Poesias

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Entre Miríades de Estrelas

“O sol ainda não esparzia a sua luz pelo universo
A lua não estava sujeita às vicissitudes
A terra não se achava suspensa no meio do ar
Em que se sustenta pelo seu próprio peso
O mar não tinha margens
A água e o ar mesclavam-se à terra que não tinha solidez
A água não era fluída, o ar não tinha luz
Tudo era confusão
Nenhum corpo tinha a forma que deveria ter

E todos juntos se obstaculavam uns aos outros ...”

(Ovídio)

CANTO I

Desde as mais priscas eras
Onde tudo era absolutamente obscuro
Onde a confusão ocupava todos os espaços
Deu-se o Caos
Personificação do vazio primordial
Indefinível, indecifrável, indescritível

Fecundo, gerou Érebo e a Noite
Em seguida, gerou o Dia e o Éter
Entidades primordiais para a criação
Érebo, senhor das Trevas Infernais
Em muitas lendas, tido como pai do Éter e do Dia
Contrapondo-se a beleza do céu superior
Onde o deus Éter, resplandece

Unindo-se ao Dia
Gerou a própria Terra
Em seguida, vieram o Céu, o Mar

Dentre as abstrações, surgiram
A Tristeza, a Cólera, a Mentira
Dentre tantas outras deidades

Em razão da Noite
Nasceram o Destino
A Morte, o Sono, a legião dos Sonhos
As Hespérides, as Meras, ou Parcas
Nêmesis, e assim por diante
Filhos estes, derivados

De sua união com o irmão, Érebo
E dessas divindades
Muitas outras nasceram

Contudo, alguns deuses não surgiram deles
E ao que parecem
Sempre existiram

Assim como o Caos
Segundo tradições
Depois de Caos criar a primeira divindade, Érebo
Eros e Gaia, eram os deuses

Entretanto, segundo outras lendas
Eros nasceu dentro de um ovo feito pela déia Noite
E esse Ovo Primordial, partiu-se em dois
Dessa divisão surgiu
Urano, ou o Céu, e Gaia

Dessarte, Gaia, sozinha concebeu Atlas
Personificação das montanhas
E Ponto, a personificação masculina do mar
Mais tarde, Gaia se uniu a Ouranos

E desse matrimônio, todos os Titãs surgiram
Ao todo, era doze

E assim, pertencentes a Geração Divina Primitiva
Tendo por mais jovem Cronos
É dele que sairá a geração dos Olímpicos
Os mais populares deuses da mitologia grega

CANTO II

Os helenos
Deviam seu nome a Hélen
Filho de Deucalião e Pirra
Dentre as mais antigas lendas
Hélen foi um antigo rei da Tessália
Cuja descendência emigrou para o Peloponeso
Foi sucedido por Eólo
Criador da raça dos Eólios

Eólos teve sete filhos e cinco filhas
Dos quais se destacam
Creteu, fundador da cidade de Iolco
Sísifo, fundador da cidade de Corínto
Átamas, que reinou na Beócia,

Desposando Ino filha de Cadmo
Em segundas núpcias

Creteu, desposando Tiro
Filha de seu irmão Salmoneu
Teve com ela três filhos

Éson, pai de Jasão
Famoso com a viagem dos Argonautas
E por ter associado-se a feiticeira Medéia
Feres, pai de Admeto
Reinou em Feras, Tessália
Amitáon, pai de Melampo
Grande advinho e médico notável

Diz a lenda
Que Tiro foi seduzida por Possidon
Com o qual teve dois filhos
Neleu, que migrou para a Messênia
E Pélias, que reinou em Iolco

Contudo,
Dentre os descendentes de Sísifo
O mais famoso, foi o herói Belerofonte
Átamas, por sua vez, teve três filhos
Frixo e Hele e Melicetes,
O último posteriormente, deificado

CANTO III

Sísifo, mítico fundador de Corinto
Dentre todos os mortais
Foi o mais astuto

Quando viu acidentalmente
O rapto de Egina por Zeus
Filha do Rio Asopo
Mais do que depressa
O delatou em troca de uma nascente
Que Asopo fez brotar na cidadela de Corinto

Encolerizado, Zeus
Mandou por morte, Tânato
Mas, inobstante isso
Sísifo conseguiu enganar e prender
Em uma armadilha, Tânato

Com isso, como ninguém mais morria
Hades estrilou, enfurecido
Diante disso, só restou a Zeus, providenciar
A libertação de Tânato

Diante de disso, Tânato
Mais que depressa
Capturou Sísifo e o enviou a Hades

Contudo, o precavido Sísifo
Avisou a consorte, Mérope
Para que não lhe prestasse
As usuais honras fúnebres
De modo que Hades, indignado
Ficou impossibilitado de recebê-lo
No mundo subterrâneo

Sísifo então, desculpou-se com o deus
E garantiu que, se pudesse voltar
Puniria a sacrílega esposa
Nisso o deus concordou e libertou-o
O que fez com Sísifo vivesse por mais alguns anos

CANTO IV
....

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

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