eleições diretas para a Câmara, o Senado e a Presidência da República, com mandato de quatro anos.
O voto se tornou universal e não secreto para homens acima de 21 anos e vetado a mulheres, analfabetos, soldados e religiosos.
A nova Constituição determinava a separação entre o Estado e a Igreja Católica e eliminou o Poder Moderador.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Ela tinha espírito liberal, inspirado na tradição republicana dos Estados Unidos.
Antes de ser apreciado pela Assembléia Constituinte, o projeto foi elaborado por Rui Barbosa.
A Primeira Constituição da República e a Segunda do Brasil, estabeleceu o Presidencialismo, conferiu maior autonomia aos estados da federação, e garantiu liberdade partidária.
Também instituiu eleições diretas para a Câmara, o Senado e a Presidência da República, com mandato de quatro anos.
O voto se tornou universal e não secreto para homens acima de 21 anos e vetado a mulheres, analfabetos, soldados e religiosos.
A nova Constituição determinava a separação entre o Estado e a Igreja Católica e eliminou o Poder Moderador.
Luciana Celestino dos Santos
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O Anarquismo
No ano de 1890, a principal experiência anarquista no país foi a Colônia Cecília,
instalada por imigrantes italianos, em terras que haviam sido doadas por Dom Pedro II em
Palmeira, no Paraná.
Giovanni amava Éleda, que era casada com Aníbal, que era amigo de Giovanni.
Esse triângulo amoroso foi debatido entre os integrantes da Colônia Cecília que, além de uma nova organização política e social, desejavam conquistar diferentes formas de relacionamento amoroso.
Surgido na Europa entre os séculos XVII e XVIII, o anarquismo chega ao Brasil trazido pelos imigrantes europeus por volta de 1850.
Durante parte da República Velha, tornou-se a ideologia predominante no movimento operário, principalmente em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul.
Para os anarquistas, a sociedade devia se organizar sem nenhuma forma de autoridade imposta.
Defendiam a organização sindical autônoma, a extinção do Estado – que consideravam uma força coercitiva –, da Igreja e da propriedade privada.
Também era contrários a qualquer atuação político-partidária, preferindo divulgar suas idéias por meio de jornais, revistas, livros e planfletos.
A ascensão dos comunistas na Rússia, em 1917, favoreceu o crescimento do comunismo no meio operário brasileiro a fez com que o Anarquismo perdesse seu espaço.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Giovanni amava Éleda, que era casada com Aníbal, que era amigo de Giovanni.
Esse triângulo amoroso foi debatido entre os integrantes da Colônia Cecília que, além de uma nova organização política e social, desejavam conquistar diferentes formas de relacionamento amoroso.
Surgido na Europa entre os séculos XVII e XVIII, o anarquismo chega ao Brasil trazido pelos imigrantes europeus por volta de 1850.
Durante parte da República Velha, tornou-se a ideologia predominante no movimento operário, principalmente em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul.
Para os anarquistas, a sociedade devia se organizar sem nenhuma forma de autoridade imposta.
Defendiam a organização sindical autônoma, a extinção do Estado – que consideravam uma força coercitiva –, da Igreja e da propriedade privada.
Também era contrários a qualquer atuação político-partidária, preferindo divulgar suas idéias por meio de jornais, revistas, livros e planfletos.
A ascensão dos comunistas na Rússia, em 1917, favoreceu o crescimento do comunismo no meio operário brasileiro a fez com que o Anarquismo perdesse seu espaço.
Luciana Celestino dos Santos
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A Proclamação da República
No ano de 1889, o Primeiro Período Republicano do Brasil, também chamado de
República Velha, era controlado pelas oligarquias agrárias de São Paulo, Minas Gerais e
Rio de Janeiro.
Aos 15 de novembro de 1889, todavia, foi proclamada a república, pelo Marechal alagoano Manuel Deodoro da Fonseca, no Rio de Janeiro.
Esse movimento político-militar, acabou com a monarquia e instaurou no país, uma República Federativa.
Contudo, a campanha política que resultou na inauguração do novo sistema de governo, durou quase 20 anos.
Por via de conseqüência, a família real partiu para Portugal e o Marechal assumiu a chefia do governo provisório.
O Marechal Deodoro da Fonseca, chefe do governo provisório, entrou em conflito com as lideranças civis representadas no Congresso, descontentes com sua política econômica, e resistiu à convocação da Assembléia Constituinte, que aconteceu mesmo assim.
Sua eleição para Presidente, o Primeiro da história do Brasil, em 1891, foi garantida pela pressão dos militares sobre o Congresso.
Ele tentou vencer a oposição, articulando um Golpe de Estado, mas enfrentou resistência do próprio exército, chefiada pelo Vice-Presidente, o Marechal Floriano Peixoto.
Com isso, aos 23 de novembro do mesmo ano, apresentou sua renúncia.
Ao assumir, Peixoto usou o apoio popular para radicalizar a luta contra os monarquistas.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Aos 15 de novembro de 1889, todavia, foi proclamada a república, pelo Marechal alagoano Manuel Deodoro da Fonseca, no Rio de Janeiro.
Esse movimento político-militar, acabou com a monarquia e instaurou no país, uma República Federativa.
Contudo, a campanha política que resultou na inauguração do novo sistema de governo, durou quase 20 anos.
Por via de conseqüência, a família real partiu para Portugal e o Marechal assumiu a chefia do governo provisório.
O Marechal Deodoro da Fonseca, chefe do governo provisório, entrou em conflito com as lideranças civis representadas no Congresso, descontentes com sua política econômica, e resistiu à convocação da Assembléia Constituinte, que aconteceu mesmo assim.
Sua eleição para Presidente, o Primeiro da história do Brasil, em 1891, foi garantida pela pressão dos militares sobre o Congresso.
Ele tentou vencer a oposição, articulando um Golpe de Estado, mas enfrentou resistência do próprio exército, chefiada pelo Vice-Presidente, o Marechal Floriano Peixoto.
Com isso, aos 23 de novembro do mesmo ano, apresentou sua renúncia.
Ao assumir, Peixoto usou o apoio popular para radicalizar a luta contra os monarquistas.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Lei dos Sexagenários e a Abolição da Escravatura
No ano de 1885, o governo cedeu mais um pouco à pressão da opinião pública,
aumentada pela decisão do Ceará que decretou o fim da escravidão em seu território, em
1884.
Foi assim que foi promulgada a Lei dos Sexagenários, a qual libertava os escravos com mais de 65 anos, mediante compensações aos seus proprietários.
Com isso, do exterior, principalmente da Europa, chegaram apelos e manifestações favoráveis ao fim da escravidão.
Assim, aos 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel, filha de Dom Pedro II, assinou a lei que extinguiu definitivamente a escravidão no Brasil.
Chamada de Lei Áurea, ela encerrou um movimento social e político que se fortaleceu a partir de 1870.
Embora a escravidão tenha começado a declinar em 1850 com o fim do tráfico dos escravos, somente a partir da Guerra do Paraguai (1865 a 1870) que o movimento abolicionista ganhou impulso, com o retorno de milhares de ex-escravos vitoriosos, muitos até condecorados, que se recusaram a voltar à condição anterior, e sofreram pressão de seus antigos donos.
Com isso, o problema social transformou-se em questão política para a elite dirigente do II Reinado.
A abolição desagradou os fazendeiros, que exigiram indenizações pela perda, do que consideravam suas propriedades.
Como não foram bem sucedidos, aderiram ao movimento republicano como forma de pressão.
E assim, ao abandonar o regime escravagista, o Império perdeu sua última base de sustentação política.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Foi assim que foi promulgada a Lei dos Sexagenários, a qual libertava os escravos com mais de 65 anos, mediante compensações aos seus proprietários.
Com isso, do exterior, principalmente da Europa, chegaram apelos e manifestações favoráveis ao fim da escravidão.
Assim, aos 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel, filha de Dom Pedro II, assinou a lei que extinguiu definitivamente a escravidão no Brasil.
Chamada de Lei Áurea, ela encerrou um movimento social e político que se fortaleceu a partir de 1870.
Embora a escravidão tenha começado a declinar em 1850 com o fim do tráfico dos escravos, somente a partir da Guerra do Paraguai (1865 a 1870) que o movimento abolicionista ganhou impulso, com o retorno de milhares de ex-escravos vitoriosos, muitos até condecorados, que se recusaram a voltar à condição anterior, e sofreram pressão de seus antigos donos.
Com isso, o problema social transformou-se em questão política para a elite dirigente do II Reinado.
A abolição desagradou os fazendeiros, que exigiram indenizações pela perda, do que consideravam suas propriedades.
Como não foram bem sucedidos, aderiram ao movimento republicano como forma de pressão.
E assim, ao abandonar o regime escravagista, o Império perdeu sua última base de sustentação política.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
A Questão Militar
Em 1883, ocorreu a primeira de uma sucessão de conflitos entre o governo imperial
e o oficialato militar.
Conhecido como Questão Militar, ocorreu em resposta ao anúncio do governo em elevar a contribuição dos militares para o chamado Montepio Militar – espécie de fundo de pensão e aposentadoria do exército.
Os oficiais, professores e alunos da Escola Militar do Rio de Janeiro reagem com críticas públicas.
Em resposta, o governo abandonou a proposta, mas proibiu manifestações.
Com isso, um segundo conflito aconteceu em 1884, quando Serra Madureira perdeu o comando da Escola de Tiro do Campo Grande e foi transferido para Rio Pardo, no interior do Rio Grande do Sul.
Tal ato, era uma punição pelo fato dele ter recebido festivamente o jangadeiro e líder abolicionista cearense Francisco do Nascimento.
No terceiro conflito, uma inspeção de rotina a unidades do exército do Piauí, em 1885, levou ao terceiro confronto.
O coronel Cunha Matos apurou desvio de material militar e acusou o Comandante local, Capitão Pedro José de Lima.
Censurado na tribuna da Câmara dos Deputados, por amigos do militar denunciado, Matos reagiu publicamente, e acabou preso e processado por indisciplina.
E assim, os sucessivos conflitos envolvendo o exército e o Império cresceram com o fim da Guerra do Paraguai.
Apesar de sair vitorioso e fortalecido do combate, o Exército não encontrava espaço no governo.
Sem autonomia nem reconhecimento, foi uma instituição quase marginalizada na Monarquia.
Com isso, sob a influência das idéias positivistas, a oficialidade começou a aderir ao abolicionismo e ao republicanismo.
Em 1887 foi fundado o Clube Militar, para ser a entidade de representação política do exército.
Seu primeiro presidente foi o Marechal Deodoro da Fonseca, que conseguiu do governo que os militares fossem afastados da perseguição e captura de escravos fugitivos.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Conhecido como Questão Militar, ocorreu em resposta ao anúncio do governo em elevar a contribuição dos militares para o chamado Montepio Militar – espécie de fundo de pensão e aposentadoria do exército.
Os oficiais, professores e alunos da Escola Militar do Rio de Janeiro reagem com críticas públicas.
Em resposta, o governo abandonou a proposta, mas proibiu manifestações.
Com isso, um segundo conflito aconteceu em 1884, quando Serra Madureira perdeu o comando da Escola de Tiro do Campo Grande e foi transferido para Rio Pardo, no interior do Rio Grande do Sul.
Tal ato, era uma punição pelo fato dele ter recebido festivamente o jangadeiro e líder abolicionista cearense Francisco do Nascimento.
