Poesias

segunda-feira, 20 de julho de 2020

COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 76


CAPÍTULO 76

Também eles conheciam a ‘Lenda do Saci Pererê’. 65
Negrinho de um pé só, com uma carapuça vermelha e cachimbo na boca.
É uma espécie de duende que vive de noite, a perturbar os viajantes e tropeiros, pedindo fumo e fazendo-os errar os caminhos.
E mesmo nos dias atuais, entre os roceiros, coloca-se fumo para o Saci nos galhos de árvores a fim de afastar as suas diabruras.
Dizem que, de noite, faz trança nas crinas dos cavalos e costuma-se assobiar e gritar: "Saci Pererê, minha perna dói como o quê!".
Tudo que se encontra revirado, da noite para o dia, nas fazendas do interior, é atribuído a esse pitoresco demônio do folclore Brasileiro.
 Além disso, tem especial prazer em azedar o leite, gorar os ovos das galinhas e impedir o milho-picoca de rebentar.
Porém ali na região, onde os índios ainda vivem, o primitivo mito 66 do Saci-Pererê sobrevive sob forma do pássaro encantado Matinta Pereira, que traz desgraças e sofrimentos.
Porém, aos poucos, o Saci adquiriu feição de moleque brincalhão.
Outra transformação, que existe, e também é conhecida por alguns dos pescadores, é a versão de Romãozinho, também um negrinho notívago que faz estripulias nos terreiros e, às vezes, dentro das próprias casas.
Em torno desse personagem se formou uma lenda: Romãozinho era um negrinho desobediente e mau, que bateu em sua mãe, e foi condenado a perambular de noite pelos campos e matos.

65 Mito do folclore Brasileiro, bastante difundido de a Norte a Sul, através de inúmeras variantes: Saci Cererê, Saci Taperê, Mati Taperê, Matinta Pereira, Martim Tapirera e Martim Pererê.
O mito tem procedência ameríndia, de fonte tupi-guarani.
Teria sido, primitivamente, um mito ornitomórfico: pássaro encantado e, ainda hoje, em diversas versões, o saci é uma ave.
Porém depois, transformou-se, depois, em mito antropomórfico: um negrinho de um pé só.
De todas as formas esta última é a mais popular.
66 Ornitomórfico.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

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