CAPÍTULO 91
Em Caldas Novas, os turistas também, aproveitando os encantos do lugar, foram conhecer a Lagoa Quente de Pirapitinga.
Esta pequena lagoa de águas quentes fica situada a seis quilômetros da cidade.
Porém, apesar de ser uma lagoa, não é permitido banhar-se no local, por causa das algas de sua superfície.
Ademais, as águas, do poço da lagoa, na temperatura de 51º C (graus Celsius), não são nem um pouco convidativas para um mergulho.
Após, visitaram o Templo da Ecologia e das Artes.
Lá puderam conhecer um pouco mais sobre a história da cidade, sobre a Serra de Caldas e entender o por quê das águas quentes da região, em fotos, textos e palestras.
Com isso, resolveram conhecer o afamado Rio Quente.
Ao chegarem no local, perceberam que a água nasce pelando na Pousada do Rio Quente.
Mesmo assim, Fábio e Agemiro resolveram colocar os pés em sua nascente e sentiram como água brota quentinha da terra, e segue mornamente mais adiante.
Depois de quatorze quilômetros, a água esfria de vez.
Os demais, ao constatarem que não havia problema em se banharem em suas águas, resolveram aproveitar a oportunidade.
Lúcio, encostando-se numa pedra que aflora em seu leito parecia estar em um banheiro cercado pela vegetação natural.
Com isso, empolgados com o ambiente, decidiram fazer um passeio a cavalo pelo Parque Estadual da Serra de Caldas, uma chapada de 135 quilômetros que está a mil e quarenta metros de altitude.
Com disso, aprenderam uma curiosidade sobre os antigos habitantes do brasil, os bandeirantes.
Segundo alguns moradores, os bandeirantes, acompanhados de cachorros, sempre íam caçar na região.
Porém, em várias oportunidades, seus cães, desacostumados com a natureza do lugar, ao se aproximarem das águas quando íam caçar veados, queimavam o rabo nelas, por causa de sua temperatura.
Os cinco rapazes, ao ouvirem a história, caíram na gargalhada.
Em Pirenópolis, cidade pertencente ao estado, os turistas puderam se deslumbrar com os festejos do Divino Espírito Santo.
Antes porém, os turistas visitaram a cidade.
Ao visitarem a Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário, deslumbraram-se com a construção de taipa de 1732.
Nela, duas grandes torres abrem o caminho da imponente nave com teto pintado por Inácio Pereira Leal.
A arquitetura e o entalhe dos cinco altares são de autores desconhecidos.
Um arco, com dois anjos esculpidos, separam a nave do altar-mor.
As imagens da sala lateral, que protegem os devotos, estão protegidas por grades, para evitar a ação de larápios, vândalos e congêneres.
Ao conhecerem a Igreja Nossa Senhora do Carmo, os rapazes viram a beleza da igreja colonial, que apresenta três altares.
Os dois laterais bebem na fonte barroco-rococó e o altar-mor foi tão reformado, que perdeu as formas originais.
Foi erguida em 1903 por um rico minerador.
Dizem que as filhas dele se gabavam de pisar em pepitas de ouro e terminaram a vida na sarjeta.
Nesta igreja está o Museu de Arte Sacra, com peças que pertenciam à antiga igreja do Rosário dos Pretos, demolida na década de quarenta.
Na Igreja de Nossa Senhora do Bonfim, em estilo colonial de 1754, erguida no ponto mais alto da cidade, a imagem do Cristo crucificado, em tamanho natural, encaixada num nicho atrás de uma porta pintada com os mesmos motivos e dimensões, é deslumbrante.
A imagem foi trazida de Salvador pelos escravos em 1755.
O Teatro de Pirenópolis, os turistas descobriam que fora construído em 1899, com donativos da população, e inaugurado em 1901.
Era aqui que se encenavam as peças portuguesas, tão longas que havia uma espécie de berçário no piso superior – e o xixi das crianças caía sobre a cabeça dos espectadores.
Registra-se também, uma passagem tragicômica, quando a morte do ator Eugênio Costa Campos, foi calorosamente aplaudida.
O público supunha que o pobre ator estava representando seu papel.
Mas não, estava morto mesmo.
Depois, passeando pela cidade, os turistas foram visitar o Museu das Cavalhadas.
