Capítulo 4
A fotonovela se intitulava, “O Homem do Castelo”. História em quadrinhos, com fotos e textos
em balões, com periodicidade semanal. Eis a fotonovela.
O jovem nobre, vivia solitário em um palácio.
Ou melhor, vagava pelo castelo, como uma alma assombrada.
Vivia atormentado pela lembrança de sua amada, que partira séculos atrás.
Amargurado, o homem não pode se casar com sua estimada Julieta.
Às vesperas do casamento, a moça morrera misteriosamente.
Enquanto experimentava o vestido de noiva, a moça começou a sentir mal estar.
O conde, que a observava experimentando o vestido, ficou deslumbrado com a visão da noiva.
Julieta estava muito bela.
Porém, qual não foi sua surpresa, quando percebeu que a moça começou a sentir-se mal.
Aflito, correu ao encontro da moça, não se importando em ser descoberto.
Nisto a moça trêmula, apoiou-se em seus braços. O mal estar só piorava.
Delirando, a moça pediu para não partir, dizia que ainda era muito cedo.
Aflita a costureira e suas assistentes, corriam de um lado para o outro, sem saber o que fazer.
Estavam aturdidas.
Julieta então, ergueu seu rosto, olhando fixamente para Eduardo.
Em seguida, fechou os olhos, a cabeça pendeu para trás.
Eduardo ficou desesperado.
Tentando revivê-la, borrifou água em seu rosto, chacoalhou-a, gritou, pediu, implorou para que
ela despertasse.
Nada.
Com isto, ao tocar o pulso da moça, Eduardo percebeu que não havia pulsação.
Ao obter a confirmação pelo médico, de que ela estava morta, Eduardo chegou a duvidar.
- Não! Não! Julieta não está morta!
Desesperado, o homem segurou a camisa do médico.
O conde precisou ser segurado.
O homem não podia acreditar que sua amada havia morrido.
O enterro, teve coroa de flores, cerimônia, pompa.
Eduardo exigiu que tudo fosse perfeito.
O enterro foi triste. Teve direito até a discurso.
Triste, o conde disse que Julieta era uma mulher inesquecível, e que sua perda era irreparável.
Revelou que nunca mais haveria uma mulher como ela, e que dificilmente gostaria de alguém
como gostara dela.
Quem acompanhou o enterro, compreendeu que aquilo era um arroubo decorrente da violência
com que a moça falecera.
Contudo, conforme o tempo passava, e nada das coisas melhorarem.
Eduardo permanecia triste e recluso.
Aflito, Eustáquio, tentou a todo custo, confortar o filho.
Em vão.
O conde definhava a olhos vistos.
O tempo foi passando. Suas forças foram se estiolando.
O rapaz faleceu pouco tempo depois.
Eutásquio enlouqueceu.
Louco, morreu sozinho.
Antes de morrer, ficava delirando. Dizia que havia matado Julieta, com vistas a ajudar o filho,
mas só havia conseguido fazer com que o moço abreviasse sua vida.
Louco, dizia que havia sangue em suas mãos. Sangue de dois inocentes.
Balbuciava os nomes de Julieta e de seu filho Eduardo.
O tempo passou, os séculos também.
Ainda assim, quem passava perto do castelo, jurava ver o vulto de um homem atormentado,
rondando a construção abandonada.
Diziam que o castelo era mal assombrado.
Muitos diziam que fantasmas habitavam o lugar, comportando-se como se ainda fossem vivos,
assustando os passantes.
Nisto, um homem corajoso, acompanhado de sua família, resolveu pernoitar no castelo.
A notícia espalhou-se pela região.
Muitos diziam que eram herdeiros, e que estavam no local para cumprir exigências do testamento,
e assim, não perderem o direito a herança.
E lá se foram eles.
O homem possuía uma linda esposa.
O casal possuía um filho pequeno.
Nisto, Carlos e Rita adentraram o castelo.
O casal espantou-se com o estado de abandono da construção.
Cuidadosa, Rita tratou logo de encontrar um aposento para se recolher com seu filho.
Ao notar que tudo estava muito sujo, solicitou a presença de arrumadeiras para limpar o local.
Contudo, como o local tinha fama de mal assombrado, não foi fácil arrumar mão de obra que se
dispusesse a tal mister.
Mesmo sendo bem pagas, as mulheres tinham medo de trabalhar no lugar.
Contudo, em que pese este fato, acabaram por conseguir três ajudantes.
O trabalho era árduo.
Contudo, ao cair da tarde, alguns cômodos do castelo se apresentavam em condições de
habitabilidade.
Finalmente o pequeno André teria um lugar para dormir.
Enquando a casa era parcialmente limpa, a família aproveitou para conhecer o lugarejo.
Em todo o lugar que passavam eram apontados.
Todos diziam que eles deviam ter cuidado em frequentar lugares mal assombrados.
Carlos achava graça. Considerava aquelas pessoas simplórias e crédulas demais.
