A CANÇÃO NO TEMPO ANOS QUARENTAS – NAS ONDAS DO RÁDIO
Capítulo 1
Natália, que estava entretida em ouvir as canções do rádio, mal se deu conta da aproximação de Francisco que voltava de uma missão militar.
Enquanto se ocupava dos afazeres domésticos, Natália adorava ouvir música.
Nesta ocasião, estava a varrer a sala.
Enquanto varria a sala, limpava os móveis, ajeitava as almofadas, ficava a pensar em Francisco. Nas constantes despedidas.
Na tristeza em que ficava ao vê-lo partir.
Lembrou-se de seu casamento.
Da festa promovida no quintal da casa de sua mãe, Celina.
No bolo confeitado, com dois bonecos que representavam os noivos.
Depois da cerimônia na igreja, o casal cortou um pedaço do bolo, com a sua mão direita.
Para a festa, Celina preparou uma lauta refeição.
Havia arroz, uma carne, bebida, e a cantoria de Cassiano, Glauco, Severo e André.
Animados, eles cantaram:
“Tu és, divina e graciosa, estátua majestosa do amor
Por Deus esculturada, e formada com ardor
Da alma da mais linda flor, de mais ativo olor
Que na vida é preferida pelo beija-flor
Se Deus me fora tão clemente aqui nesse ambiente, de luz
Formada numa tela deslumbrante e bela
O teu coração junto ao meu lanceado
Pregado e crucificado
Sobre a rósea cruz do arfante peito teu
Tu és a forma ideal, estátua magistral
Oh! alma perenal
Do meu primeiro amor, sublime amor
Tu és de Deus a soberana flor
Tu és de Deus a criação que em todo coração sepultas o amor
O riso, a fé e a dor, em sândalos olentes cheios de sabor
Em vozes tão dolentes como um sonho em flor
És láctea estrela, és mãe da realeza
És tudo enfim que tem de belo
Em todo resplendor da santa natureza
Perdão, se ouso confessar-te
Eu hei de sempre amar-te
Oh, flor meu peito não resiste
Oh, meu Deus quanto é triste, a incerteza de um amor
Que mais me faz penar em esperar
Em conduzir-te um dia aos pés do altar
Eu hei de sempre amar-te
Oh, flor meu peito não resiste
Oh, meu Deus quanto é triste, a incerteza de um amor
Que mais me faz penar em esperar
Em conduzir-te um dia aos pés do altar
Jurar, aos pés do onipotente em preces comoventes, de dor
E receber a unção da tua gratidão
Depois de remir meus desejos em nuvens, de beijos
Hei de te envolver até meu padecer, de todo fenecer
Rosa - Composição: Pixinguinha e Otávio de Souza”
Celina insistiu para que o casal dançasse.
Natália, com seu vestido de noiva, foi conduzida por Francisco.
Clarisse aplaudiu o evento.
Por fim, uma foto registrou o casamento.
Os noivos e os convidados, se posicionaram em frente ao fotografo.
Lindo retrato de um tempo feliz.
Natália recordou-se ainda de quando viu o moço pela primeira vez, sempre com sua indefectível farda.
Achou-o bonito, garboso.
Estava acompanhado de seus inseparáveis amigos: Cassiano, Glauco, André e Severo.
Francisco, ao observar aquela moça bonita caminhando pelas ruas de São Paulo, logo se encantou por ela.
Audacioso, chegou bem perto dela e comentou: - Bela morena!
Clarisse, que a acompanhava, o achou atrevido demais.
Isto não a impediu porém, de reparar em Glauco, um dos rapazes fardados que seguiram com Francisco.
O moço também não lhe foi indiferente.
Neste caso porém, tudo ficou apenas, em uma troca de olhares.
Com tempo, o casal Clarisse e Glauco passaram a trocar correspondências.
Cartinhas onde diziam sentir saudades um do outro.
Natália chegou a ler alguma delas.
“Minha gentil senhorita.
Sinto a tua falta que cada vez que tenho que despedir-me de sua voz.
Amo a tua beleza, venero a tua alegria, entristeço-me com tua tristeza.
Adoro-te como a nenhuma outra.
