Poesias

quinta-feira, 6 de maio de 2021

AMARGAS LEMBRANÇAS - CAPÍTULO 12

Margarida, ao ver a filha de volta, espantou-se.
-- Mas de volta tão cedo! O que foi que aconteceu?
Gabriela porém, nada respondeu. Dizendo que estava cansada daquela paisagem bucólica, comentou que sentiu saudade de casa.
Margarida não podia acreditar.

Todavia, mesmo diante da atitude aparentemente conciliadora de Gabriela, o relacionamento entre elas, continuava complicado.
Certa vez, ao voltar mais cedo para casa, Gabriela ouviu um comentário de sua mãe, dizendo que a atitude mais infeliz que teve na vida, foi pegá-la para criar.
Gabriela ao ouvir o comentário, interpelou sua mãe. Indagando o que ela queria dizer com aquelas palavras, exigiu explicações.
Margarida, surpreendida, tentou inventar desculpas para justificar aquela conversa. Nada porém parecia convencer a moça.
Nervosa, Gabriela começou a gritar com Margarida, que irritada, exigiu que ela calasse a boca. Dizendo que uma filha sua jamais responderia daquela forma para ela, deixou escapar que a moça não era sua filha.
Gabriela ficou transtornada.
Sem saber o que fazer, trancou-se em seu quarto. Pensando nas palavras de Margarida, começou a imaginar qual seria sua origem.
A certa altura, de depois de muita insistência de Margarida, Gabriela abriu a porta de seu quarto.
Margarida por sua vez, que percebendo que não adiantava mais esconder a verdade da moça, revelou que a pegara quando ainda era um bebê recém-nascido, de dentro de uma maternidade, em Minas Gerais.
Nervosa, Margarida comentou que tinha interesse em se casar com Cássio.
No entanto, ao descobrir que teria sérias dificuldades para engravidar, resolveu fingir que estava grávida. Mais tarde pensaria no que fazer.
Como estava encontrando dificuldades em arrumar uma criança, Margarida revelou que pensou em fingir que estava tendo um aborto. Isso tudo depois de se casar com Cássio.
Porém, ao tomar conhecimento de que havia uma mulher grávida na cidade, e que esta não possuía interesse em ficar com a criança, ficou ajustado que o bebê seria entregue a Margarida.
Ocorre que a moça desapareceu poucos dias antes do parto.
Desesperada, Margarida não sabia o que fazer.
Foi quando Lúcia deu entrada na maternidade e deu a luz duas crianças.
Quando Gabriela ouviu o nome de Lúcia, ficou perplexa.
-- Lúcia? Que Lúcia?
Margarida teve então que revelar que a Lúcia de que tanto falava era a filha de Orlando.
Gabriela ficou sem saber o que pensar.
-- Meu Deus! E a outra criança? – perguntou.
Margarida respondeu que não sabia do paradeiro da outra criança. Dizia saber apenas que Lúcia pensava ter tido apenas um filho e que este havia morrido.
Gabriela questionou então:
-- Mas esta criança está realmente morta, ou esta é outra mentira? Responda!
Margarida respondeu que quanto a outra criança, não sabia o que havia acontecido.
Nervosa, Gabriela pensou em arrumar suas malas e partir dali.
Foi o que fez.
Aproveitando que Margarida dormia em outro quarto, Gabriela preparou rapidamente uma mala, e sorrateiramente saiu de casa.
Quando Margarida percebeu que a moça havia sumido, ligou imediatamente para Orlando. Acreditando que Gabriela havia voltado para o hotel do avô, Margarida não se preocupou.
Ocorre que a moça não estava lá.
Desesperada Margarida, deixou escapar que aquele sumiço era sua responsabilidade. Se não houvesse falado demais, nada daquilo teria acontecido.
Orlando percebendo o nervosismo de Margarida, exigiu-lhe explicações.
Margarida então, dizendo que não poderia contar tudo por telefone, respondeu que arrumaria suas malas e se encontraria com ele no hotel.
Orlando percebendo a gravidade da situação, concordou.
Ansioso a aguardou.

