Poesias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

OS SONS QUE A GENTE OUVE – A CANÇÃO NO TEMPO CONTEMPORANEIDADE

Capítulo 2

Certo dia, a moça resolveu fazer um passeio.
Chegou a ir até o extremo da cidade.
Perdida, caminhou por um lugar bonito, onde depois de uma longa caminhada, encontrou um
rio.
Caminhou, caminhou, até encontrar um barco.
A moça parecia desorientada.
Rodrigo ao avistá-la, tratou de chamar seu pai, Amilton.
Aflito, o moço apontou para a moça.
A garota, aproximou-se do barco e ficou a observá-lo.
Nisto Amilton aproximou-se da moça. Perguntou:
- Moça? Moça? Você é daqui?
Nada de resposta.
Amilton perguntou-lhe então:
- Como é seu nome?
Silêncio.
Rodrigo resolveu conversar com a moça.
Disse que estava ficando tarde e que precisavam voltar para casa. Perguntou a moça se ela estava
entendendo o que eles estavam falando.
- Sim. Entendo ...
Nisto Rodrigo reiterou as perguntas do pai.
A moça, sem conseguir conectar as idéias, respondeu que havia planejado dar uma volta por São
Paulo e acabou parando por ali.
Disse que havia entrado em vários ônibus até chegar ao lugar. Por fim, disse que se lembrava de
haver caminhado muito, até chegar ali. 
Nervosa, respondeu quase chorando, que não se lembrava de mais nada.
Amilton e Rodrigo se entreolharam. 
Estavam preocupados.
Amilton percebendo que a moça esta dispersa, chamou o filho para perto do rio, e comentou com
ele cochichando:
- E essa agora. O que fazemos?
- Não podemos deixar a moça aqui. É perigoso.
Amilton concordou. 
Contudo, argumentou que não poderia alojar a moça em sua casa por tempo indeterminado.
Rodrigo sugeriu então que se ocupassem de levá-la para casa. 
No dia seguinte, acabariam encontrando uma solução.
Amilton concordou com a sugestão do filho.
Nisto, os dois rapazes se aproximaram da moça, que a esta altura contemplava a imensidão do
rio.
Rodrigo, chamou-a:
- Moça! Venha conosco. Estamos voltando para casa. Você não pode ficar sozinha aqui, é muito
ermo.
A garota ao ouvir o chamado, balançou a cabeça negativamente.
Tentou correr, mas Amilton a conteve.
Dizendo para ela não se assustar, afirmou que não iria fazer-lhe nada de mal.
Olhava diretamente para os olhos da moça.
Rodrigo então se aproximou, estendeu sua mão e pediu para ela os acompanhasse.
Aflita, sem saber direito o que fazer, a moça segurou a mão do rapaz.
Nisto Amilton auxiliou-a a entrar no barco.
E assim, os três seguiram até o outro lado do rio.
Ao chegarem na margem, a moça avistou uma bonita casa de campo. 
Ampla, acolhedora.
Rodrigo respondeu que era ali que moravam.
- Bonita! – respondeu a moça.
Amilton e Rodrigo, conduziram a moça a casa.
Prepararam o jantar, e usando de um pouco de convencimento, fizeram com que a moça comesse
um pouco.
Em seguida Amilton resolveu fazer algumas perguntas a moça, que atordoada, nada conseguia
responder. 
Dizia não se lembrar onde morava, quem era sua família.
 Nem de seu nome se lembrava.
Rodrigo e Amilton só conseguiram descobrir que a moça vinha de São Paulo.
Percebendo que a moça permanecia atordoada, Amilton solicitou que o filho arrumasse um dos
quartos para que ela pudesse dormir.
Depois da arrumação, a moça foi conduzida para o quarto.
Nisto ela, exausta, atirou-se na cama e dormiu.
Enquanto isto, Amilton e Rodrigo discutiam o que fazer com a moça.
Preocupado, Amilton disse ao filho, que precisavam comunicar o desaparecimento da moça para
a polícia.
Ao ouvir isto, Rodrigo questionou a providência a ser tomada. Perguntava:
- Isto é realmente necessário?
Amilton argumentou que precisavam fazer isto, pois caso não o fizessem, poderiam ainda serem
acusados de seqüestro.
Com isto, só coube a Rodrigo aceitar.
Nisto, no dia seguinte Amilton foi até a delegacia de polícia. 
Lá o homem comunicou o desaparecimento de uma moça morena, de estatura mediana e de cabelos pretos e compridos.
O homem comentou que a moça estava perdida, desorientada, não se lembrava de onde vinha,
apenas que saira de São Paulo, vindo a se encontrar naquelas paragens.
Respondeu que ao ver que a moça estava sozinha, ele e seu filho se encarregaram de levá-la para