No terceiro conflito, uma inspeção de rotina a unidades do exército do Piauí, em 1885, levou ao terceiro confronto.
O coronel Cunha Matos apurou desvio de material militar e acusou o Comandante local, Capitão Pedro José de Lima.
Censurado na tribuna da Câmara dos Deputados, por amigos do militar denunciado, Matos reagiu publicamente, e acabou preso e processado por indisciplina.
E assim, os sucessivos conflitos envolvendo o exército e o Império cresceram com o fim da Guerra do Paraguai.
Apesar de sair vitorioso e fortalecido do combate, o Exército não encontrava espaço no governo.
Sem autonomia nem reconhecimento, foi uma instituição quase marginalizada na Monarquia.
Com isso, sob a influência das idéias positivistas, a oficialidade começou a aderir ao abolicionismo e ao republicanismo.
Em 1887 foi fundado o Clube Militar, para ser a entidade de representação política do exército.
Seu primeiro presidente foi o Marechal Deodoro da Fonseca, que conseguiu do governo que os militares fossem afastados da perseguição e captura de escravos fugitivos.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
domingo, 8 de março de 2020
A Lei do Ventre Livre
No ano de 1871, o Partido Liberal, de oposição, comprometeu-se publicamente com
o fim da escravidão dos negros.
Mas, foi o gabinete do Visconde do Rio Branco, do Partido Conservador, que promulgou a primeira lei abolicionista, a Lei do Ventre Livre.
Esta lei deu liberdade aos filhos de escravos nascidos a partir da data da assinatura, em 28 de setembro, mas os mantinha sob a tutela de seus senhores até os 21 anos de idade.
Em defesa da lei, o Visconde do Rio Branco apresentou a escravidão como instituição injuriosa, que prejudicava a imagem externa do país.
Em 1880, políticos e intelectuais importantes, como Joaquim Nabuco e José do Patrocínio, criaram no Rio de Janeiro a Sociedade Brasileira contra a Escravidão, que estimulou a formação de dezenas de agremiações similares pelo país.
O jornal O Abolicionista, de Nabuco, e a Revista Ilustrada, de Ângelo Agostini, serviram de modelo para outras publicações que defendiam a mesma causa.
Advogados, artistas, intelectuais, jornalistas e parlamentares, entraram no movimento e arrecadaram fundos para o pagamento de cartas de alforria, documento que concedia liberdade aos escravos.
Foi assim que o país, foi tomado pela causa abolicionista.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Mas, foi o gabinete do Visconde do Rio Branco, do Partido Conservador, que promulgou a primeira lei abolicionista, a Lei do Ventre Livre.
Esta lei deu liberdade aos filhos de escravos nascidos a partir da data da assinatura, em 28 de setembro, mas os mantinha sob a tutela de seus senhores até os 21 anos de idade.
Em defesa da lei, o Visconde do Rio Branco apresentou a escravidão como instituição injuriosa, que prejudicava a imagem externa do país.
Em 1880, políticos e intelectuais importantes, como Joaquim Nabuco e José do Patrocínio, criaram no Rio de Janeiro a Sociedade Brasileira contra a Escravidão, que estimulou a formação de dezenas de agremiações similares pelo país.
O jornal O Abolicionista, de Nabuco, e a Revista Ilustrada, de Ângelo Agostini, serviram de modelo para outras publicações que defendiam a mesma causa.
Advogados, artistas, intelectuais, jornalistas e parlamentares, entraram no movimento e arrecadaram fundos para o pagamento de cartas de alforria, documento que concedia liberdade aos escravos.
Foi assim que o país, foi tomado pela causa abolicionista.
Luciana Celestino dos Santos
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Questão Religiosa
Nos idos de 1870 à 1875, um choque entre a hierarquia católica e a maçonaria, dão
origem a um conflito entre o governo e a igreja católica, denominado de Questão Religiosa.
Isso por que, ao longo do império, a maçonaria – sociedade secreta ligada a idéias liberais inglesas e francesas – , mantimha uma forte presença no poder, representando um canal paralelo de influência aos partidos políticos.
Esse poder todavia, contrariava a igreja católica, e o Vaticano passou a impor rígidas regras de doutrina e de culto.
Em razão disso, os bispos brasileiros, acatando as novas diretrizes, expulsaram os maçons das irmandades católicas.
O Estado no entanto, defendeu a maçonaria, a cujos quadros pertenciam grandes nomes do império.
Por esta razão, dois bispos foram presos e condenados.
No entanto a crise só terminou depois de negociações, nas quais os bispos foram anistiados.
Houve então, a substituição do gabinete do Visconde de Rio Branco, e a suspensão de punições eclesiásticas aplicadas aos maçons.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Isso por que, ao longo do império, a maçonaria – sociedade secreta ligada a idéias liberais inglesas e francesas – , mantimha uma forte presença no poder, representando um canal paralelo de influência aos partidos políticos.
Esse poder todavia, contrariava a igreja católica, e o Vaticano passou a impor rígidas regras de doutrina e de culto.
Em razão disso, os bispos brasileiros, acatando as novas diretrizes, expulsaram os maçons das irmandades católicas.
O Estado no entanto, defendeu a maçonaria, a cujos quadros pertenciam grandes nomes do império.
Por esta razão, dois bispos foram presos e condenados.
No entanto a crise só terminou depois de negociações, nas quais os bispos foram anistiados.
Houve então, a substituição do gabinete do Visconde de Rio Branco, e a suspensão de punições eclesiásticas aplicadas aos maçons.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
A Defesa da República
No ano de 1870, fazendeiros, políticos, jornalistas e intelectuais lançaram no Rio de
Janeiro, o Manifesto Republicano, defendendo um regime Presidencialista, representativo e
descentralizado.
Apesar da vitória na Guerra do Paraguai, o ônus econômico, social e político fortaleceu as reações ao regime.
A Monarquia entrou em declínio, e as idéias Republicanas disseminaram-se, mesmo com o pouco sucesso eleitoral de seus candidatos.
O Império incompatibilizou-se com a aristocracia escravista, mas os abolicionistas, que consideravam as medidas antiescravidão muito tímidas, uniram-se aos republicanos.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Apesar da vitória na Guerra do Paraguai, o ônus econômico, social e político fortaleceu as reações ao regime.
A Monarquia entrou em declínio, e as idéias Republicanas disseminaram-se, mesmo com o pouco sucesso eleitoral de seus candidatos.
O Império incompatibilizou-se com a aristocracia escravista, mas os abolicionistas, que consideravam as medidas antiescravidão muito tímidas, uniram-se aos republicanos.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
A Guerra do Paraguai
Entre 1865 à 1870, irrompeu a Guerra do Paraguai entre a aliança formada pelo
Brasil, Argentina e Uruguai.
Os conflitos na região ocorreram em razão da disputa pela estratégica região do Rio da Prata.
Em dezembro de 1864, o ditador paraguaio Francisco Solano Lópes, ordenou a invasão da província de Mato Grosso.
O primeiro ano da guerra foi de ofensiva paraguaia, que abriu várias frentes na fronteira com o Brasil – do estado de Mato Grosso até o Rio Grande do Sul.
Contando com a neutralidade da Argentina, Solano Lópes rumou em direção ao Uruguai.
Mas, em 1865, Brasil, Argentina e Uruguai firmaram o Tratado da Tríplice Aliança.
Daí em diante o Império Brasileiro contra-atacou.
Solano Lópes recuou, e o Paraguai foi invadido em 1866 pelo General argentino Bartolomeu Mitre.
A contra-ofensiva cresceu nos dois anos seguintes, sob o comando de Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias.
Em 1869, os soldados da aliança entraram em Assunção, capital do Paraguai.
Solano Lópes foi morto no ano seguinte em Cerro Corá, no norte paraguaio.
Nessa terrível batalha, a maior guerra da América do Sul, quase dois terços da população foram dizimados.
No tocante aos Voluntários da Pátria, estes eram homens pobres, mulatos e negros, que formaram os famosos batalhões.
Convocados para combater como soldados, participaram os escravos da nação – africanos trazidos ilegalmente para o país –, que estavam sob a guarda do império e receberiam a alforria, para serem transformados em soldados.
Esse esforço de mobilização foi necessário, por que o Paraguai a princípio, tinha efetivos maiores que as forças da aliança.
Os caudilhos da Argentina e do Uruguai e as elites dirigentes do Império Brasileiro, haviam se unido e usavam o conflito para consolidar seu poder interno.
Todavia, terminado o maior conflito armada da América do Sul, os negros brasileiros vitoriosos, se recusaram a permanecer na condição de escravos.
Esta resistência deu grande impulso ao movimento abolicionista.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Os conflitos na região ocorreram em razão da disputa pela estratégica região do Rio da Prata.
Em dezembro de 1864, o ditador paraguaio Francisco Solano Lópes, ordenou a invasão da província de Mato Grosso.
O primeiro ano da guerra foi de ofensiva paraguaia, que abriu várias frentes na fronteira com o Brasil – do estado de Mato Grosso até o Rio Grande do Sul.
Contando com a neutralidade da Argentina, Solano Lópes rumou em direção ao Uruguai.
Mas, em 1865, Brasil, Argentina e Uruguai firmaram o Tratado da Tríplice Aliança.
Daí em diante o Império Brasileiro contra-atacou.
Solano Lópes recuou, e o Paraguai foi invadido em 1866 pelo General argentino Bartolomeu Mitre.
A contra-ofensiva cresceu nos dois anos seguintes, sob o comando de Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias.
Em 1869, os soldados da aliança entraram em Assunção, capital do Paraguai.
Solano Lópes foi morto no ano seguinte em Cerro Corá, no norte paraguaio.
Nessa terrível batalha, a maior guerra da América do Sul, quase dois terços da população foram dizimados.
No tocante aos Voluntários da Pátria, estes eram homens pobres, mulatos e negros, que formaram os famosos batalhões.
Convocados para combater como soldados, participaram os escravos da nação – africanos trazidos ilegalmente para o país –, que estavam sob a guarda do império e receberiam a alforria, para serem transformados em soldados.
Esse esforço de mobilização foi necessário, por que o Paraguai a princípio, tinha efetivos maiores que as forças da aliança.
Os caudilhos da Argentina e do Uruguai e as elites dirigentes do Império Brasileiro, haviam se unido e usavam o conflito para consolidar seu poder interno.
Todavia, terminado o maior conflito armada da América do Sul, os negros brasileiros vitoriosos, se recusaram a permanecer na condição de escravos.
Esta resistência deu grande impulso ao movimento abolicionista.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Extinção do Tráfico Negreiro e a Economia Cafeeira
No ano de 1850, o governo de Dom Pedro II extinguiu definitivamente o tráfico de
escravos com a Lei Eusébio de Queirós, elaborada pelo Ministro da Justiça.
Esse ato fortaleceu o Império, e fez diminuir as preocupações e pressões internas.
Aos poucos, os imigrantes europeus assalariados, substituiram os escravos no mercado de trabalho, principalmente nas fazendas de café, em expansão.
Foi nesse período que as primeiras mudas de café chegaram ao Brasil, contrabandeadas da Guiana Francesa por Francisco de Melo Palheta, em 1727.