De teu súdito, Um aflito Glauco, que espera uma resposta a esta missiva.”
Natália achava linda a relação do casal.
Com efeito, a moça encontrou-se novamente com Francisco, no baile promovido pela marinha em Santos.
Natália era filha de militar.
Rômulo, seu falecido pai, também pertencera a marinha, fato este que garantira uma boa aposentadoria a sua mãe, Celina.
A mulher fora muito apaixonada do marido.
Celina, por diversas vezes chegou a dizer que Rômulo fazia muita falta.
Viúva a cerca de dois anos, ainda não se acostumara com a ausência do marido.
Ciosa porém, de seus cuidados com Natália, sua única filha, raramente a deixava só.
E assim, lá estava ela no baile, cuidando de Natália e também de Clarisse, amiga de sua filha.
Ainda assim, Francisco aproximou-se de Natália, e Glauco, estimulado pelo amigo, aproveitou o ensejo para convidar Clarisse para dançar.
Sem alternativa, Celina acabou concordando em deixar as moças dançarem.
Francisco, ao aproximar-se da moça, comentou que desde que ela adentrara o salão, não tirara os olhos dela.
Natália ficou constrangida.
Francisco, ao notar isto, comentou que as mulheres bonitas não deveriam ficar nunca constrangidas, já que os elogios a sua beleza era lugar comum em suas vidas.
Natália sorriu.
Nisto, Francisco continuou a dançar com a moça.
Quanto a Glauco, o moço disse a Clarisse, ter acreditado que nunca mais a encontraria.
Ansioso que estava, acabou se atrapalhando um pouco com a dança, mas nada que diminuisse o encantamento de Clarisse.
Foi assim, que o casal começou a se corresponder.
Ao término da dança, Francisco levou a moça de volta para a mesa onde se encontrava Celina. Tentando ser gentil, o moço disse a mulher, que Natália estava entregue e de volta as suas boas e zelosas mãos.
Celina contudo, não gostou do rapaz.
Por diversas vezes, chegou a comentar com a filha, que o achava muito convencido e vaidoso. Natália por sua vez, não deu atenção aos comentários da mãe.
E assim, foi questão de tempo Francisco pedir a mão de Natália em casamento.
Com isto, mesmo a contra-gosto, Celina acabou aceitando o enlace.
Dizendo que não poderia opor obstáculos a felicidade da filha, comentou que seu casamento com Rômulo fora uma imposição paterna.
Argumentou também, que seu casamento tinha tudo para ser infeliz, mas ela, ao descobrir a pessoa maravilhosa que era Rômulo, acabou por viver uma grande felicidade ao seu lado.
Desta forma, Celina concordou em preparar um almoço em sua casa.
Nesta ocasião, Francisco pediu a mão de Natália, na presença dos já noivos Clarisse e Glauco, e dos amigos Cassiano, André e Severo.
Empolgado, disse que aquele era um grande momento em sua vida.
Talvez um dos mais importantes.
Comentou que ao vê-la pela primeira vez, encantou-se.
Tanto, que a partir de um certo momento, não conseguia imaginar sua vida, senão ao lado dela. Razão pela qual ficou dias, semanas se preparando para dizer palavras bonitas.
Palavras que encantassem a todos.
Com efeito, dizendo que não iria se estender mais, mostrou o bonito anel que havia comprado para Natália.
Era uma jóia simples, mas uma jóia.
Clarisse e Celina ficaram admiradas com o presente.
Quando o moço colocou o anel no dedo de Natália, todos bateram palmas.
No tocante ao casamento, houve uma certa polêmica, quanto ao lugar onde ele e Natália residiriam.
Francisco, chegou a sugerir Santos, pela facilidade de se locomover até o seu local de trabalho. Celina ao tomar conhecimento desta intenção, se opôs.
Dizendo que sua filha ficaria muito sozinha em Santos, comentou que durante boa parte de sua vida, a moça vivera em São Paulo.
Que toda sua história afetiva, suas memórias, sua família e seus amigos estavam lá.
Ademais, como ele era militar, ficaria boa parte do tempo ausente do lar, e com isto, Natália ficaria em um lugar estranho, longe dos amigos, da família, e solitária.
