Em 1883, ocorreu a primeira de uma sucessão de conflitos entre o governo imperial
e o oficialato militar.
Conhecido como Questão Militar, ocorreu em resposta ao anúncio do
governo em elevar a contribuição dos militares para o chamado Montepio Militar – espécie
de fundo de pensão e aposentadoria do exército.
Os oficiais, professores e alunos da Escola Militar do Rio de Janeiro reagem com
críticas públicas.
Em resposta, o governo abandonou a proposta, mas proibiu manifestações.
Com isso, um segundo conflito aconteceu em 1884, quando Serra Madureira perdeu
o comando da Escola de Tiro do Campo Grande e foi transferido para Rio Pardo, no interior
do Rio Grande do Sul.
Tal ato, era uma punição pelo fato dele ter recebido festivamente o
jangadeiro e líder abolicionista cearense Francisco do Nascimento.
No terceiro conflito, uma inspeção de rotina a unidades do exército do Piauí, em
1885, levou ao terceiro confronto.
O coronel Cunha Matos apurou desvio de material militar
e acusou o Comandante local, Capitão Pedro José de Lima.
Censurado na tribuna da Câmara dos Deputados, por amigos do militar denunciado,
Matos reagiu publicamente, e acabou preso e processado por indisciplina.
E assim, os sucessivos conflitos envolvendo o exército e o Império cresceram com o
fim da Guerra do Paraguai.
Apesar de sair vitorioso e fortalecido do combate, o Exército
não encontrava espaço no governo.
Sem autonomia nem reconhecimento, foi uma instituição
quase marginalizada na Monarquia.
Com isso, sob a influência das idéias positivistas, a
oficialidade começou a aderir ao abolicionismo e ao republicanismo.
Em 1887 foi fundado o Clube Militar, para ser a entidade de representação política
do exército.
Seu primeiro presidente foi o Marechal Deodoro da Fonseca, que conseguiu do
governo que os militares fossem afastados da perseguição e captura de escravos fugitivos.
Luciana Celestino dos Santos
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