Ao cair da tarde, voltaram para o castelo.
Encontraram parte do local limpo. Extenso, não seria possível limpar toda a propriedade em um
só dia.
Com efeito, as arrumadeiras foram regiamente pagas.
Lúcio, o testamenteiro, cuidou da remuneração, e da contratação das mulheres.
A noite, a família se recolheu para um dos quartos.
Lúcio recolheu-se em outro.
Durante a madrugada, Carlos e Rita, ouviram barulhos vindos da janela.
Assustados, levantaram-se para verificar o que era.
Nisto, ao se aproximarem da janela, tudo parecia tranquilo.
Contudo, era somente se recolherem novamente ao leito, para ouvirem mais uma vez o barulho.
André, começou a chorar.
Preocupada, Rita procurou consolá-lo.
A certa altura, ouviram barulho de batida na porta.
Assustaram-se.
Nisto Lúcio falou:
- Abram a porta! Sou eu!
Carlos abriu a porta.
Preocupado, o inventariante perguntou se eles também haviam ouvido barulhos estranhos.
Carlos respondeu então, que os barulhos eram galhos de árvore batendo na janela.
Nisto, tentando se tranquilizarem mutuamente, recolheram-se para os seus aposentos.
Não obstante este fato, os barulhos prosseguiram.
Em dado momento, foram objetos que passaram a ser arrastados.
A esta altura, Rita, Carlos e Lúcio, estavam apavorados.
A criança, só chorava.
Ao tentarem sair do castelo, tiveram a saída obstada.
Em dado momento, Rita tentou se aproximar do filho.
Como não conseguisse chegar perto dele, começou a chorar, implorando para que a deixassem
cuidar de seu filho.
A confusão diminuiu.
A mulher pode finalmente se aproximar do filho.
No dia seguinte, o casal planejou partir.
Lúcio então respondeu, que se deixassem o castelo, perderiam qualquer direito a reclamarem pela
herança.
Carlos decidiu então, permanecer mais uma noite.
Preocupado com a segurança de sua família, sugeriu que todos dormissem juntos, num mesmo
aposento.
E assim o fizeram.
Dormiram no mesmo quarto.
Curiosamente, na segunda noite, não ouviram barulhos, ou presenciaram quaisquer fenômenos
estranhos.
Durante o dia porém, Rita avistou um vulto.
Assustada, correu em direção ao marido.
Disse que havia visto o vulto de um homem.
Sorrindo, Carlos respondeu que ela estava sugestionada com tudo o que presenciara.
Contudo, no dia seguinte, fora ele quem vira o vulto, não de um, mas de dois homens.
No quinto dia, o testamenteiro foi cumprimentado por um homem idoso, com vestes estranhas,
que lhe perguntara no jardim, se ele havia visto sua nora e seu filho.
Horas depois, fora abordado por um homem jovem, que também usava estranhas vestes.
O moço parecia aflito, atormentado. Perguntando ao testamenteiro, por que ele sofria tanto,
conseguiu deixar Lúcio confuso.
Perplexo, o homem comentou com Carlos e Rita, as cenas que acabara de presenciar.
No dia seguinte, depois do jantar, enquanto conversavam sobre amenidades, os três ouviram um
grito lancinante, vindo da sala, que distava de onde estavam.
O grito deixou-os aterrados.
Assustados e mesmo temerosos, os três foram até o local de onde partiram os gritos.
Ao lá chegarem, depararam-se com uma cena dantesca.
Um homem jovem, usavando vestes antigas, gemia. Trazia a cabeça entre as mãos.
Torturado, lamentava a perda da noiva.
Perguntava-se a todo o momento:
- Porque? Porque?
Parecia sofrer horrivelmente.
Ao notar que Rita, Carlos e Lúcio o observavam, perguntou por que eles o estavam olhando.
Como os três nada respondiam, começou a enfurecer-se.
Eduardo começou a arrastar móveis.
Nisto, Rita, Carlos e Lúcio, correram para longe dali.
Estavam assustados.
Rita, buscou o filho que estava em outra sala.
Apavorados, os três trancaram-se em um quarto.
No dia seguinte, o trio estava disposto a partir.
Não queriam ficar mais nem um minuto no castelo.
Nisto, trataram logo de tomarem o café da manhã.
Ao se dirigirem a sala, palco dos acontecimentos da noite anterior, qual não foi a surpresa dos três
ao se depararem com a visão do mesmo homem da noite anterior de pé.
Parecia sorrir para eles.
Rita, Lúcio e Carlos, não compreendiam o que se passava.
Foi então que Eduardo disse:
- Desculpe-me pelo espetáculo deplorável da noite anterior. Eu estava descontrolado, torturado
pela dor!
O trio permanecia calado.
O conde então, ao reparar em Rita, percebeu nela, semelhanças com sua falecida noiva.
Ficou perplexo.
- Julieta minha amada! Voltaste!
