No dia seguinte, ela e sua amiga iniciaram mais um longo dia de trabalho. Ao
tomarem o ônibus, fizeram todo o percurso do trabalho em pé.
Ricardo por sua vez, também foi trabalhar. Numa época que emprego que era algo
certo, o rapaz também seguia num ônibus lotado até o centro da cidade para trabalhar. Era
auxiliar administrativo em um escritório da região.
Sua rotina de trabalho também era bastante puxada. Mas ao contrário da irmã, Cleide,
não estava muito interessado em estudar. Tanto que sempre que podia, ao final do expediente,
aproveitava para sair com os amigos.
Neste dia não foi diferente. Enquanto ele saía com os amigos pela cidade,
freqüentando os botecos da cidade, Marina e Cleide aproveitavam para estudar.
Assim, depois de jantar, Cleide foi até a casa de Marina. Carregada de livros, tratou
de fazer Marina ler. Revendo as matérias do colegial, Marina demonstrou um pouco de
dificuldade em se concentrar e apreender as informações, mas Cleide, paciente, explicava
para a amiga, tudo o que ela não entendia.
Otávio, ao ver as duas amigas estudando juntas, ficou deveras feliz.
Tanto que quando Cleide se despediu da amiga e voltou para casa, ele aproveitou para elogiar a atitude da moça.
-- Que grande amiga é essa Cleide, não?
-- Com certeza! Outra em seu lugar não teria metade da paciência que ela teve em me
explicar as coisas que eu não entendi.
-- Está muito difícil?
-- Um pouco. Mas ela me disse que logo logo eu vou tirar isso de letra.
-- Com certeza! Filha minha não nega a que veio. – respondeu Otávio sorridente.
-- Eu espero que o senhor esteja certo!
Nisso Ricardo, Claudionor, Tiago e Clóvis, caminhavam pelas ruas da cidade.
Freqüentadores dos bares, os quatro amigos inseparáveis não se cansavam de comentar suas
peripécias e incursões pela Terra da Garoa. Animados a certa altura, depois da caminhada,
sentaram-se em um bar e começaram a falar do filme que haviam acabado de assistir.
Ricardo disse:
-- Adoro estes filmes! Estas histórias água com açúcar me cansam. Só a Cleide mesmo
pra gostar do John Travolta.
-- Mas que ouvir a Olívia Newton John cantando não é nada mal, ah, isso não é que
não! – retrucou Tiago.
-- É verdade! Eu não tinha visto a situação por este ângulo. – reconheceu Ricardo.
-- Tudo bem! Está certo que esta atriz é muito bonita, mas que filmes de luta são bem
mais interessantes, ah isso são mesmo! – concordou Clóvis
-- E os filmes do Charles Bronson? – perguntou Claudionor.
-- Melhor que isso, só Bruce Lee, ou qualquer outro filme de lutas marciais. – disse
Tiago.
-- Com certeza. – concordaram todos.
Mas além de filmes, os rapazes também gostavam de comentar sobre seu dia-a-dia, o
trabalho. Contudo o assunto que eles mais gostavam de falar, era esse: mulheres.
-- Outro dia indo para o trabalho, eu encontrei uma loira tão bonita no ônibus! –
comentou Ricardo.
-- Ah é? E você sabe o nome dela? – perguntou Claudionor curioso.
-- Não, infelizmente não! Quando eu estava tomando coragem e finalmente ia me
aproximar pra puxar papo, ela desceu do ônibus. – respondeu Ricardo.
-- Nossa! Que grande conquistador você está me saindo! Não consegue nem descobrir
o nome da mulher. – comentou Tiago irônico.
-- Ah, gente! Calma lá, também né? Como eu ia saber que ela ia descer justamente
quando eu estava me aproximando? Mas não pensem que eu me dei por vencido. Eu ainda
vou conseguir conversar com ela.
-- Mas ela é bonita mesmo? – insistiu Clóvis.
-- Muito. Tanto que não é fácil encontrar belezas como a dela por ai. Aquela loura é
uma em um milhão. – comentou Ricardo.
-- Pois eu aposto que deve ser feia. Tão feia que você nem tem coragem de nos
apresentar. – provocou Clóvis.
-- É nada. É linda, é mais linda do que todas as garotas que vocês já conheceram! –
retrucou Ricardo.
-- Mais bonita que a Marina? – perguntou Claudionor.
-- Ah, Claudionor, aí é covardia. Você vai querer comparar duas belezas sem igual no
mundo? Não dá, meu chapa! Não dá!
-- Pois eu começo a desconfiar de que essa loira deve ser realmente fenomenal. Eu
quero conhecer. Quando você finalmente conseguir se apresentar a ela, apresente-a a nós. Eu
prometo não ficar com saliências. – respondeu Clóvis.
-- Está certo! Assim que tiver a oportunidade, eu a apresento a vocês. Só que antes
ela precisa me conhecer. – respondeu Ricardo.
-- Esse Ricardo! Já está se sentindo um galã de novela. – ironizou Claudionor.
-- Um verdadeiro Toni Ramos. – comentou entre risadas, Tiago.
-- Ah, vocês estão rindo? Pois me aguardem. Eu ainda vou fisgar esse mulherão.
Risos.
-- Vocês duvidam? Pois então, esperem para ver. – retrucou Ricardo.
-- Está certo! Vamos aguardar. – ironizou Claudionor.
E assim a conversa prosseguiu. Ora os quatro rapazes falavam sobre as mulheres, ora
comentavam sobre o que teriam que fazer no dia seguinte.
Luciana Celestino dos Santos
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Poesias
terça-feira, 29 de setembro de 2020
QUANDO O DIA AMANHECER - CAPÍTULO 2
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