Poesias

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

OS SONS QUE A GENTE OUVE – A CANÇÃO NO TEMPO ANOS SESSENTAS – NOS EMBALOS DA GUARDA GUARDA

Capítulo 6

Nisto Ana passou a se encontrar com Marcos.
O moço porém, não parecia muito interessado na moça.
Tanto que procurava um meio de perguntar por Lorena.
Ao tomar conhecimento de que a moça estava namorando, ficou desapontado.
Ana também estava triste com tanta indiferença.
A moça foi contar suas mágoas para Glória, que a censurou.
Dizendo que ela estava colhendo que o havia plantado, comentou que ela precisava encontrar
alugém que gostasse dela de verdade, que a valorizasse.
Foi o bastante para Ana brigar com Glória.
Não satisfeita em brigar com Glória, Ana foi tomar satisfações com Lorena.
Dizendo que ela estava namorando Marcos, exigiu que Lorena se afastasse dele.
A moça então, dizendo que não estava interessada em Marcos, comentou que estava namorando
Ronaldo.
Ana retrucou malcriada:
- Pois então se ocupe de seu namorado e pare de se importar com o meu!
Lorena achou graça.
Certo dia, voltando da escola, Marcos ficou seguindo-a do carro.
Lorena preferiu ignorá-lo.
O moço não se deu por vencido.
Desceu do carro e começou a correr atrás dela.
- Lorena! Lorena! – gritou.
A moça continuou seguindo seu caminho.
Marcos alcançando-a, segurou sua mão.
Lorena irritada, tentou se desvencilhar. Percebendo que o moço não a soltaria, exigiu que ele a
soltasse.
Marcos atendeu-a.
Lorena continuou sua marcha.
O moço, ao vê-la indo embora, pediu para que ela o escutasse.
Impaciente, a moça perguntou:
- O que você quer?
Marcos respondeu então, que estava arrependido. Disse que gostaria de voltar a namorá-la.
Comentou que se ela o aceitasse de volta, ele seria um novo namorado. Mais atento, mais gentil.
Lorena respondeu então, que não estava interessada.
Argumentando que estava muito bem com Ronaldo, afirmou que o tempo dos dois ficaram juntos havia passado, e que ele deveria arrumar
outra pessoa para gostar.
Marcos ficou arrasado.
Nervoso, virou as costas para ela.
Encaminhou-se até o lugar onde deixara o carro, e saiu em alta velocidade.
Nervoso, o moço ligou o rádio. Naquele momento tocava a canção:
“Se você pretende saber quem eu sou
Eu posso lhe dizer
Entre no meu carro na estrada de Santos
E você vai me conhecer

Você vai pensar que eu não gosto nem mesmo de mim
E que na minha idade só a velocidade
Anda junto a mim

Só ando sozinho
E no meu caminho o tempo é cada vez menor
Preciso de ajuda
Por favor me acuda
Eu vivo muito só

Se acaso numa curva eu me lembro do meu mundo
Eu piso mais fundo
Corrijo num segundo
Não posso parar

Eu prefiro as curvas da estrada de Santos
Onde eu tento esquecer
Um amor que eu tive
E vi pelo espelho na distância se perder

Mas se o amor que eu perdi eu novamente encontrar
As curvas se acabam
E na estrada de Santos não vou mais passar
Não, não vou mais passar
As Curvas Da Estrada de Santos - Composição: Roberto Carlos/Erasmo Carlos”

Marcos estava arrasado.
Depois de dirigir por muito tempo, o moço estacionou o carro e rumou para um bar.
No local bebeu whiske, conhaque, vodca, gim, rum.
Contou suas mágoas para todos os que circulavam pelo balcão.
Cantou:
“Garçom, aqui nessa mesa de bar
Você já cansou de escutar,
Centenas de casos de amor

Garçom, no bar todo mundo é igual,
Meu caso é mais um é banal
Mas preste atenção por favor

Saiba que meu grande amor
Hoje vai se casar
Mandou uma carta pra me avisar,
Deixou em pedaços o meu coração

E pra matar a tristeza, só mesa de bar
Quero tomar todas, vou me embriagar
Se eu pegar no sono, me deite no chão