Carlos argumentou que ela não era Julieta, e sim sua esposa, Rita.
Lúcio explicou então, que eles eram parentes distantes de Eustáquio, o qual tivera sobrinhos que
se casaram. A árvore genealógica terminava em Carlos, que se casaram com Rita. Disse que o
casal tivera um filho, chamava-se André.
O conde, ficou furioso:
- Como se atrevem! A profanarem meu castelo!
Nisto, olhou para Rita.
- Traidora! Eu não te quero mais! Desprezaste o meu amor!
Rita saiu correndo assustada.
Ao perceber que havia assustado a moça, o conde pediu:
- Não vá ainda! Fique.
Rita, que já se encaminhava para a escada, segurando seu filho nos braços, deteve os passos.
Eduardo desculpou-se então.
Dizendo que há séculos vagava errante por aquelas terras, comentou que já não sabia exatamente
há quanto tempo sofria. Alegava sentir que séculos haviam se passado, talvez toda uma
eternidade.
Respondeu que torturado, procurava desesperadamente por seu pai e sua amada.
Contudo, para sua infelicidade nunca pode reencontrar-se com aqueles a quem amava.
Lamentando-se, comentou que sofria horrivelmente. Disse sentir que aquilo não era vida.
Argumentou que sentia necessidade de algo melhor. Todavia, não sabia como fazer como
conseguir.
Rita então, desfazendo-se de seu temor, perguntou:
- Não podemos ajudar?
Eduardo comentou que talvez pudessem, mas que ele não sabia como.
Pensando, a moça comentou que se ele se libertasse de sua mágoa, talvez conseguisse se libertar,
se desapegar das coisas terrenas.
Nervoso, Eduardo comentou que não era fácil se esquecer de que o haviam separado da pessoa a
quem mais amava. Disse ter descoberto que seu pai fora o responsável pelo passamento de sua
noiva, envenenando-a antes do casamento.
Amargurado, respondeu que o que ele não esperava, era estar matando o próprio filho.
Rita então, comentou que ele de fato, precisava se desfazer de sua tristeza, se libertar de seu
orgulho, e perdoar seu pai.
Lacrimoso, o conde respondeu que não podia perdoar seu pai, pelo mal que lhe fizera.
Resistia a idéia de se desapegar de seus afetos, de suas paixões.
Foi preciso tempo, para convencer aquela alma sofrida que o melhor a fazer seria se libertar de
seus rancores.
Trabalho árduo, a que os três se propuseram a auxiliar.
Rezaram, mentalizaram o momento do perdão. Sugeriram boas idéias ao conde.
Com o tempo, Eduardo se mostrou menos reticente.
Depois de muitas lágrimas, finalmente o conde mostrou-se apaziguado.
Chorando, disse que perdoava do fundo do coração seu pai, por todo o mal que este havia causado.
Pediu também perdão a Julieta, por haver sido tão fraco a ponto de não resistir a prova e se
entregar ao desânimo. Reconheceu que por conta disto, não fora possível o reencontro com aquela
a quem tanto amava.
Triste, comentou que por conta disto, talvez a tivesse perdido para sempre.
A seguir, recompondo-se, disse agradecido pelo desprendimento que eles tiveram com ele.
Emocionado, comentou que a generosidade era algo muito raro. Disse que eles eram pessoas de
bem.
Nisto, eis que surge um homem idoso.
Lúcio espantou-se. Comentou com o casal que já havia visto aquele homem perguntando pelo
filho.
O homem então, apresentou-se como Eustáquio – o pai do jovem.
Esclareceu que por conta de suas maldades, fora condenado a vagar pelo castelo e pela região em
seu entorno, sem direito a um descanso. Além disso, teria como punição não poder ficar ao lado
do filho, em que pese o mesmo vagar pelo mesmo local.
Erravam nos mesmos caminhos, mas nunca se encontravam.
Também sentia o martírio de ter sempre diante de si a imagem da moça, desfalecendo nos braços
do filho. E de Eduardo gritando desesperado, fazendo de tudo para salvar Julieta.
Sentia muita dor pelo sofrimento do filho. Contudo, sentiu ainda mais culpa por haver abreviado
a existência de seu único filho.
Estas lembranças eram o que lhe causavam mais dor.
Disse que em seus piores momentos de sofrimento, sempre pedia perdão ao filho, pelo mal que
lhe havia indiretamente infligido. Pensou levianamente que o amor não era tão grande.
Nisto, ao ver o filho diante de si, gritou:
- Perdão! Perdão! Perdão!
Em seguida, ajoelhou-se aos pés do filho.
Eduardo levantou-o e os dois se abraçaram.
Com isto, Eustáquio deu-se conta de que possuía ainda um débito a saldar.
Uma vítima ainda maior sofrera com sua maldade.
Lembrou-se de Julieta.
Aflito pediu, implorou para que ela o perdoasse.