casa.
O delegado registrou o ocorrido. 
Informou que iria até a casa de Amilton fazer algumas perguntas a moça. 
Relatou que iria verificar que em São Paulo estava sendo procurada uma moça com aquelas características.
Visando obter maiores informações, perguntou se a moça realmente não sabia de onde viera. 
Amilton respondeu que fez esta pergunta a moça, e ela não soube informar seu paradeiro.
Com efeito, ao despertar, a moça se assustou ao se deparar com um ambiente estranho. Levantou-se. Olhou em volta.
Sentou-se na cama.
Nisto Rodrigo bateu na porta.
Pedindo licença, perguntou se poderia entrar.
Sem saber o que dizer, a moça acabou respondendo que podia.
Rodrigo adentrou o quarto.
Ao ver que a moça estava sentada na cama, perguntou se estava tudo bem.
Aturdida, a garota perguntou onde estava.
Rodrigo ficou surpreso com a pergunta:
- Então não se lembra? Você estava desorientada, caminhava perdida por estas paragens. Ao
vê-la neste estado, conduzimos você até esta casa.
A moça começou a pensar. Colocando as mãos na cabeça, a garota lembrou-se dos últimos
acontecimentos.
Diante disto, respondeu que sim, se recordava.
Nisto o moço perguntou seu nome.
A moça tentou se lembrar. Realizou um esforço muito grande.
Rodrigo percebendo isto, pediu para que ela deixar isto para depois. 
Comentou que havia preparado um café da manhã.
Nisto a moça comeu cereais, frutas, leite, suco, pão com frios, queijo branco. Tudo que era
oferecido a ela, aceitava de bom grado.
Rodrigo comentou que ela estava com muita fome.
Belo contraste em relação ao jantar frugal do dia anterior.
O moço comentou que dali a pouco iria trabalhar, e que seu pai havia dado uma saída e que
retornaria dentro em breve.
Com isto, Amilton retornou da delegacia.
Rodrigo comentou que ela havia tomado o café da manhã.
Amilton falou que precisava conversar com a moça.
Assim o fez. 
Contou a moça que comparecera na delegacia da cidadezinha, e que relatou seu desaparecimento ao delegado.
A garota demonstrou que ficou contrariada.
O homem por sua vez, argumentou que não poderia ter agido diferente sob pena de ser acusado
mais tarde, de seqüestro.
A moça então desculpou-se pelo incômodo. Comentou que iria embora dali.
Amilton disse que não havia necessidade. Perguntou-lhe então, se havia se recordado de alguma
coisa.
A moça respondeu que não.
Nisto ouviu uma voz chamando: “Sônia”.
Voltou-se. 
Olhando para Amilton, perguntou se ele a havia chamado.
O homem respondeu que não.
A moça respondeu que havia se lembrado de seu nome. 
Respondeu que se chamava Sônia.
Mais tarde pai e filho saíram para trabalhar.
A moça permaneceu sozinha em casa.
Fechada na casa, circulou pelo imóvel. Ao achar livros, pegou um deles e começou a ler.
Ao voltarem do trabalho, perceberam que a moça havia lavado a louça e arrumado os utensílios
da cozinha.
Amilton agradeceu a gentileza. Perguntou-lhe se havia se lembrado de mais alguma coisa.
Nervosa, a moça respondeu que não.
- Está bem Sônia!
Durante o jantar, o delegado compareceu na residência.
Diante disto, foi convidado para a ceia.
Enquanto jantava, resolveu fazer algumas perguntas a moça, que nervosa, respondeu que não se
lembrava de nada. Recordou-se que viera de São Paulo, e que chamava-se Sônia. 
Jandir, recomendou-lhe não ficar nervosa. Disse que estava apenas tentando auxiliá-la a encontrar
sua família.
Mais tarde, o homem se despediu de Amilton e Rodrigo. Prometeu que continuaria investigando
e que havendo novidade, comunicaria os fatos.
Sônia recolheu-se.
Rodrigo então, criticou a atitude do pai. Dizendo que ele devia ter preparado o espírito da moça,
argumentou que Jandir fora muito incisivo com ela.
Amilton concordou. 
Respondeu que conversaria com Jandir.
Nisto, os dois foram se recolher.
No dia seguinte Amilton foi conversar com o delegado.
Jandir por sua vez, prometeu que seria mais sutil nas próximas abordagens. 

Luciana Celestino dos Santos 
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

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