Poesias

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

"Lumen Iures"

Para começar, ontem quando eu estava relendo algumas matérias de uma revista antiga que possuía guardada entre meus pertences, ocorreu-me a idéia de possuir um diário. No entanto, nunca tive disciplina para manter um “recuerdo”, tão precioso quanto este. Sempre fui muito indisciplinada. Tudo começava com um grande entusiasmo e depois se esmorecia como se fora brisa. Mas agora, quero novamente tentar. Prometo que me dedicarei mais aos meus escritos, há muito abandonados. Yo creo que seras bueno para mí. Ademais, mal não me fará. Sempre quis ter um diário e sempre admirei quem tinha disciplina para fazê-lo.
A alguns anos escrevia com certa regularidade cartas celebrando momentos especiais, ou até mesmo, lembranças minhas. Contudo, já faz algum tempo que não escrevo mais com tal assiduidade. Em dados momentos, chega-me a faltar inspiração. Sinto que de certa feita, perdi a prática e a paciência em escrever. Mas de ver tantos exemplos de pessoas que escrevem, seja na vivência cotidiana, em reportagens de revista ou até mesmo na ficção, todos escrevem, sem contar que para muitos, é o seu meio de vida. Também adoro ler, e recentemente, por causa de alguns dos meus escritos, tenho me preocupado particularmente em aumentar meu vocabulário. Escrever um diário também é uma forma de o fazer, além de estimular a estar sempre escrevendo belas palavras para as pessoas. Não que elas venham a ler os meus escritos, mas me estimulará a continuar escrevendo meus cartões. E se me faltar inspiração, posso escrever o principal em tuas linhas e depois dedilhar no teclado do computador as delicadas palavras que te acometeram. Isso facilitará deveras o meu trabalho e fará com que eu não me esqueça de nenhuma data importante. Não vou mais me esquecer do aniversário de ninguém. Como vês, já estou ansiando por tua presença no meu dia-a-dia. Para que eu te possa contar as novidades, o meu mundo novo e o meu muitas vezes intangível, velho mundo. Quero te conhecer melhor, aperfeiçoar-me como ser humano, me aprimorar, e até mesmo, quem sabe, compreender o mundo.
Quero escrever lindas coisas em suas linhas, mas também quero dizer coisas contundentes, ferozes, vorazes. Quero me desvendar e desvendar o mundo. Quero ser mais feliz e que você seja feliz por isso. Como podes perceber, você fará parte do meu mundo. Um dos mais ricos pedaços do mundo do qual faço parte. Quero compartilhar minha vida de certa maneira com você, em todas as suas folhas. Com isso, aproveitarei meu tempo, de forma prazerosa. Acredito que com isso, passarei a olhar o mundo com mais cuidado, até para observar sua discreta beleza escondida na dureza que tanto nos acostumamos a observar. Desejo enxergar além do óbvio, do banal. Quero contar a essência das coisas, dos seres, de mim. Ver que tudo em si tem encanto. No meu desiderato almejo igualmente, descarregar meus ódios, minha amargura, minha tristeza e minha insatisfação em ti. E não penses que sou má por isso. Quero apenas que conheças a minha verdade. Que sejas como aquela tão bela canção entoada por Chico Buarque de Hollanda:
“Serei sempre seu,
Confidente fiel
Se seu pranto molhar
Meu papel...”
Portanto não guardes mágoa por isso. Sejas feliz. Porque assim mesmo te prometo ser diferente da música. Nunca te esquecerei num canto qualquer. Por agora findo meu entróito, e já o considero como presente em minha vida. Então começarei a contar meu dia-a-dia e o que se passa na minha mente.

Luciana Celestino dos Santos
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