Pediu ardentemente informações a respeito de sua situação. Afligiu-se ao constatar que ela
também poderia estar vagando, perdida, desorientada, pelo castelo.
Nisto, surgiu uma luz muito intensa.
Uma moça muito bonita, bastante semelhante a Rita, comentou que nenhum deles precisavam se
preocupar com ela. Julieta parecia alegre, feliz.
Disse que após seu passamento, encontrou-se logo em outro plano, sendo amparada por almas
acolhedoras e caridosas. Em que pese a brutalidade e violência do passamento, comentou que
pouco sofrera no momento do encontro com o lado espiritual.
Argumentou que estava bem, que não precisavam se preocupar com ela. Disse que a todo
momento rezava por eles.
Chorando, os dois se ajoelharam diante dela.
Ambos pediam perdão.
A certa altura, Eduardo levantou-se e pedindo para chegar mais perto, perguntou se poderia beijar-lhe o rosto.
Sorrindo, Julieta consentiu.
Nisto, os três espíritos foram envolvidos por uma imensa luz, e partiram.
Rita, Carlos e Lúcio, se entreolharam.
Perguntavam-se: teria sido tudo um sonho?
A resposta veio dois meses depois.
O trio, ao cumprir a exigência de viverem três meses no castelo, estavam prontos para partir.
Todavia, antes de se despedirem do castelo, decidiram arrumar o lugar.
Nisto, os moradores do local, ao tomarem conhecimento de que aquele era um bom lugar para se
viver, passaram a ter menos temores em relação ao local.
Assim, foi fácil arrumar empregadas para a arrumação do local.
E desta forma, o castelo, até então velho e abandonado, tornou-se um lugar habitável.
Nessa arrumação, as empregadas descobriram papéis, documentos.
Lúcio, ao se deparar com os documentos, descobriu o título de propriedade.
Deslumbrado, descobriu que o castelo fora construído por um barão, avô de Eustáquio.
Que após a tragédia que envolvera o Conde Eduardo, o castelo fora aos poucos sendo abandonado.
Descobriu que outros pretensos herdeiros tentaram viver no castelo, sem êxito.
Após certo tempo, todos saíam dali.
Pensou que este fato deve ter contribuído para a fama de mal assombrado, que o castelo tinha.
Descobriu cartas de amor do conde para sua amada, o discurso que fizera no enterro da mesma.
Espantado, depois de vasculhar os alfarrábios, descobriu uma carta, escrita em bela caligrafia, em
um papel de ótima qualidade com caneta tinteiro e lacrada com mata borrão.
Ao abrir a missiva, descobriu relatos de Eduardo, Eustáquio e Julieta.
Cada qual dizia estar bem, que Eustáquio estava se recuperando de suas faltas, para mais tarde
poder privar da convivência do filho; quanto a Eduardo, este havia se libertado de sua mágoa e
estava trabalhando com o firme propósito de vir a estar do lado de Julieta, a quem dedicava
profunda afeição. A moça por sua vez, dizia que estava trabalhando com o firme propósito de
auxiliá-los em seu progresso.
Por fim, os três desejavam felicidades a todos os que os auxiliaram.
Eustáquio dizia que o casal Rita e Carlos era mais que merecedor da herança. Provaram ser nobres
de caráter, valorosos.
Eustáquio pediu por fim, que cuidassem bem do castelo. Sugeriu que transformassem o local em
um lugar de estudo e de conhecimento, de esperança, para pessoas que nada tinham para sonhar.
Dizia com isto, estar de alguma forma, compensando o bem que lhe fora feito.
Lúcio apresentou os documentos ao casal.
Ávidos, leram com toda a atenção, a carta deixada pelos espíritos.
Confusos, Rita e Carlos, chegaram por um momento, a duvidar da autenticidade da
correspondência.
Contudo, ao conferirem as assinaturas da carta, com os documentos do castelo, perceberam que
as assinaturas eram semelhantes.
Mais tarde, ao realizarem um exame grafotécnico, a questão fora comprovada. As letras das cartas
eram dos antigos proprietários do imóvel.
As assinaturas das cartas, datavam dos anos sessentas.
De fato, os últimos acontecimentos não foram frutos de devaneios, ou resultado de estímulos a
mentes superexcitadas.
Era fruto sim, de algo real.
Nisto, o casal, atendendo o desejo post-mortem de Eustáquio, providenciaram para que o castelo
se transformasse em uma instituição de educação para órfãos.
E assim, Carlos e Rita puderam receber a herança da família de Eustáquio. A família deles.
Em agradecimento, passaram a celebrar missas em nome de seus antepassados.
Visitavam o túmulo da família.
Quanto ao túmulo de Julieta, este se encontrava em um lugar afastado do cemitério.
Rita mandou confeccionar uma bonita lápide para ele.
Também sugeriu que o túmulo da família fosse frequentemente cuidado.
E assim, terminou a história.
Lorena, Ana e Glória, ficaram terrificadas com a história fantasmagórica.
