Tal nome significa cobra de fogo, e é mais o menos isso que o Boitatá, segundo diz quem
a viu.
É uma cobra de fogo, que vaga pelos campos, pelas verdejantes paisagens da floresta para
protegê-la daqueles que a tentam incendiar.
Para alguns, que acreditam tê-la visto, trata-se de uma serpente transparente incandescente,
como se estivesse queimando por dentro.
Segundo crédulas testemunhas, as pessoas, em decorrência de tal visão, ficavam
temporariamente cegas, dada a intensidade da luz que a estranha criatura jogava contra eles.
Era
uma luz muito forte e intensa.
Ao ouvir sobre a luz, Felipe, mais que depressa perguntou:
-- E como era essa luz? Que forma tinha?
No que o narrador disse:
-- É um fogo meio azulado, misturado com amarelo.
Não é muito definido.
É um fogo
muito forte, mas que não queima nem o mato seco, nem a água dos rios.
O fogo simplesmente se
mexe.
Rola, faz uns giros, corre como se tivesse pernas, até explodir no ar e acaba se apagando.
É
mágico, parece aqueles shows pirotécnicos que se vêem aos montes.
Nesse instante, Felipe percebeu, que o estranho fenômeno que o narrador comentava, é o
famoso fogo fátuo.
E o fogo fátuo, nada mais é, do que a inflamação espontânea de gazes, geralmente
emanados de sepulturas ou de pântanos.
Tal fenômeno produz um brilho intenso que dura poucos
minutos, e some da mesma forma como surgiu.
Mas, mesmo sabendo do que se tratava, preferiu se calar.
Como se tratava de uma exposição folclórica, não tinha sentido tal comentário.
Mas, mesmo assim, movido ainda de uma certa curiosidade, perguntou se havia alguma
forma de não ser prejudicado, ao se ter a visão do fenômeno.
O narrador então lhe explicou que, as duas únicas possibilidades de se livrar dela é, ou ficar
parado, quieto, de olhos fechados, bem apertados e sem respirar, ou ainda, se estivesse em uma
montaria, podia-se fazer um laço e lançar em cima do Boitatá.
Em seguida, devia-se partir a galope,
trazendo consigo, o laço arrastado, até uma certa distância.
Depois de terminar o relato sobre a história do Boitatá, o narrador teve o cuidado de dizer,
que esta lenda era tipicamente sulista.
Outros povos, outras regiões brasileiras, provavelmente,
nem conheciam essa história.
Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
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