Feliz, Elis mais tarde voltou para casa. Ao abrir o portão para entrar na residência, a moça foi abordada por Abelardo.
Elis, ao ser repentinamente inquirida pelo jovem, levou um susto. Abelardo ao perceber isso, desculpou-se. Porém em seguida, perguntando onde ela havia estado, ouviu como resposta:
-- Desde quando eu lhe devo satisfações?
Abelardo ao receber esta resposta, desculpou-se, mas dizendo que estava muito preocupado com ela, comentou que fazia muito tempo que os dois não se viam mais. Alegando que desde o passeio que fizeram no parque, – após o encontro com aquele estranho rapaz – nunca mais os dois se viram, Abelardo cobrou de Elis, um pouco mais de atenção.
A moça então, percebendo que precisava ganhar tempo, comentou que ultimamente estava muito ocupada com seus estudos, por isso, não podia ficar com ele.
Abelardo aborrecido, comentou que quando se quer muito alguma coisa, se arruma tempo.
Elis, sentindo-se pressionada, relatou que assim que pudesse os dois voltariam a conversar. Agora, no entanto, dizendo que precisava se preparar para as provas, Elis relatou que não podia ficar à toa.
Abelardo, notando que não seria nada fácil convencê-la a sair com ele, acreditando que Elis estava realmente preocupada com as provas, despediu-se. No entanto, dizendo que ao termino das avaliações voltaria a encontrá-la, afirmou que era muito paciente e sabia esperar.
A moça ao ouvir isso, ficou deveras preocupada. Contudo, de certo modo, aliviada por ter se livrado ao menos durante algum tempo do cerco de Abelardo, Elis adentrou a casa.
Abelardo por sua vez, se relembrando do passeio que fizera no parque com Elis, começou a ficar desconfiado. Ao se lembrar que Elis só o acompanhara no parque, depois de o fazer prometer que não contaria nada sobre o encontro dela com Lourival aos pais, Abelardo constatou que a moça não estava sendo sincera. Furioso, ao perceber que fora usado, tomado de um ímpeto, pensou em novamente se dirigir à casa da moça e exigir explicações. Depois porém, pensando no assunto, Abelardo chegou a conclusão de que se pressionasse a moça, certamente ela lhe responderia com evasivas. Ademais, prevenida da desconfiança, passaria a ter mais cuidado. Não. Não era uma boa idéia. Pensou ele.
Assim, Abelardo, pensando em outra idéia, chegou a conclusão de que a melhor coisa a fazer era segui-la. Sim, desta forma mais cedo ou mais tarde acabaria descobrindo a verdade.
E assim passou a proceder. Sempre que Elis saía de casa, lá estava Abelardo – quase como uma sombra – a segui-la.
Elis porém, ávida por se encontrar com Lourival, com o passar do tempo, deixando de lado os cuidados que tinha em observar se não era seguida, passou a ficar cada vez mais relapsa. Muito embora ainda olhasse em volta, Elis, sempre que via Lourival, sem preocupar com o que as pessoas iriam pensar, acorria em seu encontro.
Com isso, Abelardo, depois de algum seguindo-a, ao ver a cena, ficou chocado. Ao constatar que o rapaz que saía de braços dados com Elis, era o mesmo moço que ele deixara conversar com ela, Abelardo constatou que havia sido enganado. Furioso, ao ver a cena, pensou logo em contar toda a verdade aos pais da moça. Contudo, controlando seu impulso, continuou a seguir Elis. Tudo com o intuito de saber o que o casal fazia quando estava junto.
Assim, Abelardo descobriu que Elis e Lourival, adoravam caminhar de mãos dadas, bem como conversar. Muito embora os dois não fizessem nada de errado, Abelardo considerou uma falta de respeito o comportamento de Elis. Tanto que ao ver os dois se despedirem com um longo e demorado beijo, Abelardo, num ímpeto de fúria, pôs tudo a perder. Sentindo-se traído, ao ver a cena, foi até eles, e exigindo explicações, perguntou:
-- O que significa isso?
Elis ao ver Abelardo à sua frente, perguntou o que ele estava fazendo ali.
Abelardo, ao ouvir a pergunta da moça, respondeu que não era ele quem deveria responder as perguntas.
Lourival, aborrecido com o atrevimento do rapaz, perguntou:
-- O que é que você tem com isso?
Abelardo ao ouvir a pergunta, respondeu a Lourival que ele não devia se intrometer naquele assunto, já que era ‘persona non grata’.
Lourival ao ouvir isso, respondeu que sim, devia sim se intrometer, já que ele era namorado de Elis.
Abelardo ao ouvir estas palavras, perguntou a Elis se o que Lourival dizia era verdade.
-- É sim, Abelardo. Nós estamos juntos. – respondeu Elis.
O rapaz ao notar que os dois estavam saindo juntos há algum tempo, chegou a pensar que nada faria Elis desistir da idéia de ficar ao lado de Lourival. No entanto, tencionando separá-los, Abelardo revelou que contaria tudo o que vira a Bernardo.
Elis ao ouvir a ameaça, chegou a pedir ao rapaz para que não contasse nada a seu pai, mas Abelardo decidido, revelou que não desistiria da idéia.
Por isso mesmo, Abelardo deixou-os sozinhos, e se dirigindo à casa da moça, assim que chegou lá, pediu a Claudete para conversar com Bernardo.
Luciana Celestino dos Santos
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Poesias
quinta-feira, 20 de maio de 2021
OLHAI OS LÍRIOS DO CAMPO - CAPÍTULO 11
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