Poesias

sexta-feira, 31 de julho de 2020

COISAS DO BRASIL PARTE 3 – REGIÃO SUL CAPÍTULO 3

A seguir, começou a falar sobre a história do Angoéra. 
Nos Sete Povos das Missões, ainda no tempo dos jesuítas e da colonização do Brasil, vivia um índio muito triste, que se escondia de tudo e de todos pelas matas. 
Considerado por todos como um verdadeiro fantasma, e por isso era chamado de Angoéra – fantasma, em guarani. 
E fugia da igreja como o diabo da cruz! 
Contudo, os padres, insistentes, e com muita paciência, convenceram Angoéra a ser batizado, o qual tornou-se cristão, deixando portanto, de vagar pelos rincões escondidos. 
Ao se tornar cristão, passou a se chamar Generoso, e também mudou sua maneira de agir. 
Passou a ser alegre, extrovertido e muito festeiro. 
No entanto, como tudo que na vida começa, um dia Generoso morreu, mas sua alma alegre e festeira continuou por aí, e até hoje, procura diversão. 
Onde tenha um fandango – dança típica espanhola, bem marcada e com andamento vivaz, é em geral, acompanhada por guitarras (instrumento antigo) e castanholas –, lá está a alma do Generoso. 
Se uma viola toca sozinha, pode acreditar, que lá está a mão dele, conduzindo o instrumento. 
Travesso, se ouve uma gostosa risada ou se levanta a saia de uma bela moça, pode acreditar, é ele! 
O narrador concluiu a história, dizendo: 
-- Quando acontece alguma dessas travessuras, o tocador que está animando a festa deve cantar em sua homenagem. 
E nisso o violeiro que ali estava, começou a tocar, entoando a seguinte canção: 
“Eu me chamo Generoso, morador de Pirapó. Gosto muito de dançar com as moças, de paletó.” 
E assim, todos começaram a dançar. 
As palavras cantadas pelo violeiro, eram uma ode ao lendário gentio. 
E ninguém podia se negar, e deixar de participar da homenagem. 
Depois da dança, todos aplaudiram o narrador e novamente sentaram-se. 
Estavam ansiosos para conhecer a próxima história que o narrador da tão prestigiada festa, iria contar. 

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

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