Celina comentou que já bastava ela ficar longo tempo longe do marido.
Não precisava também ficar em completa solidão.
Francisco, percebendo a preocupação de Celina, e não querendo se indispor com sua sogra, acabou concordando em permanecer em São Paulo.
Afinal de contas a sua vida também se desenrolara praticamente toda, em São Paulo.
Francisco somente começou a se deslocar para Santos, quando começou a integrar os quadros a da marinha.
O moço era Guarda-Marinha.
Natália se recordava de suas despedidas de Francisco, e do quanto isto era triste.
Toda vez que o marido partia em uma missão militar, a moça se debulhava em lágrimas.
Celina, que sempre via a filha se lamentando, comentou diversas vezes que a vida da mulher de um militar era uma vida de constantes despedidas, mas também de chegadas, e que o momento do reencontro, geralmente era muito especial.
Natália concordou com estas palavras.
Geralmente os retornos de Francisco, eram deveras felizes.
O homem chegava de mansinho, quase sempre a surpreendendo.
As despedidas nem por isto contudo, deixavam de serem tristes, argumentava.
Nisto, Natália voltou a seus afazeres.
As cadeiras da cozinha estavam todas viradas para cima.
A casa cheirava a limpeza, mas faltavam alguns detalhes para ficar completamente arrumada.
Sem alternativa, Celina acabou concordando em deixar as moças dançarem.
Francisco, ao aproximar-se da moça, comentou que desde que ela adentrara o salão, não tirara os olhos dela.
Natália ficou constrangida.
Francisco, ao notar isto, comentou que as mulheres bonitas não deveriam ficar nunca constrangidas, já que os elogios a sua beleza era lugar comum em suas vidas.
Natália sorriu.
Nisto, Francisco continuou a dançar com a moça.
Quanto a Glauco, o moço disse a Clarisse, ter acreditado que nunca mais a encontraria.
Ansioso que estava, acabou se atrapalhando um pouco com a dança, mas nada que diminuisse o encantamento de Clarisse.
Foi assim, que o casal começou a se corresponder.
Ao término da dança, Francisco levou a moça de volta para a mesa onde se encontrava Celina. Tentando ser gentil, o moço disse a mulher, que Natália estava entregue e de volta as suas boas e zelosas mãos.
Celina contudo, não gostou do rapaz.
Por diversas vezes, chegou a comentar com a filha, que o achava muito convencido e vaidoso. Natália por sua vez, não deu atenção aos comentários da mãe.
E assim, foi questão de tempo Francisco pedir a mão de Natália em casamento.
Com isto, mesmo a contra-gosto, Celina acabou aceitando o enlace.
Dizendo que não poderia opor obstáculos a felicidade da filha, comentou que seu casamento com Rômulo fora uma imposição paterna.
Argumentou também, que seu casamento tinha tudo para ser infeliz, mas ela, ao descobrir a pessoa maravilhosa que era Rômulo, acabou por viver uma grande felicidade ao seu lado.
Desta forma, Celina concordou em preparar um almoço em sua casa.
Nesta ocasião, Francisco pediu a mão de Natália, na presença dos já noivos Clarisse e Glauco, e dos amigos Cassiano, André e Severo.
Empolgado, disse que aquele era um grande momento em sua vida.
Talvez um dos mais importantes.
Comentou que ao vê-la pela primeira vez, encantou-se.
Tanto, que a partir de um certo momento, não conseguia imaginar sua vida, senão ao lado dela. Razão pela qual ficou dias, semanas se preparando para dizer palavras bonitas.
Palavras que encantassem a todos.
Com efeito, dizendo que não iria se estender mais, mostrou o bonito anel que havia comprado para Natália.
Era uma jóia simples, mas uma jóia.
Clarisse e Celina ficaram admiradas com o presente.
Quando o moço colocou o anel no dedo de Natália, todos bateram palmas.
No tocante ao casamento, houve uma certa polêmica, quanto ao lugar onde ele e Natália residiriam.
Francisco, chegou a sugerir Santos, pela facilidade de se locomover até o seu local de trabalho. Celina ao tomar conhecimento desta intenção, se opôs.
Dizendo que sua filha ficaria muito sozinha em Santos, comentou que durante boa parte de sua vida, a moça vivera em São Paulo.
Que toda sua história afetiva, suas memórias, sua família e seus amigos estavam lá.
Ademais, como ele era militar, ficaria boa parte do tempo ausente do lar, e com isto, Natália ficaria em um lugar estranho, longe dos amigos, da família, e solitária.
Celina comentou que já bastava ela ficar longo tempo longe do marido.
Não precisava também ficar em completa solidão.
Francisco, percebendo a preocupação de Celina, e não querendo se indispor com sua sogra, acabou concordando em permanecer em São Paulo.
Afinal de contas a sua vida também se desenrolara praticamente toda, em São Paulo.
Francisco somente começou a se deslocar para Santos, quando começou a integrar os quadros a da marinha.
O moço era Guarda-Marinha.
Natália se recordava de suas despedidas de Francisco, e do quanto isto era triste.
Toda vez que o marido partia em uma missão militar, a moça se debulhava em lágrimas.
Celina, que sempre via a filha se lamentando, comentou diversas vezes que a vida da mulher de um militar era uma vida de constantes despedidas, mas também de chegadas, e que o momento do reencontro, geralmente era muito especial.
Natália concordou com estas palavras.
Geralmente os retornos de Francisco, eram deveras felizes.
O homem chegava de mansinho, quase sempre a surpreendendo.
As despedidas nem por isto contudo, deixavam de serem tristes, argumentava.
Nisto, Natália voltou a seus afazeres.
As cadeiras da cozinha estavam todas viradas para cima.
A casa cheirava a limpeza, mas faltavam alguns detalhes para ficar completamente arrumada.
Como já foi dito anteriormente, Natália ouvia canções no rádio.
A esta altura, tocava:
“A estrela d'alva
No céu desponta
E a lua anda tonta
Com tamanho esplendor
E as pastorinhas
Pra consolo da lua
Vão cantando na rua
Lindos versos de amor
Linda pastora
Morena da cor de Madalena
Tu não tens pena
De mim, que vivo tonto com o teu olhar
Linda criança
Tu não me sais da lembrança
Meu coração não se cansa
De sempre e sempre te amar
Pastorinhas - (Noel Rosa e João de Barro)”
Ao término da música, o homem se aproximou de mansinho, e disse baixinho:
- Cheguei!
Natália, surpresa, tratou logo de abraçá-lo.
Estava cheia de saudade.
Nervosa, comentou que a casa estava toda bagunçada, que não estava arrumada, e que deveria tê-la avisado que estava de volta.
Francisco comentou que preferia que fosse assim.
Nisto o casal ficou juntinho, abraçados.
Natália estava feliz com o casamento.
Acreditava ser a única mulher na vida do marido.
Nisto, o homem dançou com a mulher, ao som das canções do rádio.
Francisco cantou junto com o cantor do rádio, a canção:
“Meu coração
Não sei porque
Bate feliz
A esta altura, tocava:
“A estrela d'alva
No céu desponta
E a lua anda tonta
Com tamanho esplendor
E as pastorinhas
Pra consolo da lua
Vão cantando na rua
Lindos versos de amor
Linda pastora
Morena da cor de Madalena
Tu não tens pena
De mim, que vivo tonto com o teu olhar
Linda criança
Tu não me sais da lembrança
Meu coração não se cansa
De sempre e sempre te amar
Pastorinhas - (Noel Rosa e João de Barro)”
Ao término da música, o homem se aproximou de mansinho, e disse baixinho:
- Cheguei!
Natália, surpresa, tratou logo de abraçá-lo.
Estava cheia de saudade.
Nervosa, comentou que a casa estava toda bagunçada, que não estava arrumada, e que deveria tê-la avisado que estava de volta.
Francisco comentou que preferia que fosse assim.
Nisto o casal ficou juntinho, abraçados.
Natália estava feliz com o casamento.
Acreditava ser a única mulher na vida do marido.
Nisto, o homem dançou com a mulher, ao som das canções do rádio.
Francisco cantou junto com o cantor do rádio, a canção:
“Meu coração
Não sei porque
Bate feliz
Quando te vê
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo
Mas mesmo assim
Foges de mim
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo
Mas mesmo assim
Foges de mim
Ah, se tu soubesses como eu sou tão carinhoso
E muito muito que te quero
E como é sincero o meu amor
Eu sei que tu não fugirias mais de mim
Vem, vem, vem, vem
Vem sentir o calor dos lábios meus
A procura dos teus
Vem matar esta paixão
Que me devora o coração
E só assim então
Serei feliz, bem feliz
Carinhoso - Orlando Silva
Composição: Pixinguinha/João de Barro”
Por fim, o homem segurou a mulher no colo, e rodopiou com Natália em seus braços.
Assustada, Natália pediu para Francisco a colocar no chão.
Nisto, o homem retomou sua rotina caseira.
Passou a ler seu jornal.
Enquanto isto, Natália cuidava dos afazeres domésticos.
Arrumava a casa, preparava as refeições.
Namorava o marido.
E se deslumbrava com as rádio novelas.
Natália era fascinada pelas rádio novelas como “A Flor do Deserto”, anunciada por belas vozes do rádio.
A rádio novela contava a história do sheik Ali, que sequioso de encontrar um sentido para sua vida, chegou a consultar o Grão Vizir, auxiliar do rei.
Ansiava por uma resposta a suas angústias.
O Grão Vizir chegou-lhe a dizer que o que ele procurava estava bem perto, e ao mesmo tempo muito longe dele.
Ali contudo, não compreendeu o enigma.
Antes disto, pensou em organizar uma festa e convidar as mais belas moças da localidade.
E muito muito que te quero
E como é sincero o meu amor
Eu sei que tu não fugirias mais de mim
Vem, vem, vem, vem
Vem sentir o calor dos lábios meus
A procura dos teus
Vem matar esta paixão
Que me devora o coração
E só assim então
Serei feliz, bem feliz
Carinhoso - Orlando Silva
Composição: Pixinguinha/João de Barro”
Por fim, o homem segurou a mulher no colo, e rodopiou com Natália em seus braços.
Assustada, Natália pediu para Francisco a colocar no chão.
Nisto, o homem retomou sua rotina caseira.
Passou a ler seu jornal.
Enquanto isto, Natália cuidava dos afazeres domésticos.
Arrumava a casa, preparava as refeições.
Namorava o marido.
E se deslumbrava com as rádio novelas.
Natália era fascinada pelas rádio novelas como “A Flor do Deserto”, anunciada por belas vozes do rádio.
A rádio novela contava a história do sheik Ali, que sequioso de encontrar um sentido para sua vida, chegou a consultar o Grão Vizir, auxiliar do rei.
Ansiava por uma resposta a suas angústias.
O Grão Vizir chegou-lhe a dizer que o que ele procurava estava bem perto, e ao mesmo tempo muito longe dele.
Ali contudo, não compreendeu o enigma.
Antes disto, pensou em organizar uma festa e convidar as mais belas moças da localidade.
Intencionava encontrar uma boa moça para se casar, e provavelmente a eleita seria escolhida no baile organizado pelo moço.
O sheik Ali era um rico mercador da região, acostumado a percorrer a vastidão dos desertos, e a acompanhar os beduínos.
Vivendo uma vida cheia de aventuras, era capaz de impressionar muitas mulheres.
Contudo, não era isto o que desejava.
Pensativo, achava sua vida vazia e sem sentido.
Razão pela qual resolvera se entregar a realização de uma festa sem igual.
Acreditava que assim, encontraria uma resposta para suas dúvidas.
Cuidadoso, mandou seus criados organizarem o evento em seus mínimos detalhes.
Louças, almofadas, vasos, plantas, flores, músicos, apresentações de danças.
Tudo deveria ficar perfeito para a grande festa. Ao ouvir a narração da história, Natália ficava a imaginar o longínquo Oriente Médio, e o exotismo de sua cultura.
O sheik de turbante, andando de camelo.
Celina sua mãe comentava, que em seu tempo, o objeto de adoração de todas as moças, era um ator chamado Rodolfo Valentino, o qual viveu uma história, na qual interpretava um sheik.
A mulher comentava que também muitas vezes sonhou com o famigerado sheik.