Ao chegar no Hotel Aquarela, Margarida apresentou-se na recepção. Dizendo que precisava conversar com Orlando, foi imediatamente conduzida para um dos quartos.
Cerca de uma hora após sua chegada, Orlando ligou para seu quarto informando-a que deveria comparecer em seu escritório, para uma conversa reservada.
Margarida atendeu prontamente o chamado.
Ao chegar no local, aguardou cerca de meia-hora. Após, foi chamada para uma conversa reservada.
Nervosa revelou toda a história que havia contado a Gabriela.
Orlando ao tomar conhecimento do relato de Margarida, revelou que sempre achara muito estranha aquela gravidez.
Orlando então relatou que sempre se intrigara com a semelhança física de Lúcia e Gabriela. Dizendo que Cássio não possuía nenhuma semelhança física com a filha, relatou que começou a observar que a moça também não se parecia nem um pouco com Margarida.
Revelando que com os anos sua desconfiança somente aumentou, relatou a mulher que havia contratado um detetive particular para investigar aquela história.
Margarida ficou sem saber o que pensar.

Enquanto isto, Gabriela rumava para Belo Horizonte. Estava disposta a encontrar pistas sobre o paradeiro de seu irmão.
Angustiada, precisava saber se a outra criança estava viva ou não.
Todavia, não sabia onde começar. Sabia apenas que deveria procurar pistas na cidade onde Lúcia fora criada.
Foi lá que começou a procurar.
Perguntando aqui e ali, descobriu onde ficava a maternidade.
Ao chegar no local, descobriu desapontada que os funcionários não poderiam passar qualquer informação a respeito do caso.
Insistente porém, acabou descobrindo por intermédio de alguns moradores que havia um rapaz nascido naquela época, que vivia naquela cidade.
Trabalhava num sitio da região. Dizia-se que não possuía registro de nascimento e que ninguém sabia quem era sua mãe.
Gabriela foi atrás do rapaz.
Quando a moça foi apresentada a ele, ficou penalizada. O rapaz não sabia ao certo quantos anos tinha. Era alfabetizado, mas só possuía o primário. Fora criado livre, ora num canto, ora noutro.
Criança ainda, chegou no lugar, onde recebeu um pouco de assistência dos donos das terras.
O rapaz não se lembrava muito dos anos antes de chegar ao sítio. Apenas que vivera em orfanatos, e que em alguns momentos dormiu na rua.
Lembrava-se que era conhecido como Antonio. E assim passou a ser chamado pelos moradores do sítio.
Gabriela tratou logo de fazer amizade com o rapaz.
Ansiosa, enchia o rapaz de perguntas.
Nervoso Antonio respondia que não sabia de onde tinha vindo.
Gabriela ao perceber que o rapaz não poderia responder suas perguntas, começou a se questionar.
Percebendo que Antonio aparentava ter a mesma idade que ela, começou a observá-lo com mais atenção. Desconfiada, começou a perceber algumas semelhanças de Antonio com Paul.
Receosa, Gabriela procurava se conter. Até por que, poderia ser apenas uma impressão.

Nisso, Orlando, mesmo ciente de que Margarida não fora honesta com sua família, resolveu que não a expulsaria de seu hotel.
Dizendo que ela poderia apresentar mais alguma informação importante, deixou-a ficar.
Ademais, Margarida parecia preocupada com Gabriela. Disposta a encontrar a filha, prometeu que ajudaria em tudo o que fosse necessário.
Desconfiada de que a moça fora encontrar pistas sobre a outra criança que Lúcia tivera, Margarida sugeriu que Orlando a procurasse na cidade onde as crianças nasceram.
Orlando então contatou o detetive que havia contratado anteriormente ,e logo em seguida partiu para Minas.

