CAPÍTULO 95
Ainda hoje, os índios sofrem as conseqüências, da intervenção dos brancos.
Todavia, continuaram seu passeio pela região.
De binóculos, apreciaram o lindo espetáculo das aves.
Nisso o guia comentou que, no Rio Araguaia existe um negrinho d’água que afunda as
canoas dos aventureiros que se lançam à suas águas, à meia noite.
Hospedados em um hotel na Ilha da Confusão, em Barreira de Santa Cruz, os turistas
apreciaram calmamente, as belezas da região.
Por fim, mais uma vez partiram.
Deste vez o destino, era a capital do país, Brasília.
De monomotor, avistaram a capital, a plataforma rodoviária, a Esplanada dos Ministérios
e ao fundo, a Praça dos Três Poderes.
Ao descerem e verem de perto a famosa Praça dos Três Poderes, os turistas puderam se dar
conta do colosso que é Brasília.
Imponente, a praça, com seu grandioso prédio e sua semicircuferência ao lado, são retratos do modernismo das linhas arquitetônicas de Brasília.
Caminharam por suas avenidas largas e aparentemente solitárias.
Sim, os cinco rapazes,
passaram pelo Eixo Monumental e depois, passearam pela Praça dos Três Poderes.
Nestes dois
lugares, estão concentradas boa parte dos momentos mais importantes da história do Brasil.
Isso
por que, pelo Eixo Monumental, que desemboca na Esplanada dos Ministérios, já desfilaram
tanques, estudantes em passeata, e até um militar a cavalo.
A cena era dantesca: o coronel Newton
Cruz chicoteava manifestantes e carros faziam um buzinaço contra a derrota da emenda
constitucional das eleições diretas.
No final do Eixo, na Praça dos Três Poderes, está o Panteão da
Pátria, um monumento em forma de pomba, em homenagem ao Presidente Tancredo Neves.
A
poucos passos, o Palácio do Planalto, onde trabalha o presidente da república.
Colunas finas,
formando curvas, sustentam a leveza do edifício, e a famosa rampa do poder.
Comenta-se que um
ex-presidente saiu dele pela porta dos fundos.
Fernando Collor, saiu sob um coro de vaias.
Com isso, do outro lado da praça, está o Congresso Nacional.
O prédio onde se realizam as
sessões tem duas conchas, uma voltada para cima, teto do Plenário da Câmara, e a outra para baixo,
teto côncavo do Senado.
O amplo gramado em frente foi palco de manifestações populares e
episódios constrangedores, como o do deputado que, numa noite dessas, foi flagrado namorando
em plena grama.
O Congresso é a casa do povo, e o acesso é livre, inclusive às galerias dos
Plenários.
Por isso mesmo os turistas fizeram questão de visitar o local.
Todavia, mesmo diante da facilidade do acesso, os turistas se depararam com uma parede
de vidro, que impedia o livre acesso aos parlamentares.
Porém, a despeito disso, foi um belo
passeio.
Lá conheceram as instalações do local e perceberam o quão organizado era.
Na Biblioteca
do Senado, puderam ver a cópia da capa do folheto que contém o discurso de William Pitt,
sugerindo a interiorização da capital.
Depois, a poucos passos dali, avistaram o Superior Tribunal de Justiça.
O prédio, projeto
de Niemeyer, tem linhas de extrema leveza, e na frente, a escultura "A Justiça", de Alfredo
Ceschiatti, com os olhos vendados, cega como a lei.
Mais tarde, os turistas avistaram, às margens do Lago Paranoá – artificial –, o Palácio da
Alvorada, obra-prima de Oscar Niemeyer, que se tornou símbolo do movimento moderno da
arquitetura brasileira.
Quando o então presidente, Fernando Henrique, residiu nele, foi a primeira
vez, desde Juscelino, que um governante ficou feliz em morar nele.
Sarney chegou a morar por lá
por alguns meses, mas reclamou que o local era um verdadeiro forno, e houve até uma primeira
dama que chamou o Alvorada, de aquário.
Collor morou em sua residência, a Casa da Dinda, e
Itamar Franco preferiu continuar na residência do vice-presidente, o Palácio do Jaburu.
O
Alvorada, é uma construção revestida de mármore e fachada de vidro, sustentada por colunas
brancas que se abrem em semicírculos, como símbolo da genialidade de Niemeyer.
