Um lindo ipê roxo florido,
A deitar suas delicadas flores,
Em um bonito tapete no chão
A cobrir o asfalto e os carros,
Defronte a altaneira morada
Em meu quintal,
Uma delicada dama-da-noite,
A se elevar altivamente
Em direção a um céu que tenta azul ser,
Em tardes invernais
Triste, esmaecido, quase plúmbeo
A perfumar minha janela
Com suas pequeninas e delicadas, flores brancas
Em outra espécie,
A florada de outra modalidade,
Misteriosa dama-da-noite,
Com suas grandiosas e brancas flores
A desabrocharem em enorme quantidade,
Pelo modesto quintal
A tudo encher de magnitude e beleza!
E a continuar o passeio pelo modesto jardim,
Flores amarelas, de camarão chamada;
Lágrimas de Cristo;
E uma bonita e singela orquídea
Em um vasinho modesto,
Uma resistente e brava suculenta,
A crescer e se desenvolver;
Em outro vaso, as flores-de-maio
Lembro de violetas a enfeitarem minha janela
Com sua coloração arroxeada,
E suas bonitas folhas verde e exuberantes
Mais tarde, cedendo espaço a campos de aço
Pena!
No parco verde que tenta se impor
Na casa da cidade,
Flores e algumas cores
Na rua, algumas árvores
Em contraste com o frio, e o tom plúmbeo da cidade
O tom verde a tentar se manifestar
Muitos coqueiros enfeitam a cidade,
Assim como algumas árvores
Nos corredores metropolitanos,
Alguns ipês, azaléias, manacás,
A lutarem contra a aspereza
O ar cinza e triste das cidades
As preocupações diuturnas
A azafama diária
Correria, pressa
O gosto pelo conhecimento,
O trabalho
E a vida a passar,
Em movimentos velozes
A sensação de que o tempo passa
Cada vez mais apressadamente
Estudos, preparação para melhores momentos
Novas realidades a se confrontar
Em uma cidade cheia de dinamismo
E a qual nunca para
Muita coisa bonita para se aprender
Novos mundos para se conhecer
Muitos bons livros para ler,
Ótimos filmes para assistir,
Músicas para ouvir,
Coisas boas para nos entreter
Interesses diversos
Cidade da imponente e famosa praça
Marco Zero da cidade,
A abrigar uma gótica catedral,
Ao lado de históricos prédios
Bem próxima ao berço,
Local de origem da cidade
Patéo do Colégio,
Vizinho ao Solar, morada da Marqueza de Santos
Local onde existe um amplo espaço,
Com um imponente e imenso monumento,
Tendo um sino nas proximidades
Origem da famosa cidade
Agora a servir de abrigo para mendigos
Triste abandono!
Ao redor, prédios feios, pichados
Em contraste com o prédio histórico
A abrigar a sede da justiça estadual
Nesta região muitas construções históricas existem
Prédios imensos, imponentes
Grandiosas entradas, escadarias
Alguns conservados, outros nem tanto
Passeios largos,
De uma cidade antiga,
Despreocupada com seu passado
Antiga história recente
Longos trajetos a percorrer,
Transportes mil a utilizar,
Azafama diária
Tempo para ler,
Na vida pensar,
Descansar
Para que no dia seguinte
Tudo novamente se possa,
Começar
Afinal, a vida não pode parar
Na cidade que nunca dorme
Mesmo ante um tempo frio
Que a nós consome
Quanto seu frio, a atmosfera,
Nos envolve
Noite escura, sem estrelas, sem lua,
Sem brilho
Mil roupas pesadas para usar
Para com isto tentar fazer,
Com que o frio externo,
Não nos invada a alma
Tempo triste, a nos fazer
Voltarmos para nós mesmos
Vento frio e gélido, cortante,
A nos invadir
Sinto saudades do sol
O tempo cinza, ora azul
A entristecer os dias, as tardes,
A anoitecer mais cedo
Anseio pela claridade do sol,
Seu vapor cálido,
Sua brisa suave
Na barafunda das confusões
Algumas árvores,
Flores esparsas,
Hibiscos vermelhos, com suas exóticas flores,
A nunca se abrirem,
Um ipê florido,
Com suas roxas flores,
A despetalar-se, formando um modesto tapete,
Em contraste com a riqueza floral,
De outro conhecido ipê
No Viaduto do Chá,
Magníficas e imponentes construções
Histórico prédio com persianas vermelhas,
Entalhes de metal a ladear o Viaduto,
O Teatro Municipal
Algumas árvores
O imenso e aberto campo, embaixo
A Ladeira da Memória,
Com seus bonitos e entristecidos azulejos,
Obscurecidos, pela indiferença da memória,
Em ironia ao nome do afamado monumento
Em alguns lugares,
Painéis a lembrarem,
As origens históricas da região
E as antigas construções,
Que hoje não mais existem
É pena!
Pena não se preservar um passado
Passado este teimoso,
Que insiste em resistir,
Em algumas construções da cidade
Igrejas, prédios históricos,
Uns de taipa, outros não
Monumentos deixados ao léu,
Tendo por homenagem, apenas o esquecimento
Lugares que serviram para celebrar a glória,
De tempos passados
Quanta vida, quantas histórias,
A desfilarem por tais cenários
Cidade sem muitas cores,
Por ora encantadora por sua imponência,
Regiões valorizadas, com belas,
E modernas construções,
Amplas avenidas
Tudo muito chique!
Por oras, soturna, triste,
Abandonada!
Ao redor dos trilhos das ferrovias,
Muito abandono,
Velhas fábricas,
Berço da industrialização
Que rico contraste te faz
São Paulo, seres o que és!
Cidade das maiores e melhores realizações
Do esquecimento, e também do ocaso
Necessário se faz, a isto melhorar
Para que a cidade se torne
Além de uma grande metrópole
Cenário de iguais oportunidades a todos
Cidade monumental
Cidade que nunca para,
Que nunca dorme
Sempre grandiosa em seus aspectos
Grandiosa também sejas,
Em oportunidades
E assim fico a sonhar flores
Cores, cores, cores e mais cores!
Voltemos as plagas do labor!
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
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