Em meio a comemoração, vestida de festa
Lá vai a moça a destra,
Aceitar um convite para dançar
Envolvida em uma atmosfera de perfume suave,
E vestes diáfanas
Cabelos presos em uma diadema de flores,
A ornarem as madeixas,
Lindas e coloridas flores,
A preencherem as tramas da coroa
E alguns pensamentos a cingirem a fronte branca
E a jovem em meio a esculturas e convivas,
A dançar, a bailar,
Em passos leves e encantadores
Apreciando o suave brilho das estrelas
A desenharem uma linda cortina de luzes
Na abóbada celeste
Encontro das deidades
Em meio a florido Olimpo
E as verdades, a permearem os caminhos
Os caminhos e as distâncias
E um copo de cólera
A ira e as rixas a invadirem os salões
E as constelações de estrelas a rivalizarem
Em beleza, com as deusas do salão
Então o pomo da discórdia instalou-se
No ambiente mal estar
A competição grassando em todos os arrabaldes
E um jovem de grande beleza
A tudo decidir,
Conferindo a déia,
O título de mais bela do Olimpo
Para desencanto a todas as ninfas,
Que habitavam o salão
As quais se indignavam,
Ao ver tão bela mulher ao lado de jovem tão lindo!
Manifestação primeira da inveja
No início, a observamos as características físicas
E detratamos os portadores de atributos,
Que supostamente nos ameaçam
Depois começamos a observar seus modos,
Seus usos, seus costumes,
Seu jeito de a vida levar
E concluímos quase sempre
Que a grama do vizinho é mais verde que a nossa!
Mas como não queremos dar o braço a torcer
Tratamos logo de desmerecê-lo
O ser, que nada mais fez do que ir a luta
Pois se algo tem é porque,
Não ficou a perder tempo,
Cultivando invejas, e rancores,
E tampouco a maledicência!
Visto que tratou logo de cuidar de sua vida
Ah, se todos aprendessem tão valiosa lição!
Ninfas belas não nutririam mágoas
Tristezas e dissabores sem fundamento
Imaginando-se ao lado de tão linda figura
Pois cuidariam de por seus próprios meios,
A um deus cativar,
Ou em não sendo possível,
A todos cativar, com seus cuidados
De alma da natureza!
E a jovem e feliz dançarina,
Feliz e indiferente a toda a confusão
Tratou logo de se apartar do conflito
Prosseguindo em sua dança celeste,
A contemplação astral,
Estrelas várias,
A lua branca, em seu formato arredondado
Seu mistério de luar,
A compor cenários de estrelas
Fugidias, coloridas, cintilantes,
Satélites, corpos etéreos a riscar os céus
Muitas luzes em olímpico cenário
E seu vestido leve a acompanhar os contornos da brisa
E a maravilha da criação
Afigurando-se ante seus olhos maravilhados
Em seus pensamentos tudo estava bem,
A festa estava linda
E a olímpica contenda não dissipou,
Os bons perfumes e a alegria das celestes comemorações!
Afinal de contas, atravessara constelações de estrelas,
As mais diversas, grandes, pequenas
Acompanhou de perto, explosões
Fagulhas de criações
Um universo em expansão
Negros buracos abismais,
A engolirem pequenos universos
Em seu interior indevassável
Estrelas a sondá-lo, rondá-lo
Nebulosas, cometas
Muitas luzes, mil sóis
Entre tantos satélites a irradiarem vida e luz!