Os turistas, ao
verem o palácio, mesmo de longe, ficaram impressionados.
Uma construção tão imponente!
Não
conseguiam entender por que tantos presidentes reclamaram do lugar.
Com isso, chegada a noite, os turistas foram jantar no Restaurante La Vecchia Cucina.
No
dia seguinte, almoçaram no Restaurante Francisco.
Á noite, jantaram no Piantella – refúgio de Ulysses Guimarães.
Ali a turma do poire – licor
de pera, que era a bebida preferida do ‘senhor diretas’ – se reunia, tramando peraltices políticas.
Assim além de conhecerem a gastronomia da cidade, os turistas visitaram, alguns templos
religiosos, entre eles, o Templo da Boa Vontade.
O templo, de grande beleza plástica, é o mais
visitado por seu ecumenismo, e fica aberto vinte e quatro horas por dia.
Construído em forma de
pirâmide, com sete faces, ostenta no ápice um cristal de quarenta centímetros de altura, dezoito
78
centímetros de diâmetro e pesando vinte e um quilos.
Segundo algumas pessoas, é o maior cristal
puro encontrado na região.
No interior do templo, o caminho da peregrinação é uma espiral
desenhada no piso com pedras negras.
As pessoas caminham descalças até o centro da espiral e
tocam um pequeno círculo de cobre.
As mãos para o alto, são para meditar e receber vibrações.
O
retorno é pela espiral de pedras brancas, que significa o caminho da purificação.
Depois, um gole
de água na fonte, que faz o caminho espiral da nave, por baixo da terra, e jorra num jardim.
No dia seguinte, visitaram o Palácio da Justiça.
Este prédio, também é conhecido como
sede do Ministério da Justiça.
Os jardins e a bela fachada de arcos que se sustentam por lajes curvas
de concreto aparente, por onde deslizam cortinas d’água, é alvo de superstições do povo, que
acredita que as últimas, simbolizam um choro permanente por que ele ‘acha’ o palácio em frente,
do Itamaraty muito bonito.
Ao visitarem o Palácio do Buriti, no Eixo Monumental Oeste, os turistas finalmente
conheceram a sede do governo do Distrito Federal.
Projetado por Mauro Jorge Esteves, tem nos
jardins, as esculturas ‘A Loba Romana’, cópia de ‘A Loba do Capitólio’, doada pela Prefeitura de
Roma, e ‘Forma Espacial no Plano’, de Enio Iommi, doada pelo governo argentino.
Passeando por Brasília, os turistas avistaram ainda o Palácio do Jaburu, no Setor de Hotéis
e Turismo Norte, que é a residência oficial do vice-presidente da república.
Com projeto de
Niemeyer e jardins de Burle Marx, tem árvores frutíferas e plantas da região.
No entanto, para tristeza dos cinco rapazes, o palácio só pôde ser visto de longe.
Em seguida, foram conhecer o Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações
Exteriores.
Projetado por Niemeyer, é circundado por espelhos d’água que refletem os arcos da
fachada e das laterais.
Os jardins de Burle Marx, foram feitos com plantas da Amazônia.
No centro
do jardim, espelhos d’água – ao centro deles – e a escultura de Bruno Giorgi ‘O Meteoro’, de
mármore carrara, e que parece flutuar.
Novamente no Eixo Monumental, avistaram trecho da Esplanada dos Ministérios, e os
inúmeros prédios de concreto, onde moram políticos e demais habitantes da cidade.
Após, os cinco turistas foram visitar a Catedral Metropolitana. A base larga, vai se
afunilando.
Á frente, diversas esculturas embelezando o lugar.
Situada no Eixo Monumental Leste,
é um esplêndido projeto de Niemeyer.
A nave circular é iluminada por uma luz natural que vaza
por vitrais coloridos de Mariane Perret, que formam as paredes.
Para sustentar a estrutura, colunas
curvas se abrem e se fecham em forma de coroa, encimadas por uma cruz metálica.
No interior da
nave, flutuam no ar três anjos de alumínio fundido esculpidos por Alfredo Ceschiatti.
Painéis de
Di Cavalcanti representam a Via Sacra.
À entrada da catedral, ‘Os Evangelistas’, que são quatro
estátuas de bronze de Ceschiatti.