E foi assim, que as primeiras plantações se multiplicaram e, em meados do século XIX, o café ocupava parte das terras de antigas lavouras de cana-de-açúcar e de algodão, além de grande porção do chamado Oeste Paulista.
Essa vigorosa expansão da cafeicultura, foi resultado do crescimento do consumo nos Estados Unidos e na Europa, e da crise que simultaneamente atingiu importantes regiões produtoras, como Haiti, Ceilão (atual Sri Lanka) e Java, na Indonésia.
Com o preço em alta nos mercados consumidores, o novo produto tornou-se muito atraente e havia, no Brasil, terras e escravos subutilizados em outras lavouras, além de solos novos e férteis, como a terra roxa do interior paulista.
Com a interrupção definitiva do tráfico de escravos africanos em 1850, surgiu o primeiro problema: escassez de mão-de-obra.
A solução encontrada foi a vinda de imigrantes estrangeiros.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Esse ato fortaleceu o Império, e fez diminuir as preocupações e pressões internas.
Aos poucos, os imigrantes europeus assalariados, substituiram os escravos no mercado de trabalho, principalmente nas fazendas de café, em expansão.
Foi nesse período que as primeiras mudas de café chegaram ao Brasil, contrabandeadas da Guiana Francesa por Francisco de Melo Palheta, em 1727.
E foi assim, que as primeiras plantações se multiplicaram e, em meados do século XIX, o café ocupava parte das terras de antigas lavouras de cana-de-açúcar e de algodão, além de grande porção do chamado Oeste Paulista.
Essa vigorosa expansão da cafeicultura, foi resultado do crescimento do consumo nos Estados Unidos e na Europa, e da crise que simultaneamente atingiu importantes regiões produtoras, como Haiti, Ceilão (atual Sri Lanka) e Java, na Indonésia.
Com o preço em alta nos mercados consumidores, o novo produto tornou-se muito atraente e havia, no Brasil, terras e escravos subutilizados em outras lavouras, além de solos novos e férteis, como a terra roxa do interior paulista.
Com a interrupção definitiva do tráfico de escravos africanos em 1850, surgiu o primeiro problema: escassez de mão-de-obra.
A solução encontrada foi a vinda de imigrantes estrangeiros.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Revolta Praieira
Durante os anos de 1848 à 1850, ocorreu a Revolta Praeira.
Ela teve início quando setores radicais do Partido Liberal pernambucano, reunidos em torno do jornal Diário Novo, na Rua da Praia, no Recife, conhecidos como Praieiros, condenaram a destituíção do governador da província, Antônio Chimorro da Gama.
Ele era o opositor dos Guabirus, o mais poderoso grupo da aristocracia e da burguesia mercantil ligado ao Partido Conservador.
Com inspiração liberal e federalista e liderados por militares e políticos, os Praieiros começaram em Olinda, uma rebelião contra o novo governo provincial.
Com isso, o movimento se espalhou rapidamente por toda Zona da Mata Pernambucana.
Em 1849, os insurretos lançaram o Manifesto ao Mundo e defenderam o voto livre e universal, a liberdade de imprensa, a independência dos poderes constituídos, a extinção do Poder Moderador, o Federalismo, e a nacionalização do comércio de varejo.
Os Praieros, receberam adesão da população urbana pobre e atacaram o Recife com quase 2,5 mil combatentes, mas foram rechaçados.
A rebelião foi derrotada no começo de 1850.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada fonte.
Ela teve início quando setores radicais do Partido Liberal pernambucano, reunidos em torno do jornal Diário Novo, na Rua da Praia, no Recife, conhecidos como Praieiros, condenaram a destituíção do governador da província, Antônio Chimorro da Gama.
Ele era o opositor dos Guabirus, o mais poderoso grupo da aristocracia e da burguesia mercantil ligado ao Partido Conservador.
Com inspiração liberal e federalista e liderados por militares e políticos, os Praieiros começaram em Olinda, uma rebelião contra o novo governo provincial.
Com isso, o movimento se espalhou rapidamente por toda Zona da Mata Pernambucana.
Em 1849, os insurretos lançaram o Manifesto ao Mundo e defenderam o voto livre e universal, a liberdade de imprensa, a independência dos poderes constituídos, a extinção do Poder Moderador, o Federalismo, e a nacionalização do comércio de varejo.
Os Praieros, receberam adesão da população urbana pobre e atacaram o Recife com quase 2,5 mil combatentes, mas foram rechaçados.
A rebelião foi derrotada no começo de 1850.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada fonte.
Parlamentarismo
Em 1847, num período de pouca contestação à Monarquia, foi instituído o
Parlamentarismo, e o governo passou a ser exercido pelo Ministério com base na maioria parlamentar.
Foi criado o cargo de Presidente do Conselho de Ministros, que, indicado por Dom Pedro II, organizou o Ministério e tornou-se responsável pelo Poder Executivo.
Todavia, o Ministério seria substituído, se o partido perdesse a maioria das cadeiras na Câmara dos Deputados.
Na prática, a decisão era do Imperador, que a qualquer momento podia dissolver a Câmara e convocar novas eleições.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Foi criado o cargo de Presidente do Conselho de Ministros, que, indicado por Dom Pedro II, organizou o Ministério e tornou-se responsável pelo Poder Executivo.
Todavia, o Ministério seria substituído, se o partido perdesse a maioria das cadeiras na Câmara dos Deputados.
Na prática, a decisão era do Imperador, que a qualquer momento podia dissolver a Câmara e convocar novas eleições.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
A Bill Aberdeen
No ano de 1845, o Parlamento Britânico, aprovou a Bill Aberdeen, lei que deu a
Marinha de Guerra Inglesa o direito de perseguir e aprisionar os navios negreiros,
chamados de tumbeiros, em qualquer ponto do Atlântico.
A partir daí, o tráfico tornou-se muito arriscado e pouco lucrativo.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
A partir daí, o tráfico tornou-se muito arriscado e pouco lucrativo.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
O Golpe da Maioridade
Em 1840, os regentes não conseguiram solucionar as disputas partidárias, as
diferenças econômicas, a dispersão populacional e as desigualdades que ameaçavam a
unidade do país.
Assim, tanto o Partido Conservador, no poder com o regente Pedro de Araújo Lima, quanto o Liberal, na oposição, decidiram antecipar a maioridade de Dom Pedro II, com 14 anos.
Com isso, a antecipação da maioridade do Imperador Dom Pedro II, ficou conhecida como Golpe da Maioridade.
Nos primeiros dez anos, o regime monárquico, estabilizou-se.
As derrotas das insurreições ocorridas durante a regência pacificou as províncias e o Governo Central contra o Poder Moderador, deu ao monarca a palavra final, com a restauração do Conselho de Estado.
No ano seguinte, Dom Pedro II foi coroado Imperador do Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Assim, tanto o Partido Conservador, no poder com o regente Pedro de Araújo Lima, quanto o Liberal, na oposição, decidiram antecipar a maioridade de Dom Pedro II, com 14 anos.
Com isso, a antecipação da maioridade do Imperador Dom Pedro II, ficou conhecida como Golpe da Maioridade.
Nos primeiros dez anos, o regime monárquico, estabilizou-se.
As derrotas das insurreições ocorridas durante a regência pacificou as províncias e o Governo Central contra o Poder Moderador, deu ao monarca a palavra final, com a restauração do Conselho de Estado.
No ano seguinte, Dom Pedro II foi coroado Imperador do Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Balaiada
Durante os anos de 1838 à 1841, disputas regionais alimentaram rebeliões populares
nas províncias.
Uma delas foi a Balaiada, ocorrida no Maranhão, e em parte do Ceará e do Piauí.
Surgiu quando os liberais, Bem-te-vis do Maranhão, lançaram uma campanha contra o controle das eleições dos Prefeitos, e por parte do Executivo provincial.
Com isso eles queriam reduzir o poder dos grandes proprietários de terras Conservadores, os Cabanos.
A campanha acirrou as disputas locais envolvendo também, as camadas populares.
Foi chamada de Balaiada, porque um de seus líderes, Manuel Francisco dos Anjos Ferreira, era apelidado Balaio.
No início de 1840 chegou ao Maranhão o novo Presidente e chefe militar da província, o Coronel Luís Alves de Lima e Silva (futuro Duque de Caxias), nomeado pela regência objetivando conter os rebeldes.
Com isso, no ano seguinte, encerrou-se o conflito.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Uma delas foi a Balaiada, ocorrida no Maranhão, e em parte do Ceará e do Piauí.
Surgiu quando os liberais, Bem-te-vis do Maranhão, lançaram uma campanha contra o controle das eleições dos Prefeitos, e por parte do Executivo provincial.
Com isso eles queriam reduzir o poder dos grandes proprietários de terras Conservadores, os Cabanos.
A campanha acirrou as disputas locais envolvendo também, as camadas populares.
Foi chamada de Balaiada, porque um de seus líderes, Manuel Francisco dos Anjos Ferreira, era apelidado Balaio.
No início de 1840 chegou ao Maranhão o novo Presidente e chefe militar da província, o Coronel Luís Alves de Lima e Silva (futuro Duque de Caxias), nomeado pela regência objetivando conter os rebeldes.
Com isso, no ano seguinte, encerrou-se o conflito.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
A II Regência
Durante o ano de 1837, sentindo-se incapaz de superar a crise política nacional, o
Regente Feijó renunciou.
No ano seguinte, o pernambucano Pedro de Araújo Lima foi eleito para a II Regência Una.
Com isso, as dificuldades e os desentendimentos aumentaram, e a antiga base de apoio do regime, formada pelos Chimangos, dividiu-se entre os Partidos Liberal e Conservador.
Esse período, 1837 à 1840, foi marcado pelo endurecimento e centralização política e pelo afastamento dos Liberais Exaltados (Farroupilhas).
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
No ano seguinte, o pernambucano Pedro de Araújo Lima foi eleito para a II Regência Una.
Com isso, as dificuldades e os desentendimentos aumentaram, e a antiga base de apoio do regime, formada pelos Chimangos, dividiu-se entre os Partidos Liberal e Conservador.
Esse período, 1837 à 1840, foi marcado pelo endurecimento e centralização política e pelo afastamento dos Liberais Exaltados (Farroupilhas).
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Sabinada
Entre 1837 à 1838, setores políticos da província ligados aos liberais radicais e à
maçonaria defenderam os ideais federativos contra o centralismo monárquico.
Isso fez nascer na Bahia, um movimento autonomista denominado Sabinada, liderado por Francisco Sabino Vieira.
Os revoltosos denunciaram a ilegitimidade do regime e proclamaram a República Baiense, prevista para durar até a maioridade de Dom Pedro II.
Em 1838, porém, os rebeldes foram cercados por tropas legalistas e derrotados.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Isso fez nascer na Bahia, um movimento autonomista denominado Sabinada, liderado por Francisco Sabino Vieira.
Os revoltosos denunciaram a ilegitimidade do regime e proclamaram a República Baiense, prevista para durar até a maioridade de Dom Pedro II.
Em 1838, porém, os rebeldes foram cercados por tropas legalistas e derrotados.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
sábado, 7 de março de 2020
Cabanagem
A cabanagem entre os anos de 1835 até 1840, foi uma das maiores rebeliões do
período regencial. De caráter popular, teve a participação de moradores pobres das cidades
e dos vilarejos ribeirinhos, chamados de Cabanos – índios, negros e mestiços.
