CAPÍTULO 89
Com isso, ao final de alguns dias, mais uma vez se despediram dos moradores do lugar e novamente partiram.
Acomodados na aeronave, puderam avistar o Pantanal, suas aves e suas lagoas salgadas.
O lugar, um paraíso terrestre, convidava a todos para que se repousasse seus olhos nele.
Extasiados com a natureza do lugar, quando finalmente desceram em Campo Grande – Capital do Estado de Mato Grosso do Sul –, os viajantes puderam se dar conta de que muito mais do que abrigo de uma das florestas mais exuberantes do mundo, a região possuí belas cidades com bastante infra-estrutura.
Contudo, muito além disso, a cidade é acolhedora.
Isso por que, avenidas arborizadas são cortadas por ruazinhas calmas, que formam um verdadeiro tabuleiro de xadrez.
Além disso, a cidade é plana e cheia de verdejantes paisagens.
A população mestiça, é uma mistura de perfis índios, bolivianos, paraguaios e mestiços.
Em razão disso a cidade carrega um leve sotaque castelhano.
Ao se deparem com estas características, Agemiro, Felipe, Fábio, Flávio e Lúcio, se deram conta do quanto o Brasil é diverso e plural.
Animados com essa diversidade cultural, os cinco companheiros de viagem, passaram a percorrer as principais ruas da cidade.
Assim, passearam pelo Solar dos Baís, também conhecida como Pensão Pimentel.
Considerado um marco histórico da cidade, foi o primeiro sobrado da Avenida Noroeste, pioneiro no uso de alvenaria, foi originalmente coberto de telhas de ardósia vindas da Itália.
Além disso, o dono conseguiu que a estrada de ferro passasse ao lado da construção.
Porém, ironicamente, acabou sendo atropelado pelo trem.
O edifício com dois pavimentos, tem fachadas em estilo neoclássico e amplas bandeiras de ferro sobre as portas.
Funcionou como pensão durante os anos de 1938 até 1979.
Tombado e recuperado, tornou-se centro de Informações Turísticas e Culturais.
No Museu de Arte Contemporânea, os turistas se deslumbraram com um acervo de obras de artistas locais e de outros artistas brasileiros – doadas por Pietro Maria Bardi, que embelezam o lugar.
Há ainda, quarenta quadros do início do século da coleção da família Baís, proprietária do Solar dos Baís.
Em suas caminhadas, os cinco rapazes acabaram chegando até o Parque dos Três Poderes.
Lá, bem no meio do parque, está o Palácio do Governo e os órgãos esportivos do estado.
O parque tem reserva ecológica, lago, quadras esportivas e centro de convenções.
Andando pelo lugar, vê-se muitos moradores que aproveitavam o parque como área de lazer.
Desta forma, os turistas, aproveitando para descansar, aproveitaram para se sentar um pouco, e tirar algumas fotos do parque.
Depois, foram até o Museu de Ofiologia – Serpentário, onde uma exposição de serpentes muito comuns no Pantanal, impressionou os turistas.
No Espaço Eme-Ene Cultural, os rapazes puderam apreciar modas de viola, folclore andino, guarânias, acompanhados de comidas típicas, bem como de bebidas.
Para Lúcio, Flávio, Agemiro, Fábio e Felipe, apreciar aquela apresentação foi muito interessante.
Principalmente para Lúcio e Felipe, que durante os momentos de descanso, aproveitavam para fazer anotações sobre o passeio que estava fazendo.
No dia seguinte, interessados em conhecer um pouco mais sobre a região, visitaram o Museu Dom Bosco.
Considerado o museu possuidor do mais rico acervo de história natural e cultural indígena do estado, tem em seus ambientes, centenas de objetos das tribos Bororo, Xavante, Carajá, Moro e de índios do Rio Uaupés, colecionadas pelos padres salesianos.
O museu abriga também, fósseis de conchas da Austrália, Flórida e Itália – com sete ou oito milhões de anos –, pontas de lanças da Idade da Pedra Lascada, urnas funerárias pré-colombianas – encontradas no Pantanal –, uma coleção de conchas moluscos, mais de oito mil borboletas, dois mil e oitocentos animais empalhados, além de bonecas de palha confeccionadas por crianças indígenas e carimbos de madeira com motivos figurativos.
Com isso, depois de conhecerem a cidade, aproveitaram para visitar Bonito.
Contudo, sabendo que boa parte dos lugares que iriam visitar eram propriedades particulares, tiveram o cuidado de antes, agendar a viagem, e assim, não serem surpreendidos com eventos desagradáveis.
Prontos para a viagem, arrumaram mais uma vez as malas e de monomotor, rumaram para a bela região de bonito.
Ao pousarem em uma das inúmeras fazendas da região, os turistas puderam se deslumbrar com um cenário estonteante.