Ao lado, os sinos do campanário, doados pelo governo espanhol.
Mais tarde, os cinco viajantes foram conhecer o Memorial JK, monumento em homenagem
ao fundador de Brasília, inaugurado em 1981.
O monumento, possuí um pedestal de vinte e oito
metros com a estátua de Juscelino.
Este local, abriga a biblioteca de JK, com mais de três mil
volumes, sala de pesquisas, auditório.
A câmara mortuária, com os restos mortais do ex-presidente
é um salão circular com teto decorado por vitrais coloridos de Mariane Perrett.
A seguir, os cinco rapazes foram conhecer o Espaço Lúcio Costa. Situado no sub-solo da
Praça dos Três Poderes, é uma homenagem ao autor do plano urbanístico de Brasília.
Nesse
espaço, a peça permanente é uma maquete de Brasília de treze por treze metros, de autoria de
Antonio José.
Posteriormente, conheceram o Teatro Nacional, situado na Esplanada dos Ministérios.
Estabelecido no Eixo Monumental, ao lado da rodoviária, trata-se de um projeto de Niemeyer, que
tem a forma de uma pirâmide irregular, com composição plástica de cubos e retângulos de Athos
Bulcão.
Tem três salas de espetáculos, obras e galeria de arte.
Animados com a magnitude da cidade, foram visitar o setor comercial de Brasília, bem
como as super quadras do setor residencial.
Em seus passeios pela cidade, visitaram o Santuário
de São João Bosco.
Seu interior caracteriza-se por uma extrema simplicidade arquitetônica e
intensa luminosidade.
Neste lugar, os turistas aproveitaram para rezar um pouco.
Depois,
admirando a construção, constataram, que apesar da simplicidade, o templo, com paredes de arcos
góticos de dezoito metros de altura, fechados com vitrais em doze tonalidades de azul, do belga
Humberto Vandró, que mudam com a posição do sol, era um deslumbre só.
Além disso, nas portas
de bronze, há quadros das visões proféticas de Dom Bosco.
Nos jardins, paisagismo de Burle Marx.
A seguir, foram visitar a Ermida de Dom Bosco, ao lado do Lago Paranoá.
Construído
sobre o paralelo quinze, é o local onde Dom Bosco previu que surgiria uma nova civilização.
Na
minúscula capela, em forma de pirâmide, está a imagem do santo padroeiro da capital, esculpida
em mármore carrara pelos irmãos Arreghini di Pietra Santa.
No lugar, se tem uma bela vista dos
arredores da cidade.
Depois, os turistas foram visitar o Museu Histórico de Brasília.
Trata-se de uma estrutura,
em concreto armado e mármore, com a cabeça de Juscelino Kubitschek esculpida em pedra sabão.
No interior, inscrições com frases de Oscar Niemeyer e Juscelino sobre a construção de Brasília.
Após, conheceram o Museu de Arte de Brasília.
O museu, com um acervo de mais de
setecentas obras de arte brasileira dos últimos trinta anos, conta com tela de Iberê Camargo, Tomie
Othake, Athos Bulcão, Siron Franco, João Câmara.
A tela ‘Exposição e Motivos da Violência’, de
Câmara, venceu o prêmio do Salão de Brasília de 67 com o nome de AI-5.
Em pleno regime militar,
a obra desapareceu e só foi encontrada em 91, no porão do museu.
Enquanto conheciam os principais pontos turísticos da cidade, Fábio, Lúcio, Flávio,
Agemiro e Felipe, aproveitaram para também conhecer a Igrejinha.
A Igreja de Nossa Senhora de
Fátima, foi o primeiro templo a ser construído na capital.
Com painel de azulejos de Athos Bulcão,
sua forma lembra uma corneta, nome que se dá àquele chapéu de abas largas usado pelas freiras
vicentinas.
No Cruzeiro de Brasília, há uma cruz de madeira situada no ponto mais alto do Plano Piloto,
onde foi rezada a primeira missa de Brasília, em 1957.
Além disso, no local, se tem uma vista de
quase trezentos e sessenta graus da cidade.
Vista essa que deixou os cinco turistas maravilhados.
Brasília, realmente é um colosso.
Com suas avenidas largas, seu céu azul que quase toca as
pessoas, é uma cidade imponente e majestática.
Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
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