E os míticos seres a se afastarem
E a jovem donzela acompanhada,
Adormecendo em verdes campos
A acordar sobressaltada,
Percebe que sozinha está,
Está sozinha a caminhar por campos
Ermas paragens,
Pessoas poucas a habitarem o lugar
A moça desolada a andar
Percorre caminhos floridos e ensolarados,
Outros por vezes sombrios e desolados
Vazios das gentes
Cenários tristes, misérias humanas
Fome de conhecimento, fome de afeto
Miséria afetiva, miséria material
E a moça a se indagar qual delas seria a pior
Não tendo resposta para tal indagação
O lindo vestido que por ora usava
Agora em andrajos se transformara
A riqueza de outrora tão rico ambiente
Adiante a se transformar em pobreza
Quase que a revelar o que por dentro se passava de sua alma
Dor trespassada
E a moça a correr em meio a campo de flores
Algumas delas cobertas de espinhos
E a ferir sua pele em tão áspera superfície
O sangue a correr de suas veias,
E a jorrarem para fora de si,
Tingindo as brancas e claras pétalas, de rubro;
O vermelho tinto de seu sangue
E a exaustão a ruborizar sua face
E o corpo exausto a deitar o chão
E as cicatrizes de antigas feridas
A lhe recordarem tristes momentos
A reabrirem em chagas,
Dolorosas passagens
As dores da alma, quase que a tatuarem o corpo
A frágil pele a sentir as vicissitudes do tempo
As invejas primeiras, as maldades, a competições,
As rivalidades, a luta pela sobrevivência,
A difícil convivência, as brigas, as lutas,
As contendas, as mágoas, as dores, as feridas
As feridas do tempo,
As vivências sentidas!
As lágrimas a correrem dos olhos adormecidos
E as lembranças a percorrerem seu semblante
As brigas de irmãs, os desentendimentos
As incompreensões de familiares, conhecidos e amigos
As tristezas e as mágoas
Até se chegar a um entendimento,
Longo e demorado!
As reconciliações,
O tempo a passar,
A natureza a florir
Os campos verdes, cobertos de flores
As árvores a encherem de sombras o caminho
As águas correntes,
Os passarinhos a percorrerem os campos
E a menina a despertar,
A enxugar os olhos úmidos
E contemplando a beleza do cenário,
A se acalmar
Com o tempo, o sol se despediu
A noite despejou seus tons escuros
As estrelas começaram a surgir no firmamento,
Junto a uma lua altaneira
E os vagalumes a tremeluzir,
A caminhar por entre a noite
E a moça a se levantar
A tocar de leve o rosto
E a continuar seu caminho
Com leves passos
A circundar as cidades, os prédios, as construções
As estátuas, os monumentos
A moça a contemplar de longe algumas brigas,
Pequenos furtos
As conduções, carros, ônibus
Sentada num banco de uma praça aprazível
A moça observou crianças correndo atrás de pombos;
Uma se aproximou deixando-lhe uma flor,
E a jovem sorriu
Por onde passava, as pessoas cumprimentavam
E aos poucos, a noite começou a se dissipar
E o sol a surgir
As primeiras luzes do dia a aparecer
E a moça que veio de longe
A contemplar um sol em seu peito
Em contraste as tristezas passadas,
Um sorriso a enfeitar os lábios
E os dentes brancos a se mostrarem por inteiro
Como as pérolas de um colar
E a jovem a lembrar-se das tristezas passadas,
Sem amargura,
E a sorrir dos belos momentos
E mesmo um tanto tristonha,
A recordar os momentos difíceis
A ter por eles menos tristeza
A melancolia a se distanciar de seu ser
E aos poucos, as feridas do seu peito a cicatrizarem
E os rasgos e machucados a se fecharem,
As feridas a cicatrizarem
E finalmente, se curarem
E a festa nos céus, a prosseguir
E os andrajos de outrora,
Em longo de seu caminhar
A se transformar em lindas vestes
E nos mais felizes momentos,
Transformados nas mais lindas roupas
Como a mostrar o que havia de melhor dentro de si
Seu lado mais bonito e mais feliz!
Ao chegar até a exuberância dos céus
A novamente trajar vestes diáfanas
Linda saia esvoaçante, ornada por uma leve blusa
Sapatos lindos com as coisas mais simples
Diadema de flores em cabelos semi-presos
E as jóias conquistadas ao longo de uma nova vivência,
A ornarem tão altaneiro colo branco
Um sorriso a emoldurar os lábios
E belas presenças a lhe dizerem boas vindas
A abrir imenso portão
Como a dizer-lhe ser aquele seu lugar
Morada, ainda que temporária
A encontrar por lá, suas melhores lembranças
Grandes amigos, reencontros de pessoas queridas
Lágrimas, sorrisos e abraços
E a festa nos céus,
A se fazer cada vez mais grandiosa
E a moça a valsar
O bailado e a orquestra prosseguiram noite adentro
A madrugada foi sonora
No eterno baile dos céus
A rivalizarem com as olímpicas festas!