Contudo, em que pesem os sustos, comentaram que a história era muito bonita.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
em balões, com periodicidade semanal. Eis a fotonovela.
O jovem nobre, vivia solitário em um palácio.
Ou melhor, vagava pelo castelo, como uma alma assombrada.
Vivia atormentado pela lembrança de sua amada, que partira séculos atrás.
Amargurado, o homem não pode se casar com sua estimada Julieta.
Às vesperas do casamento, a moça morrera misteriosamente.
Enquanto experimentava o vestido de noiva, a moça começou a sentir mal estar.
O conde, que a observava experimentando o vestido, ficou deslumbrado com a visão da noiva.
Julieta estava muito bela.
Porém, qual não foi sua surpresa, quando percebeu que a moça começou a sentir-se mal.
Aflito, correu ao encontro da moça, não se importando em ser descoberto.
Nisto a moça trêmula, apoiou-se em seus braços. O mal estar só piorava.
Delirando, a moça pediu para não partir, dizia que ainda era muito cedo.
Aflita a costureira e suas assistentes, corriam de um lado para o outro, sem saber o que fazer.
Estavam aturdidas.
Julieta então, ergueu seu rosto, olhando fixamente para Eduardo.
Em seguida, fechou os olhos, a cabeça pendeu para trás.
Eduardo ficou desesperado.
Tentando revivê-la, borrifou água em seu rosto, chacoalhou-a, gritou, pediu, implorou para que
ela despertasse.
Nada.
Com isto, ao tocar o pulso da moça, Eduardo percebeu que não havia pulsação.
Ao obter a confirmação pelo médico, de que ela estava morta, Eduardo chegou a duvidar.
- Não! Não! Julieta não está morta!
Desesperado, o homem segurou a camisa do médico.
O conde precisou ser segurado.
O homem não podia acreditar que sua amada havia morrido.
O enterro, teve coroa de flores, cerimônia, pompa.
Eduardo exigiu que tudo fosse perfeito.
O enterro foi triste. Teve direito até a discurso.
Triste, o conde disse que Julieta era uma mulher inesquecível, e que sua perda era irreparável.
Revelou que nunca mais haveria uma mulher como ela, e que dificilmente gostaria de alguém
como gostara dela.
Quem acompanhou o enterro, compreendeu que aquilo era um arroubo decorrente da violência
com que a moça falecera.
Contudo, conforme o tempo passava, e nada das coisas melhorarem.
Eduardo permanecia triste e recluso.
Aflito, Eustáquio, tentou a todo custo, confortar o filho.
Em vão.
O conde definhava a olhos vistos.
O tempo foi passando. Suas forças foram se estiolando.
O rapaz faleceu pouco tempo depois.
Eutásquio enlouqueceu.
Louco, morreu sozinho.
Antes de morrer, ficava delirando. Dizia que havia matado Julieta, com vistas a ajudar o filho,
mas só havia conseguido fazer com que o moço abreviasse sua vida.
Louco, dizia que havia sangue em suas mãos. Sangue de dois inocentes.
Balbuciava os nomes de Julieta e de seu filho Eduardo.
O tempo passou, os séculos também.
Ainda assim, quem passava perto do castelo, jurava ver o vulto de um homem atormentado,
rondando a construção abandonada.
Diziam que o castelo era mal assombrado.
Muitos diziam que fantasmas habitavam o lugar, comportando-se como se ainda fossem vivos,
assustando os passantes.
Nisto, um homem corajoso, acompanhado de sua família, resolveu pernoitar no castelo.
A notícia espalhou-se pela região.
Muitos diziam que eram herdeiros, e que estavam no local para cumprir exigências do testamento,
e assim, não perderem o direito a herança.
E lá se foram eles.
O homem possuía uma linda esposa.
O casal possuía um filho pequeno.
Nisto, Carlos e Rita adentraram o castelo.
O casal espantou-se com o estado de abandono da construção.
Cuidadosa, Rita tratou logo de encontrar um aposento para se recolher com seu filho.
Ao notar que tudo estava muito sujo, solicitou a presença de arrumadeiras para limpar o local.
Contudo, como o local tinha fama de mal assombrado, não foi fácil arrumar mão de obra que se
dispusesse a tal mister.
Mesmo sendo bem pagas, as mulheres tinham medo de trabalhar no lugar.
Contudo, em que pese este fato, acabaram por conseguir três ajudantes.
O trabalho era árduo.
Contudo, ao cair da tarde, alguns cômodos do castelo se apresentavam em condições de
habitabilidade.
Finalmente o pequeno André teria um lugar para dormir.
Enquando a casa era parcialmente limpa, a família aproveitou para conhecer o lugarejo.
Em todo o lugar que passavam eram apontados.
Todos diziam que eles deviam ter cuidado em frequentar lugares mal assombrados.
Carlos achava graça. Considerava aquelas pessoas simplórias e crédulas demais.
Ao cair da tarde, voltaram para o castelo.