A revolta começou em 1835 com o assassinato de duas das principais autoridades da Província do Pará: o presidente e o comandante de armas.
Com isso os chefes Cabanos formaram um grupo revolucionário, líderado pelo fazendeiro Clemente Malcher, e anunciaram a autonomia da província até a maioridade de Dom Pedro II.
Contudo, divergências internas provocaram conflitos entre os Cabanos.
Malcher foi substituído por um líder popular, Francisco Vinagre.
Enquanto isso, com o apoio de mercenários ingleses, tropas imperiais entraram em Belém.
Em seguida os rebeldes retomaram a capital, e um governo ainda mais radical liderado por Eduardo Angelim proclamou a Independência do Pará.
Nos últimos três anos do conflito, cerca de 30 mil cabanos morreram.
E em 1840 terminou a revolta.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
A revolta começou em 1835 com o assassinato de duas das principais autoridades da Província do Pará: o presidente e o comandante de armas.
Com isso os chefes Cabanos formaram um grupo revolucionário, líderado pelo fazendeiro Clemente Malcher, e anunciaram a autonomia da província até a maioridade de Dom Pedro II.
Contudo, divergências internas provocaram conflitos entre os Cabanos.
Malcher foi substituído por um líder popular, Francisco Vinagre.
Enquanto isso, com o apoio de mercenários ingleses, tropas imperiais entraram em Belém.
Em seguida os rebeldes retomaram a capital, e um governo ainda mais radical liderado por Eduardo Angelim proclamou a Independência do Pará.
Nos últimos três anos do conflito, cerca de 30 mil cabanos morreram.
E em 1840 terminou a revolta.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Revolução Farroupilha
No período entre os anos de 1835 à 1845, aconteceu a maior rebelião já ocorrida no
Brasil durante a regência.
A Revolta dos Farrapos, que se estendeu do Rio Grande do Sul até Santa Catarina.
Os Farrapos eram os Liberais Exaltados, partidários do regime federativo e republicano, que se insurgiram contra o governo central e pleitearam autonomia para suas províncias.
A revolta teve início quando o Deputado Federalista e Coronel das milícias, Bento Gonçalves da Silva destituiu, em 1835, o Presidente da Província e com a ajuda popular, neutralizou as reações legalistas.
Porto Alegre foi, em seguida, retomada pelas forças imperiais, e os revoltosos avançaram para o interior do Rio Grande do Sul e para Santa Catarina, onde contaram com o apoio de Giuseppe Garibaldi.
Porém, no ano de 1842, Luís Alves de Lima (futuro Duque de Caxias) reorganizou as tropas legalistas e começou a negociar com os insurretos, que depois de sucessivas derrotas e desentendimentos entre suas lideranças, aceitaram a paz em fevereiro de 1845.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
A Revolta dos Farrapos, que se estendeu do Rio Grande do Sul até Santa Catarina.
Os Farrapos eram os Liberais Exaltados, partidários do regime federativo e republicano, que se insurgiram contra o governo central e pleitearam autonomia para suas províncias.
A revolta teve início quando o Deputado Federalista e Coronel das milícias, Bento Gonçalves da Silva destituiu, em 1835, o Presidente da Província e com a ajuda popular, neutralizou as reações legalistas.
Porto Alegre foi, em seguida, retomada pelas forças imperiais, e os revoltosos avançaram para o interior do Rio Grande do Sul e para Santa Catarina, onde contaram com o apoio de Giuseppe Garibaldi.
Porém, no ano de 1842, Luís Alves de Lima (futuro Duque de Caxias) reorganizou as tropas legalistas e começou a negociar com os insurretos, que depois de sucessivas derrotas e desentendimentos entre suas lideranças, aceitaram a paz em fevereiro de 1845.
Luciana Celestino dos Santos
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Marquês de Pombal
Em 1755, o Marquês de Pombal fundou a Companhia Geral do Comércio do Grão Pará e do Maranhão (1755) e a Companhia Geral do Comércio de Pernambuco e Paraíba
(1759) para reforçar a atividade agroexportadora e extrativista do Norte e Nordeste, um
pouco abandonada em razão da mineração do ouro e do diamante nas Minas Gerais.
No ano de 1759, o Marquês de Pombal decretou a expulsão dos jesuítas do Brasil e de Portugal pelo seu envolvimento na Guerra Guaranítica.
Sua alegação era de que a companhia se tornara quase tão poderosa quanto o Estado, ocupando funções e atribuições mais políticas do que religiosas.
Até mesmo setores da própria igreja admitiram que os jesuítas deram excessiva proteção aos nativos.
Com isso, além de fechar a instituição no Império Português, o Marquês de Pombal, mudou os estatutos dos colégios e das missões e impôs a eles direções leigas.
Em 1759, o sistema de Capitanias Hereditárias foi extinto também por Marquês de Pombal.
As Capitanias que ainda não haviam voltado para as mãos da Coroa Portuguesa, foram compradas ou mesmo confiscadas.
No ano de 1763, o Marquês de Pombal realizou a transferência do Governo Geral pra o Rio de Janeiro.
Um dos fatores que contribuíram para esta decisão foi a necessidade de ter o centro administrativo mais próximo das regiões da mineração.
Ademais, os conflitos mais freqüentes com os vizinhos espanhóis nas regiões Oeste e Sul reforçaram a necessidade da mudança.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
No ano de 1759, o Marquês de Pombal decretou a expulsão dos jesuítas do Brasil e de Portugal pelo seu envolvimento na Guerra Guaranítica.
Sua alegação era de que a companhia se tornara quase tão poderosa quanto o Estado, ocupando funções e atribuições mais políticas do que religiosas.
Até mesmo setores da própria igreja admitiram que os jesuítas deram excessiva proteção aos nativos.
Com isso, além de fechar a instituição no Império Português, o Marquês de Pombal, mudou os estatutos dos colégios e das missões e impôs a eles direções leigas.
Em 1759, o sistema de Capitanias Hereditárias foi extinto também por Marquês de Pombal.
As Capitanias que ainda não haviam voltado para as mãos da Coroa Portuguesa, foram compradas ou mesmo confiscadas.
No ano de 1763, o Marquês de Pombal realizou a transferência do Governo Geral pra o Rio de Janeiro.
Um dos fatores que contribuíram para esta decisão foi a necessidade de ter o centro administrativo mais próximo das regiões da mineração.
Ademais, os conflitos mais freqüentes com os vizinhos espanhóis nas regiões Oeste e Sul reforçaram a necessidade da mudança.
Luciana Celestino dos Santos
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Os Sete Povos das Missões
Em 1750, o Tratado de Madri reconheceu, com base no direito de posse da terra por
quem a usa (uti posidetis), a presença luso-brasileira na maioria dos territórios brasileiros
desbravados e em fase de ocupação.
No Norte e no Centro-Oeste não houve dificuldade em acertar limites, em decorrência do pequeno interesse espanhol nas regiões.
No Sul, no entanto, a negociação foi conturbada.
A Espanha, exigiu o controle do Rio da Prata, por sua importância econômica e estratégica.
Em razão disso, aceitou a Colônia de Sacramento em troca da manutenção da fronteira brasileira no atual Rio Grande do Sul.
Como conseqüência, os jesuítas espanhóis e os índios guaranis de Sete Povos das Missões foram forçados a se transferirem para o outro lado do Rio Uruguai.
Em 1754 até 1756, os guaranis de Sete Povos das Missões se recusaram a deixar suas terras no território do Rio Grande do Sul, o que acarretou a eclosão da Guerra Guaranítica.
Em resposta à posição indígena, os castelhanos, vindos de Buenos Aires e Montevidéu, e os luso-brasileiros, vindos do Rio de Janeiro sob o comando do general Gomes Freire, entraram pelo Rio Jacuí combatendo os guaranis missioneiros que tentavam impedir a demarcação da fronteira.
Com isso, em 1756, os Sete Povos das Missões foram dominados.
Luciana Celestino dos Santos
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No Norte e no Centro-Oeste não houve dificuldade em acertar limites, em decorrência do pequeno interesse espanhol nas regiões.
No Sul, no entanto, a negociação foi conturbada.
A Espanha, exigiu o controle do Rio da Prata, por sua importância econômica e estratégica.
Em razão disso, aceitou a Colônia de Sacramento em troca da manutenção da fronteira brasileira no atual Rio Grande do Sul.
Como conseqüência, os jesuítas espanhóis e os índios guaranis de Sete Povos das Missões foram forçados a se transferirem para o outro lado do Rio Uruguai.
Em 1754 até 1756, os guaranis de Sete Povos das Missões se recusaram a deixar suas terras no território do Rio Grande do Sul, o que acarretou a eclosão da Guerra Guaranítica.
Em resposta à posição indígena, os castelhanos, vindos de Buenos Aires e Montevidéu, e os luso-brasileiros, vindos do Rio de Janeiro sob o comando do general Gomes Freire, entraram pelo Rio Jacuí combatendo os guaranis missioneiros que tentavam impedir a demarcação da fronteira.
Com isso, em 1756, os Sete Povos das Missões foram dominados.
Luciana Celestino dos Santos
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Guerra dos Mascates
Dentre o período de 1710 a 1712, ocorreu a Guerra dos Mascates.
Os senhores de terras e engenhos pernambucanos, concentrados em Olinda, dependiam economicamente dos Mascates (comerciantes portugueses) e não aceitaram a emancipação do Recife, pois isto agravou sua situação diante da burguesia lusitana.
Quando Recife se transformou em vila, esses latifundiários iniciaram a Guerra dos Mascates, atacando a povoação, sob a liderança de Bernardo Vieira Melo e Leonardo Bezerra Cavalcanti.
O governador Caldas Barbosa, ligado aos Mascates, fugiu para a Bahia.
No ano seguinte os Mascates reagiram e invadiram Olinda.
A nomeção de um novo governador e a utilização de tropas enviadas da Bahia puseram fim à guerra.
A burguesia mercantil recebeu o apoio da metrópole, e o Recife manteve sua autonomia.
No ano de 1727, Francisco de Melo Palheta, introduziu o cultivo do café no Brasil, após contrabandear as sementes da Guiana Francesa.
Luciana Celestino dos Santos
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Os senhores de terras e engenhos pernambucanos, concentrados em Olinda, dependiam economicamente dos Mascates (comerciantes portugueses) e não aceitaram a emancipação do Recife, pois isto agravou sua situação diante da burguesia lusitana.
Quando Recife se transformou em vila, esses latifundiários iniciaram a Guerra dos Mascates, atacando a povoação, sob a liderança de Bernardo Vieira Melo e Leonardo Bezerra Cavalcanti.
O governador Caldas Barbosa, ligado aos Mascates, fugiu para a Bahia.
No ano seguinte os Mascates reagiram e invadiram Olinda.
A nomeção de um novo governador e a utilização de tropas enviadas da Bahia puseram fim à guerra.
A burguesia mercantil recebeu o apoio da metrópole, e o Recife manteve sua autonomia.
No ano de 1727, Francisco de Melo Palheta, introduziu o cultivo do café no Brasil, após contrabandear as sementes da Guiana Francesa.
Luciana Celestino dos Santos
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A Extração Aurífera
Na passagem do século XVII para o XVIII foram descobertas ricas jazidas de ouro
nos atuais estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso que atrairam portugueses e
aventureiros de todas as partes do país.
Muitos trouxeram escravos.
