Poesias

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

AMOR

Encontro dos enamorados
Amor, mãos dadas, braços entrelaçados
Olhar encantado a contemplar,
As sutilezas da natureza do lugar

Juntos a caminhar
Unidos pela vida afora
O coração batendo violentamente
Aflito, descompassado

E o seu pulsar intenso,
Invadindo o corpo inteiro
Em ondas de vibração, gozo e delícia
Oceano em maravilhas

O deslumbramento das horas primeiras do amor
E a sensação de se perder o valor
Quando tudo fácil passa a ser

O mar a bater nas pedras do cais
Revolto na tempestade do desejo
Como naufrago a bater nas pedras

Aflito a um pouso procurar
E se abraçar nas velas do navio,
A soçobrar no oceano revolto

Paradeiro das velas enfunadas
Ancoradouro de um barco a vela
Triste oceano sem rumo

Garrafas perdidas a boiar
Em meio a oceano de amarguras
Asas de um sonho partido

Sortilégios
Para onde irei?
Por que?
Onde andarei?
Não sei

Sozinho só sei pensar
E pagar a pena do viver
Solidão atroz
Aves de arribação,
A voarem em direção a um lindo poema

Vida de sonhos e fantasia
Além de desolação
Terei um dia, consolação?
Só resta aguardar a resposta
Amém!

Pois o poema da vida é curto,
A poesia da vida é pouca
E o poeta traz em si,
Um pouco de deus e de louco
Verdade insofismável

O poeta traz ínsito em seu âmago
A loucura e o delírio,
A nobreza e a decadência

Tira-nos uma furtiva lágrima
De nossas almas embrutecidas,
Endurecidas, obscurecidas e esquecidas,
Do misterioso afago
Maciez penetrante

Beleza das espécies
O encontro do amor
A doçura da flor
E o encantamento dos momentos sublimes

Enlace nos sonhos
Promessa de melhores dias
A afastar soberana tibieza
A fraqueza dos dias frios e tristes

Chuva por todos os cantos
Longe das manhãs madrugadeiras
Alvoradas purpúreas,
A delinear a silhueta dos prédios
A divisar as construções,
O medo e o tremor no coração
Que bate descompassado, violento

Perturbação a invadir todos os poros
A evolver o ser
Ser ou não ter!

A dor, a alegria, o sabor, o amor
Gente que vida tem
Mas não a sabe viver
Gente que vive a viver a vida
E gente que não sabe a vida que tem!

O medo das pedras
Pedras no caminho
Não devem paralisar os passos do viandante
E o coração a tremular inconstante

Aos poucos encontra abrigo em moradas outras
A repousar em um ninho
E a descansar dos tremores da vida

E de descompassado
Passa a bater ritmado
E o naufrago a resgatado ser

Abandonando para sempre o barco afundado
E as velas a afundarem no fundo dos leitos
E o sofrente a partir para melhores mundos
Longe do tremor,
E dos humores ruinosos do coração!

Tremor que pode significar dor, ou amor
E também um novo valor,
Para arte de se viver
Mostrando que também se vive
De amor pela vida!

Amar por puro amor
Sonho de amor
A sonhar ...

DICIONÁRIO: Enfunado - adjetivo - Cheio de vento. Inchado. [Figurado] Envaidecido, orgulhoso.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

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