Encontraram parte do local limpo. Extenso, não seria possível limpar toda a propriedade em um
só dia.
Com efeito, as arrumadeiras foram regiamente pagas.
Lúcio, o testamenteiro, cuidou da remuneração, e da contratação das mulheres.
A noite, a família se recolheu para um dos quartos.
Lúcio recolheu-se em outro.
Durante a madrugada, Carlos e Rita, ouviram barulhos vindos da janela.
Assustados, levantaram-se para verificar o que era.
Nisto, ao se aproximarem da janela, tudo parecia tranquilo.
Contudo, era somente se recolherem novamente ao leito, para ouvirem mais uma vez o barulho.
André, começou a chorar.
Preocupada, Rita procurou consolá-lo.
A certa altura, ouviram barulho de batida na porta.
Assustaram-se.
Nisto Lúcio falou:
- Abram a porta! Sou eu!
Carlos abriu a porta.
Preocupado, o inventariante perguntou se eles também haviam ouvido barulhos estranhos.
Carlos respondeu então, que os barulhos eram galhos de árvore batendo na janela.
Nisto, tentando se tranquilizarem mutuamente, recolheram-se para os seus aposentos.
Não obstante este fato, os barulhos prosseguiram.
Em dado momento, foram objetos que passaram a ser arrastados.
A esta altura, Rita, Carlos e Lúcio, estavam apavorados.
A criança, só chorava.
Ao tentarem sair do castelo, tiveram a saída obstada.
Em dado momento, Rita tentou se aproximar do filho.
Como não conseguisse chegar perto dele, começou a chorar, implorando para que a deixassem
cuidar de seu filho.
A confusão diminuiu.
A mulher pode finalmente se aproximar do filho.
No dia seguinte, o casal planejou partir.
Lúcio então respondeu, que se deixassem o castelo, perderiam qualquer direito a reclamarem pela
herança.
Carlos decidiu então, permanecer mais uma noite.
Preocupado com a segurança de sua família, sugeriu que todos dormissem juntos, num mesmo
aposento.
E assim o fizeram.
Dormiram no mesmo quarto.
Curiosamente, na segunda noite, não ouviram barulhos, ou presenciaram quaisquer fenômenos
estranhos.
Durante o dia porém, Rita avistou um vulto.
Assustada, correu em direção ao marido.
Disse que havia visto o vulto de um homem.
Sorrindo, Carlos respondeu que ela estava sugestionada com tudo o que presenciara.
Contudo, no dia seguinte, fora ele quem vira o vulto, não de um, mas de dois homens.
No quinto dia, o testamenteiro foi cumprimentado por um homem idoso, com vestes estranhas,
que lhe perguntara no jardim, se ele havia visto sua nora e seu filho.
Horas depois, fora abordado por um homem jovem, que também usava estranhas vestes.
O moço parecia aflito, atormentado. Perguntando ao testamenteiro, por que ele sofria tanto,
conseguiu deixar Lúcio confuso.
Perplexo, o homem comentou com Carlos e Rita, as cenas que acabara de presenciar.
No dia seguinte, depois do jantar, enquanto conversavam sobre amenidades, os três ouviram um
grito lancinante, vindo da sala, que distava de onde estavam.
O grito deixou-os aterrados.
Assustados e mesmo temerosos, os três foram até o local de onde partiram os gritos.
Ao lá chegarem, depararam-se com uma cena dantesca.
Um homem jovem, usavando vestes antigas, gemia. Trazia a cabeça entre as mãos.
Torturado, lamentava a perda da noiva.
Perguntava-se a todo o momento:
- Porque? Porque?
Parecia sofrer horrivelmente.
Ao notar que Rita, Carlos e Lúcio o observavam, perguntou por que eles o estavam olhando.
Como os três nada respondiam, começou a enfurecer-se.
Eduardo começou a arrastar móveis.
Nisto, Rita, Carlos e Lúcio, correram para longe dali.
Estavam assustados.
Rita, buscou o filho que estava em outra sala.
Apavorados, os três trancaram-se em um quarto.
No dia seguinte, o trio estava disposto a partir.
Não queriam ficar mais nem um minuto no castelo.
Nisto, trataram logo de tomarem o café da manhã.
Ao se dirigirem a sala, palco dos acontecimentos da noite anterior, qual não foi a surpresa dos três
ao se depararem com a visão do mesmo homem da noite anterior de pé.
Parecia sorrir para eles.
Rita, Lúcio e Carlos, não compreendiam o que se passava.
Foi então que Eduardo disse:
- Desculpe-me pelo espetáculo deplorável da noite anterior. Eu estava descontrolado, torturado
pela dor!
O trio permanecia calado.
O conde então, ao reparar em Rita, percebeu nela, semelhanças com sua falecida noiva.
Ficou perplexo.
- Julieta minha amada! Voltaste!
Carlos argumentou que ela não era Julieta, e sim sua esposa, Rita.