A Coroa autorizou a livre exploração de ouro mediante o pagamento de um quinto da produção, e foi criada a Intendência de Minas para fiscalizar a atividade mineradora.
Era até permitido a alguns escravos conservar parte do ouro descoberto para comprar sua liberdade.
O período áureo foi entre os anos de 1735 a 1754, quando a exportação anual era de 14.500 quilos.
A exploração de diamante cresceu por volta de 1729, nas Vilas de Diamantina e Serra do Frio, no norte de Minas Gerais.
Em 1734 foi instituída uma Intendência para administrar as lavras.
Luciana Celestino dos Santos
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Muitos trouxeram escravos.
A Coroa autorizou a livre exploração de ouro mediante o pagamento de um quinto da produção, e foi criada a Intendência de Minas para fiscalizar a atividade mineradora.
Era até permitido a alguns escravos conservar parte do ouro descoberto para comprar sua liberdade.
O período áureo foi entre os anos de 1735 a 1754, quando a exportação anual era de 14.500 quilos.
A exploração de diamante cresceu por volta de 1729, nas Vilas de Diamantina e Serra do Frio, no norte de Minas Gerais.
Em 1734 foi instituída uma Intendência para administrar as lavras.
Luciana Celestino dos Santos
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Guerra dos Emboabas
Entre 1708 e 1709, ocorreu a Guerra dos Emboabas, entre mineradores paulistas e
comerciantes portugueses e brasileiros de outras regiões, chamados de Emboabas (do tupi
buaba, aves com penas até penas até os pés, em referência aos forasteiros).
Os paulistas, descobridores de ouro em Minas Gerais, alegavam ter preferência sobre a extração.
Para garantir à mineração, os portugueses atacaram Sabará sob o comando de Manuel Nunes Viana e conseguiram a rendição dos paulistas.
Em 1709, o chefe emboaba Bento do Amaral Coutinho desrespeitou o acordo de rendição e matou dezenas de paulistas no local, e ficou conhecido como Capitão da Traição.
Luciana Celestino dos Santos
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Os paulistas, descobridores de ouro em Minas Gerais, alegavam ter preferência sobre a extração.
Para garantir à mineração, os portugueses atacaram Sabará sob o comando de Manuel Nunes Viana e conseguiram a rendição dos paulistas.
Em 1709, o chefe emboaba Bento do Amaral Coutinho desrespeitou o acordo de rendição e matou dezenas de paulistas no local, e ficou conhecido como Capitão da Traição.
Luciana Celestino dos Santos
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Os Bandeirantes
Em 1695, as primeiras descobertas de ouro na região próxima da cidade de Sabará
(Minas Gerais) foram tradicionalmente associadas ao bandeirante Borba Gato.
Formadas por brancos pobres, mamelucos, agregados e familiares em torno de um líder, as bandeiras buscavam minas de ouro e pedras preciosas e capturavam índios recolhidos em missões jesuítas. Partindo de São Vicente ou São Paulo, atingiam o Sul, Centro-Oeste e a região das Minas Gerais. Com isso, contribuíram para a expansão territorial do Brasil.
Outro tipo de incursão que também ajudou a desbravar o interior, foram as entradas, missões que saíam do Nordeste em direção à Amazônia e ao Centro-Oeste para mapear o território e combater índios hostis.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Formadas por brancos pobres, mamelucos, agregados e familiares em torno de um líder, as bandeiras buscavam minas de ouro e pedras preciosas e capturavam índios recolhidos em missões jesuítas. Partindo de São Vicente ou São Paulo, atingiam o Sul, Centro-Oeste e a região das Minas Gerais. Com isso, contribuíram para a expansão territorial do Brasil.
Outro tipo de incursão que também ajudou a desbravar o interior, foram as entradas, missões que saíam do Nordeste em direção à Amazônia e ao Centro-Oeste para mapear o território e combater índios hostis.
Luciana Celestino dos Santos
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Quilombo de Palmares
Nos idos de 1694, após resitir aos contantes ataques – entre os anos de 1687 a 1694
–, o Quilombo de Palmares foi destruído em fevereiro por tropas do bandeirante paulista
Domingos Jorge Velho.
Palmares foi o mais importante ajuntamento de quilombos do período colonial e durou quase um século.
Sua população teria alcançado um número estimado entre 6 mil e 20 mil pessoas, distribuídas numa área de 150 quilômetros de comprimento e 50 quilômetros de largura, localizada entre Pernambuco e Alagoas.
Seu último líder, Zumbi, sobreviveu à destruíção do quilombo, mas morreu no ano seguinte.
Por conta de seu valor, tornou-se o principal símbolo da resistência negra à escravidão.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Palmares foi o mais importante ajuntamento de quilombos do período colonial e durou quase um século.
Sua população teria alcançado um número estimado entre 6 mil e 20 mil pessoas, distribuídas numa área de 150 quilômetros de comprimento e 50 quilômetros de largura, localizada entre Pernambuco e Alagoas.
Seu último líder, Zumbi, sobreviveu à destruíção do quilombo, mas morreu no ano seguinte.
Por conta de seu valor, tornou-se o principal símbolo da resistência negra à escravidão.
Luciana Celestino dos Santos
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Revolta dos Beckman
À seguir, em 1684, proprietários rurais, liderados pelos irmãos Manuel e Tomás
Beckman, revoltaram-se contra a Companhia de Comércio do Maranhão, que não cumpriu
com seu objetivo de fornecer escravos, utensílios e equipamentos.
Também eram contrários às posições dos jesuítas, que impediam a escravização indígena.
Em razão disso, promoveram a“Revolta dos Beckman”.
A metrópole ao tomar conhecimento do levante, interveio.
Manuel Beckman foi executado junto com Jorge Sampaio, outro participante da revolta, e os demais líderes foram condenados à prisão perpétua.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Também eram contrários às posições dos jesuítas, que impediam a escravização indígena.
Em razão disso, promoveram a“Revolta dos Beckman”.
A metrópole ao tomar conhecimento do levante, interveio.
Manuel Beckman foi executado junto com Jorge Sampaio, outro participante da revolta, e os demais líderes foram condenados à prisão perpétua.
Luciana Celestino dos Santos
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Companhia de Comércio do Maranhão
No ano de 1654, em troca do apoio recebido na guerra contra a Espanha, Portugal
promoveu a abertura de mercado aos ingleses.
No Brasil ficaram excluídos apenas os produtos sob monopólio da Coroa: pau-brasil, bacalhau, farinha de trigo, vinho e azeite.
Em 1682, Portugal fundou a Companhia de Comércio do Maranhão, que estimulou a agricultura de cana-de-açúcar e de algodão por meio de fornecimento de crédito, transporte e escravos.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
No Brasil ficaram excluídos apenas os produtos sob monopólio da Coroa: pau-brasil, bacalhau, farinha de trigo, vinho e azeite.
Em 1682, Portugal fundou a Companhia de Comércio do Maranhão, que estimulou a agricultura de cana-de-açúcar e de algodão por meio de fornecimento de crédito, transporte e escravos.
Luciana Celestino dos Santos
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Insurreição Pernambucana
Em 1645 após volta de Maurício de Nassau à Holanda, os proprietários de terras de
Pernambuco passaram a ter mais dificuldade de conseguir crédito na Companhia Holandesa
das Índias Ocidentais.
Em razão disso, os latifundiários deram início à propalada insurreição, visavando expulsar os holandeses da região.
Assim iniciou-se a Insurreição Pernambucana.
No começo, Portugal não deu nenhum auxílio, interessado que estava em garantir o apoio da Holanda para enfrentar a Espanha na luta pelo fim da União Ibérica.
Com isso, entre 1648 e 1649, forças militares do Maranhão e do governo geral da Bahia derrotaram os holandeses, na Batalha dos Guararapes.
Mas a insurreição só acabou quandos os holandeses enfraquecidos por uma guerra contra a Inglaterra (1652), se retiraram da região em 1654.
Com isso, a soberania portuguesa sobre a Vila do Recife foi reconhecida pela Holanda no Tratado de Paz de Haia, de 1661.
Para isso Portugal pagou aos holandeses uma grande indenização para que desistissem das terras coloniais.
Em 1649, Portugal criou a Companhia Geral de Comércio do Brasil para auxiliar a resistência pernambucana às invasões holandesas e facilitar a recuperação da agricultura canavieira do Nordeste depois dos conflitos.
Sua principal atribuição era fornecer escravos e garantir o transporte do açúcar para a Europa.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Em razão disso, os latifundiários deram início à propalada insurreição, visavando expulsar os holandeses da região.
Assim iniciou-se a Insurreição Pernambucana.
No começo, Portugal não deu nenhum auxílio, interessado que estava em garantir o apoio da Holanda para enfrentar a Espanha na luta pelo fim da União Ibérica.
Com isso, entre 1648 e 1649, forças militares do Maranhão e do governo geral da Bahia derrotaram os holandeses, na Batalha dos Guararapes.
Mas a insurreição só acabou quandos os holandeses enfraquecidos por uma guerra contra a Inglaterra (1652), se retiraram da região em 1654.
Com isso, a soberania portuguesa sobre a Vila do Recife foi reconhecida pela Holanda no Tratado de Paz de Haia, de 1661.
Para isso Portugal pagou aos holandeses uma grande indenização para que desistissem das terras coloniais.
Em 1649, Portugal criou a Companhia Geral de Comércio do Brasil para auxiliar a resistência pernambucana às invasões holandesas e facilitar a recuperação da agricultura canavieira do Nordeste depois dos conflitos.
Sua principal atribuição era fornecer escravos e garantir o transporte do açúcar para a Europa.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
...E A CHUVA QUE CAÍ - CAPÍTULO 2 - VERSÃO OFICIAL
E assim, apesar do pouco tempo que tiveram para estudar, puderam se aprimorar um
pouco, como pessoas.
Durante o tempo do ensino primário, caminharam por longas horas por um caminho de terra, até chegarem a escola.
Lá aprenderam os princípios básicos de muitos ramos do saber.
Augusto era o mais aplicado dos filhos de Orlando.
Disciplinado e estudioso, era o orgulho da professora, que sempre elogiava seu desempenho em classe, e suas boas notas.
E, apesar de dedicado, possuía a mania de decorar os textos da aula.
Por isso, sempre que a mestra lhe tomava a lição, Augusto sempre a conhecia nos mínimos detalhes.
Mas isso não era bom.
Não o era por que, embora soubesse os textos de cor e salteado, passados alguns dias, nem se lembrava mais do que aprendera.
E era aí que residia sua falha.
No mais, era muito inteligente e disciplinado.
Quando um assunto o interessava, era capaz de ficar horas a fio lendo sobre o mesmo.
Só não pesquisava mais, por que não tinha livros suficientes para tanto.
Mas o seu companheiro de horas livres, o Almanaque, estava sempre por perto.
Por essas e por outras que Augusto era considerado o mais inteligente da família.
No entanto, dadas as parcas condições financeiras da família, o garoto não pôde ir mais longe com os estudos.
Mas não foi somente ele, todos os seus irmãos, pararam de estudar na quarta série do primário.
Muito embora pudessem aprender muito mais, foi o que seus pais puderam lhes oferecer.
O que com toda certeza, mudou ao menos um pouco, a vida de cada um deles.
Isso por que, se quisessem prosseguir com os estudos, deveriam fazer como os filhos dos fazendeiros da região.
