Poesias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

OS SONS QUE A GENTE OUVE – A CANÇÃO NO TEMPO ANOS OITENTAS – AVENTURAS NOS CLUBES DE ESQUINAS

Capítulo 5

Nisto Rafael continuou a empreender sua busca. 
Numa noite o moço avistou Lara conversando com suas amigas.
Emocionado, mal podia acreditar no que estava vendo.
Desesperançado, um dia chegou até a procurá-la na boate em que ocorrera o encontro.
Mal podia acreditar no que via.
Lucas, ao perceber o que se passava, incentivou o amigo a ir ao encontro da moça e conversar.
Nervoso, Rafael relutou em se aproximar dela.
Lucas argumentou:
- Eu não acredito! Eu você me enlouqueceu com a história dessa moça. Encheu os meus ouvidos
por meses, para no momento em que finalmente a encontra, resolve desistir? Cadê a coragem do
conquistador! Estou decepcionado!
Nisto, ficou empurrando o amigo na direção em que a moça estava.
Constrangido, Rafael disse que não havia necessidade daquilo.
Nervoso, afastou a mão do amigo, e disse que ele iria encontrá-la por sua própria iniciativa.
E assim, tentando encontrar coragem, o moço foi ao encontro da moça.
Lucas observava o amigo à uma certa distância.
Cauteloso, Rafael não queria assustá-la.
Contudo, sentindo que precisava não se fazer notar até se aproximar da moça, foi caminhando
lentamente ao seu encontro.
Lucas ironizou dizendo que ele era tão rápido quanto uma tartaruga.
Rafael pediu para ele se calar.
Com isto, finalmente se aproximou da moça.
Lara, surpresa, o reconheceu imediatamente. 
Assustada, tentou sair do lugar.
O moço porém, agil, segurou a sua mão.
Nisto, pediu para que ela não fosse embora. 
Disse que depois de tanta procura, ela não poderia partir simplesmente.
Rafael começou a cantar:
“Eu tô perdido
Sem pai nem mãe
Bem na porta da tua casa
Eu tô pedindo
A tua mão
E um pouquinho do braço

Migalhas dormidas do teu pão
Raspas e restos me interessam
Pequenas porções de ilusão
Mentiras sinceras me interessam
Me interessam...

Eu tô pedindo
A tua mão
Me leve para qualquer lado
Só um pouquinho de proteção
A um maior abandonado
Teu corpo, com amor ou não
Raspas e restos me interessam
Me ame como a um irmão

Mentiras sinceras me interessam
Me interessam...
Migalhas dormidas do teu pão
Raspas e restos me interessam
Pequenas poções de ilusão
Mentiras sinceras me interessam
Me interessam...

Eu tô pedindo
A tua mão
Me leve para qualquer lado
Só um pouquinho de proteção
A um maior abandonado
Maior Abandonado - Compositor(es): Cazuza/Frejat”