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Lá vai a moça a destra,
Aceitar um convite para dançar
Envolvida em uma atmosfera de perfume suave,
E vestes diáfanas
Cabelos presos em uma diadema de flores,
A ornarem as madeixas,
Lindas e coloridas flores,
A preencherem as tramas da coroa
E alguns pensamentos a cingirem a fronte branca
E a jovem em meio a esculturas e convivas,
A dançar, a bailar,
Em passos leves e encantadores
Apreciando o suave brilho das estrelas
A desenharem uma linda cortina de luzes
Na abóbada celeste
Encontro das deidades
Em meio a florido Olimpo
E as verdades, a permearem os caminhos
Os caminhos e as distâncias
E um copo de cólera
A ira e as rixas a invadirem os salões
E as constelações de estrelas a rivalizarem
Em beleza, com as deusas do salão
Então o pomo da discórdia instalou-se
No ambiente mal estar
A competição grassando em todos os arrabaldes
E um jovem de grande beleza
A tudo decidir,
Conferindo a déia,
O título de mais bela do Olimpo
Para desencanto a todas as ninfas,
Que habitavam o salão
As quais se indignavam,
Ao ver tão bela mulher ao lado de jovem tão lindo!
Manifestação primeira da inveja
No início, a observamos as características físicas
E detratamos os portadores de atributos,
Que supostamente nos ameaçam
Depois começamos a observar seus modos,
Seus usos, seus costumes,
Seu jeito de a vida levar
E concluímos quase sempre
Que a grama do vizinho é mais verde que a nossa!
Mas como não queremos dar o braço a torcer
Tratamos logo de desmerecê-lo
O ser, que nada mais fez do que ir a luta
Pois se algo tem é porque,
Não ficou a perder tempo,
Cultivando invejas, e rancores,
E tampouco a maledicência!
Visto que tratou logo de cuidar de sua vida
Ah, se todos aprendessem tão valiosa lição!
Ninfas belas não nutririam mágoas
Tristezas e dissabores sem fundamento
Imaginando-se ao lado de tão linda figura
Pois cuidariam de por seus próprios meios,
A um deus cativar,
Ou em não sendo possível,
A todos cativar, com seus cuidados
De alma da natureza!
E a jovem e feliz dançarina,
Feliz e indiferente a toda a confusão
Tratou logo de se apartar do conflito
Prosseguindo em sua dança celeste,
A contemplação astral,
Estrelas várias,
A lua branca, em seu formato arredondado
Seu mistério de luar,
A compor cenários de estrelas
Fugidias, coloridas, cintilantes,
Satélites, corpos etéreos a riscar os céus
Muitas luzes em olímpico cenário
E seu vestido leve a acompanhar os contornos da brisa
E a maravilha da criação
Afigurando-se ante seus olhos maravilhados
Em seus pensamentos tudo estava bem,
A festa estava linda
E a olímpica contenda não dissipou,
Os bons perfumes e a alegria das celestes comemorações!
Afinal de contas, atravessara constelações de estrelas,
As mais diversas, grandes, pequenas
Acompanhou de perto, explosões
Fagulhas de criações
Um universo em expansão
Negros buracos abismais,
A engolirem pequenos universos
Em seu interior indevassável
Estrelas a sondá-lo, rondá-lo
Nebulosas, cometas
Muitas luzes, mil sóis
Entre tantos satélites a irradiarem vida e luz!