Deveriam estudar em um colégio interno.
Mas Orlando não tinha dinheiro para mandar os filhos estudarem na Capital.
Assim, só restou a eles, completarem os estudos primários e ajudarem o pai, no trabalho na lavoura.
Naquela época em que estudar era privilégio de poucos, e até que Augusto, Otávio, Carlota e seus irmãos conseguiram ir bastante longe.
Ao menos sabiam ler, escrever e fazer algumas contas.
Estavam muito melhores que seus pais, que mal sabiam assinar o próprio nome.
E Orlando ficava feliz por isso, pois ao menos seus filhos poderiam se virar.
Pelo menos, serviu como incentivo, para que pudessem avançar nos estudos futuramente.
Isso sem nem ao menos fazerem idéia, de que suas vidas mudariam tanto, em tão pouco tempo.
Porém, não é isso que realmente interessa no momento.
O que interessa é que depois de terminarem o primário, os meninos passaram a trabalhar o dia inteiro na lavoura.
Nisso Orlando que era um pouco folgazão, aproveitava para descansar um pouco.
Sob a desculpa de que estava supervisionando o trabalho dos filhos, freqüentemente aproveitava para cochilar e descansar um pouco.
Trabalhar que era bom, só trabalhava o necessário.
O serviço mais pesado, eram seus filhos que faziam.
Certa vez, tentando criar uma nova forma de plantar café, Augusto sugeriu que cada um fizesse uma parte do trabalho.
Orlando no entanto, achava que era muito melhor todo mundo fazer tudo.
Isso por que, assim agindo, todos conheceriam por completo, o processo de cultivo das mudas de café.
Augusto no entanto, argumentava que se alguém cavasse a terra, o outro plantasse as mudas, em seguida um outro viesse e fechasse o local onde a muda foi plantada, e outro viesse regá-las, o processo seria mais rápido.
Mas Orlando insistia em dizer que não.
Nada seria separado.
E assim, dada a última palavra, só restava aos filhos seguirem suas recomendações.
Mesmo aborrecido, Augusto fez exatamente o que Orlando mandou fazer.
E assim, ao final de alguns dias, finalmente estava encerrado o trabalho.
Foi nesta época que começaram os festejos em homenagem a São Pedro, Santo Antônio e São João – as festas juninas.
Nestas festas, as bandeirolas enfeitavam os campos, e mastros eram erguidos com bandeiras e imagens dos santos.
Além disso, uma profusão de fogos e de comida, coroavam a noite.
Nessa época, algumas famílias, aproveitando-se de suas criações de aves, aproveitavam para abater algumas e vender nas feiras da festa.
Marisa, aproveitando que havia algumas galinhas bem gordas no galinheiro, decidiu abater algumas e prepará-las para a festa.
Assim o fez.
Depois que ficaram prontas, pareciam muito apetitosas.
Tanto que seus filhos pediram insistentes vezes para que ela deixasse uma para que eles comessem.
Mas Marisa respondeu que aquelas aves eram para festa.
Ao ouvirem isso, todos ficaram desapontados.
Enfim, teriam que esperar pela festa.
Se alguma das aves não fosse vendida, aí sim, poderiam saborear a deliciosa iguaria preparada por sua mãe.
Dito e feito.
Durante a festa, apesar do sucesso das aves de Dona Marisa, a mesma fez questão de guardar uma das galinhas para os filhos.
Mas estes, não satisfeitos, depois que cearam junto com os demais convidados da festa e apreciaram uma belíssima queima de fogos, resolveram limpar as mesas, recolhendo as sobras de comida. Queriam levar tudo para casa e comer mais tarde.
Ao ver isso, Marisa ficou enfurecida.
Iria lhes dar uma surra.
Mas os garotos foram mais espertos e se esconderam.
Apesar de saberem que por isso mesmo, apanhariam muito mais, decidiram aproveitar melhor os comes e bebes.
Depois apareceriam, e até apanhariam com gosto, dado o tanto que já haviam se divertido.
E assim foi.
Os garotos levaram uma tremenda surra pelo mal feito.
Não bastasse isso, a bronca foi ainda pior.
Marisa chegou a falar:
-- Onde já se viu? Isso são modos? Nem parecem meus filhos. Parecem mais um bando de selvagens. Nunca passei tanta vergonha na vida.
Ao ouvirem os lamentos da mãe, os garotos se desculparam, mas mesmo assim, por um longo tempo, Marisa ficou brava com eles.
Mesmo assim, não se arrependeram nem um pouco do que fizeram.
E apesar da galinha que Marisa serviu estar ótima, os mesmos não se cansavam de se lembrar do porquinho assado de Adélia, e dos sucos de laranja de Seu Osíres.
A festa estava realmente muito boa.
Tão boa que sempre que vizinhança se encontrava, os mesmos não se cansavam de comentar sobre a comemoração.
E assim, a festa foi assunto por semanas na cidade.
Isso por que, os vizinhos, sempre que se encontravam, de alguma forma acabavam comentando sobre a festa, que realmente, fora magnífica.
Um verdadeiro espetáculo para os olhos.
Contudo, nem só de festas viviam os moradores da cidade.
Haviam também as estranhas figuras que de vez em quando apareciam no lugar, como o homem que dizia que palmilhava todos os recantos de nosso portentoso país.
A fala do homem impressionava.
Dizendo ter conhecido terras mágicas, por mais que lhe oferecessem emprego, nada o demovia da idéia de continuar peregrinando pelas terras do Brasil.
E assim como apareceu, o homem sumiu.
Sumiu, mas depois de alguns anos, voltou a aparecer.
E novamente sumiu.
Certa vez, Marisa, distraidamente, observando um copo com água, previu a morte de um menino.
Espantosamente, o menino morreu, dias depois.
O mesmo aconteceu com uma gestante, que chorando, dias antes do parto, disse que não queria morrer.
Contudo, infelizmente, foi o que acabou acontecendo.
Realmente, o local era cenário de acontecimentos impressionantes.
Todavia, tirando os estranhos acontecimentos do lugar, os sitiantes da região trabalhavam duro para manterem suas pequenas propriedades rurais.
Com isso se nota, que quase tudo o que precisavam, já cultivavam em suas lavouras.
A maioria dos sitiantes da região tinha de um tudo, em suas pequenas glebas.
Alguns plantavam uma variedade enorme de frutas, boa parte deles cultivavam verduras, além do café, tradicional no Brasil da época.
No entanto como se pode perceber, apesar do alvo principal dos fazendeiros e sitiantes ser a cultura do café, os mesmos procuravam não depender só disso.
Todavia, mesmo em plantando quase tudo que precisavam em matéria de alimentação, algumas vezes, precisavam ir até a cidade para comprar em seus armazéns e lojas de tecidos, alguns víveres necessários para suas vidas.
Nos armazéns, sempre que precisavam compravam sacas de farinha, de arroz e de feijão.
Nas lojas de tecidos, os que podiam, compravam tecidos ordinários para confeccionar algumas roupas.
Já os bem nascidos, compravam do bom e do melhor nas melhores vitrines da Capital, e algumas vezes, também da região.
Porém, as personagens desta história nem com isso podiam contar.
De tão pobres, o saco que protegia as compras da família, é que fatalmente viraria pano para que fizessem as roupas, as quais iriam usar durante todo o ano.
É minha gente.
Vida dura como se pode perceber.
Sem recursos para comprarem nem o mais ordinário dos tecidos, tinham menos condições ainda, de calçar as crianças, que descalças, mal sabiam o que era o conforto de um sapato.
Por isso, para eles, visitar a cidade de vez em quando, e apreciar as lojas e lanchonetes que haviam no lugar, já era uma visão do paraíso.
Isso por que, boa parte do tempo, só permaneciam adstritos ali ao sítio.
Quando saíam ou era para o grupo escolar, ou então para a igreja que existia no bairro.
Assim, mudar de ares era sempre bom.
Tão bom que visitar a cidade, mais parecia, conhecer o mundo.
O mundo que para eles, não fossem os livros de história, lhes seria tão pequeno.
Com isso, assim que chegaram em casa, Marisa com a ajuda de Orlando, organizou todas as compras que foram realizadas pela família, e depois tratou de pegar os sacos de estopa que já estavam guardados e começou a costurar.
Primeiro cortou as peças e depois, utilizando de uma pequena máquina de costura, passou a unir as peças e a confeccionar as roupas.
Nesse trabalho ficava por dias a fio debruçada sobre a máquina.
Além disso, preocupada com a possibilidade de seus filhos crescerem e a roupa não caber, tinha o cuidado de fazer roupas grandes, que pudessem ser usadas por muito tempo.
Além disso, como única distração, ouvia um rádio de pilha, que sintonizado na rádio da cidade, lhe possibilitava ouvir lindas canções sertanejas.
O rádio aliás, não era distração somente dela.
Todos não só da família como todos ali da região e também de outros lugares, costumavam ouvir rádio.
E assim de ouvido colado, descobriam o que havia de novo no mundo, na música e sonhavam com histórias lindamente contadas pelos rádio-atores e pelos sonoplastas.
Para quem não tinha acesso aos livros, poder conhecer a história da ‘Dama das Camélias’, ‘O Morro dos Ventos Uivantes’, bem como adaptações de rádio-novelas estrangeiras, era um sonho, além de um riquíssimo exercício de imaginação.
Apesar da existência da famigerada televisão, poucos eram os privilegiados que tinham acesso a ela.
Televisão nesta época, ‘era coisa de gente rica’.
Mas não era só a televisão, não.
Com relação a equipamentos eletrônicos como geladeira, enceradeira, nem mesmo a esses, a população tinha acesso.
Tudo era para a elite.
Assim, além das festas, das danças e dos folguedos, o rádio eram um verdadeiro companheiro dos sitiantes e de suas famílias.
Além disso, naquele tempo, as pessoas procurando se encontrar mais e se falar mais, eram muito amigas.
Dessa forma, sempre que alguém precisava de algo, um dos vizinhos sempre acorria em seu encontro para ajudar.
Com isso, sempre que Orlando tinha um excedente em sua cultura de frutas, tratava logo de dividir com os amigos, para que as frutas não se estragassem, perecendo.
Desperdício, naqueles tempos de dureza e dificuldade, era algo inaceitável.
Por isso, todos procuravam dividir o que tinham, quando o tinham em abundância.
Essa foi uma das lições que Augusto, Otávio e Carlota, guardaram no lugar mais profundo de seus corações.
Que a generosidade não precisa de riqueza para que se mostre aos necessitados.
Como na Bíblia, aprenderam que sempre se pode partilhar o pouco que tem, desde que de coração, e desde que também, não faça falta.
Mas deixemos um pouco de lado a aspereza da vida no campo, para mostrarmos um pouco dos sonhos dessas que um dia foram crianças.
Augusto, apesar de muito afeito aos livros e estudos, sempre se interessou, como aliás todos os garotos de sua idade, pelo futebol.
Nessa época o Brasil, que tinha Pelé entre seus jogadores, fez um bonito trabalho e ganhou a Copa do Mundo.
Isso lavou de verde-amarelo a alma dos brasileiros, que ainda se ressentiam da derrota de oito anos antes, em 1950.
Augusto, apesar de perna de pau, sonhava em um dia, integrar a seleção brasileira e defender a camisa da seleção em um jogo de futebol.
