Poesias

quinta-feira, 20 de maio de 2021

OLHAI OS LÍRIOS DO CAMPO - CAPÍTULO 15

Lourival então agradeceu e conduzindo Elis até o lugar, fechou a porta, e começou a se explicar. Alegando que seu dinheiro estava se acabando, o rapaz comentou que precisava manter ela e a seus tios. Ademais, dizendo que ela sempre vivera como uma princesa, comentou não seria justo ele impor-lhe, uma vida de miséria e tristeza.
Elis, ao ouvir as palavras do namorado, comentou que não pedira nada a ele.
Lourival concordando, respondeu que ainda que ela não tivesse pedido, ele se sentia na obrigação de proporcionar-lhe uma vida de conforto e alegria.
Elis percebendo então, que o rapaz queria provar-lhe algo, comentou que ele não tinha que provar nada a ninguém. Dizendo que gostava dele pelo que ele era e não pelo que tinha, Elis conseguiu deixá-lo comovido.
Lourival porém, a despeito do desinteresse de Elis em dinheiro, respondeu que estava com sorte. Isso por que, todas as vezes em que jogou naquela mesa, nunca perdeu grandes somas. Muito pelo contrário, quase sempre ganhava.
Elis ao ouvir isso, afirmou que esta era uma estratégia que esses donos de cassinos usavam para conquistarem a assiduidade do cliente. Depois que conseguiam ganhar sua confiança passavam a extorqui-lo, até reduzi-lo a nada.
Espantado, Lourival perguntou a moça, como ela poderia saber disso.
Elis, respondeu:
-- Sei disso por que meu pai, viu muita gente perder dinheiro desta maneira.
Lourival começou então a rir. Ao dizer que Bernardo não era a pessoa mais confiável que conhecia, conseguiu atrair a ira da moça, que irritada, respondeu:
-- Escute aqui, Lourival! Meu pai pode ter todos os defeitos do mundo, mas se tem uma coisa que ele não é, é mentiroso.
O rapaz, percebendo que fora indelicado com Elis, desculpou-se. Dizendo que não queria desrespeitar seu pai, comentou que só disse o que disse, para disfarçar seu nervosismo.
Elis ao ouvir as desculpas do rapaz, comentou que ainda estava em tempo de desistir daquela loucura.
Lourival porém, dizendo que precisava proporcionar uma boa vida à sua família, recusou a idéia da moça.
Elis então, percebendo que de nada adiantava discutir com Lourival, aborrecida, resolveu deixá-lo sozinho. Abrindo a porta do escritório, Elis saiu apressadamente da casa de jogos.
Lourival por sua vez, ao constatar que não podia deixar a moça sozinha, pediu licença a seus companheiros de jogo e partiu em seu encalço.
A moça, desapontada com o rapaz, não seguiu para a casa como seria de se imaginar. Triste, Elis tencionava ficar sozinha e por isso, foi caminhando até uma das praias que havia por ali.
Lourival, seguindo-a, pedia para que ela parasse um pouco e o ouvisse.
Elis no entanto, dizendo para ele ir embora, só conseguia deixá-lo aflito.
Com isso, ao ser descoberto, Lourival percebeu que precisava inventar uma boa desculpa para convencê-la a novamente perdoá-lo. E assim, ainda que a situação fosse complicada, Lourival não desistiria de convencer a namorada de suas boas intenções. E foi assim, que imbuído nesse objetivo, o rapaz acompanhou-a em seu percurso. Mesmo diante dos protestos da moça, Lourival, continuou a segui-la.

Luciana Celestino dos Santos
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