Assim, foi apenas uma questão de tempo para que se encontrasse com Gabriela.
As coisas porém não correram nada bem.
Revoltada, ao ser descoberta, Gabriela arrumou novamente suas malas e fugiu.
Dirigiu-se até a rodoviária e lá comprou uma passagem para o primeiro lugar que viu.
Com isto, dirigiu-se até o Rio de Janeiro.
Na Cidade Maravilhosa, sem conhecer ninguém, acabou se hospedando num dos hotéis situados nas proximidades da orla marítima.
Foi lá que sem querer acabou esbarrando em figuras perigosas.
Certo dia, andando pela cidade, acabou se perdendo. Não fosse a intervenção de Miguel, e ela certamente teria sido assaltada.
Prestativo e corajoso o rapaz auxiliou-a.
Com isto, os dois acabaram ficando amigos.
Miguel ofereceu-lhe hospedagem. No dia seguinte a ajudaria a voltar para o seu hotel.
Com o passar do tempo, como Gabriela não parecia disposta a voltar para casa, passou a envolver-se com Miguel.
Ficaram juntos por algumas semanas.
Após algum tempo porém, percebendo que precisava descobrir o paradeiro de seu irmão, Gabriela comentou com Miguel que precisava partir.
O rapaz ficou triste, mas percebendo que não poderiam ficar juntos, despediu-se.
Miguel fazia programas para viver.
Gabriela porém, mesmo sabendo disto, se tornou uma grande amiga do rapaz. Dizendo que sempre era tempo de mudar de vida, convidou-o para visitá-la em São Paulo.
Nisto despediu-se do rapaz e voltou para São Paulo.
Ao chegar em casa, surpreendeu-se ao encontrar a mesma vazia.
Após alguns dias, voltou para Minas. Ao chegar no sítio onde Antonio trabalhava, foi informada pelos proprietários que o rapaz fora levado para São Paulo.
Ao ouvir tais palavras, Gabriela concluiu que o rapaz só poderia estar no Hotel Aquarela, na Grande São Paulo.
Diante disto, a moça, no dia seguinte, rumou para lá.
Ao chegar no hotel, percebeu que Margarida se encontrava hospedada no lugar.
Indiferente, Gabriela manteve-se afastada da mulher.
Porém ao ver que Antonio estava lá, ficou extremamente feliz.
Foi então que descobriu que Orlando já vinha a alguns anos, investigando a história de Lúcia. Estava disposto a pôr na cadeia o responsável por aquela maldade praticada contra sua filha. Para tanto, precisava descobrir o paradeiro do bandido, entre outros detalhes da história.
Orlando então confirmou que Antonio era o outro filho que Lúcia tivera.
Paul, filho de Lúcia com Jean, ficou perplexo ao saber da história. Revoltado, prometeu que seu pai seria vingado. Chorando revelou que sentia vontade de matar o responsável por tudo aquilo.
Margarida tratou de consolá-lo.
Orlando ao ver a cena, ficou perplexo.
Gabriela também não entendeu a atitude Margarida.

Nesta época Miguel foi visitar Gabriela em São Paulo.
Ao chegar na cidade, logo foi informado por uma vizinha, que ela estava no Hotel Aquarela na Grande São Paulo. Prestativa a vizinha ofereceu-lhe o endereço.
Nisto, Miguel ligou para o local, informando Gabriela que pretendia visitá-la.
Quando lá chegou e viu a amiga, ficou deveras feliz.
Quem não ficou muito contente com a visita foi Flávio, que tentava se aproximar da moça.
Miguel porém, estava doente e a visita era uma despedida.
Quando Gabriela soube que ele estava condenado, tentou ajudá-lo.
Miguel relatou porém, que preferia permanecer sozinho.
Ao ouvir isto, os olhos de Gabriela encheram-se de lágrimas.
Ao tomar conhecimento do motivo da visita, Flávio tentou consolar Lúcia. Em vão.
A moça, dizendo que devia muito a ele, comentou que não poderia abandoná-lo em um momento de dificuldades como aquele.
Flávio argumentou dizendo que Gabriela conhecera-o vendendo saúde e vitalidade. Para ele, seria muito humilhante que ela o visse definhando pouco a pouco.
Gabriela então compreendeu que deveria atender o pedido do amigo.

Nisto, poucos meses depois, Gabriela soube que Miguel havia morrido.
Penalizada, foi até o Rio de Janeiro, encontrar-se pela última vez com seu amigo.
Flávio a acompanhou.

Enquanto isto, Lúcia continuava desaparecida e sofrendo nas mãos de Hélio.
O tempo passava e Lúcia estava cada vez mais debilitada.
Abatida, não oferecia mais resistência as investidas de Hélio, que parecia cada vez mais feliz com a gravidez de Lúcia.
A certa altura, quase que seus planos foram por água abaixo.
Sem razão aparente Lúcia apresentou um grave mal estar.
Nervoso, Hélio levou a mulher para o hospital. Dizendo que Lúcia estava sofrendo de transtornos mentais, conseguiu convencer a todos que os pedidos de socorro dela, eram fruto de uma mente delirante e perturbada.
De volta para casa...
Hélio se desdobrou em atenções para a mulher. Levava Lúcia para passeios no jardim, mandava preparar comidas saborosas para ela...
Lúcia porém não se importava com nada. Sentia apenas vontade de morrer.

Orlando, exasperado com a falta de notícias de Lúcia, pediu mais empenho da polícia.
Desesperado, pediu auxílio do detetive que havia contratado para investigar o caso de Lúcia.
Auxiliado pelo profissional, Orlando conseguiu descobrir onde Lúcia se encontrava.
Quando a mulher foi localizada, ficou estupefato ao saber que estava grávida.