Garçom, eu sei, estou enchendo o saco,
Mas todo bebum fica chato
Valente, e tem toda razão

Garçom, mas eu, eu só quero chorar
Eu vou minha conta pagar,
Por isso eu lhe peço atenção

Saiba que meu grande amor hoje vai se casar
Mandou uma carta pra mim avisar,
Deixou em pedaços o meu coração
E pra matar a tristeza, só mesa de bar
Quero tomar todas, vou me embriagar
Se eu pegar no sono, me deite no chão
Garçon – Reginaldo Rossi”

Cantou com a voz frouxa. Bêbado, saiu do bar. Rumou para o carro.
Durante algum tempo, ficou procurando o lugar onde havia estacionado o veículo.
Nisto, ao encontrar o veículo, saiu em disparada.
Bêbado, continuou a cantar:
“Esta é mais uma noite
Que eu não vou dormir direito
É a saudade de tão grande
Já não cabe no meu peito

Meu amor, para mim
Não é possível esconder
A vontade que eu sinto
De voltar para você

Eu ando por toda parte
E vivo a me perguntar
Por que esta noite é triste
Em que rua você mora
Onde posso lhe encontrar

Eu corro, e as luzes da avenida
Refletem em cada rosto
O seu sorriso, seu sorriso
O seu sorriso, seu sorriso
Eu ando por toda a parte
E vivo a me perguntar

Por que esta noite é triste
Em que rua você mora
Onde posso lhe encontrar
Eu corro, e as luzes da avenida
Refletem em cada rosto

O seu sorriso, seu sorriso
O seu sorriso, seu sorriso
O seu sorriso, seu sorriso.
Luzes da Avenida – Wanderley Cardoso”

Nisto, parou o carro e começou a chorar.
Amargurado, o rapaz sofreu com a rejeição.
Maltratando Ana, acabou fazendo com que ela se afastasse dele.
Cansada, a moça acabou terminando o namoro.
Marcos, indiferente aos sentimentos da moça, vivia paquerando outras garotas na frente dela.
Ao perceber que o moço não iria mudar, cansou-se.
Ana brigou com o namorado.
Disse que não queria mais vê-lo, que ela a havia decepcionado muito.
Marcos por sua vez, demonstrando indiferença, comentou que achava ótima a decisão da moça.
Com o tempo porém, começou a perceber que Ana era uma garota muito especial.
A moça, ao perceber que havia sido injusta com Glória e Lorena, tratou logo de pedir desculpas
as amigas.
Lorena e Glória, pediram logo que ela se esquecesse daquilo.
Nisto, o trio voltou a ser visto junto.
Marcos passou então a ligar para Ana.
Arrependido, comentou que estava disposto a tratá-la como uma princesa.
Dizendo que estava cansado de fazer tantas besteiras, pediu perdão.
Com os olhos suplicantes, disse que ainda que passasse a vida inteira pedindo perdão, não
conseguiria se redimir de tudo o que havia feito de errado.
A moça por sua vez, relutou em aceitar o pedido de desculpas.
Tentando convencê-la, o moço começou a cantar:
“Todo tempo que eu vivi,
Procurando o meu caminho,
Só cheguei a conclusão
Que eu não vou achar sozinho.

Oh, Ana, Ana, Ana,
Oh oh, oh oh Ana,
Que saudade de você.
Toda essa vida errada
Que eu vivi até agora,
Começou naquele dia,
Quando você foi embora...
Oh Ana, Ana, Ana,
Oh oh oh oh Ana,
Que saudade de você.