Lúcio explicou então, que eles eram parentes distantes de Eustáquio, o qual tivera sobrinhos que
se casaram. A árvore genealógica terminava em Carlos, que se casaram com Rita. Disse que o
casal tivera um filho, chamava-se André.
O conde, ficou furioso:
- Como se atrevem! A profanarem meu castelo!
Nisto, olhou para Rita.
- Traidora! Eu não te quero mais! Desprezaste o meu amor!
Rita saiu correndo assustada.
Ao perceber que havia assustado a moça, o conde pediu:
- Não vá ainda! Fique.
Rita, que já se encaminhava para a escada, segurando seu filho nos braços, deteve os passos.
Eduardo desculpou-se então.
Dizendo que há séculos vagava errante por aquelas terras, comentou que já não sabia exatamente
há quanto tempo sofria. Alegava sentir que séculos haviam se passado, talvez toda uma
eternidade.
Respondeu que torturado, procurava desesperadamente por seu pai e sua amada.
Contudo, para sua infelicidade nunca pode reencontrar-se com aqueles a quem amava.
Lamentando-se, comentou que sofria horrivelmente. Disse sentir que aquilo não era vida.
Argumentou que sentia necessidade de algo melhor. Todavia, não sabia como fazer como
conseguir.
Rita então, desfazendo-se de seu temor, perguntou:
- Não podemos ajudar?
Eduardo comentou que talvez pudessem, mas que ele não sabia como.
Pensando, a moça comentou que se ele se libertasse de sua mágoa, talvez conseguisse se libertar,
se desapegar das coisas terrenas.
Nervoso, Eduardo comentou que não era fácil se esquecer de que o haviam separado da pessoa a
quem mais amava. Disse ter descoberto que seu pai fora o responsável pelo passamento de sua
noiva, envenenando-a antes do casamento.
Amargurado, respondeu que o que ele não esperava, era estar matando o próprio filho.
Rita então, comentou que ele de fato, precisava se desfazer de sua tristeza, se libertar de seu
orgulho, e perdoar seu pai.
Lacrimoso, o conde respondeu que não podia perdoar seu pai, pelo mal que lhe fizera.
Resistia a idéia de se desapegar de seus afetos, de suas paixões.
Foi preciso tempo, para convencer aquela alma sofrida que o melhor a fazer seria se libertar de
seus rancores.
Trabalho árduo, a que os três se propuseram a auxiliar.
Rezaram, mentalizaram o momento do perdão. Sugeriram boas idéias ao conde.
Com o tempo, Eduardo se mostrou menos reticente.
Depois de muitas lágrimas, finalmente o conde mostrou-se apaziguado.
Chorando, disse que perdoava do fundo do coração seu pai, por todo o mal que este havia causado.
Pediu também perdão a Julieta, por haver sido tão fraco a ponto de não resistir a prova e se
entregar ao desânimo. Reconheceu que por conta disto, não fora possível o reencontro com aquela
a quem tanto amava.
Triste, comentou que por conta disto, talvez a tivesse perdido para sempre.
A seguir, recompondo-se, disse agradecido pelo desprendimento que eles tiveram com ele.
Emocionado, comentou que a generosidade era algo muito raro. Disse que eles eram pessoas de
bem.
Nisto, eis que surge um homem idoso.
Lúcio espantou-se. Comentou com o casal que já havia visto aquele homem perguntando pelo
filho.
O homem então, apresentou-se como Eustáquio – o pai do jovem.
Esclareceu que por conta de suas maldades, fora condenado a vagar pelo castelo e pela região em
seu entorno, sem direito a um descanso. Além disso, teria como punição não poder ficar ao lado
do filho, em que pese o mesmo vagar pelo mesmo local.
Erravam nos mesmos caminhos, mas nunca se encontravam.
Também sentia o martírio de ter sempre diante de si a imagem da moça, desfalecendo nos braços
do filho. E de Eduardo gritando desesperado, fazendo de tudo para salvar Julieta.
Sentia muita dor pelo sofrimento do filho. Contudo, sentiu ainda mais culpa por haver abreviado
a existência de seu único filho.
Estas lembranças eram o que lhe causavam mais dor.
Disse que em seus piores momentos de sofrimento, sempre pedia perdão ao filho, pelo mal que
lhe havia indiretamente infligido. Pensou levianamente que o amor não era tão grande.
Nisto, ao ver o filho diante de si, gritou:
- Perdão! Perdão! Perdão!
Em seguida, ajoelhou-se aos pés do filho.
Eduardo levantou-o e os dois se abraçaram.
Com isto, Eustáquio deu-se conta de que possuía ainda um débito a saldar.
Uma vítima ainda maior sofrera com sua maldade.
Lembrou-se de Julieta.
Aflito pediu, implorou para que ela o perdoasse.
Pediu ardentemente informações a respeito de sua situação. Afligiu-se ao constatar que ela
também poderia estar vagando, perdida, desorientada, pelo castelo.