Debilitada, a mulher foi internada em um hospital.
Poucos dias após, deu a luz um menino.

Hélio por sua vez, ao perceber o perigo, tratou logo de fugir.
Auxiliado por bons contatos, conseguiu escapar da prisão quase certa.
Seus comparsas porém, não tiveram a mesma sorte.

Abalada, Lúcia demorou para se recuperar do evento.
Algum tempo depois, conheceu Nildo.
Encantado com Lúcia, o homem se desdobrava em gentilezas para ela. Sempre que podia, acompanhava a família nos jantares do hotel.
Lúcia ainda abalada, não demonstrava interesse nas investidas do homem.
Margarida percebendo isto, certa vez, aconselhou Lúcia a se dar mais uma chance, se permitindo ser feliz. Comentando que ela não merecia ficar a vida inteira sofrendo por alguém que não prestava, acabou fazendo Lúcia chorar.
Orlando ao notar Lúcia chorando, repreendeu Margarida.
Dizendo que ela não tinha direito de humilhar sua filha, comentou que ela havia ido longe demais. Irritado, exigiu que ela fizesse suas malas e saísse do hotel.
Margarida tentou se explicar, mas Orlando, furibundo, não permitiu que ela abrisse a boca.
Ofendida, a mulher tratou de arrumar suas malas.

Quando Lúcia soube que Orlando expulsara Margarida do hotel, comentou que ela não tivera a intenção de ofendê-la, e sim ajudá-la.
Lúcia então relatou que Margarida a estava aconselhando a tentar ser feliz novamente.
Orlando, então percebendo a injustiça que cometera, mandou chamar Margarida.
Dizendo-se que Lúcia havia lhe explicado o ocorrido, pediu-lhe desculpas. Dizendo que seu gesto fora inesperado, comentou que ela estava tão mudada, que não sabia o que esperar.
Reiterando seu pedido de desculpas, pediu para que ela permanecesse no hotel.
Dizendo que desde a rusga que tivera com Gabriela, nunca havia se relacionando tão bem com uma nora, comentou que estava arrependido pelo gesto impensado.
Margarida por sua vez, ficou de pensar no pedido.
A resposta veio alguns dias depois.
Com efeito, Margarida decidiu permanecer no Hotel Aquarela para trabalhar.
Orlando surpreendeu-se.
Margarida dizendo que estava cansada de viver do dinheiro do marido, comentou que estava com vontade de fazer coisas que nunca havia feito antes. Diante disto se propôs a realizar qualquer trabalho, já que não tinha experiência, tampouco formação acadêmica.
Orlando então comentou que ela sabia cozinhar muito bem, e que por esta razão poderia trabalhar na cozinha do hotel.
Tudo para parecia transcorrer na mais absoluta paz.
Lúcia estava mais receptiva a Nildo.
Feliz, o homem já estava combinando uma festa para oficializar o noivado de ambos.
Quem não ficou muito feliz com a história foi Paul, que questionou a atitude da mãe de se envolver com outro homem tão pouco tempo após a morte de seu pai.
Lúcia conversando com o filho, comentou que nunca se esqueceria de Jean, mas que durante quase um ano vivera um pesadelo com um homem pelo qual sempre sentiu a mais absoluta repulsa.
Dizendo que todo aquele sofrimento lhe fizera muito mal, comentou que não agüentava mais viver com aquele peso. Chorando, disse que precisava dividir com alguém aquele fardo. Precisava de alguém que a fizesse esquecer, nem que fosse por alguns momentos, todo aquele pesadelo que vivera.
Paul, entendeu então que Lúcia tinha o direito de ser feliz.
Nildo sabia de tudo. Conhecia o sofrimento de Lúcia. Estava disposto a cuidar de seu filho.

Hélio porém, não estava preso. Sua liberdade era um empecilho para a felicidade do casal.
Neste meio tempo, seu filho Pedro se envolvera com a mulher de um traficante e fora morto.
Ofélia ficou transtornada.
Tanto que chegou a seguir Lúcia nas ruas de São Paulo. Agressiva ameaçou-a.
Não fosse a intervenção de Nildo, que a pôs para correr, Ofélia agrediria Lúcia, e sabe-se lá o que poderia ter acontecido.

Lúcia ao tomar conhecimento do paradeiro dos filhos que tivera com Hélio, ficou perplexa. Dizendo que só tivera um filho e que este nascera morto, relutou em acreditar na história.
Com tempo todavia, passou a aproximar-se de Gabriela e de Antonio, que agora completava os estudos.

