Poesias

quinta-feira, 6 de maio de 2021

AMARGAS LEMBRANÇAS - CAPÍTULO 9

No dia seguinte, aproveitando a linda manha de sol, Gabriela aproveitou para fazer um passeio à cavalo, pelo lugar. Foi neste passeio que conheceu Otávio, que pareceu-lhe muito simpático.
Dizendo que gostaria que ela lhe apresentasse o hotel, fez de tudo para ganhar sua amizade.
Quem não gostou nem um pouco do sujeito, foi seu avô Orlando.
Flávio também.
Aliás, desde que Flávio conquistara a amizade de seu avô, vivia muito próximo a ele.
Quem não gostava disto era Gabriela que achava ser o rapaz quem influenciava seu avô contra Otávio.
Flávio, sempre que ouvia estes comentários da moça, respondia que Orlando era bem grandinho para se deixar influenciar por alguém. Que o mais provável, seria ele ser influenciado pelo avô da moça do que o contrário.
Tais palavras eram o suficiente para deixar Gabriela irritada.

A irritação da moça só passou quando sua tia Lúcia retornou da França.
Lúcia ao voltar para o Brasil, passou alguns dias em São Paulo, planejando primeiramente visitar seus pais Etevaldo e Júlia e após, passar uma temporada no Hotel Fazenda de Orlando.
Dito e feito. Lúcia passou alguns dias na casa de seus pais de criação, juntamente com seu filho Paul e Jean.
Etevaldo e Júlia ficaram felicíssimos com a visita. Afinal de contas, fazia anos que não viam a filha, o genro e o neto.
Alguns dias depois, sob os protestos de Etevaldo e Júlia, Lúcia partiu.
Iria encontrar-se com Orlando.

Quando a família finalmente chegou ao Hotel Fazenda, Orlando não cabia em si de contente.
Feliz, mandou preparar dois dos melhores quartos do hotel para que a família ficasse bem instalada.
Gabriela que adorava Lúcia, assim que teve oportunidade, perguntou-lhe sobre como era o dia-a-dia da família na França.
Lúcia respondeu-lhe que a cidade era uma festa. De tempos em tempos, Paris se modifica: são novos eventos, novas exposições, etc.
Quanto ao trabalho, continuava trabalhando com moda. Mas em razão da idade, estava trabalhando em outros segmentos da moda.
Jean e Paul aproveitavam estes momentos em que ambas ficavam conversando, para passearem pelos arredores do hotel.
O lugar, como já foi dito antes, é bastante aprazível. Com muitas áreas verdes para serem percorridas, jardins, gramados, etc.
O Hotel Aquarela era um lugar como poucos.

A grande distância dali, estava Hélio, um rico empresário no setor de exportações, em seu trabalho.
Casado com Ofélia tinha um filho de 16 anos, chamado Pedro.

Com efeito, mesmo passados longos anos desde a última vez que vira Lúcia, o homem continuava acompanhando seus passos.
Por haver se tornado uma modelo de sucesso, era constante sua presença em capas de revistas. Também se comentava muito sobre sua vida nas colunas sociais.
Quando Hélio soube que Lúcia arrumara um namorado e como ele se casou, vindo em seguida a ter um filho, ficou furioso.
Sua reação inclusive, provocou ciúmes em sua mulher, a qual não se conformava com a obcessão de seu marido por Lúcia.
Quando a mulher engravidou de seu primeiro filho, Hélio então se descontrolou.
Dizendo que Lúcia não podia fazer isto com ele, prometeu para si mesmo que iria se vingar. Jurando a si mesmo que tornaria a vê-la, prometeu que os dois voltariam a ficar juntos.
Com efeito, o tempo passou e Hélio continuava obcecado por Lúcia.
Colecionava todas as revistas em que ela aparecia (fosse na capa ou em alguma matéria), recortes de jornal.
Quem não gostava nada disso era Ofélia, que ameaçava o tempo inteiro jogar toda aquela porcariada fora.
Hélio por sua vez, sempre que ouvia tais palavras, respondia dizendo:
-- Não se atreva a mexer neste material!
Ofélia porém continuava a insistir em destruir aquela papelada.
Hélio retrucava dizendo, que se ela continuasse insistindo naquela idéia, o que Ofélia veria, seriam papéis queimando de um lado, e ele saindo de outro, para nunca mais voltar.
Ofélia, ao ouvir tais ameaças, desistia da idéia.

Com isto Hélio, continuou alimentando sua obcessão por Lúcia.
Quando soube que a mulher retornara ao Brasil para uma estada com sua família no Hotel Fazenda de seu pai biológico, Hélio se armou de esperança.
Dizia a si mesmo:
-- Este é o momento!
Isto por que, em todas as suas vindas para o Brasil, Lúcia fazia visitas rápidas a seus pais. Visitas as quais, só eram divulgadas quando ela estava de volta a França.
Mas Hélio não desistia de seu intento.
Em dados momentos, chegou até a cogitar viajar até Paris para localizá-la.
Uma vez quase chegou a ir a cidade, mas um sócio, relatando que tinha preferência em viajar para lá, acabou afastando seu projeto de ir até o local.

Agora porém, era diferente. Lúcia estava por perto.
Diante disto, Hélio começou a realizar contatos.
Estava disposto a colocar seus planos em prática.
Nisto, alguns dias após a chegada de Lúcia, Hélio arrumou suas malas e rumou para o Hotel Aquarela.
Precavido, registrou-se com um nome falso.
Com isto, passou a espiar Lúcia.

Em dado momento, a mulher, percebendo a presença de um estranho a observá-la na piscina, correu em disparada em direção a seu quarto. Assustada, trancou-se.
Não fosse a insistência de seu marido Jean, e ela teria permanecido reclusa em seu quarto.
Assustada, comentou que teve uma sensação muito ruim ao se sentir observada. Chorando, comentou que não queria mais ter aquela sensação.
Jean então consolou-a.
Mais tarde, Lúcia saiu do quarto, foi passear com o marido e com o filho.
Após, arrumou-se e foi jantar com Orlando, Gabriela, Jean e Paul.

Hélio discretamente, os observava à distância.
Estava pronto para colocar seu plano em prática.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a autoria.

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