Poesias

quinta-feira, 6 de maio de 2021

AMARGAS LEMBRANÇAS - CAPÍTULO 10

Com isto foi questão de tempo, para Hélio se aproximar de Lúcia.
A certa altura, aproveitando-se do fato de encontrá-la sozinha, sem qualquer funcionário, hóspede ou visitante por perto, Hélio preparou o cenário perfeito para colocar seu plano em prática.
Acompanhado de um capanga, Hélio aproximou-se de Lúcia.
A mulher ao ver-se frente a frente com Hélio, tencionou fugir.
Ao ver que Lúcia pretendia montar o cavalo e sair em disparada, Hélio ameaçou-a com um revólver.
Sem saída, Lúcia tentou argumentar com Hélio. Dizendo que suas vidas haviam tomado rumos diferentes, tentou convencê-lo a se afastar de uma vez por todas.
Hélio retrucava dizendo que eles deviam ficar juntos.
Lúcia dizia porém, que não podia ser. Dizendo que estava casada e muito feliz, comentou que Hélio não poderia levá-la. Agora não estava mais sozinha.
Hélio porém, não se importava. Alegando que possuía dinheiro, comentou que ninguém os encontraria.
Ao proferir estas palavras, o homem pegou Lúcia pelo braço.
Lúcia tentou resistir.
Hélio então, apontou novamente a arma em sua direção.
Neste momento, apareceu Jean, que resolveu fazer um passeio a cavalo.
Ao ver o estranho homem, apontando uma arma para sua mulher, Jean ficou furioso. Disposto a enfrentá-lo, exigiu que Hélio soltasse sua mulher.
Lúcia ao ver que Jean corria perigo, pediu para que ele não reagisse.
Jean porém, não lhe deu ouvidos. Furioso, avançou em direção a Hélio.
Foi então que o capanga que acompanhava Hélio, atirou em Jean, o qual caiu do cavalo.
Lúcia gritou.
Ao ver o marido morto, tentou resistir a investida de Hélio.
Queria em vão, socorrer o marido.
Hélio ao perceber que o tiro poderia chamar atenção de alguém, tratou logo de colocar um lenço com clorofórmio no nariz de Lúcia que mesmo se debatendo, acabou inconsciente.
Nisto Hélio, carregou Lúcia nos braços, sendo auxiliado pelo capanga, que ajudou a colocá-la num carrinho de golfe.
O homem dirigiu o veículo até a saída do Hotel, onde um carro o aguardava.
Lúcia foi colocada dentro do veículo.
Dali, rumaram até uma fazenda. Após, seguiram para a residência que seria o cativeiro de Lúcia.

Com o passar das horas, percebendo o sumiço de Lúcia e Jean, Orlando tencionou procurá-los. Preocupado com a demora da filha e do genro em retornar, Orlando solicitou que alguns funcionários, vasculhassem o hotel em busca do casal.
Em vão.
Os funcionários palmilharam todo o lugar. Foi quando encontraram o corpo inerte de Jean.

Quando Orlando e os netos tomaram conhecimento do ocorrido, ficaram horrorizados.
Paul, o filho, ficou arrasado.
Lúcia porém, continuava desaparecida.
Orlando tratou logo de chamar a polícia.

Os dias que se seguiram foram tormentosos para a família.
Quando Etevaldo e Júlia foram informados do desaparecimento de Lúcia, entraram em pânico.
Imaginaram logo que Hélio poderia estar envolvido no assassinato de Jean e no sumiço de Lúcia.

Nisto, quando Lúcia finalmente despertou, percebeu que estava prisioneira de Hélio.
Desesperada, lembrou-se do marido.
Ao ver-se trancada em um quarto, Lúcia levantou-se, dirigiu-se a porta, a qual tentou abrir.
Percebendo que estava trancada, começou a gritar.
Chorando, pedia para que Hélio a libertasse. Argumentando que não poderia ficar ali, comentou que sua família devia estar preocupada e que seria pior para ele, se ela não fosse libertada.
Angustiada gritou perguntando pelo marido. Ao ver que não seria atendida, começou a bater e chutar a porta. Desesperada, ao perceber que não teria como escapar, chamou Hélio de assassino.
Hélio, que estava por perto, ouviu o desabafo.
Lúcia trancafiada, sentou-se no chão e começou a chorar.