Ana eu me lembro com saudade
Do nosso tempo nosso amor nossa alegria,
Agora só te vejo nos meus sonhos

E quando acordo minha vida é tão vazia.
Oh Ana, Ana, Ana,
Oh oh oh oh Ana,
Que saudade de você.
Ana – Roberto Carlos”

Nisto, ao final de alguns dias, Marcos acabou por se reconciliar com Ana.
Glória e Sandro também passaram a serem vistos vistos juntos.
Amanda estava feliz com César.
Ronaldo e Lorena estavam bem.
Tiveram um pequeno estremecimento por conta da insistência de Marcos em retomar o namoro,
mas a rusga logo passou.
Não que o moço não tivesse sofrido.
O conflito porém, foi breve.
Marcos, num gesto de desespero, roubou um beijo da moça.
Ronaldo, ao presenciar a cena, brigou com a moça.
Lorena tentou se explicar, sem êxito.
Ana também presenciou a cena e brigou com ela.
Chamou-a de descarada.
Em seguida, Lorena deu um tapa no rosto de Marcos.
Desolado, Ronaldo foi de carro para casa.
Enquanto dirigia, só conseguia se lembrar da cena.
Nervoso, deixou o carro em sua casa. Foi caminhar.
No caminho, em dado momento agaixou-se.
Depois de chutar as pedrinhas que encontrou nas calçadas, Ronaldo se encolheu em um canto, e
começou a chorar.
Chorou.
Chorando levantou-se e continuou a caminhada.
Enquanto andava, cantava baixinho:
“Se a vida inteira
Você esperou
Um grande amor
E de triste, até chorou
Sem esperanças
De encontrar alguém

Fique sabendo que eu
Também andei sozinho
E sem ninguém pra mim
Fiquei sem entregar
O meu carinho

Se na tua estrada
Não houve flor
Foi só tristeza, enfim
E em cada dia
Sem ter amor
Foi tudo tão ruim

Vou confessar então
Meu coração
Não quer mais existir
Meus olhos vermelhos
Cansados de chorar
Querem sorrir

Ah, Por isso
Foi que eu decidi
Não fico
Nem mais, um minuto aqui
Eu vou buscar
O meu amor, o meu amor

Eu nunca tive alguém
Agora vou,
Olhar você meu bem
Guarde o meu coração

Que nunca mais eu vou
Deixar você tão só
E nunca mais eu vou
Deixar você tão só
E nunca mais eu vou
Ficar também tão só
Eu Não Vou Deixar Você Tão Só – Antonio Marcos”

Magoado, Ronaldo não atendia os telefonemas de Lorena.
Triste, a moça só tinha vontade de chorar.
Natália aflita, tentava conversar com a filha, mas ela se recusava a contar o que estava
acontecendo.
No hospital, Ronaldo evitava a presença de Natália.
Sozinha em seu quarto, Lorena ouvia uma canção no rádio:
“Quando alguém se apaixona
Fica bobo, fica louco
Perde a Razão

Não adianta conselhos
Está preso dominado
Pelo Coração

Eu juro não posso entender
Repare você pode ver
Quando alguém se apaixona

Logo esquece as amizades
Que sempre prezou
É capaz de ir ao espaço
Pra buscar aquela estrela
Que ela gostou

Eu juro não posso entender
Repare você pode ver
Quando alguém se apaixona
Fica bobo, fica louco
Perde a Razão

Eu sei...
Já fui apaixonado
Está tudo acabado
E só agora eu posso ver

As coisas que eu fazia
O mundo em que eu vivia
Tão tarde que fui perceber (BIS)

Quando alguém se apaixona
Não admite que ninguém
Venha lhe criticar

Mesmo estando tudo errado
Não consegue não procura
Nada enxergar

Eu juro não posso entender
Repare você pode ver
Quando alguém se apaixona
Fica bobo, fica louco
Perde a Razão

Eu sei...
Já fui apaixonado
Está tudo acabado
E só agora eu posso ver
As coisas que eu fazia
O mundo em que eu vivia
Tão tarde que fui perceber (BIS)

Quando alguém se apaixona
Fica bobo, fica louco
Perde a Razão
Não adianta conselhos
Está preso dominado
Pelo Coração (BIS)
Quando alguém...
Quando Alguém Se Apaixona – Cléo, o Galante”

Ao ouvir a letra da música, a moça recordou-se dos momentos alegres ao lado de Ronaldo.
Dos beijos, dos passeios, das palavras carinhosas.
Lembrar-se dos momentos felizes, lhe acalmava o coração.
Contudo, as lembranças felizes duravam pouco.
Logo vinha a mente a humilhação e a injustiça infligida pelo ser amado.
Recordação dolorosa que a fazia chorar.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

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