Tudo parecia correr bem.
Porém, certa tarde, quando a família de Lúcia estava se preparando para a oficialização de seu noivado com Nildo, a mulher foi levada por um estranho.
Muito embora a vigilância no hotel fosse intensa, Hélio conseguiu driblar a segurança.
Com o auxílio de um novo comparsa, conseguiu atrair Lúcia.
Sob o pretexto de que uma criança havia se machucado após cair de um dos cavalos, Lúcia, que estava prestes a comemorar seu noivado, foi até o local.
Quando percebeu que não havia nenhuma criança machucada no local, constatou que havia sido enganada.
Contudo, era demasiado tarde. Mas não havia como fugir. Longe da vigilância dos guarda-costas que trabalhavam no hotel, Lúcia não tinha como pedir socorro. Tão longe ninguém a ouviria.
Desesperada, começou a chorar e a pedir para que a deixassem em paz. Numa tentativa desesperada de se livrar daquela situação, tentou correr.
O homem, por sua vez, não precisou fazer muito esforço para alcançá-la.
Arrastada, Lúcia foi levada para um carro onde estava Hélio, que a aguardava.
Ao vê-lo, começou a chorar compulsivamente. Ameaçou gritar.
Ao ouvi-la dizer para que a soltasse, Hélio colocou um lenço com clorofórmio sobre seu nariz, deixando-a desacordada.
Rapidamente, retirou-a do local, e novamente sumiu com Lúcia.

Quando Nildo percebeu que Lúcia estava demorando para aparecer, já era demasiado tarde.
A mulher já estava longe e em poder de Hélio.
Orlando ao perceber que Lúcia havia sido levada do hotel, comentou que Hélio a havia seqüestrado novamente.
Furioso, prometeu a si mesmo que desta vez ele não conseguiria fazer as maldades que já havia feito em ocasiões anteriores.

Hélio por sua vez, planejava algo diferente para Lúcia.
Acompanhando de longe a vida da mulher, ficou furioso ao saber que Lúcia procurava retomar sua vida.
Mais ainda quando soube que os filhos que tivera dele, estavam todos vivos.
Furioso, quando Lúcia despertou, Hélio fez questão de dizer que sabia que Gabriela e Antonio eram seus filhos. Triste comentou que Pedro havia se envolvido com uma traficante e morrido.
Dizendo que não possuía mais nenhum vínculo com Ofélia, comentou que estava oficialmente separado.
Lúcia parecia não ouvir o que Hélio falava.

Mais tarde ficou sabendo que Hélio estava planejando casar-se com ela.
Já havia convencido um padre a ir até o local. Não sem antes ameaçar Lúcia dizendo que se tentasse fugir ou contasse o que estava acontecendo, a qualquer pessoa que estivesse na festa, seria sua família quem sofreria as conseqüências.
A mulher ficou apavorada.
Com isto, no dia agendado para a realização do suposto casamento, Lúcia estava devidamente vestida de noiva.
Hélio não cabia em si de contente. Louco, acreditando em toda aquela farsa, dizia que aquela união era indissolúvel.
O homem não havia comentado que a papelada relativa a separação com Ofélia era falsa.

Enquanto isto, Orlando fazia contatos com detetives particulares e policiais, para descobrir o quanto antes, onde estava Lúcia.
Não queria que Hélio, continuasse a atormentar sua filha.
Nildo também auxiliava.
Ao descobrir o paradeiro de Lúcia, Nildo, Orlando e Flávio, se encarregaram de ir pessoalmente até o local.
Não sem a presença de alguns policiais à paisana.
Ao adentrar a residência, Nildo descobriu que Lúcia estava prestes a se casar com Hélio.
Revoltado, ao verificar que Hélio pretendia prender Lúcia a ele, puxou a mulher pelo braço.
Lúcia se assustou.
Nildo, percebendo isto, colocou a mão em sua boca e pediu para que ela não gritasse.
Quando então Lúcia viu Nildo em sua frente, ficou muito feliz. Logo em seguida, percebendo que Hélio era um homem vingativo, pediu para que ele fosse embora.
Nildo porém, respondeu que não a deixaria nas mãos de um louco.
Chorando, Lúcia comentou que Hélio havia novamente abusado dela.
Ao ouvir isto, Nildo ficou furioso.