Cavernas que de tão bem esculpidas, pareciam catedrais góticas, com esculturas naturais, moldadas pacientemente por milhares de anos pela natureza.
No interior dessas cavernas, gelados riachos, brilham como pedras preciosas, refletindo os raios de sol.
Nesta região existe uma profusão de cascatas, rios, peixes coloridos, e uma vasta vegetação.
Na Gruta do Lago Azul – na Fazenda Anhumas –, como o próprio nome leva a acreditar, um inacreditável azul turquesa convidava os cinco turistas a um delicioso passeio por seu interior.
Ao visitarem a gruta, o guia lhes explicou que o lugar foi descoberto pelos índios Terena em 1924.
Entre as sete e meia e nove e meia da manhã, um raio de sol penetra através da entrada da caverna, tingindo a água de um azul intenso, e o vapor que sobe, banhado pela luz, reflete um arco-íris no ar.
No alto da gruta estão as estalactites, que, refletidas na superfície do lago, duplicam a imagem, como se as mesmas também existissem no fundo do lago.
Mas para se chegar ao lado, é necessário empenho.
E assim os turistas, ansiosos por conhecerem em detalhes o lugar, desceram duzentos e noventa e quatro degraus, a partir da entrada da gruta.
Contudo, para desapontamento dos cinco rapazes, é proibido tocar na água, para que seja preservado seu rico ecossistema.
No entanto, ainda assim, para eles, valeu a pena.
Além disso, puderam descobrir, através de informações com o guia, que em 1992, mergulhadores brasileiros e franceses descobriram fósseis de animais pré-históricos, como um bicho preguiça gigante, e uma espécie de camarão de sete milímetros só encontrada nesta gruta.
Ademais, ainda tinham muito mais coisas para verem.
Na Baía Bonita, conheceram um aquário distante sete quilômetros da cidade.
A nascente do Rio Formoso forma uma lagoa de águas transparentes.
Lembra um aquário decorado com plantas exóticas.
Além disso, com máscara e snorkel, é possível mergulhar e se ver cercado de cardumes de peixes, como o dourado e curimbas azulados, de até trinta centímetros.
E assim, diante da beleza convidativa do lugar, os turistas, após a visita ao aquário, aproveitaram para também, mergulharem nas águas do rio.
No dia seguinte, visitaram a Fazenda São Geraldo e conheceram o Rio Sucuri.
Ao chegarem, se dirigiram logo para a nascente do rio e deixaram-se levar pelas corredeiras.
Além disso, ao redor do rio, uma bela mata virgem, completava a paisagem.
Na Fazenda Cachoeira, ao percorrerem o Rio Formoso em botes infláveis, puderam extravasar toda a adrenalina em um passeio por suas corredeiras.
Porém, qual não foi a surpresa dos rapazes, ao se darem conta, depois de algum tempo, que as águas se tornaram calmas, e os mesmos se depararam com florestas virgens, tucanos, araras, veados, e até uma onça.
Como estava quente, não havia sucuris escondidas.
E mais, à beira do rio, está o Balneário Municipal, com chalés, área de camping e piscinas naturais.
Ao se depararem com o magnífico lugar, os turistas fizeram questão de ficar ao menos por algumas horas, por lá.
Não podiam mesmo perder a oportunidade de apreciar a natureza do lugar.
Tudo ali era lindo.
Porém, depois de passadas algumas horas, retornaram ao percurso original.
Assim, mais tarde puderam visitar o Rio dos Peixes, na Fazenda Água Viva.
Ao chegarem na Fazenda, para finalmente ficarem próximos ao rio, tiveram que caminhar por uma trilha que levava a cachoeiras, piscinas naturais – onde a correnteza faz massagem nas costas – e cavernas submersas.
Durante o trajeto, também puderam ver e se deslumbrar com uma cascata de três metros e com um poço – de onde se pode saltar até um lago cristalino, nome de cardumes de peixes.
Foi isso que fizeram os turistas, ao chegarem neste lugar.
Desta forma, passaram longas horas se divertindo.
Após, na Fazenda Baía das Garças, percorrendo, com a ajuda de um guia, uma trilha no meio da floresta, na descida de um rio, avistaram cachoeiras encantadoras.
E caminhando, acabaram encontrando a Cachoeira do Aquidabã, com cento e vinte metros, e muito bonita vista de cima.
De lá pode se ver o Pantanal do Nabileque, a Serra da Bodoquena, e a reserva indígena dos Cadivéus.
Lá também conheceram o Rio Aquidabã.
Já na Fazenda do Mimoso, avistaram águas azuis.
Este lugar é um ponto de mergulho.
Ali, um lago cristalino se estende por trezentos metros, penetrando em galerias formadas por paredes esculpidas pelas águas, decoradas com estalagmites.
Em total obscuridade, a caverna pode ser vista através da luz da lanterna dos mergulhadores, que focaliza a belíssima Gruta do Mimoso.
Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário