Poesias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

OS SONS QUE A GENTE OUVE – A CANÇÃO NO TEMPO ANOS OITENTAS – AVENTURAS NOS CLUBES DE ESQUINAS

Capítulo 6

Certo dia, Rafael pediu-lhe para cantar alguma coisa.
Lara titubeou um pouco, mas depois, atendendo ao pleito, começou a cantar:
“Diz pra eu ficar muda
Faz cara de mistério
Tira essa bermuda
Que eu quero você sério...

Tramas do sucesso
Mundo particular
Solos de guitarra
Não vão me conquistar...

Uh! eu quero você
Como eu quero!
Uh! eu quero você
Como eu quero!...(x2)

O que você precisa
É de um retoque total
Vou transformar o seu rascunho
Em arte final...

Agora não tem jeito
Cê tá numa cilada
Cada um por si
Você por mim e mais nada...

Uh! eu quero você
Como eu quero!
Uh! eu quero você
Como eu quero!...

Longe do meu domínio
Cê vai de mal a pior
Vem que eu te ensino
Como ser bem melhor...

Longe do meu domínio
Cê vai de mal a pior
Vem que eu te ensino
Como ser bem melhor...
(Bem melhor!)...

Uh! eu quero você
Como eu quero!
Uh! eu quero você
Como eu quero!...(2x)
Uh! eu quero você
Como eu quero!...
Como eu quero - Composição: Leoni e Paula Toller”

Rafael beijou a moça.
A seguir segurou a moça pelos braços.
Lara começou a rir.
O moço sussurrando, convidou-a a ir para seu quarto.
Quando Lara ficou noiva, Lorena e Ronaldo foram apresentados ao moço.
Lorena chegou a comentar que não precisava mais se preocupar com Lara.
Ronaldo, censurou a esposa. Dizendo que aquele não era assunto para ser tratado na frente do
noivo, comentou que era um momento de alegria.
Rafael disse que ele também estava mais tranquilo. 
Confidenciou que ao encontrar Lara, sentiu que seu futuro não seria tão incerto quanto imaginava.
Quando Lorena perguntou como o casal havia se conhecido, Lara e Rafael se entreolharam.
Depois de alguns minutos, o moço respondeu que eles se conheceram em uma boate.
Lara arregalou os olhos.
Rafael emendou dizendo que foi encontro inesquecível. Disse também que acabou perdendo o
contato com a moça, mas persistiu procurando-a por todos os lugares onde passava.
- Que romântico! – comentou Lorena, enternecida.
Clara, Clotilde, Alice e Iolanda, assim como Lucas, Inácio, Artur, Rogério e Fabrício,
acompanharam o almoço de noivado.
Rafael colocou um anel no dedo da moça.
Nisto Rafael e Lara casaram-se e foram morar juntos.
Como o moço, pouco tempo depois de casado, perdeu o emprego, Lara assumiu as despesas do
lar.
Rafael passou então, a se ocupar dos afazeres domésticos.
Passou a lavar, passar cuidar da casa.
Também continuou a procurar trabalho, mas nada de arrumar ocupação.
Este fato o deixava deveras insatisfeito.
Certo dia, percebendo uma certa tristeza no semblante do moço, Lara perguntou o que se passava.
Rafael se fechou em copas.
Ao se deparar então com jornais e ofertas de emprego circuladas, em um jornal dobrado, percebeu
por que o moço andava triste.
Nisto, dizendo-lhe palavras de consolo, argumentou que aquela situação era temporária, e que
com sua força de vontade e garra, ele acabaria encontrando trabalho em sua área.
Triste o homem começou a cantar:
“Um dia vivi a ilusão de que ser homem bastaria
Que o mundo masculino tudo me daria
Do que eu quisesse ter
Que nada, minha porção mulher que até então se resguardara
É a porção melhor que trago em mim agora
É o que me faz viver
Quem dera pudesse todo homem compreender, ó mãe, quem dera
Ser o verão no apogeu da primavera
E só por ela ser
Quem sabe, o super-homem venha nos restituir a glória
Mudando como um Deus, o curso da história
Por causa da mulher
Quem sabe o super-homem, venha nos restituir a glória
Mudando como um deus o curso da história
Por causa da mulher
Super-Homem, a Canção - Gilberto Gil”
Lara abraçou o moço. Beijou seu rosto.
Nisto, ao curso de alguns meses, o homem arrumou um trabalho.
Com a situação financeira mais estável, o casal teve um filho.
Ao segurar a criança no colo, Rafael ficou emocionado.
Chegou a cantar baixinho para ela:
“É comum a gente sonhar, eu sei, quando vem o entardecer
Pois eu também dei de sonhar um sonho lindo de morrer
Vejo um berço e nele eu me debruçar com o pranto a me correr
E assim chorando acalentar o filho que eu quero ter

Dorme, meu pequenininho, dorme que a noite já vem
Teu pai está muito sozinho de tanto amor que ele tem
De repente eu vejo se transformar num menino igual seu pai
Que vem correndo me beijar quando eu chegar lá de onde eu vim

Um menino sempre a me perguntar um porque que não tem fim
Um filho a quem só queira bem e a quem só diga que sim
Dorme menino levado, dorme que a vida já vem
Teu pai está muito cansado de tanta dor que ele tem

Quando a vida enfim me quiser levar pelo tanto que me deu
Sentir-lhe a barba me roçar no derradeiro beijo seu
E ao sentir também sua mão vedar meu olhar dos olhos seus
Ouvir-lhe a voz a me embalar num acalanto de adeus

Dorme meu pai sem cuidado, dorme que ao entardecer
Teu filho sonha acordado, com o filho que ele quer ter
O Filho Que Eu Quero Ter - Composição: Toquinho/Vinicius de Moraes”

Luciana Celestino dos Santos 
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

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