Foi quando Hélio surpreendeu-os.
Nildo comentou então, que ele estava cercado, ou saía do local sem reagir, ou os policiais invadiriam a casa para prendê-lo.
Hélio riu.
Irritado, Nildo comentou que ele estava perdido e que levaria Lúcia para longe dali.
O homem ao se sentir ameaçado, investiu contra Nildo.
Lúcia ficou desesperada. Ao perceber que Nildo corria perigo, começou a gritar por socorro.
Foi quando policiais adentraram a casa, que estava cheia de convidados para o casamento.

Nisto, em que recinto isolado da casa, Nildo e Hélio lutavam entre si.
Hélio percebendo que perdia a briga, sacou sua arma e apontou-a para Nildo.
Lúcia entrou em pânico.
Nildo então, percebendo que Hélio se distraíra por um instante com o barulho vindo da casa, tomou a arma de suas mãos.
Furioso, Hélio tentou tomar sua arma de volta, sem sucesso.
Na luta, a arma disparou acidentalmente.
Lúcia assustou-se.
Nervosa, começou a chorar.
Nildo então levantou-se.
Hélio estava com sua camisa branca manchada de sangue.
Ao perceber que fora baleado, colocou a mão no local. Ao notar a gravidade da situação, pediu ajuda.
Lúcia ficou estática.
Arrastando-se com dificuldade, aproximou-se de Lúcia. Disse-lhe que fizera tudo o que fizera por amor, e que não se arrependia de nada. Com grande dificuldade, revelou que só sentia por não haver conseguido fazê-la entender, que o destino deles era ficar juntos.
Nildo ao perceber que Lúcia estava em estado de choque, empurrou Hélio para longe dela.
Chamando-o de covarde, respondeu que ele não faria mais nenhuma maldade com ela.

Hélio então, mesmo sentindo fortes dores, riu.
Comentou que os dois já haviam tido muitos momentos juntos, que possuíam três filhos em comum, e que estes laços não se apagam. Irônico, insinuou que Lúcia poderia estar novamente grávida, já que haviam passado algum tempo juntos.
Ao ouvir isto, Nildo empurrou Hélio. Dizendo que ele era um verme, comentou que somente um ser desprezível como ele seria capaz de constranger uma mulher a tanto.
Hélio respondeu então, que uma mulher deveria se submeter às vontades do marido.
Nildo ficou horrorizado com as palavras de Hélio. Tanto que retrucou:
-- Você é um louco! Um doente!
Em seguida, puxou Lúcia pelo braço. Seu vestido branco estava manchado com sangue.
Estava em choque. Só conseguia chorar.

Quando a polícia adentrou o recinto onde Hélio estava, o homem já estava morto. Passou seus últimos minutos chamando por Lúcia.

Com relação a isto, Nildo não ficou preso. Auxiliado por Orlando, conseguiu um bom advogado e respondeu o processo em liberdade.
Em sua sentença, o juiz o absolveu.
Algum tempo depois, Nildo casou-se com Lúcia.
Gabriela por sua vez, passou a se entender com Flávio.
Antonio e Paul também arranjaram namoradas. Com o tempo, os dois se tornaram grandes amigos.
Margarida continuou trabalhando no hotel, e Orlando prosseguiu sua vida.
Depois destes fatos, Lúcia nunca mais trabalhou com moda. Preferiu auxiliar Orlando na administração de um hotel em Minas. Assim poderia ficar mais próxima de seus pais de criação Etevaldo e Júlia.
Sim, Orlando havia comprado um terreno, e pretendia construir um novo hotel, nos moldes do que já existia em São Paulo.
Gabriela, Antonio e Paul a acompanharam neste projeto.
Margarida concordou que Gabriela que acompanhasse Lúcia. As duas precisavam se conhecer melhor.
Orlando ficou um pouco triste, mas sabendo que Lúcia precisava respirar novos ares, respeitou sua decisão. Respeitou também a decisão de Gabriela, Antonio e Paul, acompanharem Lúcia.
Pediu apenas para que não sumissem, e que de vez em quando aparecessem no hotel.
Nisto, Lúcia, o bebê, Nildo, Gabriela, Antonio e Paul partiram.
As namoradas ficaram.

Mais tarde, Flávio se juntou a Gabriela, deixando o emprego de professor, e auxiliando Lúcia na construção do hotel.

Otávio, casado com Cristina, chegou a visitar o hotel quando o mesmo foi inaugurado.
Gabriela ficou intrigada com a cara de pau do casal.
Após a tentativa frustrada de realizarem um golpe, fugiram do hotel.
Depois, do incidente soube-se que os dois foram presos.

Fim.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a autoria.

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