Mocinha, ficava a se imaginar andando em seu cavalo, percorrendo o deserto a seu lado.
Natália achou graça.
Afinal de contas, aquela mulher tão séria também tinha sonhos românticos?
Celina, que não achou graça do comentário, respondeu que também fora jovem, e assim como sua filha, bastante sonhadora.
Comentou que antes de conhecer Rômulo, sonhou muito com seus ídolos do cinema.
Com efeito, de vez em quando, Natália e Francisco saíam juntos para dançar e ouvir boa música. Frequentavam algumas boates.
A moça vestia seus longos mais bonitos para acompanhar o marido.
Nestas ocasiões, o homem deixava de lado sua farda.
Usava um bom terno.
Gostava de dançar.
Tanto que era um exímio dançarino.
Nisto, ao chegarem no local, depois de ouvirem algumas canções, Francisco convidou Natália para dançar.
E o casal dançou, embalado, pela canção:
“Não sei por quanto tempo
Ainda esperarei
Por ti pelos carinhos teus
Por tudo que me vem bailando
Tecendo os sonhos meus
Talvez só por viver
A sombra da ilusão
Envolto no silencio frio
Irei por quanto tempo ainda
Esperarei teu amor em vão
Nunca animais se confessam
Aos que sofrem de mal do amor
Lá no teu corpo gelado
A perfídia do teu encanto
Nunca terás a teus pés a ventura
Da minha dor
Os meus joelhos dobrados um dia
E em pranto há de implorar o amor
Talvez só por viver a sombra da ilusão
Envolto no silencio frio
Irei por quanto tempo ainda
Esperarei teu amor em vão
Por Quanto Tempo Ainda - Orlando Silva”
Dançaram de rosto colado.
Foram tempos felizes.
Com o tempo porém, Francisco passou a se ausentar do lar.
Primeiro começou a sair de tarde.
Com o passar das semanas, o homem começou a inventar desculpas para sair a noite.
Natália começou a ficar cismada.
Clarisse, tentando amenizar a situação, dizia que Francisco estava atarefado com assuntos da marinha.
Natália contudo, questionava:
- E por que a noite? Por que não de dia?
Clarisse se calava.
Afinal de contas, como poderia contra-argumentar?
Contra fatos, não há argumentos.
Certa vez, a moça recebeu uma carta de uma desconhecida, relatando que ela deveria ficar atenta com seu marido.
Isto por que, pessoas já o haviam visto frequentando uma determinada boate, sempre com uma mesma moça.
Natália, a ler o conteúdo da carta, ficou furiosa.
Revoltada, pediu para Clarisse acompanhá-la na incursão que faria na aludida boate para verificar o que estava acontecendo.
Sua amiga, tentou em vão, demovê-la da idéia.
Sem sucesso.
Isto por que, Natália estava firme em seu propósito.
Quando a história chegou ao conhecimento de Celina, a mesma tentou fazer a filha, desistir daquele intento, o qual considerava louco, tresloucado.
Mas nada de Natália desistir da idéia.
A certa altura, dizendo que iria até a boate, mesmo que fosse sozinha, acabou por convencer Clarisse a acompanhá-la.
Nisto, a moça, inventou uma desculpa ao marido Glauco.
Disse que iria cuidar de uma amiga doente.
Com isto, levou um vestido de festa, e sapatos, dentro de uma sacola.
Celina então, dirigiu-se a casa de Natália.
Antes de sair, Glauco disse que se cuidasse, para não ficar doente também.
Nisto, ao se encontrar com Natália, Celina comentou que elas deveriam tratar de se organizarem para colocar o plano em prática.
O sheik Ali era um rico mercador da região, acostumado a percorrer a vastidão dos desertos, e a acompanhar os beduínos.
Vivendo uma vida cheia de aventuras, era capaz de impressionar muitas mulheres.
Contudo, não era isto o que desejava.
Pensativo, achava sua vida vazia e sem sentido.
Razão pela qual resolvera se entregar a realização de uma festa sem igual.
Acreditava que assim, encontraria uma resposta para suas dúvidas.
Cuidadoso, mandou seus criados organizarem o evento em seus mínimos detalhes.