Horas depois, Hélio adentrou o quarto, Lúcia ao vê-lo em sua frente, tentou investir contra ele.
O homem porém, mais forte, segurou seu braço.
Lúcia ao perceber que não conseguiria agredi-lo, exigiu que ele a soltasse.
Hélio porém, segurando-a firme, segurou seu rosto e beijou seus lábios.
Lúcia então mordeu a boca de Hélio, o qual revidou dando-lhe um tapa no rosto.
Nervoso, Hélio gritou com ela.
Dizia:
-- Nunca mais faça isto, ou vai se arrepender!
Em seguida, segurando Lúcia pelo braço, abriu um armário mostrando-lhe várias peças de roupa. Dizia que havia preparado tudo para ela.
Apresentando o quarto Lúcia, comentou que aquele seria o lugar em que ela viveria pelos próximos meses.
Lúcia comentou então:
-- Eu não posso acreditar. Lutei tantos anos para ser feliz! E agora está tudo destruído... Eu não sei o que aconteceu com meu marido. E eu estou aqui ... com um louco... Eu quero ir embora daqui. Me deixe ir embora. Se não eu morro...
Lúcia começou a chorar.
Hélio respondeu que não fora ele quem atirou em Jean. Por esta razão não poderia ser responsabilizado pelo ocorrido. Respondeu ainda que ela estava iniciando uma nova vida e que o ocorrido deveria ser esquecido, e assim toda a sua vida, que segundo ele, ela deveria ser deixada para trás.

Lúcia caiu em profunda tristeza. Não queria saber de comer.
Hélio, nervoso, tentava obrigá-la a se alimentar. Mas Lúcia mesmo diante dos gritos e ameaças do homem, não se importava.

O homem então, mudando sua estratégia, mandou preparar um jantar para ela.
Exigiu que Lúcia então, colocasse um longo azul frente única, que havia comprado para que ela usasse em uma ocasião especial.
Ansioso, obrigou Lúcia a vestir o vestido que havia comprado.
Hélio então preparou um sofisticado jantar, o qual Lúcia não apreciou. Incomodada com toda aquela situação, não se importava com as atenções dispensadas a ela.
Tanto que a certa altura, ameaçou se levantar da mesa.
Hélio a proibiu.
Lúcia porém, cansada de toda aquela situação, levantou-se.
Irritado, Hélio a seguiu.
Assustada, Lúcia tentou se trancar no banheiro do quarto, mas não conseguiu.
Mais rápido, Hélio segurou a porta.
Lúcia tentou então, afastá-lo.
Em vão. Por ser mais forte, o homem segurou-a pelo braço.
Lúcia tentou lutar contras as investidas de Hélio, que a puxava para mais perto de si.
Na luta, rasgou o vestido de Lúcia, que tentou se esconder.
Hélio então, desabotoando sua calça, aproximou-se de Lúcia.
A mulher por sua vez, tentou lutar contra as investidas de Hélio.
O homem porém, conseguiu o que queria.
A certa altura disse:
-- Você está mais linda hoje que a dezoito anos atrás!
A Lúcia só restou chorar.

Nos meses que seguiram, o assédio se intensificou.
Certo dia, ao perceber que seu capanga a observava de longe, Hélio foi questionar Lúcia a este respeito.
A mulher sem nada entender, comentou que não sabia do que ele estava falando.
Nervoso, Hélio começou a sacudi-la, e ela em dado momento, começou a sentir-se mal.
Sem ter tempo de correr para o banheiro, vomitou no chão do quarto.
Diante disto, Hélio soltou o braço de Lúcia e deixou-a correr até o banheiro.
Ao perceber que o mal estar não havia passado, auxiliou-a, mesmo diante de seus protestos.
Depois de algum tempo, Hélio acomodou-a na cama.
Mais calmo, pediu para que ela descansasse.
Lúcia, sem forças, dormiu.
Enquanto isto, Hélio tratou de limpar o quarto.
Quando finalmente soube que Lúcia estava grávida, ficou felicíssimo.

Quem não gostava nada de seu sumiço, era sua família. Orlando, Gabriela e Paul, não tinham sossego.
A todo momento aguardavam notícias de Lúcia.
Para Paul era pior. Além de haver perdido o pai, restava a dúvida em saber se sua mãe estava viva.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a autoria.

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