Coisa aliás, muito normal naquele tempo em que todos queriam comemorar a vitória do futebol brasileiro.
E assim, Augusto, Otávio e mais alguns vizinhos, aproveitavam para ficar tardes inteiras brincando em um campinho que havia na vila onde moravam.
Seus pais, sempre que podiam, também aproveitavam para apreciar as partidas.
Algumas vezes, ficavam reunidos por horas.
Nessas reuniões aproveitavam para também, almoçarem juntos e trocarem idéias.
A certa altura, um deles aproveitando-se de um violão, distraidamente levado por um dos sitiantes ou chacareiros do lugar, começavam a tocar e a cantar algumas modas de viola.
Um deles cantava lindamente.
Tanto que boa parte do tempo, era ele mesmo que cantava.
Carlota, de tão empolgada com a música, aproveitava sempre para dançar.
E dançava muito bem.
Parecia uma pluma deslizando na paisagem.
Dançava tanto que acabou por chamar a atenção de todos os presentes.
Tanto que um deles chegou até, a elogiar a beleza da moça.
Ao ouvir isso, Orlando ficou furioso.
Afinal de contas, não havia criado nenhuma de suas filhas, para envolver-se com vagabundos.
Mas Carlota não estava nem um pouco preocupada com isso, e assim, continuou dançando.
Nesse ínterim, todos os que estavam apenas a observar, passaram a igualmente dançar, e assim, quando menos se percebeu, o campo parecia ser somente música.
Foi nesse momento que um dos rapazes se aproximou e se apresentou a ela, que gentilmente, agradeceu o oferecimento para a dança e começou a dançar com ele.
Orlando então ficou mais furioso.
Marisa então, tentando acalmá-lo de alguma forma, conseguiu desviar, ao menos por alguns instantes, sua atenção.
No entanto, ainda assim, Orlando estava furioso com o comportamento da filha.
Tanto que, ao chegar em casa, repreendeu-a seriamente.
Contudo, Carlota, ao invés de ouvir e ficar calada como sempre fazia, dessa vez, resolveu retrucar.
Entrementes, ao contrário do que esperava, Orlando ficou ainda mais furioso.
Tão furioso que acabou lhe dando uma surra pelo episódio, mas não sem antes levá-la até o quarto.
Ali deu-lhe bateu-lhe como nunca havia feito antes.
Seus irmãos, do lado de fora, só ouviam os gritos, e o pedido insistente para que este parasse de lhe bater.
Orlando no entanto, não se comoveu nem um pouco com os pedidos da filha.
Continuou a bater, até que se cansou.
Carlota então, ficou profundamente irritada com o pai.
Magoada, só pensava em fugir.
E foi assim, que numa tarde qualquer, arrumou seus pertences e saiu sorrateiramente de casa, sem que ninguém percebesse.
E sem que dessem por sua falta, caminhou por léguas e léguas, na tentativa de chegar na cidade.
Em vão.
Quando finalmente se aproximava do município, alguns conhecidos de seu pai, a viram no caminho e a intimaram a subir na caminhonete deles.
Carlota, sem alternativa, acabou subindo.
Com isso, os mesmos trataram logo de voltar para a vila e levar a moça para casa.
Quando se aproximaram do sítio da família dela, Carlota pediu aos vizinhos, que não contassem ao seu pai, que havia tentado fugir de casa.
Os vizinhos, porém, estavam receosos.
Como não iriam contar que algo tão grave tinha acontecido?
Afinal, se Carlota havia tentado fugir de casa, é por que lá, as coisas não andavam muito bem.
Mas a moça insistiu.
Sabia que se eles contassem o acontecido, fatalmente, ela iria apanhar de novo.
E foi assim, ao verem o desespero no rosto de Carlota, que acabaram se convencendo.
Mas disseram que mesmo que eles não contassem, Seu Orlando acabaria descobrindo.
E nisso se despediram, deixando Carlota na entrada do sítio.
Depois, seguiram viagem em direção a cidade.
Carlota então, caminhou calmamente.
Não queria levantar suspeitas.
E assim o fez.
Caminhando pé ante pé, a moça conseguiu chegar em casa sem que ninguém a visse carregando uma trouxa de roupa.
Com isso, aproveitou que a janela do quarto estava aberta e jogou suas coisas por ela.
Depois então, saltou, entrando novamente no quarto.
Mais do que depressa, arrumou seus pertences no baú que havia no quarto, e depois, pulando novamente a janela do cômodo, caminhou sorrateiramente pelos arredores da casa.
Caminhando, finalmente deu de encontro com um de seus irmãos que então lhe perguntou onde ela havia estado, já que procurou ela por toda a parte e nada de encontrá-la. Como desculpa, ela disse que resolveu dar uma volta pelos arredores do sítio.
Orlando ao saber disso, ficou aborrecido com a filha, mas desta vez, resolveu deixar para lá.
Afinal, Carlota já havia sido castigada recentemente.
Então não havia razões para outro castigo.
E nisso, o assunto se encerrou por aí.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Durante o tempo do ensino primário, caminharam por longas horas por um caminho de terra, até chegarem a escola.
Lá aprenderam os princípios básicos de muitos ramos do saber.
Augusto era o mais aplicado dos filhos de Orlando.
Disciplinado e estudioso, era o orgulho da professora, que sempre elogiava seu desempenho em classe, e suas boas notas.
E, apesar de dedicado, possuía a mania de decorar os textos da aula.
Por isso, sempre que a mestra lhe tomava a lição, Augusto sempre a conhecia nos mínimos detalhes.
Mas isso não era bom.
Não o era por que, embora soubesse os textos de cor e salteado, passados alguns dias, nem se lembrava mais do que aprendera.
E era aí que residia sua falha.
No mais, era muito inteligente e disciplinado.
Quando um assunto o interessava, era capaz de ficar horas a fio lendo sobre o mesmo.
Só não pesquisava mais, por que não tinha livros suficientes para tanto.
Mas o seu companheiro de horas livres, o Almanaque, estava sempre por perto.
Por essas e por outras que Augusto era considerado o mais inteligente da família.
No entanto, dadas as parcas condições financeiras da família, o garoto não pôde ir mais longe com os estudos.
Mas não foi somente ele, todos os seus irmãos, pararam de estudar na quarta série do primário.
Muito embora pudessem aprender muito mais, foi o que seus pais puderam lhes oferecer.
O que com toda certeza, mudou ao menos um pouco, a vida de cada um deles.
Isso por que, se quisessem prosseguir com os estudos, deveriam fazer como os filhos dos fazendeiros da região.
Deveriam estudar em um colégio interno.
Mas Orlando não tinha dinheiro para mandar os filhos estudarem na Capital.
Assim, só restou a eles, completarem os estudos primários e ajudarem o pai, no trabalho na lavoura.
Naquela época em que estudar era privilégio de poucos, e até que Augusto, Otávio, Carlota e seus irmãos conseguiram ir bastante longe.
Ao menos sabiam ler, escrever e fazer algumas contas.
Estavam muito melhores que seus pais, que mal sabiam assinar o próprio nome.
E Orlando ficava feliz por isso, pois ao menos seus filhos poderiam se virar.
Pelo menos, serviu como incentivo, para que pudessem avançar nos estudos futuramente.
Isso sem nem ao menos fazerem idéia, de que suas vidas mudariam tanto, em tão pouco tempo.
Porém, não é isso que realmente interessa no momento.
O que interessa é que depois de terminarem o primário, os meninos passaram a trabalhar o dia inteiro na lavoura.
Nisso Orlando que era um pouco folgazão, aproveitava para descansar um pouco.
Sob a desculpa de que estava supervisionando o trabalho dos filhos, freqüentemente aproveitava para cochilar e descansar um pouco.
Trabalhar que era bom, só trabalhava o necessário.
O serviço mais pesado, eram seus filhos que faziam.
Certa vez, tentando criar uma nova forma de plantar café, Augusto sugeriu que cada um fizesse uma parte do trabalho.
Orlando no entanto, achava que era muito melhor todo mundo fazer tudo.
Isso por que, assim agindo, todos conheceriam por completo, o processo de cultivo das mudas de café.
Augusto no entanto, argumentava que se alguém cavasse a terra, o outro plantasse as mudas, em seguida um outro viesse e fechasse o local onde a muda foi plantada, e outro viesse regá-las, o processo seria mais rápido.
Mas Orlando insistia em dizer que não.
Nada seria separado.
E assim, dada a última palavra, só restava aos filhos seguirem suas recomendações.
Mesmo aborrecido, Augusto fez exatamente o que Orlando mandou fazer.
E assim, ao final de alguns dias, finalmente estava encerrado o trabalho.
Foi nesta época que começaram os festejos em homenagem a São Pedro, Santo Antônio e São João – as festas juninas.
Nestas festas, as bandeirolas enfeitavam os campos, e mastros eram erguidos com bandeiras e imagens dos santos.
Além disso, uma profusão de fogos e de comida, coroavam a noite.
Nessa época, algumas famílias, aproveitando-se de suas criações de aves, aproveitavam para abater algumas e vender nas feiras da festa.
Marisa, aproveitando que havia algumas galinhas bem gordas no galinheiro, decidiu abater algumas e prepará-las para a festa.
Assim o fez.
Depois que ficaram prontas, pareciam muito apetitosas.
Tanto que seus filhos pediram insistentes vezes para que ela deixasse uma para que eles comessem.
Mas Marisa respondeu que aquelas aves eram para festa.
Ao ouvirem isso, todos ficaram desapontados.
Enfim, teriam que esperar pela festa.
Se alguma das aves não fosse vendida, aí sim, poderiam saborear a deliciosa iguaria preparada por sua mãe.
Dito e feito.
Durante a festa, apesar do sucesso das aves de Dona Marisa, a mesma fez questão de guardar uma das galinhas para os filhos.
Mas estes, não satisfeitos, depois que cearam junto com os demais convidados da festa e apreciaram uma belíssima queima de fogos, resolveram limpar as mesas, recolhendo as sobras de comida. Queriam levar tudo para casa e comer mais tarde.
Ao ver isso, Marisa ficou enfurecida.
Iria lhes dar uma surra.
Mas os garotos foram mais espertos e se esconderam.
Apesar de saberem que por isso mesmo, apanhariam muito mais, decidiram aproveitar melhor os comes e bebes.
Depois apareceriam, e até apanhariam com gosto, dado o tanto que já haviam se divertido.
E assim foi.
Os garotos levaram uma tremenda surra pelo mal feito.
Não bastasse isso, a bronca foi ainda pior.
Marisa chegou a falar:
-- Onde já se viu? Isso são modos? Nem parecem meus filhos. Parecem mais um bando de selvagens. Nunca passei tanta vergonha na vida.
Ao ouvirem os lamentos da mãe, os garotos se desculparam, mas mesmo assim, por um longo tempo, Marisa ficou brava com eles.
Mesmo assim, não se arrependeram nem um pouco do que fizeram.
E apesar da galinha que Marisa serviu estar ótima, os mesmos não se cansavam de se lembrar do porquinho assado de Adélia, e dos sucos de laranja de Seu Osíres.
A festa estava realmente muito boa.
Tão boa que sempre que vizinhança se encontrava, os mesmos não se cansavam de comentar sobre a comemoração.
E assim, a festa foi assunto por semanas na cidade.
Isso por que, os vizinhos, sempre que se encontravam, de alguma forma acabavam comentando sobre a festa, que realmente, fora magnífica.