E os míticos seres a se afastarem
E a jovem donzela acompanhada,
Adormecendo em verdes campos
A acordar sobressaltada,
Percebe que sozinha está,
Está sozinha a caminhar por campos
Ermas paragens,
Pessoas poucas a habitarem o lugar
A moça desolada a andar
Percorre caminhos floridos e ensolarados,
Outros por vezes sombrios e desolados
Vazios das gentes
Cenários tristes, misérias humanas
Fome de conhecimento, fome de afeto
Miséria afetiva, miséria material
E a moça a se indagar qual delas seria a pior
Não tendo resposta para tal indagação
O lindo vestido que por ora usava
Agora em andrajos se transformara
A riqueza de outrora tão rico ambiente
Adiante a se transformar em pobreza
Quase que a revelar o que por dentro se passava de sua alma
Dor trespassada
E a moça a correr em meio a campo de flores
Algumas delas cobertas de espinhos
E a ferir sua pele em tão áspera superfície
O sangue a correr de suas veias,
E a jorrarem para fora de si,
Tingindo as brancas e claras pétalas, de rubro;
O vermelho tinto de seu sangue
E a exaustão a ruborizar sua face
E o corpo exausto a deitar o chão
E as cicatrizes de antigas feridas
A lhe recordarem tristes momentos
A reabrirem em chagas,
Dolorosas passagens
As dores da alma, quase que a tatuarem o corpo
A frágil pele a sentir as vicissitudes do tempo
As invejas primeiras, as maldades, a competições,
As rivalidades, a luta pela sobrevivência,
A difícil convivência, as brigas, as lutas,
As contendas, as mágoas, as dores, as feridas
As feridas do tempo,
As vivências sentidas!
As lágrimas a correrem dos olhos adormecidos
E as lembranças a percorrerem seu semblante
As brigas de irmãs, os desentendimentos
As incompreensões de familiares, conhecidos e amigos
As tristezas e as mágoas
Até se chegar a um entendimento,
Longo e demorado!
As reconciliações,
O tempo a passar,
A natureza a florir
Os campos verdes, cobertos de flores
As árvores a encherem de sombras o caminho
As águas correntes,
Os passarinhos a percorrerem os campos
E a menina a despertar,
A enxugar os olhos úmidos
E contemplando a beleza do cenário,
A se acalmar
Com o tempo, o sol se despediu
A noite despejou seus tons escuros
As estrelas começaram a surgir no firmamento,
Junto a uma lua altaneira
E os vagalumes a tremeluzir,
A caminhar por entre a noite
E a moça a se levantar
A tocar de leve o rosto
E a continuar seu caminho
Com leves passos
A circundar as cidades, os prédios, as construções
As estátuas, os monumentos
A moça a contemplar de longe algumas brigas,
Pequenos furtos
As conduções, carros, ônibus
Sentada num banco de uma praça aprazível
A moça observou crianças correndo atrás de pombos;
Uma se aproximou deixando-lhe uma flor,
E a jovem sorriu
Por onde passava, as pessoas cumprimentavam
E aos poucos, a noite começou a se dissipar
E o sol a surgir
As primeiras luzes do dia a aparecer
E a moça que veio de longe
A contemplar um sol em seu peito
Em contraste as tristezas passadas,
Um sorriso a enfeitar os lábios
E os dentes brancos a se mostrarem por inteiro
Como as pérolas de um colar
E a jovem a lembrar-se das tristezas passadas,
Sem amargura,
E a sorrir dos belos momentos
E mesmo um tanto tristonha,
A recordar os momentos difíceis
A ter por eles menos tristeza
A melancolia a se distanciar de seu ser
E aos poucos, as feridas do seu peito a cicatrizarem
E os rasgos e machucados a se fecharem,
As feridas a cicatrizarem
E finalmente, se curarem
E a festa nos céus, a prosseguir
E os andrajos de outrora,
Em longo de seu caminhar
A se transformar em lindas vestes
E nos mais felizes momentos,
Transformados nas mais lindas roupas
Como a mostrar o que havia de melhor dentro de si
Seu lado mais bonito e mais feliz!
Ao chegar até a exuberância dos céus
A novamente trajar vestes diáfanas
Linda saia esvoaçante, ornada por uma leve blusa
Sapatos lindos com as coisas mais simples
Diadema de flores em cabelos semi-presos
E as jóias conquistadas ao longo de uma nova vivência,
A ornarem tão altaneiro colo branco
Um sorriso a emoldurar os lábios
E belas presenças a lhe dizerem boas vindas
A abrir imenso portão
Como a dizer-lhe ser aquele seu lugar
Morada, ainda que temporária
A encontrar por lá, suas melhores lembranças
Grandes amigos, reencontros de pessoas queridas
Lágrimas, sorrisos e abraços
E a festa nos céus,
A se fazer cada vez mais grandiosa
E a moça a valsar
O bailado e a orquestra prosseguiram noite adentro
A madrugada foi sonora
No eterno baile dos céus
A rivalizarem com as olímpicas festas!
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
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