Poesias

terça-feira, 3 de novembro de 2020

IDEIAS

I
Entre deliberações
A livre escolha
Do azo livre
Liberdade, alvedrio
Arraso

II
Pensamentos por vezes me distraem
Conclusões que se esvaem
Pelos desvãos do pensamento

Decisões inconclusas que em perdem
Na contagem rara do momento
Idéias pouco claras
A navegar em mar de ideias

Lento e sequioso de alento
Por que a resposta não nos chega?
Desalento em cada vão momento
Arremedo de pensamento

Saudade de um tempo das mais belas conclusões
A enfeixar um pensamento
Quanto desidério

Perguntas sem respostas
Angustias sem consolos
E a dúvida a abismar:
Por que assim é o mundo?

Em triste cenário absurdo
Tento me confortar
E pairar por entre abismos

A me admirar dos paroxismos
A lua bela,
Sempre branca e redonda lua,
A me encantar

Em cenários de claridade
Pouca escuridão
Nas madrugadas a ausência de luz
A nos trazer confusão

A de pé esperar pela condução
Que quase sempre chega,
Ou sempre nunca chega

Caos, problemas, confusão
Pessoas em profusão
E a gente a tentar sobreviver em meio ao caos

Triste a solidão das multidões sempre vazias
E eu a ler meus surrados papéis e apostilas
Quem sabe na vã esperança
De fazer de meu tempo,
Algo melhor do que uma desconsolação
E um tédio mortal

A observar sempre as mesmas coisas
Olhares vazios, cenários vazios
Vida vazia de significado
Cenário triste e desolado
Habitáculo de seres de passagem
Em uma triste e penosa viagem

Há! Quantos caminhos por devassar
Cordões e correntes a se arrebentar
Pois a vida não há de ser um oceano,
De emaranhados pensamentos aprisionados
E das ideias puras
Pensamentos puros, acrisolados

Mas e essa tal liberdade
Por onde andará?
E a vida será que algum dia,
Enfim, diferente será?

A podermos deliberarmos livremente
E vivermos conforme o que queremos
Ou seremos sempre autômatos seres?

III
Borboletas rareiam a vagar
Em pleno jardim de maravilhas
E eu a caminhar
Divagando em diletante

Doce e sonora amante das canções
Beletrismo a nos compor os dias
Nas mais belas poesias

IV
Nas setas, nas retas
E nas curvas
Nos intrincados caminhos

Nas confluências e entroncamentos,
Com os mais variegados movimentos gesticulares
Deslindes sem deslizes,
Ou acidentes de percurso

V
Estudantados dias
Em cujos ditosos anos
Conhecimentos formoseiam

A lapidarem mais,
E novos conhecimentos
Em mundo em ebulição,
Convulsionado em revoluções,
Resoluções, faltas e soluções,
Sem nada resolver

Mas estudantes,
Sempre aplicados a aprender
Em seus passeios da ditosa escola da vida
A novos conhecimentos adquirirem

A acompanhar a transformação das coisas,
Da história e da própria vida,
A conhecerem novos lugares
A visualizarem vivos seres pulsáteis,
Seguindo o sentido das marés,
Ou a deitarem-se nas areias a se deixar levar,
Em suas gelatinosas e coloridas formas

Vibrantes descobertas
De um tempo sem igual
Na escola da vida,
A aplicar os conhecimentos adquiridos em aula

VI
Altares ricamente decorados
A ilustrar santas vidas em seu retábulos
Painéis ricamente adornados,
A enfeitarem os altares das igrejas
Com colunas, imagens e ornamentos

Dedicados artistas a esculpirem obras de vulto
Em altíssimo nível e inestimado valor
Raro esplendor

VII
Frases de efeito
A seguir os passos e os pensamentos
Odores, licores e sabores
Albores de novos tempos

Idas e vindas de ideias insuladas
Isoladas em si mesmas
Sonhos nababescos
Jardins suspensos
Modesta morada

DICIONÁRIO: paroxismo /cs/ substantivo masculino MEDICINA 1. espasmo agudo ou convulsão. 2. momento de maior intensidade de uma dor ou de um acesso.
acrisolado adjetivo 1. METALURGIA purificado no crisol, no cadinho. 2. POR EXTENSÃO que se depurou; purificado.

Luciana Celestino dos Santos
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