Poesias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

OS SONS QUE A GENTE OUVE – A CANÇÃO NO TEMPO CONTEMPORANEIDADE

Capítulo 3

Nisto a moça continuou a ler o livro. Ficou algumas horas se debruçando sobre poesias.
Ao retornar do trabalho, ao ver a moça lendo um livro velho e empoeirado, Rodrigo perguntou-lhe se gostava de ler.
Sônia respondeu que sim.
Rodrigo estendeu-lhe novamente a mão.
Subiram até o sótão. Lá havia uma série de livros amontoados no chão.
O moço comentou que havia livros de mistério, suspense, poesias, contos, romances, clássicos.
Os olhos da moça brilharam.
Encantada, a moça comentou que adorava ler. Comentou que já lera Jorge Amado, José de
Alencar, Dostoiévski – com seu “Crime e Castigo”, “Os Miseráveis” – de Vitor Hugo, “A
Moreninha” – de Joaquim Manoel de Macedo. Entre outros.
Sorrindo, Rodrigo perguntou se ela havia lembrado de mais alguma coisa.
Sônia respondeu então que se lembrara que gostava de ficar as tardes lendo.
Caminhando pela casa, percebeu que os móveis estavam sem pó. A sala estava um brinco.
Amilton, elogiando a presteza da moça, comentou que ela estava se saindo muito bem.
Sônia pediu para Rodrigo e Amilton para acompanhá-los no trabalho.
Ao ouvir isto, o mais moço comentou que ela não estava acostumada com aquele tipo de trabalho.
Surpresa, a moça perguntou como ele poderia saber disto, se nem ela mesma se lembrava do que
fazia antes de chegar ali.
Rodrigo respondeu-lhe que suas mãos eram macias, denunciando que ela não estava habituada
com a lida na roça.
Acrescentou ainda, que ela estava muito bem trajada para uma camponesa.
Com efeito, ao constatarem que a moça permaneceria algum tempo no lugar, Rodrigo e Amilton
providenciaram junto a vizinhança, algumas roupas para a moça.
Com isto, a moça começou a usar vestidos.
No dia seguinte, acompanhou pai e filho na lida do campo.
Levou para eles um almoço preparado por ela. Mais tarde levou um lanche.
Passou algumas horas com eles, lendo outro livro de poesias.
A moça no dia seguinte, cuidou dos quartos.
Com o tempo, a vizinhança passou a visitar Rodrigo e Amilton.
Conheceram a moça.
Nisto a moça participou dos preparativos para a quermesse.
Preparou bandeirinhas, balões.
Auxiliou as mulheres nos preparativos dos comes e bebes.
Gentis, algumas mulheres confeccionaram um bonito vestido de festa para a moça.
Ao saberem que a moça estava muito bem vestida quando surgiu do outro lado do rio,
preocuparam-se em fazer um vestido com o melhor que possuíam em matéria de tecido.
Ao receber o presente, Sônia agradeceu o presente.
Ficou emocionada.
Na festa, a moça dançou com Amilton e com Rodrigo.
Cumprimentou a vizinhança.
Foi apresentada ao padre.
A festa foi animada.
Sônia dançou ao som da música “Festa do Interior”:
“Fagulhas pontas de agulhas
Brilham estrelas de São João...
Babados, xotes e xaxados
Segura as pontas
Meu coração...

Bombas na guerra-magia
Ninguém matava
Ninguém morria...

Nas trincheiras da alegria
O que explodia
Era o amor...(2x)

Fagulhas pontas de agulhas
Brilham estrelas de São João...
Babados, xotes e xaxados
Segura as pontas
Meu coração...

Bombas na guerra-magia
Ninguém matava
Ninguém morria...

Nas trincheiras da alegria
O que explodia
Era o amor...(2x)

Ardia aquela fogueira
Que me esquentava
A vida inteira
Eterna noite
Sempre a primeira
Festa do Interior...(2x)

Fagulhas pontas de agulhas
Brilham estrelas de São João...
Babados, xotes e xaxados
Segura as pontas
Meu coração...

Bombas na guerra-magia
Ninguém matava
Ninguém morria...

Nas trincheiras da alegria
O que explodia
Era o amor...(2x)

Ardia aquela fogueira
Que me esquentava
A vida inteira
Eterna noite
Sempre a primeira
Festa do Interior...(2x)
Festa do Interior - Composição: Moraes Moreira/Abel Silva”

Tempos depois, a moça começou a realizar um trabalho voluntário de alfabetização de crianças.
Uma vez por semana, Sônia lia histórias para a criançada.
A moça cuidava da casa de Amilton e Rodrigo, levava comida para os dois, enquanto
trabalhavam. Lia livros, uma grande paixão, e realizava trabalhos voluntários.
Certo dia, Jandir visitou a moça.
Comentou que estava muito difícil localizar seus parentes.
Nisto, perguntou-lhe novamente se havia se lembrado de mais alguma coisa.
A moça respondeu que não.
Nisto continuou seus afazeres.

Luciana Celestino dos Santos
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