Lara resolveu então, ouvir o moço.
Rafael lhe explicou que ela o deixara muito bem impressionado, e que razão, sentiu necessidade
de vê-la novamente. Comentou que o que sentira por ela, nunca havia sentido isto, antes por outra
pessoa.
Lara ficou perplexa.
Nisto, Lucas resolveu se aproximar. 
Simpático, cumprimentou a moça, elogiando o bom gosto do amigo.
A moça sorriu agradecendo.
Nisto, Lucas despediu-se.
Aflito, Rafael perguntou-lhe então, se eles poderiam se encontrar novamente.
Lara não sabia o que responder.
O moço insistiu.
Dizendo que não poderia obrigá-la a aceitar o convite, argumentou que ela não perderia nada com
isto.
Desta forma, Lara aceitou o convite.
Nisto, ele se apresentou, e ela finalmente disse seu nome.
Ao ouvir Lara, o homem ficou encantado. Gentil, disse que aquele era um bonito nome.
Lara agradeceu a gentileza.
Mas tarde, a moça lhe contaria que sua mãe lhe dera este nome, em homenagem a personagem do
filme “Doutor Jivago”.
O primeiro encontro do casal, foi num restaurante.
Inicialmente tímidos, o casal passou mais tempo se olhando, do que propriamente conversando.
Rafael porém, a despeito disto, estava muito feliz com o encontro.
Tanto que acabou conseguindo um novo encontro com a moça.
Conforme o tempo foi passando, finalmente o casal começou a namorar.
Certo dia, o moço convidou-a para almoçar em sua casa.
Zeloso e esforçado, o homem tentou preparar arroz, batatas douradas, bisteca e salada.
Passou dias elaborando um cardápio.
Nervoso, preparou a refeição com todo o cuidado.
Lara usava um vestido bandagem, calçava um scarpin.
Nisto a moça foi até o apartamento de Rafael. Apertou a campanhia.
Ao vê-la, Rafael elogiou-a. Disse que ela estava muito bonita.
A moça agradeceu o elogio.
Nisto, o moço convidou-a para entrar. Perguntou-lhe se gostaria de bebericar algo.
Lara respondeu que não.
Nisto, Rafael pediu licença e voltou para a cozinha. Respondeu que faltava pouco para o almoço
ser servido.
Quando estava tudo pronto, o moço colocou o arroz, as batatas, a carne e a salada em bonitas
louças.
A seguir, convidou a moça para sentar-se.
Puxou a cadeira e a moça agradecida, sentou-se.
Nisto, serviu a mesa. Colocou arroz, batatas, carne e salada em seu prato.
Depois, serviu-se.
Com isto, o moço pediu a moça para experimentar a comida.
Lara se serviu de um pouco de arroz, batata e bisteca.
Porém, ao colocar a comida na boca. Sentiu um gosto estranho. 
Ansioso, Rafael perguntou o que ela tinha achado da comida.
Sem graça, Lara respondeu que a comida estava ótima.
Todavia, em que pese o elogio a comida, sua expressão dizia o contrário.
Percebendo isto, Rafael resolveu experimentar a comida.
Ao colocar a comida na boca, o moço perceber que a mesma não estava boa.
Diante disto, disse:
- Não! Não coma! Está horrível!
Chateado, recolheu a comida e jogou o almoço fora.
Em seguida, pediu desculpas.
Lara então, percebendo que ele estava se esforçando para ser gentil, respondeu que não tinha
problema.
Nisto, ao ver que o moço estava chateado, segurou o queixo do moço. 
Convidou-o para almoçar fora.
Rafael concordou. Disse porém, que pagaria a conta. Tentando se desculpar, argumentou que já
que havia estragado o almoço, precisava compensá-la de alguma forma.
E lá se foi o casal procurar um restaurante para almoçar.
Nisto, o moço resolveu levar a moça para o restaurante onde costumava ir com seus amigos.
O dono do restaurante, ao reconhecê-lo, comentou que ele estava muito bem acompanhado.
Rafael e Lara agradeceram.
Juntos, comeram uma boa pizza. Beberam vinho.
Conversaram.
Rafael contou que vivia sozinho em São Paulo. Disse que estava na cidade para estudar.
Lara por sua vez, comentou que nascera em São Paulo, que sua mãe era paulistana, que sua avó,
assim como sua bisavó também eram.
Rindo, Rafael brincou dizendo que ela advinha de uma família paulistana quatrocentona.
Lara achou graça.
Ao voltarem para o apartamento de Rafael, o casal parou em frente a uma sorveteria. Compraram
sorvetes e foram tomando a sobremesa enquanto caminhavam pelo Centro da cidade.
Rafael comentou que aquela cidade era fascinante. Sua grandeza assustava e atraía ao mesmo
tempo.
Lara parecia compreender o que ele estava querendo dizer.
Aquele foi momento em que Lara decidiu que valia a pena investir naquela relação. 

Luciana Celestino dos Santos 
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário