Poesias

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Amor - Primeiros Atos

Há tempos, tento escrever elegias românticas
Não obstante este fato,
De onde vem a inspiração?

Sonho também, com histórias infantis,
Mas me falta o elemento,
Onde possa alicerçar minhas bases
E assim, começar a escrever

Para se escrever sobre o amor
Imagino casais felizes, distantes
Por vezes dançando,
Por ora dizendo palavras bobas
Mas felizes entre si

Quero distanciamento bastante,
Para falar do mundo
E não apenas de mim
Por para que para se cantar,
Ou decantar o amor

O mesmo se faz de várias formas e jeitos
A mãe que brinca com os filhos pequenos,
O pai que leva as crianças para passear
Pequenos curiosos e inquietos
A desbravar o mundo em pequenas formas

São os frutos,
Daquele primeiro encontro romântico
Encontros de amor,
Com muitos risos,
Encantamentos e conversas

E tudo começa quando menos se espera
Pois quando mais se espera,
Mais parece que nada acontece
E o pensamento perdido,
O olhar distraído,
Acaba por finalmente encontrar
Algo raro para se contemplar

E assim, distraído de si mesmo,
Tímido(a),
Fica a mirar,
Até que o objeto de sua admiração,
Digne-se a olhá-la,
Ou profundamente observá-lo

Pois todos os amores,
Num primeiro momento são iguais
Ao menos na forma

Com isto, os olhares se vão
E começa nova troca de olhares
Como uma tentativa de diálogo,
Que se faz anunciar
Olhar, fitar, mirar, admirar
Até que os mesmos se cruzem

Olhos de olhar
Azuis, verdes, negros, castanhos
E os pares timidamente desviam o olhar
Tímidos ou atirados,
Desinibidas ou não

Por que neste momento,
Acredito que por um instante,
Todos os amores são iguais

E assim, de mirada em mirada,
Os olhos voltam a se encontrar
Significativos na forma de olhares
Através de olhos vivos, alegres, tristes

A olhar por cima, de baixo, de lado, de viés
A fingir que não se vê
Andando, e olhando para outro lado,
Procuram disfarçar

Caminham,
Uns prosseguem suas vidas
E outros procuram, param, olham, observam
O que fará diferença,
Entre um simples olhar,
Uma troca de olhares e sua desenvoltura,
E seu desenvolvimento em amor?

Só sei que as coisas caminham
As coisas caminham,
E os olhares,
Por curioso que se seja, se encaminham
E de tanto disparar mensagens sutis,
Caminhando, acabam por se esbarrar

Sorriem acanhados, conversam
Algumas vezes descobrem interesses comuns,
Outras vezes, se descobrem tão diferentes
Será verdade que os opostos se atraem?

Só sei que de conversa em conversa,
Palavras, encontros, sorrisos,
Um breve toque das mãos acontece
E de conversas em conversas,
Acontece o primeiro beijo

Por vezes,
Acontece no primeiro momento
Magia dos lábios trêmulos,
Ou seguros a se tocarem
Ávidos, seguros, ou desajeitados

Aí vem o segundo,
O terceiro, e os demais beijos
E assim, muitos beijos e muitos olhares

Além de alguns risos constrangidos,
Com o passar das horas,
Dos dias, dos momentos,
Tornam-se cúmplices
Alguns amores são para a vida inteira,
Outros não

Alguns amores acabam bem
Com lindas histórias,
A comporem a forma de uma colcha de retalhos
Outras não

Existem amores felizes
Mas existem também amores trágicos,
De que os autores de obras literárias,
E dramatúrgicas se ocupam

Histórias tristes e trágicas,
Revelam-se belos enredos
Quanto as histórias alegres,
Estas requerem um pouco mais de trabalho

Sua poesia não é óbvia,
E sua conclusão tampouco
Mas são as mais belas histórias,
Que o amor da vida pode contar

E assim o amor,
Desenvolve-se em seus primeiros atos
Até desenrolar-se em grandes cenas,
Do espetáculo principal
Duelo interminável de interesses

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

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