No dia seguinte, Marta e Renato, pesarosos com o triste fim de Elis, providenciaram um bonito enterro para a moça – que segundo os populares era ‘A noiva desfalecida’.
Como o fato era trágico, os principais jornais locais noticiaram o ocorrido.
Foi assim que Bernardo e Claudete descobriram que a filha havia morrido. Desesperados, ao saberem que Elis falecera, caíram em prantos. Mesmo Bernardo que renegara a filha, ao saber que nunca mais haveria reparação para a separação dos dois, lamentou profundamente. Furioso, ao acompanhar o enterro da filha, por diversas vezes chamou Lourival de assassino e de covarde.
Claudete ao perceber a exaltação do marido, ao notar o luto que o rapaz trazia nos olhos, censurou Bernardo. Dizendo que Lourival já estava pagando por todo o mal que fizera a Elis, comentou que não cabia a eles condenarem-no.
Bernardo no entanto, inconformado, revelou que nada o faria aceitar o que se sucedera.
Ao ouvir isso, Claudete calou-se.
Abelardo igualmente inconformado, assim que soube da morte de Elis, foi prestar condolências aos pais da moça. Visivelmente triste, comentou que era tarde demais para ele.
Claudete ao ouvir as desalentadas palavras do rapaz, pediu a ele para que retomasse sua vida. Dizendo que ele ainda era muito jovem para desistir de ser feliz, a mulher comentou que ainda encontraria uma pessoa para amar.
Bernardo ao ouvir isso, sorriu.
Com isso, conforme os dias foram se seguindo, Lourival, percebendo que não podia permanecer na cidade, despedindo-se dos tios, sumiu por algum tempo. Como sua dívida ainda não havia sido quitada, Lourival achou por bem fugir. Precavido, antes que sair da cidade, o rapaz recomendou aos tios que fossem até a polícia, em caso de necessidade.
Marta e Renato prometeram seguir a recomendação.
Assim, Lourival partiu. Partiu por que sabia que cedo ou tarde Aliomar surgiria diante dele para cobrar a dívida. Por isso, percebendo que poderia colocar a família em risco, resolveu partir.
Marta e Renato, mesmo pesarosos, concordaram com a despedida. E mesmo com o dinheiro deixado pelo sobrinho, os dois acharam por bem fechar a casa e voltar para a velha vila de pescadores onde antes viviam.
Estavam certos. Lá, nunca foram importunados por Aliomar e seu bando.
Luciana Celestino dos Santos
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Poesias
quinta-feira, 27 de maio de 2021
OLHAI OS LÍRIOS DO CAMPO - CAPÍTULO 24
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