Nisto, surgiu uma luz muito intensa.
Uma moça muito bonita, bastante semelhante a Rita, comentou que nenhum deles precisavam se
preocupar com ela. Julieta parecia alegre, feliz.
Disse que após seu passamento, encontrou-se logo em outro plano, sendo amparada por almas
acolhedoras e caridosas. Em que pese a brutalidade e violência do passamento, comentou que
pouco sofrera no momento do encontro com o lado espiritual.
Argumentou que estava bem, que não precisavam se preocupar com ela. Disse que a todo
momento rezava por eles.
Chorando, os dois se ajoelharam diante dela.
Ambos pediam perdão.
A certa altura, Eduardo levantou-se e pedindo para chegar mais perto, perguntou se poderia beijar-lhe o rosto.
Sorrindo, Julieta consentiu.
Nisto, os três espíritos foram envolvidos por uma imensa luz, e partiram.
Rita, Carlos e Lúcio, se entreolharam.
Perguntavam-se: teria sido tudo um sonho?
A resposta veio dois meses depois.
O trio, ao cumprir a exigência de viverem três meses no castelo, estavam prontos para partir.
Todavia, antes de se despedirem do castelo, decidiram arrumar o lugar.
Nisto, os moradores do local, ao tomarem conhecimento de que aquele era um bom lugar para se
viver, passaram a ter menos temores em relação ao local.
Assim, foi fácil arrumar empregadas para a arrumação do local.
E desta forma, o castelo, até então velho e abandonado, tornou-se um lugar habitável.
Nessa arrumação, as empregadas descobriram papéis, documentos.
Lúcio, ao se deparar com os documentos, descobriu o título de propriedade.
Deslumbrado, descobriu que o castelo fora construído por um barão, avô de Eustáquio.
Que após a tragédia que envolvera o Conde Eduardo, o castelo fora aos poucos sendo abandonado.
Descobriu que outros pretensos herdeiros tentaram viver no castelo, sem êxito.
Após certo tempo, todos saíam dali.
Pensou que este fato deve ter contribuído para a fama de mal assombrado, que o castelo tinha.
Descobriu cartas de amor do conde para sua amada, o discurso que fizera no enterro da mesma.
Espantado, depois de vasculhar os alfarrábios, descobriu uma carta, escrita em bela caligrafia, em
um papel de ótima qualidade com caneta tinteiro e lacrada com mata borrão.
Ao abrir a missiva, descobriu relatos de Eduardo, Eustáquio e Julieta.
Cada qual dizia estar bem, que Eustáquio estava se recuperando de suas faltas, para mais tarde
poder privar da convivência do filho; quanto a Eduardo, este havia se libertado de sua mágoa e
estava trabalhando com o firme propósito de vir a estar do lado de Julieta, a quem dedicava
profunda afeição. A moça por sua vez, dizia que estava trabalhando com o firme propósito de
auxiliá-los em seu progresso.
Por fim, os três desejavam felicidades a todos os que os auxiliaram.
Eustáquio dizia que o casal Rita e Carlos era mais que merecedor da herança. Provaram ser nobres
de caráter, valorosos.
Eustáquio pediu por fim, que cuidassem bem do castelo. Sugeriu que transformassem o local em
um lugar de estudo e de conhecimento, de esperança, para pessoas que nada tinham para sonhar.
Dizia com isto, estar de alguma forma, compensando o bem que lhe fora feito.
Lúcio apresentou os documentos ao casal.
Ávidos, leram com toda a atenção, a carta deixada pelos espíritos.
Confusos, Rita e Carlos, chegaram por um momento, a duvidar da autenticidade da
correspondência.
Contudo, ao conferirem as assinaturas da carta, com os documentos do castelo, perceberam que
as assinaturas eram semelhantes.
Mais tarde, ao realizarem um exame grafotécnico, a questão fora comprovada. As letras das cartas
eram dos antigos proprietários do imóvel.
As assinaturas das cartas, datavam dos anos sessentas.
De fato, os últimos acontecimentos não foram frutos de devaneios, ou resultado de estímulos a
mentes superexcitadas.
Era fruto sim, de algo real.
Nisto, o casal, atendendo o desejo post-mortem de Eustáquio, providenciaram para que o castelo
se transformasse em uma instituição de educação para órfãos.
E assim, Carlos e Rita puderam receber a herança da família de Eustáquio. A família deles.
Em agradecimento, passaram a celebrar missas em nome de seus antepassados.
Visitavam o túmulo da família.
Quanto ao túmulo de Julieta, este se encontrava em um lugar afastado do cemitério.
Rita mandou confeccionar uma bonita lápide para ele.
Também sugeriu que o túmulo da família fosse frequentemente cuidado.
E assim, terminou a história.
Lorena, Ana e Glória, ficaram terrificadas com a história fantasmagórica.
Contudo, em que pesem os sustos, comentaram que a história era muito bonita.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
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