À certa altura, Elis, cansada de esbravejar e gritar, cansada, atirou-se na cama e começou a chorar. Desesperada, a moça não sabia mais o que fazer. Surpreendida pelo comportamento do pai, Elis depois de um certo tempo, finalmente percebeu que não haveria acordo.
Diante disso, notando que não teria escolha, a moça começou a fazer as malas. Abrindo o armário, Elis pegou roupas, sapatos, objetos de uso pessoal, jóias e livros. Decidida a sair daquela casa de qualquer jeito, a moça fingiu dormir.
Com isso, quando seus pais adentraram o quarto, ao verem-na deitada, logo se aquietaram. Acreditavam que provavelmente, cansada de brigar, Elis acabou adormecendo.
Assim, mais calmos, Bernardo e Claudete também foram dormir.
Nisso Elis, ao notar que em casa todos dormiam, ao se aproximar da porta do quarto, percebendo que a mesma permanecia trancada, pensou na seguinte solução: amarrando vários lençóis – um no outro, formaria uma corda e assim, poderia pular a janela.
Assim fez. Amarrando os lençóis, em questão de tempo, Elis fez uma corda. Em seguida, atando um dos lençóis à janela, Elis, amarrou as malas na corda improvisada, descendo cada uma delas, sem fazer barulho. Depois, foi sua vez descer a janela.
Por fim, quando se viu do lado de fora da casa, Elis, segurando suas malas, saiu pé-ante-pé e ganhando a rua, foi imediatamente para a casa de Lourival.
Lourival que estava aflito, ao vê-la em casa, ficou muito contente. Muito embora surpreso com a situação, imediatamente, o rapaz ofereceu acolhida para a moça.
Não fosse a intervenção de Marta e Renato, e talvez o rapaz tivesse oferecido seu próprio quarto para Elis.
Com isso, na casa de Lourival, depois de muita conversa e explicação, finalmente todos foram dormir.
No dia seguinte, Bernardo, antes de sair para o trabalho, resolveu dar uma olhada na filha. Acreditando que com uma noite de castigo Elis estaria mais dócil, qual não foi sua surpresa ao ver que sua filha havia fugido.
Bernardo ao ver o quarto vazio, tratou logo de abrir as portas do armário. Ao ver que quase todas as roupas haviam sumido, percebeu que Elis saído de casa durante a noite. Quando se aproximou da janela, ao ver uma corda improvisada, constatou que havia perdido sua filha para sempre.
Desapontado, assim que falou com a esposa, Bernardo comentou que Elis havia fugido.
Claudete incrédula, demorou para acreditar no que estava acontecendo. Contudo, ao ver o quarto vazio, o armário quase sem roupas, e uma corda improvisada pendurada na da janela, constatou que o marido estava certo.
Contudo, mesmo percebendo a escolha da filha, Claudete insistiu com o marido para que a trouxesse de volta.
Bernardo, desapontado, ao ouvir as palavras da mulher, comentou que não iria atrás de Elis. Dizendo que a moça já fizera sua escolha, ressaltou que mesmo que ela voltasse por bem, nunca mais as pessoas a respeitariam.
Claudete, percebendo que o marido estava certo, deixou de falar sobre isso. No entanto, mesmo diante do comportamento da filha, Claudete, desejava que Elis voltasse.
Bernardo porém, não queria mais nem saber da filha. Dizendo que Elis estava morta, comentou que nunca mais queria vê-la.
Para Claudete, ouvir seu marido se referindo a moça desta maneira, era muito triste. Todavia, não havia nada que pudesse ser feito para mudar essa realidade.
E assim, o tempo foi passando.
Luciana Celestino dos Santos
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Poesias
quinta-feira, 20 de maio de 2021
OLHAI OS LÍRIOS DO CAMPO - CAPÍTULO 13
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