Um verdadeiro espetáculo para os olhos.
Contudo, nem só de festas viviam os moradores da cidade.
Haviam também as estranhas figuras que de vez em quando apareciam no lugar, como o homem que dizia que palmilhava todos os recantos de nosso portentoso país.
A fala do homem impressionava.
Dizendo ter conhecido terras mágicas, por mais que lhe oferecessem emprego, nada o demovia da idéia de continuar peregrinando pelas terras do Brasil.
E assim como apareceu, o homem sumiu.
Sumiu, mas depois de alguns anos, voltou a aparecer.
E novamente sumiu.
Certa vez, Marisa, distraidamente, observando um copo com água, previu a morte de um menino.
Espantosamente, o menino morreu, dias depois.
O mesmo aconteceu com uma gestante, que chorando, dias antes do parto, disse que não queria morrer.
Contudo, infelizmente, foi o que acabou acontecendo.
Realmente, o local era cenário de acontecimentos impressionantes.
Todavia, tirando os estranhos acontecimentos do lugar, os sitiantes da região trabalhavam duro para manterem suas pequenas propriedades rurais.
Com isso se nota, que quase tudo o que precisavam, já cultivavam em suas lavouras.
A maioria dos sitiantes da região tinha de um tudo, em suas pequenas glebas.
Alguns plantavam uma variedade enorme de frutas, boa parte deles cultivavam verduras, além do café, tradicional no Brasil da época.
No entanto como se pode perceber, apesar do alvo principal dos fazendeiros e sitiantes ser a cultura do café, os mesmos procuravam não depender só disso.
Todavia, mesmo em plantando quase tudo que precisavam em matéria de alimentação, algumas vezes, precisavam ir até a cidade para comprar em seus armazéns e lojas de tecidos, alguns víveres necessários para suas vidas.
Nos armazéns, sempre que precisavam compravam sacas de farinha, de arroz e de feijão.
Nas lojas de tecidos, os que podiam, compravam tecidos ordinários para confeccionar algumas roupas.
Já os bem nascidos, compravam do bom e do melhor nas melhores vitrines da Capital, e algumas vezes, também da região.
Porém, as personagens desta história nem com isso podiam contar.
De tão pobres, o saco que protegia as compras da família, é que fatalmente viraria pano para que fizessem as roupas, as quais iriam usar durante todo o ano.
É minha gente.
Vida dura como se pode perceber.
Sem recursos para comprarem nem o mais ordinário dos tecidos, tinham menos condições ainda, de calçar as crianças, que descalças, mal sabiam o que era o conforto de um sapato.
Por isso, para eles, visitar a cidade de vez em quando, e apreciar as lojas e lanchonetes que haviam no lugar, já era uma visão do paraíso.
Isso por que, boa parte do tempo, só permaneciam adstritos ali ao sítio.
Quando saíam ou era para o grupo escolar, ou então para a igreja que existia no bairro.
Assim, mudar de ares era sempre bom.
Tão bom que visitar a cidade, mais parecia, conhecer o mundo.
O mundo que para eles, não fossem os livros de história, lhes seria tão pequeno.
Com isso, assim que chegaram em casa, Marisa com a ajuda de Orlando, organizou todas as compras que foram realizadas pela família, e depois tratou de pegar os sacos de estopa que já estavam guardados e começou a costurar.
Primeiro cortou as peças e depois, utilizando de uma pequena máquina de costura, passou a unir as peças e a confeccionar as roupas.
Nesse trabalho ficava por dias a fio debruçada sobre a máquina.
Além disso, preocupada com a possibilidade de seus filhos crescerem e a roupa não caber, tinha o cuidado de fazer roupas grandes, que pudessem ser usadas por muito tempo.
Além disso, como única distração, ouvia um rádio de pilha, que sintonizado na rádio da cidade, lhe possibilitava ouvir lindas canções sertanejas.
O rádio aliás, não era distração somente dela.
Todos não só da família como todos ali da região e também de outros lugares, costumavam ouvir rádio.
E assim de ouvido colado, descobriam o que havia de novo no mundo, na música e sonhavam com histórias lindamente contadas pelos rádio-atores e pelos sonoplastas.
Para quem não tinha acesso aos livros, poder conhecer a história da ‘Dama das Camélias’, ‘O Morro dos Ventos Uivantes’, bem como adaptações de rádio-novelas estrangeiras, era um sonho, além de um riquíssimo exercício de imaginação.
Apesar da existência da famigerada televisão, poucos eram os privilegiados que tinham acesso a ela.
Televisão nesta época, ‘era coisa de gente rica’.
Mas não era só a televisão, não.
Com relação a equipamentos eletrônicos como geladeira, enceradeira, nem mesmo a esses, a população tinha acesso.
Tudo era para a elite.
Assim, além das festas, das danças e dos folguedos, o rádio eram um verdadeiro companheiro dos sitiantes e de suas famílias.
Além disso, naquele tempo, as pessoas procurando se encontrar mais e se falar mais, eram muito amigas.
Dessa forma, sempre que alguém precisava de algo, um dos vizinhos sempre acorria em seu encontro para ajudar.
Com isso, sempre que Orlando tinha um excedente em sua cultura de frutas, tratava logo de dividir com os amigos, para que as frutas não se estragassem, perecendo.
Desperdício, naqueles tempos de dureza e dificuldade, era algo inaceitável.
Por isso, todos procuravam dividir o que tinham, quando o tinham em abundância.
Essa foi uma das lições que Augusto, Otávio e Carlota, guardaram no lugar mais profundo de seus corações.
Que a generosidade não precisa de riqueza para que se mostre aos necessitados.
Como na Bíblia, aprenderam que sempre se pode partilhar o pouco que tem, desde que de coração, e desde que também, não faça falta.
Mas deixemos um pouco de lado a aspereza da vida no campo, para mostrarmos um pouco dos sonhos dessas que um dia foram crianças.
Augusto, apesar de muito afeito aos livros e estudos, sempre se interessou, como aliás todos os garotos de sua idade, pelo futebol.
Nessa época o Brasil, que tinha Pelé entre seus jogadores, fez um bonito trabalho e ganhou a Copa do Mundo.
Isso lavou de verde-amarelo a alma dos brasileiros, que ainda se ressentiam da derrota de oito anos antes, em 1950.
Augusto, apesar de perna de pau, sonhava em um dia, integrar a seleção brasileira e defender a camisa da seleção em um jogo de futebol.
Coisa aliás, muito normal naquele tempo em que todos queriam comemorar a vitória do futebol brasileiro.
E assim, Augusto, Otávio e mais alguns vizinhos, aproveitavam para ficar tardes inteiras brincando em um campinho que havia na vila onde moravam.
Seus pais, sempre que podiam, também aproveitavam para apreciar as partidas.
Algumas vezes, ficavam reunidos por horas.
Nessas reuniões aproveitavam para também, almoçarem juntos e trocarem idéias.
A certa altura, um deles aproveitando-se de um violão, distraidamente levado por um dos sitiantes ou chacareiros do lugar, começavam a tocar e a cantar algumas modas de viola.
Um deles cantava lindamente.
Tanto que boa parte do tempo, era ele mesmo que cantava.
Carlota, de tão empolgada com a música, aproveitava sempre para dançar.
E dançava muito bem.
Parecia uma pluma deslizando na paisagem.
Dançava tanto que acabou por chamar a atenção de todos os presentes.
Tanto que um deles chegou até, a elogiar a beleza da moça.
Ao ouvir isso, Orlando ficou furioso.
Afinal de contas, não havia criado nenhuma de suas filhas, para envolver-se com vagabundos.
Mas Carlota não estava nem um pouco preocupada com isso, e assim, continuou dançando.
Nesse ínterim, todos os que estavam apenas a observar, passaram a igualmente dançar, e assim, quando menos se percebeu, o campo parecia ser somente música.
Foi nesse momento que um dos rapazes se aproximou e se apresentou a ela, que gentilmente, agradeceu o oferecimento para a dança e começou a dançar com ele.
Orlando então ficou mais furioso.
Marisa então, tentando acalmá-lo de alguma forma, conseguiu desviar, ao menos por alguns instantes, sua atenção.
No entanto, ainda assim, Orlando estava furioso com o comportamento da filha.
Tanto que, ao chegar em casa, repreendeu-a seriamente.
Contudo, Carlota, ao invés de ouvir e ficar calada como sempre fazia, dessa vez, resolveu retrucar.
Entrementes, ao contrário do que esperava, Orlando ficou ainda mais furioso.
Tão furioso que acabou lhe dando uma surra pelo episódio, mas não sem antes levá-la até o quarto.
Ali deu-lhe bateu-lhe como nunca havia feito antes.
Seus irmãos, do lado de fora, só ouviam os gritos, e o pedido insistente para que este parasse de lhe bater.
Orlando no entanto, não se comoveu nem um pouco com os pedidos da filha.
Continuou a bater, até que se cansou.
Carlota então, ficou profundamente irritada com o pai.
Magoada, só pensava em fugir.
E foi assim, que numa tarde qualquer, arrumou seus pertences e saiu sorrateiramente de casa, sem que ninguém percebesse.
E sem que dessem por sua falta, caminhou por léguas e léguas, na tentativa de chegar na cidade.
Em vão.
Quando finalmente se aproximava do município, alguns conhecidos de seu pai, a viram no caminho e a intimaram a subir na caminhonete deles.
Carlota, sem alternativa, acabou subindo.
Com isso, os mesmos trataram logo de voltar para a vila e levar a moça para casa.
Quando se aproximaram do sítio da família dela, Carlota pediu aos vizinhos, que não contassem ao seu pai, que havia tentado fugir de casa.
Os vizinhos, porém, estavam receosos.
Como não iriam contar que algo tão grave tinha acontecido?
Afinal, se Carlota havia tentado fugir de casa, é por que lá, as coisas não andavam muito bem.
Mas a moça insistiu.
Sabia que se eles contassem o acontecido, fatalmente, ela iria apanhar de novo.
E foi assim, ao verem o desespero no rosto de Carlota, que acabaram se convencendo.
Mas disseram que mesmo que eles não contassem, Seu Orlando acabaria descobrindo.
E nisso se despediram, deixando Carlota na entrada do sítio.
Depois, seguiram viagem em direção a cidade.
Carlota então, caminhou calmamente.
Não queria levantar suspeitas.
E assim o fez.
Caminhando pé ante pé, a moça conseguiu chegar em casa sem que ninguém a visse carregando uma trouxa de roupa.
Com isso, aproveitou que a janela do quarto estava aberta e jogou suas coisas por ela.
Depois então, saltou, entrando novamente no quarto.
Mais do que depressa, arrumou seus pertences no baú que havia no quarto, e depois, pulando novamente a janela do cômodo, caminhou sorrateiramente pelos arredores da casa.
Caminhando, finalmente deu de encontro com um de seus irmãos que então lhe perguntou onde ela havia estado, já que procurou ela por toda a parte e nada de encontrá-la. Como desculpa, ela disse que resolveu dar uma volta pelos arredores do sítio.
Orlando ao saber disso, ficou aborrecido com a filha, mas desta vez, resolveu deixar para lá.
Afinal, Carlota já havia sido castigada recentemente.
Então não havia razões para outro castigo.
E nisso, o assunto se encerrou por aí.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
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