Nesta casa, Dona Maria Eunice, velha moradora de Pirenópolis, montou o museu na sala de sua casa.
São roupas e adereços usados na Cavalhada, assunto que Dona Maria conhece demais, e não se cansa de falar nele.
As aulas são informais e gratuitas.
No Museu da Família Pompeu, os turistas puderam ver o mobiliário e objetos de famílias tradicionais da cidade.
O prédio, do século XVIII, tem vocação pioneira: abrigou a primeira Tipografia do estado, a primeira Biblioteca Pública, a primeira banda de música.
Aliás, é aqui que acontecem os ensaios da Banda Phoenix, que toca na festa do Divino desde 1892.
Mais tarde, os cinco companheiros de viagem, foram passear pela Serra dos Pireneus.
Por trilhas ecológicas, avistaram vinte e seis cachoeiras enfeitadas de orquídeas.
Finalmente, ao chegarem no pico dos Montes Pireneus, a mil trezentos e oitenta e cinco metros de altitude, os cinco viajantes puderam se deslumbrar com a vista do vale e da cidade.
Como era época de lua cheia, os moradores também subiram o pico, e lá acamparam.
Depois, rezaram, realizaram batizados e pagaram promessas.
Trata-se da afamada Romaria da Santíssima Trindade, igualmente chamada de Festa da Lua.
Após, Lúcio, Flávio, Fábio, Agemiro e Felipe, voltaram para a cidade e finalmente foram assistir a Festa do Divino.
A festa, realizada quarenta dias após a páscoa, é a mais tradicional do gênero no país.
São doze dias de comes e bebes na Casa do Imperador – sorteado na cidade desde o século XVIII entre os moradores candidatos.
À original festa de origem portuguesa, foram incorporadas manifestações da cultura indígena e negra, e hoje o Divino é marcado por cortejos profanos e religiosos – são novenas, procissões, missas, reisados, congadas e danças carajás.
Os três dias de Cavalhada, são o auge da folia. Isso por que, cada dia representa uma passagem da luta de conversão dos mouros ao cristianismo – a batalha, o batismo, a confraternização.
Os figurinos são produzidos pelas costureiras que capricham nas roupas de veludo e cetim.
A festa honra o nome: é divina.
Assim, os turistas passaram longos dias aproveitando uma das festas mais espetaculares que já tinham visto.
Depois, inebriados com a beleza da cidade, foram ávidos conhecer os ateliês: de móveis do designer Maurício Azeredo; de esculturas de Flora Karan; e de artes plásticas de Ita Pereira.
Mais tarde, quando foram visitar os ateliês dos bijuteristas, os cinco turistas puderam ver delicadas peças feitas em prata, algumas inclusive, incrustadas de pedras preciosas.
Tudo isso em razão da fama nacional de Pirenópolis, considerada o maior centro de arte com prata do Brasil.
Além disso, visitando outros ateliês, viram artesanato feito em barro, palha, e até mesmo em tecidos.
Mais tarde, seguiram para Anápolis.
Pelas janelas da aeronave, puderam admiram o centro da cidade, com sua ampla praça e sua igreja.
Ao circularem pela cidade, descobriram que além de ser uma linda cidade, Anápolis é também um importante centro industrial.
Não bastasse isso, o edifício da reitoria da Universidade Federal de Goiás, era bastante imponente.
Em seguida, a bordo do monomotor, durante o passeio aéreo pela região, os turistas puderam avistar o Rio Araguaia.
Das alturas, também avistaram a Ilha do Bananal, e os bancos de areia formados durante o período da estiagem.
Nesse ponto, o rio, formando dois braços, cria a referida ilha.
Nesta ilha vivem índios da Tribo Carajá.
Estes índios costumam dançar o ritual aruanã.
Nisso, os cinco viajantes, também puderam ver os pescadores em seu trabalho no Araguaia.
Cuidadosos, lançam suas redes e calmamente esperam pelo resultado do trabalho.
Caudaloso, o Rio Araguaia, possuí uma largura média de mil e seiscentos metros.
Por fim, depois desse passeio, os turistas aproveitaram para conhecer Goiás.
Antiga capital do estado, os turistas caminharam por suas ruas históricas e conheceram os principais marcos da cidade.
Na Rua da Abadia, de paralelepípedos, os turistas puderam se dar conta da antigüidade da região.
Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
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