Poesias

terça-feira, 3 de novembro de 2020

Ser ... Tão, Veredas!

Em meio a tantos caminhos
De pedras, descidas, ladeiras
Tempo e espaço de pedras,
Pedrarias e pedriscos

Tempo assaz distante
Na poeira dos passos de um viajante
Dos tempos do contratador,
Chica da Silva e seus diamantes
Tijuco e seu império de pedras
Heroína de uma suposta raça esquecida

Ouro de muito valor
Sempre de fato a humana raça
Não limitada a apenas uma cor
Passeio por entre caminhos,
Lugares de redenção

Pelas veredas do caminho
Deste vasto e infinito sertão
Ser ... tão é tua essência
Tão simples que beira a inocência

Ser tão simples
Com seus modos e dizeres
Ser, tão ... veredas!

Grutas valei-me as entranhas,
Passeios de pedras e ladeiras
Verdes e espaços alterosos
De um vasto trem iluminado
Areias de um mar escondido
De uma capital tão pouco conhecida

Vitórias de uma vida vivida
Veredas do caminhar
Nas velhas vilas a encontrar
Mares de Minas, Cordisburgo
Universo roseano a nos rondar
E as veredas do sertão,
A desvendar

E a parte de nós fazerem
O sertão de muitos Brasis
Veredas de minhas viagens
Passeios, passagens, paisagens

Seres viventes, a conhecer tantas gentes
Tão simples, tão ricas
Tão viajadas
Com o sertão pulsando em seu peito

Distante campo a avistar
Maravilhas tantas
Que nem terão tempo
Para adeus dizer
Livros para serem lidos
Tão distantes, quanto fugidios

E que de sua fuga …
Mal consigo me conter,
Na incontinência das incompletas leituras
Aventuras a querer se findar
E eu a querer buscar
Entendimentos, conhecimentos
Para vestir-me de outros paramentos e enfim

A leitura buscar
E ao nesse universo mergulhar
Sinto a alma navegar
E num mar onírico de palavras
Nunca naufragar

Veredas do caminho
Descortinam as veredas do tempo
E eu a descobrir novos mundos
Como um navegador a desvendar
Novas plagas, rotas por seguir
Adentrando o universo da leitura

E as veredas
A entrar na alma dos viventes
Para de lá não mais sair
Mal pude suster minha incontida alegria
Ao término da leitura
Após um período de agruras

Dedicação de quase toda uma vida
Para este nobre mister
E o coração a bater nestes rincões
Neste ser … tão brasileiro!
Destas veredas do meu sertão
Deste Ser … Tão, Veredas!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

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