Nos Sete Povos das Missões, ainda no tempo dos jesuítas e da colonização do Brasil, vivia
um índio muito triste, que se escondia de tudo e de todos pelas matas.
Considerado por todos como um verdadeiro fantasma, e por isso era chamado de Angoéra
– fantasma, em guarani.
E fugia da igreja como o diabo da cruz!
Contudo, os padres, insistentes, e com muita paciência, convenceram Angoéra a ser
batizado, o qual tornou-se cristão, deixando portanto, de vagar pelos rincões escondidos.
Ao se tornar cristão, passou a se chamar Generoso, e também mudou sua maneira de agir.
Passou a ser alegre, extrovertido e muito festeiro.
No entanto, como tudo que na vida começa, um dia Generoso morreu, mas sua alma alegre
e festeira continuou por aí, e até hoje, procura diversão.
Onde tenha um fandango – dança típica espanhola, bem marcada e com andamento vivaz,
é em geral, acompanhada por guitarras (instrumento antigo) e castanholas –, lá está a alma do
Generoso.
Se uma viola toca sozinha, pode acreditar, que lá está a mão dele, conduzindo o
instrumento.
Travesso, se ouve uma gostosa risada ou se levanta a saia de uma bela moça, pode
acreditar, é ele!
O narrador concluiu a história, dizendo:
-- Quando acontece alguma dessas travessuras, o tocador que está animando a festa deve
cantar em sua homenagem.
E nisso o violeiro que ali estava, começou a tocar, entoando a seguinte canção:
“Eu me chamo Generoso, morador de Pirapó.
Gosto muito de dançar com as moças, de paletó.”
E assim, todos começaram a dançar.
As palavras cantadas pelo violeiro, eram uma ode ao lendário gentio.
E ninguém podia se negar, e deixar de participar da homenagem.
Depois da dança, todos aplaudiram o narrador e novamente sentaram-se.
Estavam ansiosos para conhecer a próxima história que o narrador da tão prestigiada festa,
iria contar.
Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
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