Louças, almofadas, vasos, plantas, flores, músicos, apresentações de danças.
Tudo deveria ficar perfeito para a grande festa. Ao ouvir a narração da história, Natália ficava a imaginar o longínquo Oriente Médio, e o exotismo de sua cultura.
O sheik de turbante, andando de camelo.
Celina sua mãe comentava, que em seu tempo, o objeto de adoração de todas as moças, era um ator chamado Rodolfo Valentino, o qual viveu uma história, na qual interpretava um sheik.
A mulher comentava que também muitas vezes sonhou com o famigerado sheik.
Mocinha, ficava a se imaginar andando em seu cavalo, percorrendo o deserto a seu lado.
Natália achou graça.
Afinal de contas, aquela mulher tão séria também tinha sonhos românticos?
Celina, que não achou graça do comentário, respondeu que também fora jovem, e assim como sua filha, bastante sonhadora.
Comentou que antes de conhecer Rômulo, sonhou muito com seus ídolos do cinema.
Com efeito, de vez em quando, Natália e Francisco saíam juntos para dançar e ouvir boa música. Frequentavam algumas boates.
A moça vestia seus longos mais bonitos para acompanhar o marido.
Nestas ocasiões, o homem deixava de lado sua farda.
Usava um bom terno.
Gostava de dançar.
Tanto que era um exímio dançarino.
Nisto, ao chegarem no local, depois de ouvirem algumas canções, Francisco convidou Natália para dançar.
E o casal dançou, embalado, pela canção:
“Não sei por quanto tempo
Ainda esperarei
Por ti pelos carinhos teus
Por tudo que me vem bailando
Tecendo os sonhos meus
Talvez só por viver
A sombra da ilusão
Envolto no silencio frio
Irei por quanto tempo ainda
Esperarei teu amor em vão
Nunca animais se confessam
Aos que sofrem de mal do amor
Lá no teu corpo gelado
A perfídia do teu encanto
Nunca terás a teus pés a ventura
Da minha dor
Os meus joelhos dobrados um dia
E em pranto há de implorar o amor
Talvez só por viver a sombra da ilusão
Envolto no silencio frio
Irei por quanto tempo ainda
Esperarei teu amor em vão
Por Quanto Tempo Ainda - Orlando Silva”
Dançaram de rosto colado.
Foram tempos felizes.
Com o tempo porém, Francisco passou a se ausentar do lar.
Primeiro começou a sair de tarde.
Com o passar das semanas, o homem começou a inventar desculpas para sair a noite.
Natália começou a ficar cismada.
Clarisse, tentando amenizar a situação, dizia que Francisco estava atarefado com assuntos da marinha.
Natália contudo, questionava:
- E por que a noite? Por que não de dia?
Clarisse se calava.
Afinal de contas, como poderia contra-argumentar?
Contra fatos, não há argumentos.
Certa vez, a moça recebeu uma carta de uma desconhecida, relatando que ela deveria ficar atenta com seu marido.
Isto por que, pessoas já o haviam visto frequentando uma determinada boate, sempre com uma mesma moça.
Natália, a ler o conteúdo da carta, ficou furiosa.
Revoltada, pediu para Clarisse acompanhá-la na incursão que faria na aludida boate para verificar o que estava acontecendo.
Sua amiga, tentou em vão, demovê-la da idéia.
Sem sucesso.
Isto por que, Natália estava firme em seu propósito.
Quando a história chegou ao conhecimento de Celina, a mesma tentou fazer a filha, desistir daquele intento, o qual considerava louco, tresloucado.
Mas nada de Natália desistir da idéia.
A certa altura, dizendo que iria até a boate, mesmo que fosse sozinha, acabou por convencer Clarisse a acompanhá-la.
Nisto, a moça, inventou uma desculpa ao marido Glauco.
Disse que iria cuidar de uma amiga doente.
Com isto, levou um vestido de festa, e sapatos, dentro de uma sacola.
Celina então, dirigiu-se a casa de Natália.
Antes de sair, Glauco disse que se cuidasse, para não ficar doente também.
Nisto, ao se encontrar com Natália, Celina comentou que elas deveriam tratar de se organizarem para colocar o plano em prática.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
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